segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

O governo genocida de Rui Costa

 O ó fèsì tàbí o ó ni òkú! 
Reaja ou Será Morto (a)! 


Àkójọ́pọ̀ Itumọ̀ (Glossário).
Ìwé gbédègbéyọ̀  (Vocabulário).

Ìpakúpa, s.  holocausto, genocídio.
Ti, prep. De (indicando posse). Quando usado entre dois substantivos, usualmente é omitido. Ilé ti bàbá mi = ilé bàbá mi ( A casa do meu pai).
Àwọn, wọn, pron. Eles, elas. Indicador de plural.
Ọ̀dọ́mọdé, s. Juventude.
Dúdú, adj.  preto.
O, ìwọ, pron. Você.
Ó, óò, part. pré-v. Forma abreviada de yíò, que faz a marca do tempo futuro dos verbos.
Ó, òun, pron. Ele, ela.
Fèsì, v. Responder, replicar, reagir. 
Tàbí, conj. Ou.
Jẹ́, wà, ni, mbẹ, sí (depois do negativo kò), v. Ser.
Jẹ́, v. Ser. Concordar, permitir, admitir, arriscar-se a um empreendimento. Ser feito de, envolver. Responder, replicar. Chamar-se. ser chamado.  Jurar. 
, v. Estar, ser, existir, haver. Implica a existência ou a presença de algo.
Ni, v. Ser, é. Usado para ênfase, excluindo o efeito de possibilidade.
Mbẹ, v. Ser, existir.
, v. Forma negativa do verbo wà - estar, existir, haver. É precedido por kò (não). Bàbá kò sí nílé - Papai não está em casa.

Òkú, s. Morto, cadáver.


NOSSA MEMÓRIA NÃO MORRE! NOSSOS MORTOS TÊM VOZ!


                                                                                                              



Governo da Bahia autoriza ação genocida da polícia
23-02-2015 às 15h29


O depoimento do governador Rui Costa sobre o genocídio de homens negros realizado pela polícia baiana no bairro do Cabula, em Salvador, na madrugada do último dia 06 de fevereiro, revelou mais uma vez a face opressora e racista do governo. Ao comparar seus policiais, com suas armas engatilhadas e apontadas para 13 homens negros já rendidos, como revelaram as testemunhas, com jogadores de futebol frios na “cara” do gol, Rui Costa provou quenão dará qualquer prioridade a reversão dos altos índices de letalidade de jovens negros.

Segundo dados da Anistia Internacional, em números oficiais, dos 56 mil homicídios que ocorrem todos os anos no Brasil, 33 mil são jovens com idade entre 15 e 29 anos, desses 77% são negros. Por outro lado, a incidência de casos de morte entre os jovens brancos caiu em 32,3% nos últimos dez anos, enquanto entre os negros aumentou em 32,4%, o que motivou a criação da campanha “Jovem Negro Vivo no Brasil”, pela Anistia. O objetivo do manifesto é romper a indiferença da sociedade e autoridades em relação aos números alarmantes de homicídios.

Dados recentes do Fórum Anuário Brasileiro, publicados por Atila Roque, diretor executivo da Anistia Internacional, apontaram ainda a relação dos índices de violência com ações policiais. Nos últimos cinco anos, a polícia brasileira matou mais pessoas do que a polícia dos Estados Unidos, em 30 anos. As ações policiais são constantemente justificadas pela ficha criminal das vítimas, local onde as mortes acontecerame autos de resistência ou resistência à prisão. É o que o pesquisador Zaccone D’Elia Filho, chama de construção do inimigo, a desqualificação da vítima através da soma de elementos considerados punitivos para justificar a letalidade.

No Cabula, esses fatores foram utilizados como justificativa para ação genocida da Rondesp – Rondas Especiais da Polícia Militar, isso porque, segundo os policiais, as vítimas estavam em um ponto de tráfico, planejavam um assalto a banco, tinham ficha criminal e ainda trocaram tiros com a polícia. Informações estas desmentidas por moradores, testemunhas e pelas próprias fotos divulgadas pela Rondesp que mostram corpos brutalmente assassinados com marcas de torturas e tiros pelas costas e cabeça. Apenas um policial foi baleado de raspão.

