domingo, 31 de maio de 2015

Língua portuguesa e cultura afro-brasileira

  Èdè Pọrtogí



1. Sísọ ní (falado em):

 

2. Ìye àwọn afisọ̀rọ̀ (total de falantes)273 milhões.

3. Èdè ìbátan (família linguística):
Indo-europeia
Itálica
Românica
Ítalo-ocidental
Românica ocidental
Galo-ibérica
Ibero-românica
Ibero-ocidental
Galaico-portuguesa
Português

4. Sístẹ́mù ìkọ (sistema de escrita): alfabeto latino.


5. Lílò bíi oníbiṣẹ́ (estatuto oficial):

Èdè oníbiṣẹ́ ní - Língua oficial em: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatoria, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe,Timor-Leste.

6. Àkóso lọ́wọ́ (Regulado por): Instituto Internacional da Língua Portuguesa; CPLP; Academia Brasileira de Letras (Brasil); Academia das Ciências de Lisboa, Classe de Letras (Portugal).


7. Àwọn àmìọ̀rọ̀ èdè (Códigos de língua):


ISO 639-1: pt

ISO 639-2: por
ISO 639-3: por




  1. A língua portuguesa falada adequadamente

   Da mesma forma que para cada ocasião devemos escolher uma roupa, para cada contexto é preciso escolher uma linguagem. Diante disso, não há uma região que fale mais certo do que outra, nem existe uma proibição do uso da gíria. Entretanto, é preciso entender que há contextos que vão exigir um grau maior ou menor de formalidade.  Então, para que a linguagem seja usada a favor do falante, é necessário adequar-se.

2. Língua culta e coloquial

1. Língua padrão  

  É a norma culta que deve ser utilizada em concursos, publicação de textos, entrevistas. Enfim, aquilo que a gramática diz o que é a linguagem correta. A língua padrão na sua origem é a língua do poder político, econômico e social. Suas formas são asseguradas pelo processo social coercitivo agindo em várias direções. Uma delas é a própria escola que funciona para transmitir e conservar a língua "certa". Outra força é a dos próprios usuários da língua que lutam para alcançar a língua padrão porque sabem que não usá-las em certos contextos implica censura, discriminação e bloqueio à ascensão social.

Características:

*Usada em situações formais e em documentos oficiais;
*Maior preocupação com a pronúncia das palavras;
*Uso da norma culta;
*Ausência do uso de gírias;
*Variante prestigiada.


2. Língua coloquial

A linguagem coloquial, informal ou popular é uma linguagem utilizada no cotidiano em que não exige a atenção total da gramática, de modo que haja mais fluidez na comunicação oral. Na linguagem informal usam-se muitas gírias e palavras que na linguagem formal não estão registradas ou tem outro significado.

Características:

*Variante espontânea;
*Utilizada em relações informais;
*Sem preocupações com as regras rígidas da gramática normativa;
*Presença de coloquialismos (expressões próprias da fala), tais como: pega leve, se toca, tá rolando etc.
*Uso de gírias;
*Uso de formas reduzidas ou contraídas (pra, cê, peraí, etc.)
*Uso de “a gente” no lugar de nós;
*Uso frequente de palavras para articular ideias (tipo assim, ai, então, etc.).

3. Os avanços da tecnologia e sua influência nos falantes da língua portuguesa.

A) O"internetês" é mais que uma degradação da língua, um verdadeiro atentado infame a ela.

        Em artigo publicado no site do Observatório da Imprensa, o escritor Deonísio da Silva, chamou de "besteirol" o novo "idioma" e classificou o fenômeno como "assassinato a tecladas" da língua portuguesa.
      Afora os termos virulentos, Deonísio analisa o assunto com ponderação. Segundo o escritor, nunca se escreveu tanto como nesses tempos de correspondências eletrônicas, mas para ele estão "botando os carros na frente dos bois". Ou seja, esses adolescentes têm acesso à internet e ao celular, mas não à norma culta da língua escrita. Nas palavras de Deonísio: Os pequenos burgueses tinham internet e celular, mas não dominavam a língua escrita. E por isso criaram a deles. Nada espantoso. Também os habitantes das periferias não dominam a norma culta da língua e criam suas gírias, devidamente circunscritas a cada grupo de usuários.
       Para Deonísio, o "internetês" é um sintoma da grave falência educacional, que por sua vez, gera a exclusão dos jovens ao mundo letrado ao qual só poucos têm acesso.

      O"dicionário de internetês" é formado por um punhado de expressões derivadas do inglês, outras tantas abreviações e palavras inventadas que reproduzem o som das sílabas faladas. Qualquer pessoa, razoavelmente alfabetizada e que tenha conhecimento de conceitos rudimentares da língua inglesa, é capaz de decifrar o código.

     O escritor português José Saramago, Prêmio Nobel de Literatura: no filme "Língua, vidas em português" (de Victor Lopes, 2002) Saramago prevê que, em breve, estaremos nos comunicando com grunhidos, como os homens das cavernas. E aí, ele nem se referia à Internet, mas ao fato de que, há apenas 50 anos, a língua era falada e escrita de modo mais belo e rico, por nossos antepassados.

B) A nova escrita na Internet está promovendo um "surto de poliglotas".

        Para Marisa Lajolo, o "internetês" é apenas mais uma linguagem usada pelos jovens para se comunicarem entre si, considerados, por ela, poliglotas pela capacidade de se expressar de maneira diferente com seus pais, professores e com os demais interlocutores da comunidade. Dessa forma, para a escritora, isso demonstra criatividade dos adolescentes em criar um código próprio, que reforça a identidade dos mesmos.
       O poeta Ledo Ivo, declarou na mídia, seu apoio ao que ele batizou de "dialeto eletrônico". Para o acadêmico estamos diante de um fenômeno linguístico e cultural que só comprova a vitalidade da língua e sua capacidade de se transformar através das gerações.
       Seguindo o bom senso do professor Sérgio Nogueira, alguns professores de língua portuguesa já tiveram a iniciativa de promover, em sala de aula, atividades com o dialeto. Não se trata de rejeitar, diminuindo-lhe a importância, ou de elevar aos céus, atribuindo-lhe poderes para "revolucionar" ou mesmo ameaçar a língua portuguesa. Essas experiências em sala de aula têm a qualidade de reconhecer o fenômeno e explorá-lo, mostrando sua dimensão real.


4 - Variaçoes regionais da língua portuguesa no Brasil.


    Não se pode dizer que haja um sotaque mais "correto" que outro. "Quem acha que fala um português sem sotaque, em geral não se dá conta de que também tem o seu próprio, já que ele caracteriza a variação linguística regional, comum a qualquer língua" O sotaque só existe no ouvido de quem tá escutando. Para ele, é o outro que tem sotaque. O que deixa a pergunta no ar: Quem realmente tem sotaque? Ou quem pode se julgar sem sotaque ou falante do melhor português brasileiro? Acho que ninguém. Cada estado ou região tem suas particularidades e riquezas, embora alguns queiram se sobressair, ou se acharem melhor, simplesmente por causa de um sotaque.

5. Como os países africanos de língua  portuguesa pronunciam o nosso idioma?


        Foi em Angola e Moçambique  que a Língua Portuguesa se manteve como língua falada de maneira mais forte. Contudo, muitas línguas (dialetos) nativas se mantém nestes locais, ao lado da língua portuguesa. O falar português é bastante semelhante ao de Portugal, já que não houve uma substituição da língua nativa pela língua portuguesa e sim uma “adesão” a esta nova língua que pela força da colonização acabou fazendo com que se tornasse língua oficial nestes países. O português falado nos países africanos possui apenas alguns traços próprios, como arcaísmos, dialetalismos, etc, semelhantemente ao que aconteceu no Brasil. De uma maneira geral, a influência das línguas negras foi muito leve, abrangendo apenas o léxico local.
      Nos demais países o português falado não foi aderido como em Angola e Moçambique, nestes outros, apesar de ser língua oficial, ele é utilizado apenas na administração, no ensino, na imprensa e em relações com outros países. No cotidiano se usa as línguas nacionais (crioulos). Nestes países é maior também a influência das línguas locais sobre o português, o que causa um maior distanciamento entre o português por eles utilizado, e o português europeu, falado em Portugal.

