sexta-feira, 31 de outubro de 2014

A cruzada da direita para derrotar o PT

 Ohun tí a fi ìgbóòyà Dáwọ́lé  ọ̀tún láti ṣẹ́gun  Ẹgbẹ́  ti  àwọn òṣìẹ́.

A cruzada da direita para derrotar o PT.

                 



Àkójọ́pọ̀ Itumọ̀ (Glossário).
Ìwé gbédègbéyọ̀  (Vocabulário).


Ohun tí a fi ìgbóòyà Dáwọ́lé = cruzada.
Ohun = coisa, algo.
= que, o qual, do qual, cujo.
A = nós.
Fi = pôr, colocar. Usar, tomar, pegar para fazer. Dar, oferecer. Deixar de lado, desistir, abandonar. Secar alguma coisa expondo-a ao calor.
Ìgbóòyà = valentia.
Dáwọ́lé = aventurar, tentar.
Ọ̀tún = direita.
Láti = para. usada antes de verbo no infinitivo.
ẹ́gun = conquistar.
Ẹgbẹ́ = associação, sociedade, clube, partido.  Companheiro, par. Posição, classe. 
Ti = de (indicando posse).
Àwọn, wọn =  eles, elas. Indicador de plural.
Oṣìṣẹ́, oníṣẹ́= trabalhador, operário.
Ẹgbẹ́  ti  àwọn òṣìṣẹ́ = Partido dos trabalhadores.

Cartas da comunidade GUARANI-KAIOWÁ.

Ilé-Ẹjọ́ Ìwàọ̀daràn Káríayé.  
Corte Penal Internacional.

Crime contra a humanidade



         No Mato Grosso do Sul, terroristas do agronegócio agridem nativos da etnia guarani e continuam impunes.  Para não chamá-los de genocidas, usei o termo terrorista por questão de ética. Eles têm apoio da justiça federal, da maioria dos deputados e senadores, do ministro da justiça, do governo federal, de neonazistas e de psicopatas. Esta parceria do governo federal com o agronegócio pode ser chamada de associação para o crime, ou melhor, para o genocídio de povos indígenas. 




       Crime contra a humanidade é um termo do direito internacional que descreve atos de perseguição, agressão ou assassinato contra um grupo de indivíduos, ou expurgos, assim como o genocídio, passíveis de julgamento por tribunais internacionais por caracterizarem a maior ofensa possível. 
      No Brasil, os responsáveis pelo genocídio da etnia guarani kaiowá são: juízes da justiça federal, fazendeiros do agronegócio, presidentes  da república, ministros da justiça, deputados e senadores. Quase todos eles poderiam ser presos, julgados e condenados por crimes contra a humanidade em tribunais internacionais.


Lẹ́tà kéjì ti àwùjọ Guaraní KAIOWÁ
2ª Carta da comunidade GUARANI-KAIOWÁ.

Àkójọ́pọ̀ Itumọ̀ (Glossário).
Ìwé gbédègbéyọ̀  (Vocabulário).

Lẹ́tà = carta.
kéjì = segundo.
Ti = de (indicando posse).
Àwùjọ = sociedade.
Guaraní = guaraní.
Ilé-Ẹjọ́ = corte.
Ìwàọ̀daràn = penal.
Káríayé = internacional



CARTA II DA COMUNIDADE GUARANI-KAIOWÁ.


Aty Guasu divulga 2ª Carta II de comunidade GUARANI-KAIOWÁ de TEKOHA PYELITO KUE, 2 anos depois da 1ª carta que repercutiu em outubro de 2012. GUARANI e KAIOWÁ comunicam à todas as sociedades nacionais e internacionais que irá resistir até morte pelas terras. Comunidades de KURUSU AMBA e PYELITO KUE estão começando a cavar buraco. É a resistência GUARANI e KAIOWÁ. Segue a Carta II

