sábado, 26 de julho de 2014

Guarani Kaiowá

                                                                                         
Ilẹ̀ láì búburú láti wá  síṣẹ́ kò sí ibi.
Da terra sem mal à busca do trabalho sem mal.




Àkójọ́pọ̀ Itumọ̀ (Glossário).

Ìwé gbédègbéyọ̀  (Vocabulário).

Ilẹ̀, s. Terra, solo chão.

Láì, prep. Sem, não. Usado como prefexo negativo das palavras.

Búburú, adj. Mal.

Láti, prep. Para. Usada antes do verbo no infinitivo.

, v. Procurar por, buscar, vasculhar. Vir - É usado em todos os tempos dos verbos , com exceção do tempo presente. Tremer de nervoso. Preparar. Dividir, partir em pequenos pedaços.

, prep. Para, em direção a. Sempre usada co verbo que indica movimento direcional

Iṣẹ́, ìsìnrú, s. Trabalho.

kò sí, v. Forma negativa do verbo wà - estar, existir, haver.

Ibi, s. Mal, infortúnio. Lugar, local.








O povo Guarani Kaiowá
Da terra sem mal à busca
do trabalho sem mal

    
Acabaram com o seu hábitat que era uma extensão de seus corpos. Em todo o estado do Mato Grosso do Sul a mata foi devastada como se tratasse de um inimigo e milhares de índios perambulam, agora, com suas raízes no ar. Os que hoje mal vivem, encurralados pela pobreza e desesperança, engrossam as listas dos trabalhadores das fazendas de gado, das carvoarias vegetais ou do imenso canavial, onde as denúncias de trabalho escravo são notícia permanente. Outros vendem sua força de trabalho nos frigoríficos avícolas, lugares de extrema exploração onde a dignidade é cortada em pedacinhos como as asinhas dos frangos.
“São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, correspondendo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens”.
(Constituição da República Federativa do Brasil, Art. 231)

A mãe terra, a mãe Dilma…
E o capitalismo parido de um furúnculo

O povo Guarani Kaiowá soube transitar, durante séculos, por boa parte do atual estado do Mato Grosso do Sul, centro oeste do Brasil, fronteira com o Paraguai e a Bolívia. Uma terra sem limites, um presente do Grande Pai Ñande Ru.

Sua “Casa Grande”, sua “Tekoha”, era um mar de floresta. Ali confluíam muitas das bondades da terra ideal” que a cultura e a espiritualidade guarani denominam a Terra sem Mal.

Em janeiro do ano passado a presidenta Dilma Rousseff recebeu uma carta do povo Guarani Kaiowá a qual manifestava: “Que bom que a senhora assumiu a presidência do Brasil. É a primeira mãe que assume essa responsabilidade. Mas nós, Guarani Kaiowá, queremos lembrar que para nós a primeira mãe é a mãe terra, da qual fazemos parte e que nos sustenta há milhares de anos.

Presidenta Dilma, roubaram nossa mãe. A maltrataram, sangraram suas veias, rasgaram sua pele, quebraram seus ossos... rios, peixes, árvores, animais e aves... tudo foi sacrificado em nome do que chamam de progresso. Para nós, isso é destruição, é matança, é crueldade.

Sem nossa mãe terra sagrada, nós também estamos morrendo aos poucos. Por isso estamos fazendo esse apelo no começo de seu governo. Devolvam nossas condições de vida que são nossos tekohá, nossos terras tradicionais.

Não estamos pedindo nada demais, apenas os nossos direitos que estão nas leis do Brasil e internacionais.(...)”

O povo Guarani Kaiowá, órfão de mata, ainda aguarda a resposta da mãeDilma.

O primeiro desembarque
Da Casa Grande à Grande Coisa

No século XVI chegaram os portugueses marchando em franca contramão da cosmovisão desenvolvida pelas populações locais. A partir de sua visão eurocentrista e mercantilista, os conquistadores não viram o  Novo Mundo como uma “Casa Grande”,  mas sim, como uma Grande Coisacom preço, entretanto sem valor.

Mal pisaram na areia da praia e já se proclamaram donos dessas terras, um presente da Igreja e dos Reis de Portugal e Espanha. Assim definiam o Tratado de Tordesilhas e a Bula do Papa Alejandro VI: o mais poderoso tabelião da época.

Com tamanha autorização e bênção, a forma exterminadora de agir dos portugueses e de seus mercenários não conhecerá limites. A espada, a cruz e a cobiça -a Santa Trindade do saqueio- acometerão sem piedade contra os povos originários, violentando sua forma de vida, sua cultura e espiritualidade.