6- Cultura africana

      A cultura africana caracteriza-se pelo tribalismo e  animismo. O tribalismo estabelece a identidade e significação de um indivíduo como pessoa apenas no contexto de sua família ou comunidade. Um indivíduo isolado, desprovido da presença concreta e dos laços intangíveis do parentesteco, é visto como irremediavelmente perdido ou efetivamente morto. O animismo é a crença de que um só espírito está por dentro de tudo que existe; e cada ser que nasce traz consigo uma partezinha do espírito universal (Deus). Como está sempre nascendo seres e coisas, o espírito universal vai se enfraquecendo. Por isso, devemos fazer oferendas para reforçar esse  espírito universal. Além disso, os animistas  pedem desculpas para cortar uma árvore e matar um animal e por isso, são precursores dos ecologistas, seus atuais aliados. Para eles, a natureza esá repleta de forças vivas, espíritos residem nela, e os seres humanos podem interagir com eles até certa medida. Assim, a natureza é essencialmente espiritual e os seres humanos estão intimamente conectados com ela. Somos parte de natureza, dependemos dela e ela de nós.
        As tribos africanas tradicionais tendem a ver a personalidade como algo que o indivíduo conquista ao longo do tempo, enquanto se torna parte da própria comunidade. Tornar uma pessoa é uma realização. Nascimento e morte não marcam o fim e o início de uma pessoa. Um bebê recém-nascido ainda não é uma pessoa, ao passo que alguém falecido que vive na memória de seus descendentes continua a sê-lo, apesar da morte física. Na maioria das comunidades tribais, os ritos de iniciação são decisivos para a conquista do pleno pertencimento e portanto para a transformação do indivíduo numa pessoa completa. De maneira semelhante, ao longo de toda existência de uma pessoa , ritos e cerimônias mantêm sua vida no ritmo  da vida da comunidade.
       O ser  humano é composto de múltiplos elementos espirituais, todos eles essenciais para a vida de uma pessoa. Entre os iorubás, por exemplo, as almas dos ancestrais podem retornar em seus descendentes, até muitas e muitas vezes. Os iorubás estão longe de acreditar em uma alma individual isolada que acreditam que seus descendentes imediatos podem ser reencarnações das almas de seus pais, memo enquanto estes ainda estão vivos. Por isso, os africanos enfatizam o culto dos ancestrais, que são considerados habitantes vivos do mundo espiritual, capazes de auxiliar seus descententes.

 7. Semelhanças culturais aproximam os povos africanos do Brasil.

       A África continua muito presente nas nossas vidas, embora muitas vezes esqueçamos disso... Afinal, dela herdamos algumas marcas da nossa identidade cultural: o sabor da famosa feijoada, o ritmo contagiante do samba, os passos acrobáticos da capoeira, inúmeras palavras do nosso vocabulário - como "moleque" e "batuque" -, cultos religiosos, como o candomblé, que milhões de brasileiros seguem. E a moda também reflete essa influência: basta olharmos para o lado e encontraremos cabelos artisticamente trançados, tererês e rastafáris, exibidos por mulheres e homens, negros ou não, jovens e não tão jovens assim.

       7.1  Culinária

      O fato de as escravas africanas terem sido responsáveis pela cozinha dos engenhos, fazendas e casas-grandes do campo e da cidade permitiu a difusão da influência africana na alimentação. São exemplos culinários da influência africana: o vatapá, acarajé, pamonha, mugunzá, caruru, quiabo e chuchu. Temperos também foram trazidos da África, como pimentas, o leite de coco e o azeite de dendê.

    7. 2 Música

     O samba, afoxé, maracatu, tambor de criola, congada, lundu e a capoeira são exemplos da influência africana na música brasileira que permanecem até os dias atuais. A música popular urbana no Brasil Imperial teve nos escravos que trabalhavam como barbeiros em Salvador e Rio de Janeiro uma de suas mais ricas expressões. Instrumentos como o tambor, atabaque, cuíca, alguns tipos de flauta, marimba e o berimbau também são heranças africanas que constituem parte da cultura brasileira. Cantos, como o jongo, ou danças, como a umbigada, são também elementos culturais provenientes dos africanos.

        7.3 Idioma

        Muitas palavras do vocabulário brasileiro têm origem africana ou referem-se a alguma prática desenvolvida pelos africanos escravizados que vieram para o Brasil durante o período colonial e imperial. São exemplos de palavras: moleque, quiabo, fubá, caçula e angu, cachaça, dengoso, quitute, berimbau e maracatu.

       7.4 Religião

       No aspecto religioso os africanos buscaram sempre manter suas tradições de acordo com os locais de onde haviam saído do continente africano. Entretanto, a necessidade de aderirem ao catolicismo levou diversos grupos de africanos a misturarem as religiões do continente africano com o cristianismo europeu, processo conhecido como sincretismo religioso. Algumas divindades religiosas africanas ligadas às forças da natureza ou a fatos do dia a dia foram aproximadas a personagens do catolicismo. Por exemplo, Iemanjá, que para alguns grupos étnicos africanos é a deusa das águas, no Brasil foi representada por Nossa Senhora. Xangô, o senhor dos raios e tempestades, foi representado por São Jerônimo. São exemplos de participação religiosa africana: candomblé, candomblé (Ketu e  Angola), xangô pernambucano, batuque, tambor de mina, cabula, umbanda, quimbanda, jurema sagrada, babaçuê, terecó e catimbó.

       7.5 Moda

       A negritude de cada um não pode ser alisada. Ela é crespa, mesmo! Por onde passam, negros e negras chamam a atenção com os seus cabelos “estilo black”.  São tranças jamaicanas, africanas, soltas, de raiz, contemporânea, dreads, rastafári, black power... Uma enorme variedadede estilo ao dispor dos cabelos crespos.  Para os africanos da região ocidental, o cabelo é uma indicação de poder espiritual, por ser o ponto mais elevado do corpo, próximo dos céus, ele possibilita a comunicação com os deuses e os espíritos e está próximo da divindade. Essa comunicação tem o intuito de alcançar a alma. Um encanto pode ser retirado ou o mal pode ser trazido para a pessoa por meio de aquisição de um fio de cabelo. Desde o surgimento da civilização africana, o estilo de cabelo tem sido usado para indicar o estado civil, a origem geográfica, a idade, a religião, a identidade étnica, a riqueza e a posição social das pessoas.

Ar-condicionado


Ẹ̀rọ amátẹ́gùn-tutù nílé alábarà.
Ar-condicionado na casa do consumidor.

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Àkójọ́pọ̀ Itumọ̀ (Glossário).
Ìwé gbédègbéyọ̀  (Vocabulário).

Ẹ̀rọ amátẹ́gùn-tutù, s. Ar-condicionado.
Ẹ̀rọ, s. Dispositivo, máquina, mecanismo. Trapaça, artifício, embuste, malandragem.
Tutù, tútù, títútù, adj. Frio, verde, cru, úmido, calmo, quieto.
, prep. No, na, em.
Ilé, s. Casa.
Alábarà, oníbarà, s. Cliente, comprador, consumidor.

sábado, 30 de maio de 2015

O jogo do lápis possuído.

                                                                                                                                                                    Eré ohun èlò ìkọ̀wé ti sọ di òǹdè.
O jogo do lápis possuído.




Àkójọ́pọ̀ Itumọ̀ (Glossário).
Ìwé gbédègbéyọ̀  (Vocabulário).

Eré, aré, iré, até: jogo, brincadeira.

Ohun èlò ìkọ̀wé: lápis.
Kálàmù, Ohun ìkọ̀wé: caneta.
Ti sọ di òǹdè: possuído, endemoninhado, energúmeno e possesso.                                                                            

O jogo consiste em escrever em uma folha de papel as palavras “sim” e “não” e sobre ela colocar dois lápis em forma de uma cruz. Os participantes precisam dizer em voz alta (e em inglês) a frase “Charlie, Charlie! Você está aqui?” para que o demônio Charlie se menifeste, movendo um dos lápis para lado do “sim” ou do “não” na folha!


Seres arquetípicos.



1. Iwin: espírito, fantasma, fada. Kúrékùré, kúékùé: fada, gnomo.

Fada - Ser imaginário representado numa mulher dotada de poder sobrenatural.



2. Kúrékùré, kúékùé: fada, gnomo.
Gnomo -   Hipotético anão de aspecto grotesco, de aparência feia que, segundo os cabalistas, habita o interior da Terra e protege suas riquezas, pedras ou metais preciosos.



3. Àjẹ́: feiticeira, bruxa.

Bruxa - mulheres sábias, protetoras e que conhecem e utilizam os poderes da natureza para fins benéficos. 



4. Sátánì: diabo, capeta, satã, demônio. Bìlísì ( do hauçá e do árabe iblis): mal, demônio.  

Demônio - Gênio do mal ou espírito sobrenatural que, para o Cristianismo, procura a incitar o pecado nos homens.





5.  Mọ̀láíkà, màlékà, ańgẹ́lì: anjo.
Anjo - Ser puramente espiritual que, segundo a religião católica, foi criado por Deus para ser seu mensageiro e manifestar aos homens a sua vontade.








Alienação

Orílẹ̀-èdè Bràsíl àti ìdàrúdàpọ̀ rẹ ti àwọn rírì.
Brasil e sua crise de valores.




Àkójọ́pọ̀ Itumọ̀ (Glossário).
Ìwé gbédègbéyọ̀  (Vocabulário).