CARTA II DA COMUNIDADE GUARANI-KAIOWÁ DE PYELITO KUE/MBARAKAY-IGUATEMI-MS PARA O GOVERNO E JUSTIÇA DO BRASIL - Nós 570 GUARANI-KAIOWÁ (170 homens, 200 mulheres, 200 crianças) comunidades GUARANI-KAIOWÁ originárias de TEKOHA PYELITO KUE/MBRAKAY, juntamente com mais de 20.000 vinte mil GUARANI-KAIOWÁ dos acampamentos precários indígenas, pela segunda vez vimos através desta carta apresentar a nossa situação histórica e decisão definitiva diante de ordem de nossa expulsão/despejo em curso expressada e anunciada pela Justiça Federal no Mato Grosso do Sul, de Tribunal Regional Federal de São Paulo, Supremo Tribunal Federal-Brasília-DF. No dia 25/10/2014, um dia antes da eleição, recebemos a informação de que Justiça Federal de Navirai-MS vai mandar atacar e despejar nós em meados de novembro de 2014. Assim, fica evidente para nós, mais uma vez que a ação da Justiça Federal continua gerando violências sem fim contra nossas vidas, ignorando os nossos direitos de sobreviver nas nossas terras tradicionais PYELITO KUE/MBRAKAY. Assim, analisamos e entendemos claramente que esta decisão da Justiça Federal é parte da ação de GENOCÍDIO/EXTERMPINIO histórico de povo indígena do MS/Brasil. Queremos deixar claro ao Governo e Justiça Federal que estamos cercados de pistoleiros aqui, continuamos na mira de armas de fogo, para piorar tudo acabamos de receber a notícia que seremos expulso de nossa terra, que as nossas terras não serão demarcadas pelo governo e nem pela justiça, assim já perdemos a esperança de sobreviver dignamente e sem violência em nosso território antigo, não acreditamos mais na Justiça brasileira e nem no Governo federal. A quem vamos denunciar as violências praticadas contra nossas vidas??

Para qual Justiça do Brasil?? Se a própria Justiça Federal continua gerando e violências contra nós. Nós já avaliamos as nossas situações atuais e concluímos que vamos morrer todos mesmo em pouco tempo, estamos passando fome, já morreram três indígenas em dois meses, assim não temos e nem teremos perspectiva de vida digna aqui no acampamento. Já são setes (07) morreram em decorrência de espancamento e tortura de pistoleiros das fazendas. Estamos sem assistência nenhuma, isolada, cercado de pistoleiros e resistimos até hoje. Comemos comida uma vez por dia. Tudo isso passamos dia-a-dia para recuperar o nosso território antigo PYELITO KUE/MBRAKAY. 

De fato, sabemos muito bem que no centro de nossos territórios tradicionais estão enterrados todos os nossos avôs e avós, bisavôs e bisavós, ali estão os cemitérios de todos nossos antepassados, as terras são nossas. Cientes desse fato histórico, nós já vamos e queremos ser morto e enterrado junto aos nossos antepassados aqui mesmo onde estamos hoje, diante de não mais demarcação de nossas terras, diante de ordem de despejo anunciada pela justiça brasileira, mais uma vez pedimos ao Governo e Justiça Federal para não decretar somente a ordem de despejo/expulsão, mas solicitamos para decretar a nossa morte coletiva e para enterrar nós todos aqui em nossas terras. Em geral esse pedido é de todas as comunidades de acampamentos precários no MS onde as crianças estão passando fome e morrendo sem assistência. Pedimos, de uma vez por todas, para decretar a nossa dizimação/extinção totais, além de comprar milhares caixões funerárias e enviar vários tratores para cavar um grande buraco para jogar e enterrar os nossos cadáveres. Esse é nosso pedido aos juízes federais do TRF, STF e ao governo Dilma reeleita. Já aguardamos pronta esta decisão da Justiça Federal e do governo, Assim, se não demarcar as nossas terras é para decretar a nossa morte coletiva GUARANI-KAIOWÁ de PYELITO KUE/MBARAKAY, KURUSU AMBA, APYKA’I, GUYRAROKA, TAKUARA, YPO’I, etc, mais de 20.000 (vinte mil) GUARANI-KAIOWÁ decidimos resistir até morte em nossas terras tradicionais e para enterrar-nos todos aqui em nossas terras. Visto que mais de 20 mil indígenas GUARANI-KAIOWÁ decidimos integralmente a não sairmos de nossas terras com vida e nem mortos e sabemos que não temos mais chance em sobreviver dignamente aqui em nosso território antigo, já sofremos muito e estamos todos massacrados e morrendo. Sabemos que seremos atacadas e expulsas de nossas terras pela justiça do Brasil, porém não vamos sair de nossas terras. Como o povo nativo/indígena histórico, decidimos definitivamente em resistir até a morte pelas nossas terras. Já pedimos ao governo e justiça brasileira que nem os nossos cadáveres serão retirados de nossas terras, é para enterrar em nossas terras. 