Para a igreja, os índios eram selvagens sem alma e, para o nascente capitalismo, escravos sem salvação. Coisas susceptíveis de apropriação, de ser exploradas sem misericórdia e sem ameaça de excomunhão para os exploradores.

Coisas que tinham uma história própria, mas pouco importa a história das coisas.

O último desembarque
As transnacionais: os novos amos  

Em português Mato Grosso significa “mato alto, espesso, quase impenetrável” e vem da palavra guarani kaaguazú (mato grande). Como afirma a carta para a Mãe Dilma, durante milhares de anos natureza e índios fizeram parte de um mesmo corpo. Agora não.

O desmatamento em Mato Grosso do Sul tem suas origens no final do século XIX, de mãos dadas com a exploração intensiva de erva mate. Entre 1920 e 1960 a depredação ambiental foi catapultada pela indústria madeireira, e de 1960 a 1970 pela pecuária.

Em inícios dos anos 80, a superfície destinada à cana de açúcar avançou freneticamente, e nos 90 irrompeu a soja: a idolatrada deusa do agronegócio e carranca de proa das transnacionais Monsanto, Bunge e Cargill, cobrindo, hoje, 2,1 milhões de hectares no Mato Grosso do Sul.

Na mais absoluta impunidade, as grandes fazendas e a monocultura foram invadindo e devastando as terras dos povos indígenas; enquanto isso, os governos, um após outro, exibiram idêntica capacidade de se fazer de distraídos diante desta gigantesca usurpação.

No Brasil vivem 190 milhões de pessoas, onde 1 por cento detém o poder sobre 46 por cento das terras cultiváveis, e daí para mais, invadindo terras, atropelando a selva, e até mesmo o Parlamento, através da bancada ruralista.

Sediciosa, abandonada em um canto, a Reforma Agrária sofre de paralisia crônica.

A selva mãe
E o big brother do etanol

Se hoje o cenário é dramático para os povos indígenas e para a agricultura camponesa – outra vítima atropelada pela agricultura industrial– as perspectivas futuras se mostram desoladoras.

O fascínio reinante pelos agrocombustíveis e sua entusiasta promoção realizada pelo ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, que converteu esse carburante na linha de frente de sua política exterior, agravarão a situação.

O etanol - o combustível do século XXI segundo Lula, o biocombustível como foi batizado pela grande indústria – precisa de escala, e no Mato Grosso do Sul o canavial já ocupa uns 700 mil hectares, ameaçando expandir-se ainda mais.

Avança como um tsunami verde que ninguém detém e, como bem disseIara Tatiana Bonin, nesse cenário os povos indígenas são um estorvo. São vistos como ervas daninhas” que devem ser erradicadas dos “jardins do latifúndio” para deixarem o caminho livre para os planos dos “jardineiros do progresso’.

O cacique Ládio Verón, filho de Marco Verón assassinado em 2003, denunciou: “Nossas terras em Mato Grosso do Sul estão passando por um processo de devastação total.

Lá, um pé de cana vale mais que um índio, mais que uma criança indígena, e uma vaca vale mais que toda uma comunidade”.

Um verdadeiro (Eco)Genocídio
As duas caras de uma mesma moeda

Em 2004, a soja no Brasil tinha provocado o desmatamento de 21 milhões de hectares. Em Mato Grosso do Sul a monocultura da soja ocupa 2,1 milhões de hectares.

O avanço desenfreado da superfície destinada ao agrobussines, as terras para pecuária das fazendas, bem como a desídia do governo federal, têm provocado a eliminação de 80 por cento da mata nativa neste estado.

Em Mato Grosso do Sul, a antiga Terra sem Mal, a Terra de todos, onde 1 por cento da população possui 35 por cento da terra (2004), enquanto que os povos indígenas, desnudados de terra, sobrevivem jogados em uma brecha esquecida, entre a monocultura e a pecuária.

De acordo com Egon Heck, coordenador do Conselho Indigenista Missionário (CIMI),   “A invasão incessante das terras indígenas por parte dos fazendeiros e agricultores está dizimando as tribos nativas, e isso equivale a um genocídio. Está em jogo a sobrevivência de muitos dos 60 mil índios das etnias Guarani Kaiowá e Terena.

Estão sendo levados a um beco sem saída, e ao menos que o governo demarque suas terras ancestrais e proíba a entrada nelas de todo aquele que não for indígena, não poderão sobreviver. Como resultado desta situação, os níveis de violência na região são extremadamente altos", enfatizou o missionário.