Orílẹ̀-èdè Olómìnira Aparapọ̀ ilẹ̀ Bràsíl, s. República Federativa do Brasi
Orílẹ̀-èdè, s. Nação.
Èdè, s. Língua, dialeto, linguagem.
Orílẹ̀, s. Nome que denota um grupo de origem ou clã.
Orílẹ̀-èdè Olómìnira, s. República.
Olómìnira, adj. Independente.
Aparapọ̀, adj. Federativa.
Àpapọ̀, s. Soma, total, combinação, ato de unir, de juntar, federal.
Ilẹ̀, s. Terra, solo, chão.
Àìbàlẹ ọkàn nítorí ọjọ́ iwájú,s. Crise.
Wàhálà, v. Aborrecer, preocupar-se.
Wàhálà, s. Atribulação, problema, crise.
Ìṣòro, s. Dificuldade, crise.
Ewu, s. Perigo, crise.
Áwọ̀, s. Briga, desentendimento.
Ìdààmú, s. Perplexidade, confusão, distracão.
Ìdàrúdàpọ̀, s. Confusão, mistura.
Rẹ, ẹ, pron. poss. Seu, sua, de você.
Ti, prep. De (indicando posse). Quando usado entre dois substantivos, usualmente é omitido.
Àwọn, pron. Eles, elas. Indicador de plural.
Iye, iye owó ǹkan, iyì, rírì, s. Valor.
Iye, s. Número, quantia, valor.
Iyebíye, adj. Valioso, precioso.
Iyì, s. Respeito mostrado por uma pessoa.
Rírì, s. Valor, importância.

1- Alienação.











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2. Alienação no trabalho.



3. Alienação mental.




4. Alienação religiossa.











5. Consumismo.









5. Reality show











sexta-feira, 29 de maio de 2015

Matemática indígena no Japão.

                                                                   
 Mathimátíkì   ti ìbílẹ̀ ní ilẹ̀  Japan.
Matemática indígena no Japão.





Àkójọ́pọ̀ Itumọ̀ (Glossário).

Ìwé gbédègbéyọ̀  (Vocabulário).

Mathimátíkì, s. Matemática.

Ti ìbílẹ̀, ti ilẹ̀, ti ìlú, ti ọmọ-ìbílẹ̀, adj. Indígena, aborígene.

, prep. No, na, em.
Ilẹ̀, s. Terra, solo, chão. 
Japan, s. Japão.                                                           
                                                                         

    Conheça o método matemático que foi criado pelos maias e hoje é ensinado pelos japoneses, onde crianças do primário resolvem qualquer conta de multiplicar em segundos.


quarta-feira, 27 de maio de 2015

Oògùn àwọn lẹ́sẹ̀ òrìṣà


Ìwádí ti Unikamp dámọ̀ràn lò àwọn iṣẹ́ ọnà ti lẹ́sẹ̀ òrìṣà ní Sístẹ̀mù ìlera ti ìṣọ̀kan.
Pesquisa da Unicamp propõe usar técnicas dos terreiros no SUS.



Campinas - SP

Àkójọ́pọ̀ Itumọ̀ (Glossário).
Ìwé gbédègbéyọ̀  (Vocabulário)

Ìwádí, s. Investigação, pesquisa.
Ti, prep. De (indicando posse). Quando usado entre dois substantivos, usualmente é omitido.
Yunifásítì, s. Universidade. 
Múwá fún ìfiyèsí, dá laba, v. Propor.
Dámọ̀ràn, v. Aconselhar, planejar.
Ìmọ̀ràn, ìmọ̀, s. Conselho, opinião, conhecimento.
Lò, wọ̀, v. Usar.
Àwọn, pron. Eles, elas. Indicador de plural.
Iṣẹ́ ọnà, s. Técnica.
Ìmọ̀nàmúṣe, tẹknọ́lọ́jì, s. Tecnologia.
Lẹ́sẹ̀, s. Pés.
Lẹ́sẹ̀ òrìṣà, s. Terreiro de orixá.
, prep. No, na, em.
Sístẹ̀mù, s. Sistema.
Ìṣọ̀kan, s. Harmonia, união.
Ti ìṣọ̀kan, adj. Unificado.
Láìlẹ́gbẹ́, láìlẹ́nìkejì, adj. ùnico.
Nìkanṣoṣo, adv. Somente, unicamente.
Ìlera, s. Saúde.
Yunifásítì ìlú Kampinas, Unikamps. Unicamp
Oògùn, s. Remédio, medicamento, encanto, magia, medicina. Oògùn àwọn lẹ́sẹ̀ òrìṣà - Medicina dos terreiros de orixá.


Pesquisa da Unicamp propõe usar técnicas dos terreiros no SUS.


Pesquisa da Unicamp propõe usar técnicas dos terreiros no SUS
21 de Maio de 2015


A Unicamp promoveu anteontem e ontem um seminário internacional para discutir o uso de técnicas de saúde praticadas em terreiros de religiões afro-brasileiras no SUS (Sistema Único de Saúde). O evento incluiu palestras de líderes religiosos de várias regiões do país e de pesquisadores brasileiros e espanhóis.
Para o coordenador da pesquisa, Juan Carlos Aneiros Fernandez, professor da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, o uso de procedimentos medicinais das religiões afro-brasileiras, como da Umbanda, pode melhorar os atendimentos no país.
"Os pais e mães de santo têm capacidade de dar um atendimento humanizado, em essência. Queremos usar essa metodologia acolhedora e humanizada" afirmou.
A pesquisa considera as práticas de cura dos terreiros relevantes por darem a atenção especial que cada doente precisa.
"Essas religiões são ricas em técnicas para potencializar o uso de folhas e substâncias da natureza que são tão eficientes quanto a biomedicina", ressaltou.
O estudo revela que a maior dificuldade para juntar os saberes biomédicos e os praticados em terreiros é o preconceito racial e religioso da comunidade.
"A população deve denunciar à polícia qualquer tipo de dificuldade no atendimento. Um terço ou outro elemento católico é aceito em um quarto de hospital. Um item de Umbanda, por vezes, não", considerou o médico.
A pesquisa, iniciada em 2013, é financiada pelo Ministério da Saúde, apoiada pela Opas (Organização Pan-Americana da Saúde e Centro de Estudos), e Cepedoc (Pesquisa e Documentação em Cidades Saudáveis). O coordenador do estudo não informou o valor investido pelo governo federal.
Fonte: http://www.destakjornal.com.br/noticias/campinas/pesquisa-da-unicamp-propoe-usar-tecnicas-dos-terreiros-no-sus-268228/

terça-feira, 19 de maio de 2015

O vídeo das religiões afro

  Fídíò àwọn  ẹ̀sìn òrìṣà.
Vídeo das religiões de orixá.

                                                                   

domingo, 17 de maio de 2015

Filosofia africana

Ìmòye  Áfríkà.
Filosofia africana.
                                                            


 Livros 

Escrito para a Eternidade





The Egyptian Philosophers: Ancient African Voices From Imhotep to Akhenaten - Molefi Kete Asante (0913543667)

1. Colocando conceitos em jogo


Intelectual público, o filósofo e professor da UFRRJ, Renato Noguera, batalha pela inclusão de maneira adequada do pensamento afro-brasileiro e indígena no ensino da filosofia