A fala do Governador Rui Costa, que sustenta a ação autorizada pela Secretaria de Segurança, é a absurda legalização do Estado para que a polícia baiana continue somando mortes deliberadamente. O Brasil vive em guerra e para o Estado já sabemos que o inimigo tem cor, idade e moradia definida. A favor do genocídio do povo negro e do racismo institucional, Rui Costa marcou um golaço.

Fonte: http://www.adufsba.org.br/noticias.php?id=1113

sábado, 27 de fevereiro de 2016

Sexo

Ìbálòpọ̀, ẹ̀yà abo àti akọ, ẹ̀ya obìnrin àti ọkùnrin, ìbádàpọ̀, takọtabo, ìbálòpọ̀ takọtabo ( sexo) 





Como a Igreja arruinou a vida sexual das Américas com pecado, culpa e preconceito

bugres
(Índios vestidos de Jean-Baptiste Debret em Santa Catarina, 1834)
“Não existe pecado do lado de baixo do Equador”, escreveu o holandês Gaspar Barleu ao se deparar com a libidinagem no Recife do século 17.
Não EXISTIA. A liberdade sexual dos primeiros moradores do Brasil seria logo substituída pela noção de transgressão, pelo pudor excessivo, pelas proibições e pelo preconceito –a homofobia, por exemplo, nascia ali. Em que contribuíram os europeus para a sexualidade das Américas além de nos apresentar à culpa?
Tudo o que era possível trazer para cá, em termos sexuais, já era conhecido entre os nativos: homossexualidade, bissexualidade, transexualidade, bigamia, poligamia. As posições também iam muito além do “papai-e-mamãe” no escuro e sob lençóis dos colonizadores: masturbação mútua, sexo anal, oral, grupal. Sexualmente falando, eram os indígenas os avançados e os homens brancos, os primitivos. Mas foi só chegar a igreja e pronto: a pretexto de civilizar-nos, destruíram milênios de conhecimento autóctone sobre a sexualidade.
As próprias narrativas dos primeiros cronistas são contaminadas pelo puritanismo da época. No México, Hernán Cortés escreveu: “fomos informados de que são todos sodomitas e usam aquele abominável pecado”. O tema da sexualidade, é claro, sofreu censura por parte dos colonizadores, e só recentemente historiadores e arqueólogos têm apresentado descobertas neste campo. Cortés estava bem informado: entre os maias, a homossexualidade era frequente, e uma espécie de rito de passagem da infância para a adolescência (como ocorre, aliás, com tantos homens e mulheres, de forma velada, em todos os tempos).
“Viam no prazer sexual um dom divino, equiparável ao alimento, à alegria, ao vigor vital e ao repouso cotidiano. Era questão de moderar o desfrute daquele presente, como se fazia com qualquer outro bem concedido pelos deuses”, escreveu o antropólogo Alfredo López Austin em um dos artigos da edição especial da revistaArqueologia Mexicana sobre sexualidade entre os maias, em 2010.
A masturbação ritual era praticada por muitos indígenas da América Central como uma maneira de fecundar a terra, considerada “feminina”. As carícias mútuas faziam parte do coito: o homem tocava as partes íntimas da mulher e a mulher tocava o homem. Moderno, não? Tem gente que não faz isso até hoje…
Tudo isso foi documentado em esculturas em pedra e cerâmica que ficaram escondidas, trancafiadas em salas de museu até a metade do século 20. Uma mostra de arte erótica pré-colombiana organizada no México em 1926 foi relegada a um salão secreto durante décadas. Em Uxmal e Chichen Itzá há esculturas dedicadas ao órgão sexual masculino, cujo significado ainda permanece um mistério. Supõe-se que os falos gigantescos simbolizavam a fertilidade e eram objeto de culto.
falos
No Peru, só em 1957 foi aberta a sala onde ficavam escondidas as cerâmicas eróticas pré-colombianas do Museu Nacional de Antropologia. Veio a público então uma impressionante série de cerâmicas da cultura mochica, anterior aos incas, representando atos sexuais de forma explícita, em posições que fariam corar ainda hoje em dia algumas senhoras de Santana da renascida direita tupiniquim. Algumas delas podem ser apreciadas no Museu Larco, em Lima.
mochica
(Cerâmicas do museu Larco, em Lima: sexo oral…)
mochica69
(…69…)
mochicamasturbacao
(…masturbação mútua – reparem na carinha deles -…)
mochicaanal
(…e sexo anal)
Na América protestante a repressão não foi diferente. Muito igualitária, a sociedade Cherokee dava às mulheres postos semelhantes aos dos homens; elas podiam integrar o conselho da tribo e ser guerreiras. O adultério era permitido a ambos os sexos, sem punição, assim como o divórcio: bastava a mulher colocar os pertences do homem para fora da casa.
Havia ainda os transgêneros, encontrados em mais de 150 tribos norte-americanas. Chamados de Two-Spirit (“dois espíritos”) ou “berdaches”, eram homens que gostavam de estar entre as mulheres, fazer as coisas que elas faziam e vestir-se como elas. Ou o contrário: mulheres que gostavam de se vestir como homens. Os primeiros relatos de colonizadores sobre os Two-Spirit aparecem já no século 16. O preconceito contra eles só vai surgir mais tarde, por influência do homem branco. A partir daí, eles passam a ser rejeitados por suas tribos e são marginalizados.
berdache
(We-Wa, uma “dois espíritos” do povo Zuni, do Novo México, EUA, em 1907. Foto: John K. Hillers)