Dados do CIMI revelam que, desde 2003, foram assassinados 279 indígenas em Mato Grosso do Sul. Em 2011, a cifra chegou a 51 indígenas em todo o Brasil, 32 deles em Mato Grosso do Sul. “Na terra indígena de Dourados, em 2011, o índice de homicídios foi de 140 por 100 mil habitantes, ou seja, 14 vezes superior à mortalidade nos países em estado de guerra civil, como foi o caso do Iraque”.

Em Mato Grosso do Sul, a terra do agrobussines, as vítimas são sempre culpadas, e uma bala paga seu preço se termina com a vida de um indígena.

Da Terra sem Mal
À busca do Trabalho sem Mal

Despojados de suas terras ancestrais, encurralados pelos pecuaristas e pelo deserto verde do agrobussines, os Guaraní Kaiowá e os Terena entraram em um processo de proletarização e são explorados como mão-de-obra barata.

Milhares de indígenas trabalham agora nas carvoarias, nos canaviais ou em algum frigorífico onde frangos e trabalhadores são triturados ao mesmo tempo. Mato Grosso do Sul está em 4° lugar no ranking nacional elaborado pelo Ministério do Trabalho, que registra trabalhadores em situação análoga à escravidão.

No canavial, “como o pagamento é feito de acordo com a produção, trabalha-se para cumprir uma cota que cresce com a mecanização.Diversos cortadores informam que a meta atual em Mato Grosso do Sul é de 9 toneladas de cana cortada por dia. Aqueles que cortam menos não têm emprego”(1).

Marcos Antônio Pedro, um índio Terena, conseguiu trabalho no frigorífico avícola de Cargill em Sidrolândia. Morreu triturado por uma máquina em um lamentável acidente, no dia 28 de março de 2008.

A transnacional informou que Marcos tinha se suicidado. Naquele ano, a cada 66 segundos se desossavam seis peças de frango, entre coxas e sobrecoxas. Uns 100 trabalhadores por mês pediam demissão ou, quando já não serviam, eram demitidos.

Os Guaraní Kaiowa e Terena continuam sua busca pela Terra Sem Mal.

Porém agora, além de tudo, eles já são 20 por cento dos quadros das avícolas de Mato Grosso, e lutam por um Trabalho Sem Mal, onde as pessoas deixem de adoecer ou morrer.


   

Gerardo Iglesias
Rel-UITA
6 de dezembro de 2012

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Corpo humano

Àwọn ẹ̀yà ara ènìyàn. 
Partes do corpo humano.

Àkójọ́pọ̀ Itumọ̀ (Glossário).
Ìwé gbédègbéyọ̀  (Vocabulário).

Ẹ̀yà, s. cateoria, grupo, divisão, partes.
Àwọn, wọn, prep. Eles, elas. É também usado como partícula para formar o plural do substantivo; neste caso, é posicionado antes do substantivo.
Ara, s. Corpo, membro, substância, tronco.
Ènìà, ènìyàn, s. Pessoa. É também usado de forma impessoal para significar povo, seres humanos, alguém.










Ara ti ènìà 

Corpo humano

ORÍ = CABEÇA
ÀGBỌ̀N = QUEIXO
APÁ = BRAÇO
ORÚNKÚN, ÉKÚN = JOELHO
ÈTÈ = LÁBIOS
ẸNU = BOCA
ẸSẸ̀ = PÉS/PERNA
ÌDÍ = NÁDEGAS
ÌKA = DEDO
ETÍ = ORELHA
IMÚ = NARIZ
IRUN = CABELO
IWÁJÚ, OJÚ = ROSTO, FRENTE
ÒBÒ,  ABẸ́ = VAGINA
OJÚ = OLHO
OKÓ = PÊNIS
ỌKÀN = CORAÇÃO
ỌWỌ́ = MÃO
ỌYÀN, ỌMÚ = SEIO
ÈJÌKÁ = OMBRO
EHÍN, EYÍN = DENTE
EEGUN, EGUNGUN, EGIGUN = OSSO
ÀYÀ, ÀÌYÀ = PEITO
AWỌ ARA, AWỌ = PELE
Ẹ̀HÌN, Ẹ̀YÌN = COSTAS
ÌDODO = UMBIGO
ÌGUNPÁ = COTOVELO
ITAN = COXA
ỌRÙN = PESCOÇO
IKÙN, INÚ, APOLUKÙ = BARRIGA

Àwòrán (imagem)

Àwọn  Fọ́tọ̀ ní bulọọgi mi.
As fotos no meu blog.






























































































































































































Genocídio contra os povos indígenas no Brasil.