POR MARCOS CARVALHO LOPES*

O racismo epistêmico é inseparável da narrativa eurocêntrica da história da razão. Razão e diversidade não são incompatíveis, pelo contrário, penso que dar voz à diversidade é um dos melhores caminhos para o uso mais efetivo da Razão.
CPF: Cornel West afirma que a escolha de ser um intelectual negro é "um ato de marginalidade auto-imposta", que garante uma condição "periférica dentro e para a comunidade negra". Essa descrição vale para a sociedade brasileira? É pertinente em relação a sua trajetória intelectual de autocriação como intelectual?
RN: 
Eu gosto muito de Cornel West e concordo com muitas de suas ideias, inclusive com essa. Sem dúvida, a definição de West é perfeita. No caso da experiência na sociedade brasileira se aplica o mesmo que na sociedade estadunidense. Porque dentro de uma sociedade em que o racismo antinegro é estruturante e formador, a comunidade negra tende a deslocar os intelectuais negros e marginalizá-los. Por exemplo, eu entendo que os valores do racismo antinegro convergem para aceitação de negras e de negros de sucesso apenas nos esportes ou na música. Enfim, a definição de Cornel West está correta e a minha trajetória não foge à regra.
CPF: Você propõe uma redescrição da ideia de "denegrir" dando-lhe um sentido positivo. A ideia de denegrir a filosofia é provocativa, mas efetivamente, como tem sido recepcionada?
RN:
 A palavra denegrir num estudo etimológico que pense negrura, negra e negro em suas raízes de egípcio antigo e diversas línguas africanas do tronco níger-congo convergem para a ideia de revitalização e restauração. O próprio termo grego "melas" de onde vem a palavra melanina remete à deusa Melanto, responsável pela fertilidade e pela criação. Daí, denegrir ser pensado em meus textos como modo de intensificar a compreensão sobre algo, revitalizar, criar possibilidades ou restaurar e corrigir situações adversas. No que diz respeito à recepção acadêmica, a recepção da área de educação é muito boa, principalmente entre pesquisadoras e pesquisadores de educação das relações étnico-raciais. Mas, em se tratando do campo da filosofia, quase nada escuto a respeito ou encontro silêncio ou, às vezes, críticas brandas. O mais comum é o silêncio. Em se tratando dos meus trabalhos filosóficos afroperspectivistas, encontro mais interlocutoras e interlocutores na área de educação e história da África do que entre filósofas e filósofos.
No que diz respeito à recepção acadêmica, a recepção da área de educação é muito boa, principalmente entre pesquisadoras e pesquisadores de educação das relações étnico-raciais.
CPF: De certa forma, você procura esquivar-se da ideia de que os modos de fazer filosofia analítico, continental e pragmatista, sejam os únicos legítimos, ressaltando coerentemente a existência de outros modos e jeitos de filosofar. Mas não existem contribuições efetivas e ainda úteis para o desenvolvimento de um pensamento afrocentrado provenientes destas tradições hegemônicas de pensamento?
RN: 
Contribuições do pragmatismo, da filosofia analítica e da filosofia continental para um pensamento afrocentrado? No sentido mais "técnico" do termo dado por Molefi Asante, entendo que não. Mas, contribuições que valorizem as contribuições africanas e construa argumentos antirracistas? Sim. O meu compromisso intelectual com uma filosofia afroperspectivista percebe que podemos tecer articulações com pragmatismo, filosofia continental e filosofia analítica sem problemas. Mas, entendendo que elas parecem convergir com um "senso comum" que me incomoda da filosofia na sua versão ocidental e dominante no mundo acadêmico. Os maiores expoentes desses modos de fazer filosofia parecem não divergir da ideia de que a filosofia nasceu na Grécia antiga.
CPF: Quais leituras você recomendaria para um "leigo culto" que quer conhecer a filosofia africana?
RN:
 Eu recomendo as leituras dos textos egípcios de Ptah-Hotep, Ame-em-ope, Merika- rá, dentre outros, que estão no livro Escrito para a eternidade: a literatura no Egito faraônico com tradução de Emanuel Araújo. O livro de Molefi Asante The Egyptian philosophers: ancient African voices from Imhotep to Akhenaten. Os dois livros trazem textos que foram escritos até 2780 anos antes da Era Comum. Ou seja, bem anterior aos primeiros textos gregos de filosofia. Th eóphile Obenga tem uma obra maravilhosa com os originais egípcios e a tradução comentada chamada La philosophie africaine de la période pharaonique (2780-330 a. C.) Outro livro importante foi escrito pelo português José Nunes Carrera intituladoFiloso a antes dos gregos. Filósofos contemporâneos como Mogobe Ramose que fala da filosofia ubuntu, a filósofa Marimba Ani, o filósofo Dismas Masolo.
Cornel West
Pesquisador de temas relacionados à classe, gênero e etnia, o filósofo Cornel West é um ativista dos direitos humanos e professor na Princeton University, instituição onde obteve seu PhD. Cornel West é membro da organização Socialistas Democráticos da América

*Marcos Carvalho Lopes é doutor em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), professor na Universidade de Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira (Unilab) e autor, entre outros, do livro Canção, estética e política - Ensaios Legionários (Mercado de Letras, 2011).





2. O julgamento da Alma segundo a Filosofia Egípcia.

Segundo as crenças dos antigos egípcios, todo espírito deveria após a morte comparecer ao tribunal dos deuses, presidido por Osíris.

Lá acontecia um julgamento, onde se verificavam quais os humanos dignos do paraíso. Cenas retratando essas idéias são encontradas em ataúdes, templos, tumbas e principalmente em papiros funerários contendo textos que os egiptólogos chamam de '' Livro dos Mortos ''.

Convencionou-se dividir as centenas de orações dessa obra em '' capítulos '', sendo que o julgamento da alma constitui o de número 125.

O espírito apresenta-se diante de vários deuses na chamada '' sala da verdade '', onde havia uma balança. Anúbis, o deus da mumificação com cabeça de chacal, regula o pêndulo e faz as pesagens, e os resultados são anotados por Toth, deus da escrita, com cabeça de íbis. Num dos pratos da balança repousa o coração falecido - era a sede da consciência, onde estavam registradas as ações da pessoa quando em vida na terra. O outro prato da balança é ocupado pela deusa Maat, da verdade e da justiça, simbolizada por uma pena.

O falecido deveria proferir uma '' confissão negativa '' declarando que não cometera pecados ou más ações. Verifica-se então se estava sendo honesto a cada um dos 42 itens confessados.

Se o coração fosse mais leve que a verdade, o espírito era dito '' justo de voz '' e declarado '' puro '', ganhando o paraíso para uma vida de '' milhões e milhões de anos ''; caso contrário, se o coração fosse mais pesado que a pena ( considere-se não o material, mas o simbólico: consciência X verdade ) era devorado por um monstro, para desespero da alma.

Trechos da Confissão Negativa

Homenagem a ti, grande deus, senhor da verdade! Venho a ti, meu senhor, de modo que possa contemplar tua beleza. Conheço-te e conheço o teu nome, e conheço os nomes dos 42 deuses que estão contigo na sala da verdade ...

Não proferi mentira contra homem algum.

Não empobreci meus próximos.

Não cometi erros no lugar da verdade.

Não fiz nenhum mal.

Não ordenei trabalho em excesso para mim.

Não privei o oprimido de sua propriedade.

Não fiz o que os deuses abominam.

Não caluniei o servo para seu senhor.

Não causei dor.

Não provoquei fome.

Não fiz ninguém chorar.

Não matei.

Não mandei matar.

Não fiz ninguém sofrer.

Não diminui as oferendas alimentares nos templos.

Não roubei a comida dos espíritos.

Não forniquei.

Não tive mau comportamento.

Não diminuí as propriedades da terra.

Não invadi campos alheios.

Não adulterei o peso da balança.

Não tirei o leite da boca das crianças.

Não capturei os pássaros das reservas dos deuses.

Não construí uma barragem na água que deveria correr.

Não apaguei o fogo quando ardia.

Não negligenciei as datas das oferendas alimentares.

Não me opus a um deus em sua procissão.

Sou puro! Sou puro! Sou puro!

Fonte: Papiro do Escriba Ani ( Novo Reino, 19 dinastia, aproximadamente 1250 a. C. )
Postado por Alex


3- Almas egípcias


Texto de Rose-Marie e Rainer Hagen em "Egipto: Pessoas – Deuses – Faraós” (Ed. Taschen [Portugal]), tradução de Maria da Graça Crespo – Trechos das pgs. 162 a 167. Os comentários ao final são meus.
Eis um defunto dono de sua Bela Casa da Eternidade. O feitio da tumba evoluiu no decurso de três milênios. A tumba escavada na falésia substituiu a pirâmide e a mastaba, mas um sarcófago ficou dissimulado num poço funerário subterrâneo ou no maior segredo possível.
Este lugar oculto é precedido de uma porta aberta, acessível do exterior: a capela, dotada de uma estrela sobre a qual está gravado o nome, ou, eventualmente, a efígie do morto. Aqui encontra-se a mesa de oferendas. Uma porta virtual, imitação em pedra de uma porta verdadeira, liga espiritualmente as duas salas, a de baixo e a do Além. Só o morto a pode transpor para ir buscar as oferendas que lhe são levadas: pão, legumes, aves e carne vermelha nos dias de festa. Ele aprecia particularmente o incenso que satisfaz o seu olfato, e a cerveja ou a água fresca, visto que habita na orla do deserto.
Os seus filhos devem abastecê-lo com regularidade. Muitas vezes o defunto institui, enquanto vivo, uma doação para a Eternidade, e assim os sacerdotes funerários velam pela manutenção do culto, que fornece sustento ao clero do templo, atendendo a que as oferendas são levadas para a sua mesa.
Contudo, a experiência revelou aos Egípcios, sobretudo durante os períodos intermediários de desordem, que nada perdura neste mundo, nem mesmo as doações eternas. A acreditar na magia da imagem e da escrita, e no poder da palavra, eles tomaram o cuidado de representar também as oferendas nas paredes, ou inscrevê-las em hieróglifos.
Vós que viveis na terra e que passeis diante desta estrela
Assim, seria suficiente pronunciar o nome das dádivas para que o defunto as pudesse apreciar. É a razão desta prece, inscrita sobre muitas peças decorativas: Vós que viveis na terra e que passeis diante desta estrela, indo e vindo, se ameis a vida e detesteis a morte, dizei que há mil pães e mil potes de cerveja.
Passando pela porta fictícia do seu túmulo, o morto pode vir deliciar-se com as dádivas que lhe são oferecidas e manifestar-se de diversas maneiras, visto que a simples dualidade do corpo e do espírito não satisfaz o pensamento egípcio. Para os Egípcios, a personalidade humana é composta de um corpo material associado a vários princípios espirituais.
Tanto quanto possível, a mumificação evita que o corpo se decomponha, mas se ele se altera ou é queimado, os outros elementos a que se religou são destruídos com ele, a não ser que, dentro do túmulo, se tenha posto um corpo de reserva, uma estátua. Não é muito importante que ela se lhe assemelhe, mas é indispensável que indique o respectivo nome, porque este elemento é essencial ao homem, que, sem ele, não tem personalidade nem, consequentemente, qualquer hipótese de sobrevivência.
O que nós entendemos por alma, difere da noção que os Egípcios tinham de vários princípios espirituais: oka, o ba, e o akh, e ainda a personalidade que comporta também uma sombra, o shouyt.
ka é a energia vital, o que mantém a vida. É a ele que se destinam as oferendas, atendendo a que lhe é necessária a alimentação. Quando um homem nasce, o seu ka é modelado pelo deus criador Khnum, no seu torno de oleiro, e nunca mais o deixa. Ele é representado por dois braços erguidos.
ba corresponde mais à ideia que fazemos de alma e pode afastar-se do corpo mas deve voltar para ele. É simbolizado por um pássaro com cabeça humana, firmado nos ramos de um sicômoro, ao lado do túmulo ou voando nos arredores: Tu sobes, tu desces [...]/ Tu deslizas como o teu coração deseja, / Tu sais do teu túmulo todas as manhãs / Tu regressas todas as noites.