Entendemos que em 2014 e 2015 não temos outra opção e nem alternativa, RESISTIR é a nossa última decisão unânime diante de várias ordens de despejo autorizadas pela Justiça Federal de Navirai-MS, Justiça Federal de Ponta Porã, Justiça Federal de Dourados, Tribunal Federal em São Paulo, Supremo Tribunal Federal.
Atenciosamente,
Tekoha Pyelito Kue/Mbarakay-Iguatemi-MS, 30 de outubro de 2014
570 comunidade GUARANI-KAIOWÁ de PYELITO KUE/MBARAKAY 20.000 GUARANI-KAIOWÁ

GleiceOliveira Guarani-Kaiowá
Gleice Antonia de Oliveira
(((ATENÇÃO!!! URGENTE!!!))) Leiam, curtam e compartilhem, por favor.
Aty Guasu divulga 2ª Carta II de comunidade GUARANI-KAIOWÁ de TEKOHA PYELITO KUE, 2 anos depois da 1ª carta que repercutiu em outubro de 2012. GUARANI e KAIOWÁ comunicam à todas as sociedades nacionais e internacionais que irá resistir até morte pelas terras. Comunidades de KURUSU AMBA e PYELITO KUE estão começando a cavar buraco. É a resistência GUARANI e KAIOWÁ. Segue a Carta II

CARTA II DA COMUNIDADE GUARANI-KAIOWÁ DE PYELITO KUE/MBARAKAY-IGUATEMI-MS PARA O GOVERNO E JUSTIÇA DO BRASIL - Nós 570 GUARANI-KAIOWÁ (170 homens, 200 mulheres, 200 crianças) comunidades GUARANI-KAIOWÁ originárias de TEKOHA PYELITO KUE/MBRAKAY, juntamente com mais de 20.000 vinte mil GUARANI-KAIOWÁ dos acampamentos precários indígenas, pela segunda vez vimos através desta carta apresentar a nossa situação histórica e decisão definitiva diante de ordem de nossa expulsão/despejo em curso expressada e anunciada pela Justiça Federal no Mato Grosso do Sul, de Tribunal Regional Federal de São Paulo, Supremo Tribunal Federal-Brasília-DF. No dia 25/10/2014, um dia antes da eleição, recebemos a informação de que Justiça Federal de Navirai-MS vai mandar atacar e despejar nós em meados de novembro de 2014. Assim, fica evidente para nós, mais uma vez que a ação da Justiça Federal continua gerando violências sem fim contra nossas vidas, ignorando os nossos direitos de sobreviver nas nossas terras tradicionais PYELITO KUE/MBRAKAY. Assim, analisamos e entendemos claramente que esta decisão da Justiça Federal é parte da ação de GENOCÍDIO/EXTERMPINIO histórico de povo indígena do MS/Brasil. Queremos deixar claro ao Governo e Justiça Federal que estamos cercados de pistoleiros aqui, continuamos na mira de armas de fogo, para piorar tudo acabamos de receber a notícia que seremos expulso de nossa terra, que as nossas terras não serão demarcadas pelo governo e nem pela justiça, assim já perdemos a esperança de sobreviver dignamente e sem violência em nosso território antigo, não acreditamos mais na Justiça brasileira e nem no Governo federal. A quem vamos denunciar as violências praticadas contra nossas vidas??

Para qual Justiça do Brasil?? Se a própria Justiça Federal continua gerando e violências contra nós. Nós já avaliamos as nossas situações atuais e concluímos que vamos morrer todos mesmo em pouco tempo, estamos passando fome, já morreram três indígenas em dois meses, assim não temos e nem teremos perspectiva de vida digna aqui no acampamento. Já são setes (07) morreram em decorrência de espancamento e tortura de pistoleiros das fazendas. Estamos sem assistência nenhuma, isolada, cercado de pistoleiros e resistimos até hoje. Comemos comida uma vez por dia. Tudo isso passamos dia-a-dia para recuperar o nosso território antigo PYELITO KUE/MBRAKAY.