 Ìpakúpa mọ́ àwọn ènìyàn ti ìbílẹ̀ ní ilẹ̀ Bràsíl.
Genocídio contra os povos indígenas no Brasil.


Àkójọ́pọ̀ Itumọ̀ (Glossário).
Ìwé gbédègbéyọ̀  (Vocabulário).

Ìpakúpa, s. Ato de matar de forma indiscriminada, holocausto.
Àwọn, wọn, pron. Eles, elas. É também usado como partícula para formar o plural do substantivo; neste caso, é posicionado antes do substantivo.
Ènìà, ènìyàn, s. Pessoa. É também usado de forma impessoal para significar povo, seres humanos, alguém.
Onílẹ̀, s. Proprietário, dono da terra.
Ọmọ, s. Filho, criança, descendência.
Ti ìbílẹ̀, ti ilẹ̀, ti ìlú = indígena.
Ìbílẹ̀ = nascido na região, nativo, pessoa do lugar.
Onílẹ̀, ìbílẹ̀ = Índio, aborígene, nativo.
Mọ́, prep. Contra.
, prep. No, na, em.
Ilẹ̀, s. Terra, solo, chão.
Bràsíl, s. Brasil

Genocídio contra os Povos Indígenas no Brasil.

Relatório da Violência contra os Povos Indígenas no Brasil de 2013, do CIMI, aponta a paralisação dos processos de demarcação de terras como principal motivo para o aumento de conflitos e mortes de indígenas no ano passado. 


sexta-feira, 18 de julho de 2014

Rei Leopoldo II

Lẹ́tà ti Ọba Leopold 2k Ilẹ̀ọba Bẹ́ljíọ̀m fún àwọn òjíṣẹ́ Ìhìnrere kristiẹni nínúu Kóngò Bẹ́ljíọ̀m .
Carta Rei Leopoldo II  da Bélgica para  os missionários cristãos no Congo Belga.




Àkójọ́pọ̀ Itumọ̀ (Glossário).
Ìwé gbédègbéyọ̀  (Vocabulário).

Lẹ́tà = carta.

Ọba = rei

Leopold 2k = Leopoldo II.

Ti = de (indicando posse)

Ilẹ̀ Bẹ́ljíọ̀m = Bélgica.

Ilẹ̀ọba Bẹ́ljíọ̀m = Reino da Bélgica.

Ilẹ̀ = terra, solo, chão.

Fún = para, em nome de (indica uma intenção pretendida para alguém).

Àwọn = eles, elas. Indicador de plural.

Òjíṣẹ́ Ìhìnrere = missionário.

Òjíṣẹ́ = mensageiro, criado.

Ìhìnrere = boas notícias, evangelho.

Ọmọ-ẹ̀hìn Kristi, onígbàgbọ́, ọmọlẹ́hìn Kristi = cristão.

Ọmọ-ẹ̀hìn, ọmọlẹ́hìn = seguidor.

Onígbàgbọ́ = uma pessoa crente.

Kristi = Cristo.

Kristiẹni = cristão.

= no, na, em.

Nínú = dentro, no interior de. A vogal final é alongada se o nome que lhe segue começar com consoante.

Kóngò Bẹ́ljíọ̀m = Congo belga. O Congo Belga  foi o nome do território administrado pelo Reino da Bélgica na África a partir de 15 de Novembro de 1908, quando o Estado Livre do Congo deixa de ser uma possessão pessoal de Leopoldo II da Bélgica,  à qual o soberano renuncia formalmente, sob forte pressão internacional provocada pelo seu duro regime de governo. O Congo foi então anexado como colônia da Bélgica, passando a ser conhecido como Congo Belga. O Congo Belga existiu até a independência do Congo em 30 de Junho de 1960 sob o nome de República Democrática do Congo.

Orílẹ̀-èdè Olómìnira Tòṣèlúaráìlú ilẹ̀ Kóngò = República Democrática do Congo.

Orílẹ̀-èdè Olómìnira = República.

Orílẹ̀ = grupo de origem, clã.

Èdè = idioma, língua, dialeto.

Orílẹ̀-èdè = nação, país, Estado.

Olómìnira = independente.

Tòṣèlúaráìlú = democrática


Carta Rei Leopoldo II  da Bélgica para  os missionários cristãos.

Congo belga (Kóngò Bẹ́ljíọ̀m)










Abaixo está uma carta escrita em 1883 pelo rei Leopoldo II da Bélgica para os missionários cristãos belgas sendo enviados ao Congo. Esses missionários cristãos viria a ser a ponta de lança da colonização belga nações da Europa e outros da África. Os missionários vieram apenas para ser seguido por comerciantes europeus e por fim pelos exércitos europeus.