O fato de o morto poder deslocar-se, deixando o seu túmulo, também comporta perigos: Um terceiro princípio espiritual denomina-se akh e pode atormentar os vivos como uma espécie de espírito. Um viúvo do Novo Império implora ao espírito Anchiri numa carta que a sua esposa defunta o deixe em paz, senão ele ver-se á obrigado aapresentar queixa junto aos deuses do Ocidente.
Também havia juízes no Além e antes que um defunto fosse ali acolhido, deveria apresentar-se diante dele – na sua totalidade, com todas as suas partes componentes.
O tribunal divino tem sede na Sala da plena Justiça, onde, o submundo e o Além estão em contato, e onde se situa uma grande balança. O coração do morto é colocado sobre um prato na balança sob a vigilância de Anúbis e de Toth, o deus-escriba. (Para os Egípcios, o coração é o centro real da personalidade, o assento da razão, da vontade e da consciência moral). No outro prato encontra-se uma pluma, símbolo de Maât, a ordem divina. Se os dois pratos se equilibram, o defunto está absolvido.
ao lado da balança está presente a Grande Devoradora
A vida terrena do difunto é, portanto, aqui avaliada segundo o ideal da justiça divina, e muitos raros são aqueles que estão à altura dum tal julgamento que todos receiam, porque, ao lado da balança está presente a Grande Devoradora, um monstro híbrido de crocodilo, pantera e hipopótamo, pronto a devorar o defunto se o seu coração tiver um peso excessivo. Este seria o pior dos castigos imagináveis, o aniquilamento total, a morte absoluta sem esperança de ressurreição. Mas os Egípcios estavam prevenidos e tomaram precauções enquanto viveram.
Entre as pernas de grande número de múmias, envolvidos nas suas faixas de linho, há rolos de papiro que contêm fórmulas e imagens que servem de guia para a viagem no Império dos Mortos. [...] Um certoprocesso de democratização permitiu, mais tarde, que os funerários e sacerdotes bem sucedidos levassem com eles estas instruções. As informações que auxiliavam o defunto estavam inscritas sobre os caixões, e mais tarde em papiros. O Livro dos Mortos podia comprar-se completamente pronto, bastando acrescentar-lhe o nome do proprietário. Custava tanto como duas vacas, um escravo ou seis meses do que era pago a um operário, do que resultava não ser acessível às classes sociais inferiores.
Este guia para o uso no Além, que teria sido redigido pelo próprio Toth, deus da sabedoria, não se refere apenas aos perigos que espreitam o viajante no outro mundo. Incluía também receitas mágicas para os atenuar, ou seja, cerca de duzentas fórmulas que, pronunciadas no momento exato, afastariam o viajante de um passo em falso.
[...] De fato, o texto é uma conjuração: encantados pelas fórmulas e pelas representações mágicas do papiro, os pratos da balança equilibravam-se e os juízes anunciavam que o defunto está em harmonia com a ordem divina: Está justificado. A Devoradora não terá direito sobre ele.
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Comentários
Este livro que faz parte das comemorações de 25 anos da Taschen (1980-2005) foi concebido para ser um belo livro de arte repleto de fotos espetaculares da arte e arquitetura egípcias, mas o estilo do texto dos autores combinado com sua minuciosa pesquisa história, particularmente sobre detalhes da vida cotidiana dos Egípcios (o que bebiam, o que comiam, para quem rezavam, etc.), fez com que acabasse se tornando ao mesmo tempo um surpreendente conjunto de belos textos e imagens.
Como podemos ver no texto acima, que trata das crenças egípcias ligadas aos seus rituais funerários, muitos dos mitos dessa civilização quase perdida em realidade penetram até hoje no íntimo de nossa sociedade, ou pelo menos da parte que bebeu da cultura egípcia através do que os gregos nos transmitiram dela... Isso demonstra, principalmente, que a espiritualidade humana é mesmo muito, muito antiga, provavelmente tão antiga quanto à primeira comunidade de caçadores-coletores; E todos esses séculos a nos separar no final das contas não nos separam tanto assim.
Para os leigos – mesmo o grande Heródoto tirou conclusões errôneas de sua passagem pelo Egito – a civilização egípcia consistia de uma única cultura que perdurou idêntica durante milênios, em que os homens e mulheres adoravam estranhos seres com cabeça de cachorro ou de águia. Para os iniciados – ou, pelo menos, os realmente curiosos – o Egito é uma concha de retalhos de várias culturas e povos se mesclando através de guerras e períodos de paz, e os deuses nada mais são do que reflexos de nossos questionamentos espirituais mais profundos. E ainda hoje o são, embora com outros nomes, desde heróis de quadrinhos até conceitos algo estranhos como “o gene da fé”.
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Crédito das imagens: [topo] Roger Wood/Corbis (escultura do deus Anúbis); [ao longo] Philip de Bay/Historical Picture Archive/Corbis (o julgamento dos mortos, onde se vê Toth como um babuíno).