Na América católica, a “Santa” Inquisição foi convocada para reprimir sexualmente os nativos, coibindo “delitos” como a bigamia ou a sodomia, embora fossem práticas permitidas em algumas culturas indígenas. No México, conta-se do índio Ángel Porecu, de Michoacán, punido por bigamia com cem chibatadas. No Brasil, um projeto da Universidade Federal do Pará rastreou os casos de naturais da Amazônia, entre eles indígenas, enviados aos tribunais do “Santo” Ofício em Lisboa por “crimes” similares.
Foi o caso da índia Florência Perpétua, de 28 anos, acusada de bigamia em 1766, levada a Portugal e condenada à prisão, após a qual foi solta e admoestada a viver com o primeiro marido. A sodomia (prática de sexo anal) também era razão para julgamento e punição pela Inquisição, mas apenas a masculina. “A sodomia feminina não era alvo da Inquisição porque não havia o derramamento de sêmen, considerado pecado. A masculina era considerada bestialismo”, explica o historiador Antonio Otaviano Vieira Jr., coordenador do trabalho.
automexico
(Tribunal da Inquisição no México)
A ordem era vestir as índias, cobrir o que foi olhado com tanto espanto e deleite pelos primeiros exploradores. “Desde o início da colonização lutou-se contra a nudez e aquilo que ela simbolizava. Os padres jesuítas, por exemplo, mandavam buscar tecidos de algodão, em Portugal, para vestir as crianças indígenas que frequentavam suas escolas. ‘Mandem pano para que se vistam’, pedia padre Manuel da Nóbrega em carta a seus superiores”, escreve Mary del Priore no livroHistórias Íntimas. “Aos olhos dos colonizadores, a nudez do índio era semelhante à dos animais; afinal, como as bestas, ele não tinha vergonha ou pudor natural. Vesti-lo era afastá-lo do mal e do pecado. O corpo nu era concebido como foco de problemas duramente combatidos pela Igreja nesses tempos: a luxúria, a lascívia, os pecados da carne. Afinal, como se queixava padre Anchieta, as indígenas não se negavam a ninguém.”
Enquanto fora de casa o homem se divertia, dentro do casamento era um pudor só. “Até para ter relações sexuais as pessoas não se despiam. As mulheres levantavam as saias ou as camisas e os homens abaixavam as calças e ceroulas. Mesmo nos processos de sedução e defloramento que guardam nossos arquivos, vê-se que os amantes não tiravam a roupa durante o ato”, lembra Mary.
A sexualidade dos índios no Brasil é ainda hoje pouco estudada. Há alguns relatos de cronistas, como o de Gabriel Soares de Sousa entre os tupinambás, na calienteBahia do século 16. “São os tupinambás tão luxuriosos que não há pecado de luxúria que não cometam”, escreve Gabriel no Tratado Descritivo do Brasil em 1587. Segundo ele, os índios não só transavam muito como gostavam, homens e mulheres, de falar sobre sexo desavergonhadamente.
Havia homossexualidade e o adultério era permitido também às mulheres, que seduziam amigas para o leito conjugal. “As que querem bem aos maridos, pelos contentarem, buscam-lhes moças com que eles se desenfadem, as quais lhe levam à rede onde dormem, onde lhes pedem muito que se queira deitar com os maridos, e as peitam para isso; cousa que não faz nenhuma nação de gente, senão estes bárbaros”, constata, não sem uma pontinha de inveja, nosso cronista.
As mulheres mais velhas, por sua vez, “desestimadas dos homens”, tratavam de iniciar sexualmente os meninos: “ensinam-lhes a fazer o que eles não sabem”. E os insatisfeitos com o tamanho do membro nada de novo sob o sol“costumam pôr o pelo de um bicho tão peçonhento, que lho faz logo inchar, com o que têm grandes dores, mais de seis meses, que se lhe vão gastando por espaço de tempo; com o que se lhe faz o seu cano tão disforme de grosso que os não podem as mulheres esperar”.
“O esforço no sentido de fazer prosperar na colônia estrita monogamia teve que ser tremendo”, escreveu Gilberto Freyre em Casa Grande & Senzala. O pernambucano, que assumia com tranquilidade suas experiências homossexuais na juventude, prestou atenção nas práticas entre o mesmo sexo e na bissexualidade, que não eram incomuns entre os indígenas brasileiros e tampouco eram práticas condenadas. Pelo contrário, os homossexuais eram bem-vistos e tinham relevância na comunidade. Freyre supõe que a função de curandeiro das tribos, não só brasileiras como as demais do continente, fosse destinada aos gays. Também se afirma isso sobre os Two-Spirit, que seriam os xamãs da América do Norte.
(O Feiticeiro, gravura de John White em 1585 na cidade indígena de Pomeiooc, atual Carolina do Norte)
(O Feiticeiro, gravura de John White, em 1585, na cidade indígena de Pomeiooc, atual Carolina do Norte, EUA)
“Quanto aos pajés, é provável que fossem daquele tipo de homens efeminados ou invertidos que a maior parte dos indígenas da América antes respeitavam e temiam do que desprezavam ou abominavam”, defende Freyre. “Uns, efeminados pela idade avançada, que tende a masculinizar certas mulheres e a efeminar certos homens; outros, talvez, por perversão congênita ou adquirida. A verdade é que para as mãos de indivíduos bissexuais ou bissexualizados pela idade resvalavam em geral os poderes e funções de místicos, de curandeiros, pajés, conselheiros, entre várias tribos americanas.”