A carta escrita por 1883 o rei Leopoldo II da Bélgica:

Reverendos , Pais e Queridos compatriotas :

"A tarefa que é dado a cumprir é muito delicada e requer muita força. Você vai certamente para evangelizar, mas sua evangelização deve inspirar acima de todos os interesses da Bélgica. Seu objectivo principal em nossa missão no Congo é nunca para ensinar o nigger! Eles conhecer a Deus, isso eles já sabem. Eles falam em se submeter-se a um Mungu , Nzambi , ou Nzakomba , e o que mais eu não sei .

Eles sabem que matar, ou dormir com a mulher de alguém, e se deitar ao insulto é ruim. Tenha coragem de admiti-lo, você não está indo para ensinar -lhes o que eles já sabem. Seu papel fundamental é o de facilitar a tarefa dos administradores e industriais, o que significa que você vai interpretar o evangelho na forma como vai ser o melhor para proteger seus interesses na medida em que parte do mundo. Para essas coisas, você tem que manter a vigilância sobre os nossos interesses selvagens da riqueza que é muito [ em seu subsolo. Deve ser de forma a evitar isso, que eles se interessem por ele , e torná-lo assassino ] a competição e sonhar um dia em derrubar você .

O seu conhecimento do evangelho lhe permitirá encontrar textos de ordenação, e incentivando seus seguidores a Amar A Pobreza, como " MAIS FELIZES SÃO OS POBRES, PORQUE ELES HERDARÃO O REINO DO CÉU" E, "É MUITO DIFÍCIL PARA O RICO ENTRAR NO REINO DE DEUS. " Você tem que separar -los e torná-los e desrespeitar tudo o que lhes dá coragem para nos afrontar. Faça referência e continua insistir sobre ao seu sistema místico (vudu) e sua magia de guerra – protecção da guerra - que eles fingem não querer abandonar, e você deve fazer tudo em seu poder para fazê-lo desaparecer.

Sua acção será dirigida essencialmente para os mais jovens, para que eles não possam se revoltar quando a recomendação do padre for contraditória com os ensinamentos de seus pais. As crianças têm que aprender a obedecer o que missionário recomenda, que é o pai de sua alma. Você deve insistir singularmente na sua total submissão e obediência, evitar o desenvolvimento do espírito nas escolas, ensinar os alunos a ler e não à razão (racionalidade).

Não, queridos patriotas, são alguns dos princípios que vocês devem aplicar em sua missão. Você vai encontrar muitos outros livros, que serão dados a você no final desta conferência. Evangelizar para que eles fiquem para sempre na submissão aos colonizadores brancos, para que eles nunca se revoltam contra as restrições que estão sendo submetidos. Recite a cada dia - " FELIZES OS QUE CHORAM, PORQUE O REINO DE DEUS É PARA ELES. "

Obs:"Quando você estuda história você descobre que, para se conquistar um povo, qualquer povo, eles devem primeiro ser desumanizados. Os resultados obtidos devem ser minimizados, eles têm de tornar-se dependente do conquistador. Eles devem confiar em seus opressor para a interpretação da sua própria história, como se não tivessem as realizações permanente dos seus próprios. A "santa inquisição" já estava em pleno funcionamento. "- Immortal Technique

Canto dos índios KAIAPÓS

Orin ti awọn ìbílẹ̀ kayapọ́.

Cântico dos índios kaiapós.












Àkójọ́pọ̀ Itumọ̀ (Glossário).
Ìwé gbédègbéyọ̀  (Vocabulário).


Orin = cântico, uma cantiga.
Ti awọn = dos.
Àwọn = eles, elas. Indicador de plural.
Ènìà, ènìyàn, s. Pessoa. É também usado de forma impessoal para significar povo, seres humanos, alguém.
Onílẹ̀, s. Proprietário, dono da terra.
Ọmọ, s. Filho, criança, descendência.
Ti ìbílẹ̀, ti ilẹ̀, ti ìlú = indígena.
Ìbílẹ̀ = nascido na região, nativo, pessoa do lugar.
Onílẹ̀, ìbílẹ̀ = Índio, aborígene, nativo.
kayapọ́ = Os caiapós (também grafado kayapó ou kaiapó) é uma das denominações de um grupo indígena habitante da Amazônia brasileira.