De fato, sabemos muito bem que no centro de nossos territórios tradicionais estão enterrados todos os nossos avôs e avós, bisavôs e bisavós, ali estão os cemitérios de todos nossos antepassados, as terras são nossas. Cientes desse fato histórico, nós já vamos e queremos ser morto e enterrado junto aos nossos antepassados aqui mesmo onde estamos hoje, diante de não mais demarcação de nossas terras, diante de ordem de despejo anunciada pela justiça brasileira, mais uma vez pedimos ao Governo e Justiça Federal para não decretar somente a ordem de despejo/expulsão, mas solicitamos para decretar a nossa morte coletiva e para enterrar nós todos aqui em nossas terras. Em geral esse pedido é de todas as comunidades de acampamentos precários no MS onde as crianças estão passando fome e morrendo sem assistência. Pedimos, de uma vez por todas, para decretar a nossa dizimação/extinção totais, além de comprar milhares caixões funerárias e enviar vários tratores para cavar um grande buraco para jogar e enterrar os nossos cadáveres. Esse é nosso pedido aos juízes federais do TRF, STF e ao governo Dilma reeleita. Já aguardamos pronta esta decisão da Justiça Federal e do governo, Assim, se não demarcar as nossas terras é para decretar a nossa morte coletiva GUARANI-KAIOWÁ de PYELITO KUE/MBARAKAY, KURUSU AMBA, APYKA’I, GUYRAROKA, TAKUARA, YPO’I, etc, mais de 20.000 (vinte mil) GUARANI-KAIOWÁ decidimos resistir até morte em nossas terras tradicionais e para enterrar-nos todos aqui em nossas terras. Visto que mais de 20 mil indígenas GUARANI-KAIOWÁ decidimos integralmente a não sairmos de nossas terras com vida e nem mortos e sabemos que não temos mais chance em sobreviver dignamente aqui em nosso território antigo, já sofremos muito e estamos todos massacrados e morrendo. Sabemos que seremos atacadas e expulsas de nossas terras pela justiça do Brasil, porém não vamos sair de nossas terras. Como o povo nativo/indígena histórico, decidimos definitivamente em resistir até a morte pelas nossas terras. Já pedimos ao governo e justiça brasileira que nem os nossos cadáveres serão retirados de nossas terras, é para enterrar em nossas terras.

Entendemos que em 2014 e 2015 não temos outra opção e nem alternativa, RESISTIR é a nossa última decisão unânime diante de várias ordens de despejo autorizadas pela Justiça Federal de Navirai-MS, Justiça Federal de Ponta Porã, Justiça Federal de Dourados, Tribunal Federal em São Paulo, Supremo Tribunal Federal.
Atenciosamente,
Tekoha Pyelito Kue/Mbarakay-Iguatemi-MS, 30 de outubro de 2014
570 comunidade GUARANI-KAIOWÁ de PYELITO KUE/MBARAKAY 20.000 GUARANI-KAIOWÁ

GleiceOliveira Guarani-Kaiowá


Lẹ́tà kíní ti àwùjọ Guaraní KAIOWÁ

Pimeira Carta da comunidade GUARANI-KAIOWÁ.










Enterro de Denilson Barbosa, de 15 anos, cujo corpo a juíza Raquel Domingues do Amaral Corniglion quer que seja desenterrado pelos Guarani-Kaiowá até amanhã, para que as terras sejam "devolvidas" a seu assassino confesso, Orlandino Gonçalves Carneiro. Foto: Ruy Sposati (Cimi/MS)



Àkójọ́pọ̀ Itumọ̀ (Glossário).


Ìwé gbédègbéyọ̀  (Vocabulário).

Lẹ́tà = carta.

Kíní, kínní = primeiro.

Lẹ́tà = carta

Àwọn, wọn =  eles, elas. Indicador de plural.

Ènìà, ènìyàn = pessoa. Povo, alguém, seres humanos.
Ìbílẹ̀ = nativo, nascido na região.
Ènìyàn àbíníbí = povo indígena.



Ènìyàn, ará  = povo



Àbíníbí = natural, original, hereditário.