4- Os gregos roubaram a filosofia dos africanos, por Yeye Akilimali

Sugestão de jns
"Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará" é um antigo provérbio egípcio, erroneamente creditado na conta de Jesus Cristo na bíblia cristã.
Os africanos, são humilhados e ridicularizados, porque a sua história foi roubada e sua herança cultural foi erroneamente atribuída a outros povos
O livro 'Stolen Legacy', de George Granville Monah James, revisto  por Femi Akomolafe
A filosofia, as artes e as ciências foram legados à civilização pelos povos do Norte da África e não pelo povo da Grécia.
Foi dado para Pitágoras o crédito que o mundo está dando para um teorema que os egípcios certamente usavam na construção de suas pirâmides!
Os "filósofos" Aristóteles, Platão e Sócrates foram perseguidos pela mesma razão que eles são endeusados: "introduzir divindades estranhas".
Esta é uma deturpação que se tornou a base do preconceito racial e afetou todas as pessoas de cor.
Pitágoras, o mais velho dos chamados pensadores gregos, estudou no Egito durante vários anos e, mais tarde, foi exilado quando começou a ensinar o que tinha aprendido. Sócrates foi executado por ensinar 'ideias alienígenas'. Platão foi vendido como escravo e Aristóteles também foi exilado. 
RESPONDAM COMPANHEIROS AFRICANOS:
- Qual é o país que nós devemos a nossa Civilização, Filosofia, Artes e Ciências?
- Grécia
- Quem é o homem mais sábio que o mundo já viu? 
- Aristóteles
- Quem são os três maiores pensadores de todos os tempos? 
- Sócrates, Platão e Aristóteles
- Quem inventou o teorema do quadrado da hipotenusa e é o maior matemático de todos os tempos?
- Pitágoras.
*
Sócrates: (Atenas , 469 aC - Atenas 399 aC) - Filósofo ateniense que dirigiu o pensamento filosófico para análise do caráter e divulgador do aforismo que é lembrado por sua admoestação para a conduta humana: "Conhece-te a ti mesmo."
Sócrates não escreveu nada [ Informações sobre a sua personalidade e sua doutrina são encontradas principalmente nos Diálogos de Platão e na Memorabilia de Xenofonte. "The New Encyclopedia Britannica, vol. 10, Micropædia, 15 ª edição, p.929.]
Platão: (Atenas ou Egina, 428/427 aC - 348/347 aC, Atenas) - Filósofo grego, o segundo do grande trio de gregos antigos - Sócrates, Platão e Aristóteles,  desenvolveu um sistema amplo de filosofia que era fortemente ético, repousando sobre uma base de ideias eternizadas com formulação universal e absoluta. O Platonismo influenciou todas as correntes filosóficas até o século 20. "The New Encyclopedia Britannica, vol. 9, Micropædia, 15 ª edição, p.509
Aristóteles: (Estagirus, 384 aC - Chalcidice, perto de Macedônia, 322 sC, Cálcis, Eubeia, Grécia) - Filósofo grego, cientista e organizador da pesquisa, um dos dois maiores intelectuais produzidos pelos gregos (o outro foi Platão). Ele inspecionou todo o campo do conhecimento humano conhecido no mundo mediterrâneo na sua época e os seus escritos influenciaram longamente o pensamento ocidental e muçulmano. "The New Encyclopedia Britannica, vol. 1, Micropædia, 15 ª edição, p. 555
As citações são de uma enciclopédia, que é muitas vezes definida como a "coleção do conhecimento humano" e não se discute com uma enciclopédia, não é mesmo?
Os africanos não têm escolha a não ser defender e contestar, vigorosamente, muitas das informações distorcidas contidas nas enciclopédias e outros livros. Considerando-se que qualquer livro pode se basear na falsificação histórica e no preconceito racial e que nenhum livro pode ser sagrado, no entanto, Enciclopédia Britânica é certamente santificada, elogiada encarecidamente.
Você será julgado como certo e correto se você der as respostas acima em qualquer exame, mas, na verdade, nenhuma das respostas são verdadeiras e, com base no que sabemos da história, elas são falsas.
O maior crime cometido pela Europa contra o mundo é o roubo intelectual da herança africana. Impérios foram roubados, países inteiros foram arrebatados e rebatizados após a pilhagem pirata, o estupro e a sangria desatada por estelionatários. Palácios e edifícios monumentais que foram destruídos, poderiam ser reconstruídos, mas quando é roubado o patrimônio cultural de um povo que é usado para escravizá-lo e insultá-los, os atos imperdoáveis ​​fazem fronteira com um sacrilégio.
Que a Grécia inventou a filosofia, as artes e as ciências é a única base sobre a qual a arrogância da Europa está de pé. É daquelas coisas creditadas aos gregos que fizeram todos os europeus acreditarem-se superiores aos outros povos. Por outro lado, é o temor de que as outras raças percebam as origens dessas antigas e grandes conquistas é o que faz estremecer o altar da suposta superioridade europeia.
O que fica claro caso a história do mundo tivesse prescindido dos eruditos europeus? Ninguém teria pedido nada, porque o que é atribuido aos gregos, certamente, não é deles. Será que a arrogância dos europeus não teria sido diminuída se a verdade sobre a contribuição da África para a civilização humana fosse corretamente declarada e interpretada corretamente? Será que os africanos abandonariam o complexo e o auto desprezo, se eles tivessem descoberto mais cedo a verdade sobre o seu passado? Será que os africanos se encolheriam no altar do ocidentalismo se eles soubessem que quase todos os ideais que os europeus estão usando hoje foi descaradamente roubado deles? Será que os africanos estariam suplicantes a um suposto filho de um deus imaginário se soubessem que eles deram a religiosidade ao mundo?
A "Civilização Grega Europeia" é a inspiração central e eles circulam ao redor do mundo com volumes sobre volumes celebrando 'o grego isto, o grego aquilo'. Da sua base original na Europa a imóveis que eles roubaram de outras pessoas na África, eles gritaram em voz alta sobre como eles sozinhos inventaram e sustentaram a civilização humana! Irmandades são criadas em instituições de ensino superior, reunindo 'grandes pensadores’, lirismo e sentimentalismo sobre a civilização grega. Na mesma linha, os africanos estão lamentando a sua singular histórica 'não realização" - alguns até acreditam que são uma 'raça amaldiçoada’.
"O termo filosofia grega, para começar é um completo equívoco, pois não há existe tal filosofia. Os antigos egípcios desenvolveram um sistema religioso muito complexo, chamado Mistérios, que também foi o primeiro sistema que contemplava a salvação". Essa foi a declaração de George G. M. James na aberturado seu livro Stolen Legacy: Greek Philosophy is Stolen Egyptian Philosophy.
George James começou o seu livro, informando que o Sistema de Mistérios Egípcio era a mais antiga do mundo e foi "também uma ordem secreta, onde a participação era adquirida pela iniciação e a aceitação de um compromisso de sigilo. O ensino graduado era repassado pela tradição oral para o Neófito e, nestas circunstâncias de sigilo, os egípcios desenvolveram sistemas secretos de escrita e ensino, proibindo os seus Iniciados de escrever o que eles tinham aprendido". - P.1
Os egípcios desenvolveram os seus sistemas e ensinaram aos Iniciados em todo o mundo muito antes de autorizar os gregos a entrar nos templos. Foi somente após a invasão de Alexandre, o Destruidor (chamado de ‘Grande’ por mistificadores ocidentais), quando os templos e as bibliotecas foram saqueadas, que os gregos tiveram acesso a todos os livros antigos, permitindo que Aristóteles construísse a sua própria escola e a sua reputação como o homem mais sábio que já viveu!
No primeiro capítulo do seu livro, George James destrói, magistralmente, o mito de uma ‘filosofia grega’. Pitágoras, o mais velho dos chamados gregos pensadores, estudou no Egito durante vários anos. Ele foi exilado quando começou a ensinar o que tinha aprendido. Sócrates foi executado por ensinar 'ideias alienígenas'. Platão foi vendido como escravo. Aristóteles também foi exilado. É surpreendente que esses antigos gregos tenham sido perseguidos em uma sociedade que era suficientemente avançada em filosofia.
Em que base estudiosos ocidentais afirmam que a filosofia nasceu na Grécia? Porque toda a literatura foi escrita na Grécia. Como ainda hoje, a maioria das ordens secretas proíbe os seus membros de escrever o que eles aprendem. Os Babilônios e os Caldeus, que também estudaram com os mestres egípcios, também se recusavam a publicar esses ensinamentos. São usurpadores, como Platão e Aristóteles, que fizeram a transcrição e reivindicaram a autoria de todos os ensinamentos secretos dos egípcios. Isso explica por que Sócrates, como até mesmo a Enciclopédia Britânica admitiu, não investiu intelectualmente para os seus escritos. 
George James apontou o absurdo dessa situação. As escrituras hebraicas, chamadas de Septuaginta, os Evangelhos e as Epístolas também foram escritas em grego. Por que os gregos não reivindicam a autoria delas? "É só a filosofia não escrita dos egípcios que foi traduzida para o grego que conheceu um destino tão infeliz: um legado roubado pelos gregos.”
Este não é o único dos absurdos apontados por James no seu livro. Outro exemplo: o número de livros cuja autoria é creditada a Aristóteles é simplesmente impossível de ser o trabalho de um único homem, mesmo em nossa época, quando o software de processamento de texto torna a escrita muito mais fácil. Temos também que ter em mente que Aristóteles teria recebido ensinamentos de Platão. Platão, segundos os livros, foi um filósofo performático. Aristóteles é, ainda, considerado como o maior cientista da antiguidade. A questão, portanto, esgota os recursos para sustentar a tese de que Platão ter ensinado a Aristóteles o que ele próprio não sabia.