Entrevistei o antropólogo Estevão Fernandes, professor da Universidade de Rondônia, que estuda a homossexualidade indígena.
Socialista Morena – Era frequente a homossexualidade entre os índios brasileiros? Ou depende da etnia?
Estevão Fernandes – Não apenas “era”, como é, algo normal. Um grande desafio no tocante aos indígenas homossexuais em várias terras indígenas do País é o de romperem com uma imagem que se tem, no Brasil, de que os povos indígenas sejam coletividades paradas no tempo. Isso faz com que indígenas cujas sexualidades não se enquadram no modelo hegemônico sejam vistos como “perdendo sua cultura” ou “gays por causa do contato com os brancos”, gerando preconceito, inclusive, em suas próprias aldeias –muitas vezes devido ao contato com os não-índios, com igrejas diversas, por meio da mídia. A perspectiva de que estas sexualidades eram abjetas chegou com a colonização, com a imposição de padrões ocidentais de sexo, gênero, família, pela necessidade do colonizador de se organizar o trabalho, o espaço e o tempo nas aldeias. Assim, os homens deveriam se vestir como homens, trabalhar onde os homens trabalham, ter nome de homem, e se comportar como os homens se comportam; idem com relação às mulheres. Os indígenas que não se enquadravam nesta perspectiva (r)estrita de dimorfismo sexual e heteronormatividade eram castigados –há relatos, por exemplo, de execuções, cortes de cabelo forçados, castigos físicos, etc., levados a cabo pelos colonizadores, não pelos indígenas. Neste sentido, a heteronormatividade e o preconceito são parte integrante da colonização, mas não das formas pelas quais os indígenas lidavam com essas práticas. Temos fontes que situam práticas queer entre povos indígenas no Brasil desde, pelo menos, meados do século XVI e em diversas etnias e povos indígenas do país, sem que houvesse qualquer tipo de preconceito ou exclusão destes indivíduos em suas aldeias.
– Só há relatos de homossexualidade masculina ou feminina também?
– Tanto uma quanto outra (ainda que as fontes sejam mais frequentes no tocante ao sexo entre homens, reflexo da perspectiva viricentrada e patriarcal quase sempre assumida pelos observadores).
– Gilberto Freyre propõe que muitos dos pajés eram homossexuais. Será verdade?
– No Brasil há poucos dados sobre isso, ainda que existam. Isto talvez explique a perseguição que os homo e bissexuais sofreram ao longo da colonização. Há vários relatos na literatura que nos permitem afirmar que havia (e talvez ainda haja), entre povos ameríndios, o ponto de vista que relaciona homo/bi/transexualidade ao potencial sagrado, como mostram os Two-Spirit nos Estados Unidos e Canadá. Também há o caso dxs Muxes, no México, que apontam não apenas para esse importante papel religioso, mas também político e social desempenhado por esses indivíduos.
– A sexualidade indígena é um assunto muito pouco estudado no Brasil. Por quê? Qual a principal dificuldade em pesquisar este campo?
– Ainda é, embora venham surgindo boas pesquisas a este respeito. Uma das hipóteses é, talvez, a própria resistência que algumas lideranças indígenas têm em tocar no assunto, por temerem o preconceito em relação às suas comunidades… Outra é a relativamente pouca penetração de ideias como as teorias queer na academia brasileira. Neste sentido, um grande desafio é trazer o queer para uma discussão mais próxima da etnologia indígena e da crítica às práticas coloniais, administrativas e políticas empregadas junto aos povos indígenas. Por outro lado, fico feliz em ver que alguns e algumas indígenas já se mobilizam em suas comunidades para pensar estas questões, inclusive trazendo estas reflexões para a própria academia –um exemplo é o texto Sexual Modernity in Amazonia, escrito em coautoria com uma indígena Tikuna, aluna da UFAM (Universidade Federal do Amazonas).
– Os relatos dos primeiros cronistas sobre sexualidade eram sempre permeados de julgamentos e preconceitos. Há alguma exceção? Algum cronista foi mais, digamos, permissivo?
– Até onde pude observar, não há exceções… Quase sempre o enquadramento a partir do qual a sexualidade indígena é vista reflete as perspectivas e preconceitos do observador… No tocante aos missionários e cronistas é ainda mais evidente como a sexualidade era vista, junto com a poligamia e a antropofagia, como prova da necessidade de se converter –quase sempre pelo uso do medo– os indígenas.
***
Talvez a própria imagem do indígena como “inocente” ou “assexuado” tenha sido útil à Igreja para disseminar suas teorias sobre céu e inferno. A analogia com Adão e Eva era perfeita: nus, no “Paraíso”, os “inocentes” foram tentados pela serpente do “pecado”. Era preciso fazê-los sentir-se mal em relação a algo natural e convertê-los à “fé”. E assim morria, no “descobrimento”, a genuína sexualidade das Américas. Mas o pecado, Barleu tinha razão, não está mesmo em nosso DNA.
(A presença dos africanos, sobretudo das africanas, modifica a vida sexual dos colonizadores, mas apenas dos homens. Toda esta parte é razão, porém, para outro post.)