KWORO KANGO (letra e vídeo) canto dos índios KAIAPÓS, vídeo MOACIR SILVEIRA


                                                                                 


A maioria dos Caiapós vive no Planalto Central, nos estados de Mato Grosso e do Pará, no entanto, também são encontrados no Tocantins e em Goiás




Ìrántí yíyè ti ènìyàn kan (memória viva de um povo)

Ìrántí yíyè guaraní.
Memória viva guarani.

Xamã guarani.jpg


Os Guarani em território brasileiro sofrem com a presença violenta de fazendeiros.

Para os índios Guarani, a terra é a origem da vida. No entanto, seu território tem sido devastado por violentas invasões lideradas por fazendeiros. Quase todas as terras dos índios já foram roubadas.

Crianças Guarani passam fome e muitos líderes já foram assassinados. Centenas de homens, mulheres e crianças Guarani cometeram suicídio.


Àkójọ́pọ̀ Itumọ̀ (Glossário).

Ìwé gbédègbéyọ̀  (Vocabulário).



Ìrántí, s. Lembrança, memória, recordação.

Yíyè, adj. Vivo, são, ter vida, corpo e mente são, imperturbado, moralmente forte, firme, leal.

Guaraní, s. Guarani.  Uma das etnias indígenas da América do Sul.

1 - Ñande Reko Arandu - (2000) Memória Viva Guarani [Full Album]

                                                                                     




2 - Povo guarani




O povo Guarani foi um dos primeiros a serem contatados após a chegada dos europeus na América do Sul, cerca de 500 anos atrás.
No Brasil, vivem atualmente cerca de 51.000 índios Guarani, em sete estados diferentes, tornando-os a etnia mais numerosa do país. Muitos outros índios Guarani vivem no Paraguai, Bolívia e Argentina.
O povo Guarani no Brasil está dividido em três grupos: Kaiowá, Ñandeva e M’byá, dos quais o maior é o Kaiowá, que significa ‘povo da floresta’.
Crianças Guarani trabalham nas plantações de cana-de-açúcar, que agora cobrem a maior parte das terras de seu povo no Mato Grosso do Sul.
Crianças Guarani trabalham nas plantações de cana-de-açúcar, que agora cobrem a maior parte das terras de seu povo no Mato Grosso do Sul.
O povo Guarani é profundamente espiritual. A maioria das comunidades possui um espaço para oração, e um líder religioso, cuja autoridade é baseada em prestígio, em vez de poder formal.

A ‘terra sem males’

O ideal da ‘terra sem males’ é presença constante na cultura dos índios Guarani, que buscam um lugar, anunciado por seus ancestrais, onde as pessoas vivam livres de dor e sofrimento.
Ao longo dos séculos, os Guarani percorreram vastas distâncias em busca da ‘terra sem males’.
Um cronista do século 16 registrou que os Guarani possuem o ‘constante desejo de buscar novas terras, nas quais eles imaginam que vão encontrar a imortalidade e a facilidade perpétua’.
Essa busca permanente é indicativa da característica única dos Guarani, ‘um traço distinto’ deles que tem sido frequentemente observado por aqueles que não fazem parte de sua cultura.
Atualmente, isso se manifesta de uma forma mais trágica: profundamente afetados pela perda de quase todas as suas terras no século passado, o povo Guarani sofre uma onda de suicídio inigualável na América do Sul.
Os problemas são especialmente graves no Mato Grosso do Sul, onde a etnia já chegou a ocupar uma área de florestas e planícies de cerca de 350.000 quilômetros quadrados.
Hoje em dia, os índios vivem espremidos em pequenos pedaços de terra cercados por fazendas de gado e vastos campos de soja e cana-de-açúcar. Alguns não têm terra alguma, e vivem acampados na beira de estradas.

A história de Marcos Veron

‘Isso aqui é minha vida, minha alma. Se você me levar para longe dessa terra, você leva a minha vida’. Marcos Veron

O assassinato do líder Guarani Marcos Veron, em 2003, foi um exemplo trágico, mas tipico da violência à qual seu povo está sujeito.

Sr. Veron, com idade em torno de 70 anos, foi o líder da comunidade Guarani Kaiowá de Takuara. Durante cinqüenta anos seu povo tinha tentando recuperar um pequeno pedaço de sua terra ancestral, depois que ela foi tomada por um rico brasileiro e se transformou em uma grande fazenda de gado. Desde então, a maior parte da floresta que cobria a área tinha sido desmatada.

Em abril de 1997, desesperado depois de anos pressionando o governo sem resultado, Marcos levou sua comunidade de volta para a fazenda. Eles começaram a reconstruir suas casas, e podiam cultivar seus alimentos novamente.