A verdade da questão é que Aristóteles, auxiliado por Alexandre, o Destruidor, garantiu a posse dos livros das bibliotecas reais e templos egípcios. "Sintomaticamente, apesar de tão grande tesouro intelectual, a morte de Aristóteles também marcou a morte da filosofia entre os gregos, que, definitivamente, não parecem possuir as habilidades naturais para o avanço dessas ciências." p. 3
"O objetivo deste livro é o de estabelecer melhores relações raciais no mundo, revelando uma verdade fundamental sobre a contribuição do Continente Africano para a civilização. Deve-se ter em mente que a primeira lição da Humanidade é fazer com que um povo seja consciente de sua contribuição para a civilização e a segunda lição é ensiná-lo sobre outras civilizações. Para disseminar a verdade sobre a civilização dos povos individuais, deve ser promovido um melhor entendimento sobre a contribuição de cada um isoladamente e fazer uma avaliação histórica correta”. Esta noção é baseada no ensinamento do Grande Mestre: "Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará". Consequentemente, o livro é uma tentativa de mostrar que os verdadeiros autores da filosofia grega não foram os gregos; mas as pessoas do Norte de África, comumente chamado de egípcios; e o louvor e honra falsamente atribuída aos gregos durante séculos pertencem ao povo da África do Norte, e, portanto, ao Continente Africano. Consequentemente, este roubo do legado Africano pelos gregos levou à opinião mundial errônea de que o Continente Africano não fez nenhuma contribuição para a civilização e que o seu povo é naturalmente atrasado. Esta é a deturpação que se tornou a base do preconceito racial, que afetou todas as pessoas de cor.
"Durante séculos o mundo foi enganado sobre a fonte original das artes e das ciências; durante séculos Sócrates, Platão e Aristóteles foram falsamente idolatrados como modelos de grandeza intelectual; e durante séculos o continente Africano tem sido chamado de o continente negro, porque a Europa cobiça a honra de transmitir para o mundo, as Artes e Ciências." p.7
Para não deixar ninguém na dúvida sobre o poder de persuasão dos impressionantes argumentos de George James, o Capítulo 1 (Filosofia grega é roubada da Filosofia egípcia) abre com uma análise das histórias dos chamados "filósofos gregos". Pitágoras, depois de receber a sua formação no Egito, voltou às suas Samos nativas e estabeleceu a ordem para o costume naqueles dias. Os gregos Anaximandro e Anaxímenes e os nativos da Iônia Parmênides, Zenão e Melisso não ensinaram nada além dos Mistérios egípcios, assim como, Ditto, Heráclito, Empédocles, Anaxágoras e Demócrito. O que deve ser lembrado aqui é que Iônia era uma colônia do Egito (os leitores podem pesquisar em Black Athena, de Martin Bernal, publicado pela Vintage, especialmente o vol. I, ISBN 0 09 988780 0). No ápice de sua glória, o Egito dominou grande parte do mundo conhecido. Os jônicos mais tarde se tornariam persas, após a queda do Egito, antes mesmo de se tornar cidadãos gregos.
Os jônicos não reivindicaram para si a glória da filosofia ou das ciências. Os persas e os caldeus também foram apresentados aos antigos Mistérios, mas eles não reivindicaram a sua autoria. Foram os atenienses - Sócrates, Platão e Aristóteles - que usurparam este legado Africano e, assim, distorceram a história da humanidade. O que está muito claro é que foi Atenas que quem ensinou os Mistérios foi perseguido por Alexandre. Sabemos com certeza que esses filósofos foram severamente perseguidos pelo Governo ateniense pelo ensino de doutrinas estrangeiras.
O que é incrível sobre esses 'grandes filósofos' é a total falta de qualquer conhecimento sobre a fase inicial das suas vidas. O mundo é convidado a acreditar que estes homens que possuíam todas as habilidades sobrenaturais que lhes são atribuídas não tinham educação e, sem formação, a filosofia, a matemática e as ciências veio a eles, como num passe de mágica! A única prova produzida por este tipo de fraude é que todos os livros foram escritos por Ordens fundadas pelos impostores atenienses. Mas, como George James lembrou repetidamente, os antigos egípcios proibiram os seus alunos de escrever e essa liminar foi obedecida por todos, menos os atenienses. Temos que desculpar Sócrates, a quem George James credita ser o único que foi devidamente treinado como Iniciado. Mas, em vez de divulgar os segredos que tinha aprendido, ele bebeu um veneno. Tanto Platão como Aristóteles fugiram. No entanto, eles voltaram e reivindicaram os créditos sobre as "suas criações".
A questão crucial de como Aristóteles apresentou todos os livros que traziam o seu crédito é facilmente respondida pelo simples fato histórico que ele acompanhou o seu amigo, Alexandre, na última campanha e conquista. Depois que o Egito foi conquistado e destruído, a Biblioteca Real e os templos foram saqueados por Aristóteles. Foi com esses livros que ele estabeleceu a sua própria escola e, auxiliado por seus alunos, Teofrasto, Andrônico de Rodes e Eudemo, começou a copiar os livros. Esses homens também receberam os créditos pela autoria de vários livros e foram eles que formaram a organização  "O Estudo e Aprendizagem dos Escritos de Aristóteles". "Parece que o objetivo da criação da associação de aprendizes foi bater o próprio tambor e dançar para Aristóteles. A ideia de Aristóteles, para compilar uma história da filosofia, foi realizada na própria escola de Aristóteles e foram seus ex-alunos que realizaram a ideia."(P.19)
"A suposta filosofia grega era estranha para os gregos e suas condições de vida." No capítulo II, do seu livro, George James desenhou as condições em que os gregos estavam vivendo naquele período da história. De acordo com os mitorianos ocidentais, o período da "filosofia grega" foi localizado entre 640-322 aC. "O período da filosofia grega (640-322 aC) foi um período de guerras internas e externas, e foi, portanto, inadequado para a produção de filósofos.  A história suporta o fato de que a partir da época de Thales até a época de Aristóteles, os gregos foram vítimas de desunião interna, por um lado, enquanto por outro lado,  viviam sob constante medo de invasão dos Persas que eram um inimigo comum para as cidades-estados."
". . . os obstáculos contra a origem e o desenvolvimento da filosofia grega, não eram apenas a frequência das guerras e a defesa constante contra a agressão persa; mas também a ameaça de extermínio do governo ateniense,o  seu pior inimigo". pp 21-26
O capítulo três mostra que a chamada "filosofia grega" era apenas descendente do egípcio Sistema Mistério.Todas as artes, a filosofia e a religião que são creditados aos gregos já existiam no Egito milhares de anos antes que os gregos fossem autorizados a aprendê-las. "A mais antiga teoria de salvação é a teoria egípcia. O Sistema de Mistério Egípcio tem como objeto mais importante, a deificação do homem e ensina que a alma do homem libertado dos grilhões do corpo, poderia tornar-se divina e ver os Deuses nesta vida, alcançando a visão beatífica e mantendo comunhão com os imortais. " " (Mistérios Antigos, CH Vail. P.32)
O parágrafo anterior enfatiza, simplesmente, que o sistema de crenças que os evoluiu na África, há milhares de anos, tem sido distorcida e usada para abusar dos africanos atualmente.
Mistificadores ocidentais promovem Aristóteles, Platão e Sócrates, ao mesmo tempo em que não conseguem explicar porque esses caras eram perseguidos pelo seu próprio governo.  Estes "filósofos" foram perseguidos pela mesma razão que são cultuados hoje: "introduzir divindades estranhas. "Sócrates cometeu  um crime por não acreditar nos deuses da pólis e introduzir outras  divindades. Ele também cometeu crimes por corromper a juventude.
“Sócrates erra por investigar indevidamente o que se passa em baixo da terra e no céu, por tornar bons os argumentos ruins e também por induzir outros a fazerem a mesma coisa.”
Considerando que a Astronomia era parte do estudo exigido nas escolas egípcias, o governo ateniense perseguia os seus cidadãos por prosseguir os estudos. Quem, agora, é o pai de quê?
O capítulo 3 lidou com os sistemas dos Mistérios Egípcios e mostrou a sua estreita correlação com o que foi erroneamente atribuído aos gregos. Mesmo as estruturas dos aposentos eram construídas com padrões egípcios.
A conquista de Alexandre e a destruição dos alojamentos e as bibliotecas, incluindo os editais de Teodósio e Justiniano, suprimiu os sistemas de Mistérios Egípcios e as escolas da filosofia grega da mesma forma, abrindo o caminho para o Cristianismo, que nada mais é que uma religião egípcia muito mal entendida.
No capítulo 4, George James explora o fato dos gregos foram banidos do Egito por vários anos. "Devido à prática de pirataria, em que os jônicos e Garians eram mai ativos, os egípcios foram forçados a fazer as leis para restringir a imigração dos gregos e punir a sua violação por pena de morte, ou seja, o sacrifício da vítima." - P.41. Foi o rei egípcio Amasis que levantou a restrição e permitiu que os gregos entrassem no Egito como mercenários - eles não foram autorizados a estudar no Egito até a invasão persa. E até a conquista de Alexandria eles não tinham acesso às bibliotecas, mais especialmente à Biblioteca Real de Alexandria, que foi convertida em uma cidade grega.
O próprio Platão atestou o fato (em seu Timeu) que, aspirando alcançar a sabedoria grega, visitou o Egito para a iniciação e que os sacerdotes egípcios se referiam a ele como uma criança nos Mistérios.