Fonte: http://www.socialistamorena.com.br/como-a-igreja-arruinou-a-vida-sexual/

Atentado terrorista nas Olimpíadas do Rio.

Àwọn ẹni tí ń jìyà ìpalára ti ìdíje Òlímpíkì.
As vítimas dos jogos olímpicos.

Àkójọ́pọ̀ Itumọ̀ (Glossário).
Ìwé gbédègbéyọ̀  (Vocabulário).

Àwọn, wọn, pron.  Eles, elas. Indicador de plural.
Ẹni tí ń jìyà ìpalára: vítima. 
Ti, prep. De ( indicando posse). Quando usado entre dois substantivos, usualmente é omitido. Ilé ti bàbá mi = ilé bàbá mi ( A casa do meu pai).
Àwọn Ìdíje Òlímpíkì, s. Jogos Olímpicos.
Eré-ìdárayá ìdíje Òlímpíkì, s. Desporto olímpico.
Ìkínní, èkínní, kíní, kínní, num. Primeiro.
Ìṣẹ̀lẹ̀ ìdánilóró, s. Atentado terrorista.
Ìdájọ́, s. Justiça.
Àti, conj. E. Usada entre dois nomes, mas não liga verbos.
Baálẹ̀, s. Prefeito.
Ṣe, v. Fazer.
, v. Ter. 
Ẹ̀jẹ̀, s. Sangue.  
Ọmọdé dúdú, s. Criança negra.