Guaraní = guarani




Carta dos povos indígenas do Mato Grosso do Sul ao Governo Federal

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Fonte da notícia: Campanha Guarani



Nós, representantes dos povos indígenas, caciques e lideranças Guarani Ñandeva, Guarani Kaiowá, Terena e Kadiwéu, representantes do Conselho do Povo Terena, Conselho do Aty Guasu, do Conselho Continental da Nação Guarani (CCNG), Conselho Nacional de Educação Escolar Indígen da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) reunidos em Campo Grande, vimos a público exigir que o Governo Federal interceda imediatamente de maneira enérgica com um plano de segurança para os povos indígens no Mato Grosso do Sul.
No último período, as comunidades indígenas da região sofreram ataques inaceitáveis. Os Kadiwéu, cuja terra indígena foi demarcada há mais de 100 anos e homologada há quase 30, tem ao menos 23 fazendas incidindo sobre seu território. No segundo semestre do ano passado, a Polícia Federal realizou reintegrações de posse na área em função de uma liminar da Justiça Federal concedida a fazendeiros. Neste contexto, ameaças e ataques de pistoleiros contra lideranças indígenas foram e são recorrentes.



Em janeiro, famílias Terena da terra indígena Buriti, com 17 mil hectares declarados como território tradicional indígena em 2010 pelo Ministério da Justiça, mas apenas 2 mil ocupados, sofreram ataques de jagunços de fazendeiros. Os conflitos advém da morosidade do Estado em promover a demarcação física dos limites da terra e os sucessivos passos para a homologação do território.
As violências constantes contra os povos Guarani e Kaiowá revelam na dor do nosso povo a incapacidade do governo de demarcar nossas terras e de proteger nossas comunidades. Somente esse ano foram contabilizados ao menos 10 ataques de pistoleiros e fazendeiros contra acampamentos indígenas, culminando na execução do jovem Kaiowá Denilson Barbosa, de 15 anos, do tekoha Tey’ikue, em Caarapó, cujo assassino é o confesso proprietário de uma fazenda vizinha à aldeia.
Além da perseguição de fazendeiros, seguranças e jagunços, também sofremos quando há envolvimento da polícia civil e militar – via de regra comprometida com o latifúndio. Também sofremos o descaso e a difamação nos veículos da grande imprensa local que está a serviço dos fazendeiros e do agronegócio no Mato Grosso do Sul. Estamos cercados, em todos os sentidos.
Exigimos que todos os casos relacionados a direitos indígenas sejam tratados, investigados e julgados pela Justiça Federal e Polícia Federal. Exigimos que o Governo Federal garanta a segurança plena de nossas comunidades indígenas em situação de conflito devido a luta por seus direitos constitucionais.
Denunciamos, também, o comportamento declaramente anti-indígena e preconceituoso dos delegados da Polícia Federal de Dourados Chang Fan e Fernando José Parizoto. Após o assassinato de Denilson e os sucessivos ataques de fazendeiros sofridos pela comunidade do Tey’ikue, lideranças Guarani e Kaiowá foram a Dourados discutir um planejamento emergencial de segurança para a comunidade com a PF. Na presença da Fundação Nacional do Índio, o delegado Fernando Parizoto, de forma arrogante e autoritária, negou aos indígenas o auxílio da Polícia, retrucando que os equivocados nessa história eram os próprios Guarani e Kaiowá que, segundo ele, haviam invadido propriedade privada e seriam investigados por isso. Por temermos mais represálias, perseguições e ambos não terem sensibilidade e clareza para lidar com a questão indígena, exigimos que o Governo Federal os afaste do cargo.
A tudo isso, somam-se os ataques anteriores e toda a violência a qual fomos historicamente submetidos e que resultaram em mortes, empobrecimentos, perda de território e de identidade – quadros que são reforçados quando, na prática, governos ignoram nossas demandas.
Por fim, não nos resta outra alternativa a não ser reafirmar a carta de Pyelito Kue. Estamos preparados para morrer em nossas terras. Não vamos desistir nunca. Vamos retoma-lás uma a uma, fazendo nossa autodemarcação. Basta de impunidade, de fazendeiros assassinos andando à luz do dia, enquanto na terra se abre mais uma cova, que destruiu os sonhos de mais um jovem indígena.
Num contexto em que as comunidades e lideranças ameaçadas, mesmo as que estão sob proteção de programas de governo, não tem segurança; em que todos os nossos assassinos e expropriadores continuam impunes; em que não temos acesso à água, comida, saúde, escola e terra; nós exigimos Justiça. Nossos filhos não podem sofrer como nós já sofremos.
Campo Grande, 25 de fevereiro de 2013
Lideranças Terena, Kadiwéu, Guarani Kaiowá e Guarani Ñandeva