Foi Heródoto que nos informou que Pitágoras foi admitido no Egito apenas depois de Polícrates ter dado uma carta de apresentação. Mesmo depois disso, ele teve que passar por vários testes, incluindo a circuncisão, que era obrigatória - "Apud Aegyptios nullus aut geometrica studebat, aut astonomiae secreta remabatur, nisi circumcisione suscepta '(Ninguém entre os egípcios, estudou a geometria estudada, ou investigou os segredos da Astronomia, a menos que a circuncisão havia sido realizada)"-. p.44. Foi dado para Pitágoras o crédito que o mundo está dando para um teorema que os egípcios certamente usavam na construção de suas pirâmides!
Heródoto e Diogenes Laertuis informaram que Demócrito viajou ao Egito para receber instruções dos sacerdotes. Platão também mostrou ter realizado peregrinação semelhante.
No capítulo 5 até o capítulo 7, George James analisa as doutrinas dos chamados filósofos gregos que são convincentes para mostrar a sua origem egípcia. Desde a era pré-socrática, 'filósofos' como Tales, Anaximandro, Anaxímenes e Pitágoras aos 'filósofos eleatas', como Xenófanes, Parmênides, Zenão e Melisso, à escola jônica de Heráclito, Anaxágoras e Demócrito, James mostrou que o que a história tem atribuído a esses impostores não era nada mais do que eles copiaram dos egípcios.
Nos capítulos mais importantes, James concluiu que os gregos eram culpados de plágio da mais alta ordem.
O capítulo 8 James analisou a Teologia de Mênfis que "é uma inscrição em uma pedra, agora guardada no Museu Britânico, que contém as visões teológicas, filosóficas e cosmológicas dos egípcios. Já foi referida, no meu tratamento das doutrinas de Platão; mas deve ser repetida aqui para mostrar toda a sua importância como base de todo o campo da filosofia grega". ' p. 139. Aqui James mostra como partes da filosofia da Teologia Menfítica foram atribuídas aos gregos. Este é um capítulo muito importante, pois lança luz suficiente, não só em todo a argumentação sobre os gregos terem a eidos (ideias) creditadas a eles, mas também sobre a verdadeira fonte dos conhecimentos científicos modernos.
Se a moderna hipótese nebular, creditada a Laplace, que sustenta que o nosso presente sistema solar era uma nebulosa gasosa que se fundiu, é cada vez comprovada como correta, o crédito deve ir para os antigos egípcios. A sua cosmologia é muito semelhante. Eles sabiam que o universo foi criado a partir do fogo. O deus egípcio Atum (Atom), juntamente com seus oito deuses, criaram o que compunham a Ennead ou divindade de nove anos, que correspondem aos nossos nove planetas principais. Atom, o sol Deus, era o Motor Imóvel, uma doutrina que tem sido falsamente atribuída a Aristóteles. Da mesma forma, o preceito "Conhece a ti mesmo" foi erroneamente atribuído a Sócrates. Como James apontou, ela era uma inscrição encontrada em cada templo egípcio. O precípuo fundamental da virtude, a justiça, a sabedoria, a temperança e a coragem, foi falsamente creditada a Platão, mas sãos os Mestres egípcios os seus criadores.
Aprendemos também sobre os atributos do deus egípcio Atum que são compartilhados pela moderna ATOM: a semelhança de nomes; o deus egípcio significa autocriado, tudo e nada, uma combinação de princípios positivos e negativos: tudo incluído e vazio. Mesmo os iniciantes estudantes de ciência vão reconheceu estas referências como as propriedades dos átomos.
No capítulo 9, final, "Reforma Social Através da Nova Filosofia da Redenção Africana", James escreveu: "Agora, que foi demonstrado que a filosofia e as artes e as ciências foram legadas à civilização pelos povos do Norte da África e não pelo povo da Grécia, o pêndulo de louvor e honra dever pender e mudar do povo da Grécia para os povos do continente Africano, que são os herdeiros legítimos de tal consideração.
Isso vai significar uma tremenda mudança na opinião pública mundial e na atitude de todos os povos e raças que aceitarão a nova filosofia da redenção Africana, ou seja, a aceitação da verdade que os gregos não foram os criadores da filosofia, mas os povos do Norte de África, mudaria a opinião desrespeitosa para a de respeito com as pessoas negras em todo o mundo, que merecem ser tratadas corretamente.
A mudança mais significativa e importante na mentalidade dos negros, será perder o complexo de inferioridade para tomar consciência da igualdade com todos os outros grandes povos do mundo, que construíram grandes civilizações. Com esta mudança na mentalidade do negro e do branco, grandes mudanças também são esperadas nas atitudes em relação ao indivíduo e na sociedade como um todo." p. 153.
James esboçou uma simplificada Nova Filosofia da Redenção, que consiste na seguinte proposição: "Foram os egípcios, os negros da África do Norte, os autores da filosofia cuja criação é atribuída aos gregos."
Ele exortou-nos a viver de acordo com essa filosofia. "Libertados do complexo de inferioridade pela sua Nova Filosofia de Redenção, que destrói a cadeia da falsa tradição encarceradora, os negros têm de enfrentar e interpretar o mundo de acordo com sua nova visão e filosofia. "
"Ao longo dos séculos, até nossos tempos modernos, as condições do mundo foram influenciadas por dois fenômenos que tem afetado as relações humanas:
- A atribuição de falsos créditos aos gregos: uma conduta que parece ser um projeto de política educacional conduzida pelas instituições de ensino. 
- O segundo fenômeno é o empreendimento missionário para caricaturar a cultura do povo negro na literatura e outras formas de exposição pejorativa, para provocar desrespeito e a chacota. Não nos esqueçamos de que os imperadores romanos Teodósio e Justiniano foram responsáveis ​​pela abolição dos Mistérios Egípcios, que é o sistema básico da cultura do povo negro e também do estabelecimento do cristianismo com a sua configuração perpétua. " pp 159-160.
O apêndice apresenta uma breve análise e a síntese dos principais argumentos de George James.
O Africano é ignorante e admira ou é inspirado pela cultura europeia e a sua história tem sido amplamente reconstruída. George James está entre aqueles que resgatou os crimes perpetrados pelos intelectuais europeus e ideólogos disfarçados de estudiosos contra os negros. A única justiça que pode ser feita para George G. M. James e outros valentes guerreiros da raça negra não é apenas  ler e estudar as suas obras, mas também para divulgá-las. A sagacidade ensina: "Ninguém pode humilhá-lo sem o seu consentimento."
Isto é muito verdadeiro para os povos mais injustamente ridicularizados na terra. Em toda a face da terra, os negros continuam a ser satirizados por civilizações que estavam iniciando quando eles estavam construindo impérios e inventando coisas e continuam a ser ridicularizados por aqueles que emprestaram, roubaram e plagiaram as suas ideias. Todos aqueles que foram convidados, de boa fé, nas suas casas estão zombando deles.
Os africanos, são humilhados e ridicularizados, porque a sua história foi roubado e sua herança cultural foi erroneamente atribuída a outros povos. Por que eles continuam a participar da própria humilhação? Será que é porque estão impressionados com títulos e outros acessórios com os quais os  opressores continuam a deslumbrá-los? Se Ph.D significa doutor de filosofia, não é hora de os africanos começarem a perguntar: 'De qual filosofia?" Por que estão enchendo as suas cabeças e mentes com doutrinas plagiadas de países desenvolvidos há milhares de anos apenas para ser recompensados apenas com diplomas? Por que estão vendendo, a descoberto, a rica herança em troca de certificados? Quantos dos seus doutores sabem sobre a origem egípcia da maior parte do que é creditado para a Grécia? Quantos deles estudaram sobre o legado roubado? Quantos desses, que pretendem ensinar a "História Africana", lera o revelador e importante livro de George James?
Se eles continuam a ser ridicularizados, é só porque permitem ser ridicularizados. Qualquer Africano que estudou a sua história vai encontrar uma satisfação interior indescritível. 
Se ele anda de com o espírito elevado e com a confiança de que ele pode se fortalecer contra qualquer pessoa no mundo. Nenhum estudioso, negro ou branco ou marrom ou amarelo discute com os fatos básicos da história.Apenas os intelectuais psicodélicos, aqueles que não são nada mais sérios do que os seus gurus da televisão.
O Legado Roubado não é um livro contra qualquer um poderia argumentar. Cada frase, cada parágrafo apresentou devidamente as fontes de pesquisas verificáveis. George James foi plenamente consciente do fardo que carregava quando escreveu a sua obra monumental. O seu livro que pode ser facilmente lido e entendido por leigos, ao contrário das besteiras mistificadoras ocidentais que são servidas, repletas de pirotecnias gramaticais para dificultar e esconder o exercício da incoerência.
Eu sei que alguns vão encontrar qualquer desculpa para não ler livros e que não vai pensar duas vezes antes de descartar um Shakespeare, por achar que vai consumir muito do seu tempo. Isso, no entanto não deve parar aqueles que querem ir em frente e buscar mais conhecimento sobre o seu passado. Não há nenhuma razão para qualquer um acreditar em George  James, mas todos devem encontrar o seu próprio caminho para a sua própria salvação.  Um povo sem passado, diz o ditado, é como uma árvore sem raízes.
Ninguém, que não tenha lido o Legado Roubado, deve ser autorizado a ensinar a história Africana. Ninguém, que não tenha lido o Legado Roubado, deve considerar-se educado. A próxima vez que alguém brandir um Ph.D na sua cara, a sua pergunta a ser feita deveria ser: "Você já leu o Legado Roubado?"
"Não acredite, estude! " - Femi Akomolafe.
Título: Stolen Legado | Autor: George GM James | Editor: Africa World Press