Mas o fazendeiro que ocupava a área foi ao tribunal e um juiz ordenou a saída dos índios.

Em outubro de 2001, mais de cem policiais fortemente armados e soldados obrigaram os índios a abandonar sua terra mais uma vez. Eles finalmente acabaram vivendo debaixo de lonas de plástico ao lado de uma rodovia.

Ainda na Takuara, Marcos disse: ‘Isso aqui é minha vida, minha alma. Se você me levar para longe desta terra, você leva minha vida.’

Suas palavras vieram com uma profecia trágica e real no início de 2003, quando, durante outra tentativa de retornar pacificamente à sua terra, ele foi violentamente espancado por funcionários do fazendeiro. Ele morreu poucas horas depois.

Os assassinos de Veron não foram acusados de assassinato, mas eles foram acusados de crimes menores relacionados ao ataque, após uma audiência judicial no início de 2011.

Desespero

Nos últimos 500 anos praticamente todas as terras dos Guarani no Mato Grosso do Sul foram tomadas deles.
Ondas de desmatamento converteram as terras férteis dos Guarani em uma vasta rede de fazendas de gado e plantações de cana-de-açúcar para o mercado de biocombustíveis do Brasil.
Muitos dos Guarani estão amontoados em pequenas reservas, que estão cronicamente superlotadas. Na reserva de Dourados, por exemplo, 12 mil índios vivem em pouco mais de 3.000 hectares.
A destruição da floresta fez com que as práticas da caça e a pesca sejam impossíveis, e não há mais terra suficiente até mesmo para plantar. A desnutrição é um problema sério e, desde 2005, pelo menos, 53 crianças Guarani morreram de fome.

Canaviais

O Brasil tem uma das indústrias mais desenvolvidas de biocombustíveis no mundo. Plantações de cana-de-açúcar foram estabelecidas na década de 1980, e dependem fortemente do trabalho indígena. Frequentemente, os trabalhadores trabalham por salários miseráveis em condições terríveis. Em 2007, a polícia invadiu uma destilaria de álcool de cana-de-açúcar e descobriu 800 índios trabalhando e vivendo em condições subumanas.
Como muitos homens indígenas são forçados a procurar trabalho nas plantações, eles estão ausentes de suas comunidades por longos períodos e isso tem um impacto importante na saúde e na sociedade Guarani. As doenças sexualmente transmissíveis e alcoolismo foram introduzidas pelos trabalhadores retornando e tensões internas e violência aumentaram.
Mais de 80 novas plantações de cana-de-açúcar e usinas de álcool estão previstas para o Mato Grosso do Sul, muitas das quais estão sendo construídas em terra ancestral dos Guarani.
A cana de açúcar está devastando terras dos Guarani
A cana de açúcar está devastando terras dos Guarani
© Survival

Prisão

Os Guarani no Mato Grosso do Sul sofrem com o racismo e a discriminação, e altos níveis de assédio da polícia. Estima-se que existem mais de 200 Guarani na cadeia com pouco ou nenhum acesso a aconselhamento jurídico e intérpretes, preso em um sistema legal que eles não entendem. Isso resultou em pessoas inocentes serem condenadas. Muitos estão servindo penas desproporcionalmente duras por delitos menores.
A resposta deste povo profundamente espiritual para a crônica falta de terra tem sido uma epidemia de suicídio única na América do Sul. Desde 1986 mais de 517 índios Guarani cometeram suicídio; o mais novo tinha apenas nove anos de idade.

Lutando para sobreviver

Lotados em reservas minúsculas, com terríveis consequências sociais, muitas comunidades Guarani têm tentado recuperar pequenas parcelas de suas terras ancestrais.
Estas ‘retomadas’ tem sido violentamente resistidas pelos agricultores poderosos que hoje ocupam a região.
Os fazendeiros frequentemente empregam pistoleiros para defender ‘suas’ propriedades, e inúmeros Guarani foram mortos durante ou logo após as retomadas.
A pequena comunidade de Ñanderu Marangatu é típica. Apesar do fato de que a comunidade tem direito por lei a viver dentro de uma reserva de 9.000 hectares, eles foram expulsos por pistoleiros contratados por fazendeiros em 2005. Com incrível coragem, a comunidade voltou.
Eles agora vivem em uma pequena fração do que é legalmente deles, e a área circundante a sua comunidade é patrulhada diariamente pelos pistoleiros do fazendeiro, que também estupraram duas mulheres Guarani e atiraram contra a casa de um dos líderes da comunidade.