1. Baálẹ̀ àti ìdájọ́ ṣe àwọn ìṣẹ̀lẹ̀ ìdánilóró kíní ti ìdíje Òlímpíkì.
Prefeito e justiça fazem os primeiros atentados terroristas dos jogos olímpicos.


Os atentados terroristas têm quatro objetivos estratégicos:

1. Afastar pobres fedorentos e negros da presença de turistas estrangeiros (brancos e ricos).
2. Apropriar-se das terras de famílias negras e pobres.
3. Prosseguir com o genocídio de jovens negros e pobres.
4. Promover política de assentamento de empresários brancos no local.


                                                                   








2. Àwọn Ìdíje Òlímpíkì ní ẹ̀jẹ̀ àwọn ọmọdé dúdú.
Jogos olímpicos têm sangue de crianças negras.




A cidade do Rio de Janeiro foi denunciado pela ONU (Organização das Nações Unidas), por ter um dos maiores índices de mortes de jovens e adolescentes. As forças policiais Brasileiras foram denunciadas pela a Organização das Nações Unidas (ONU), “pelo alto índice de assassinatos extra-judiciais de crianças”, e alerta que é  “generalizada” a impunidade no Brasil.
O Comitê para o Direito das Crianças divulgou seu informe nesta quinta-feira (8), sobre a posição da juventude no país. De acordo com o parecer, essa tendência de execuções e prisões teve impulso diante dos megaeventos esportivos, é a tentativa de acabar com a violência para 2016.
A ONU informou que o Brasil tem uma das maiores taxa de assassinatos de jovens no mundo, e enfatiza que os menores no Brasil passaram a ser alvos da violência dos policiais, grupos de extermínios, e do crime organizado. O aviso é resultado de um debate de dois dias com o governo brasileiro que, após 10 anos, teve sua política para infância avaliada. O resultado disso é um relatório que relata uma violência aguda contra os jovens, declarou o presidente do Comitê, Benyam Mezmur.
O vice-presidente do Comitê, Renate Winter, denuncia a “limpeza” que tem sido promovida no Rio de Janeiro tendo em vista a preparação para os jogos olímpicos. “Para mostrar ao mundo uma cidade sem esses problemas uma limpeza está acontecendo visando os jogos olímpicos”, disse. Renate Winter, disse também que houve uma resistência do governo em responder algumas perguntas no decorrer do debate.

De acordo com Mezmur, algumas crianças foram presas sem passar por decisões legais. Gehadi Madi, perito da ONU, também delata a “limpeza”. “Na copa do Mundo de 2014 já vimos isso acontecer, e agora estamos pedindo que corrija o erro para que não volte a acontecer”, disse.
Na análise da perita Sara Oviedo, não é novidade as mortes de crianças no Brasil: "Recebemos informações objetiva de que se trata realmente de uma limpeza para receber os eventos internacionais."
A ONU informou estar muito preocupada devido o estado ter um dos maiores índices de homicídio de crianças no mundo, e também indica que a grande maioria das vítimas são afro-brasileiros.


Fonte: http://br.blastingnews.com/rio-de-janeiro/2015/10/rio-de-janeiro-e-denunciado-pela-onu-00598619.html

Capitalismo

Pírámídì ti sístẹ̀mù ìṣekápítálístì.
Pirâmide do sistema capitalista.




piramide_do_capitalismo

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Fashion


Kíni ẹ̀ṣọ́ aṣọ?
O que é  fashion?

Àkójọ́pọ̀ Itumọ̀ (Glossário).
Ìwé gbédègbéyọ̀  (Vocabulário).

Kíni, kín, pron. interrog. O quê. Somente usado em frases interrogativas.
Ni, v. Ser, é.
Ẹ̀ṣọ́ aṣọ, s. Fashion.
Àṣà ìgbàlódé, s. Moda, tendência e voga.
Ti ìgbàlódé, adj. Fashion.



       Fashion é alta moda, moda feminina mais sofisticada e modo de trajar-se no ambiente em que circulam pessoas de nível ou status social mais elevado.  A palavra é empregada, também, para designar:

1) O aspecto mercantil – o mercado da moda, a concorrência das griffes.

2) Os eventos em que se apresentam inovações e tendências na moda feminina.




















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