 Fonte: O movimento dos povos indígenas. A Survival é a única organização que trabalha pelos direitos dos povos indígenas em todo o mundo.



3 - Há anos, o estado figura como o mais violento do país no relatório da organização indigenista, vinculada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).


Pelo menos 53 índios foram assassinados durante o ano de 2013 em consequência de conflitos, diretos ou indiretos, pela disputa por terras. O dado faz parte do relatório sobre a violência contra os povos indígenas brasileiros que o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) divulgou hoje (17), em Brasília. Dos casos registrados em todo o país, 33 ocorrências (66%) foram registradas em Mato Grosso do Sul. Há anos, o estado figura como o mais violento do país no relatório da organização indigenista, vinculada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
O total de índios assassinados em 2013 é menor que os 60 casos identificados pelo Cimi em 2012. No entanto, como em anos anteriores, a organização alerta que os números podem estar subestimados, porque são colhidos, a partir várias fontes, como relatos e denúncias dos próprios povos e organizações indígenas; missionários do conselho; reportagens de jornais, sites e agências de notícias; órgãos públicos que prestam assistência; Ministério Público, além de relatórios e boletins policiais.
No capítulo violência contra a pessoa, o Cimi identificou 13 homicídios culposos (não intencional) em 2013, contra 12 casos em 2012; 328 tentativas de assassinato, contra 1.024, além de 14 casos em que índios foram ameaçados de morte. O elevado número de tentativas de morte se deve ao fato de que, em algumas ocorrências, a ameaça foi dirigida a toda a comunidade. O relatório de 2013 também registra dez casos de violência sexual praticada contra indígenas.
O relatório também aponta que 8.014 dos 896.917 índios brasileiros (dado do Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística de 2010) sofreram algum tipo de violência decorrente da omissão do Poder Público. Os casos são de falta de assistência escolar, de saúde, de políticas públicas que impeçam a disseminação de bebidas alcoólicas e outras drogas dentro da comunidade e até tentativas de suicídio. O resultado nesse quesito é inferior aos 106.801 casos registrados em 2012.
Segundo o relatório, os índios continuam sendo alvo de racismo e preconceito. Além disso, crianças indígenas continuam morrendo por doenças como pneumonia, diarreia e gastroenterite, insuficiência respiratória, infecções provocadas por bactérias, entre outros males. O Cimi destaca as dificuldades para se chegar aos números reais de casos. Enquanto o relatório contabiliza apenas 26 casos de mortalidade infantil, o texto de apresentação do documento cita dados da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e do Ministério da Saúde, dando conta de que 693 crianças até 5 anos morreram entre janeiro e novembro de 2013.
O presidente do Cimi e bispo do Xingu, Erwin Kräutler, acusa o Poder Público de agir com descaso em relação à política indigenista e à vida dos povos indígenas. Na avaliação da organização, a demora nos procedimentos demarcatórios, pelo governo federal, acirram conflitos em diversas unidades da Federação, intensificando as violências e ameaças de morte contra índios de todo o país e suas lideranças.
Kräutler afirma que o governo federal deve ser responsabilizado pela trágica realidade vivida pelos povos indígenas, lembrando que, pela Constituição Federal, o Estado brasileiro deveria ter identificado, demarcado e retirado os não índios de todos os territórios tradicionais indígenas até 1993.
Segundo o Cimi, das 1.047 áreas reivindicadas por povos indígenas, apenas 38% estão regularizadas. Cerca de 30% delas estão em processo de regularização e em 32% dos casos, o procedimento de demarcação foi iniciado. Das terras já regularizadas, 98,75% são na Amazônia Legal. Enquanto isso, 554.081 dos 896.917 indígenas vivem em regiões do país, que têm apenas 1,25% da extensão das terras indígenas regularizadas.
O Cimi afirma que ao menos 30 processos demarcatórios relativos a áreas já identificadas pela Fundação Nacional do Índio (Funai) não têm pendência administrativa ou judicial que impeçam a homologação da reserva, mas não foram concluídos. Desses 30 processos, 12 dependem da publicação, pelo Ministério da Justiça, de Portaria Declaratória, conforme a entidade. Dezessete áreas aguardam a homologação presidencial e cinco processos dependem da aprovação da presidenta da Funai, Maria Augusta Assirati.
O governo de Mato Grosso do Sul informou à Agência Brasil que ainda não tem conhecimento dos dados citados no relatório. Disse ainda que “a segurança das aldeias e a proteção aos indígenas são responsabilidades federais” e que a questão fundiária é “competência exclusiva da União”.

Fonte: TopMídia News