Àwọn àmì ìwé (favoritos)
1. FILOSOFIA AFRICANA
Evocando uma célebre expressão de Paulo VI, “África, chegou a tua hora!”, qual será o contributo da filosofia para a reconstrução do continente africano? Esta é a grande questão à qual neste livro se procura responder. A confiança profunda do autor nas potencialidades ocultas das sociedades africanas marca o desafio que decidiu assumir: compreender o que falta fazer para que em África se vivam dias melhores de liberdade e de paz.
Com mestria, Muanamosi Matumona alia os dados da história e o rigor do conhecimento prático da realidade africana à coragem e ousadia das suas propostas.
SOBRE O AUTOR:
Muanamosi Matumona nasceu no Uíje (Angola) em 1965. Sacerdote católico, jornalista e professor de Sociologia e de Filosofia Africana na Universidade Agostinho Neto e no Seminário Maior do Uíje, estudou filosofia, teologia, comunicação social e sociologia em Lisboa, no Porto e em Roma. É autor de várias obras, entre as quais: Jornalismo Angolano: História, desafios e expectativas (2002); A Reconstrução de África na era da modernidade. Ensaio de uma Epistemologia e pedagogia da Filosofia Africana (2004); Cristianismo e mutações sociais em África. Elementos para uma teologia Africana da Reconstrução (2005); Teologia Africana da Reconstrução como novo paradigma epistemológico. Contributo lusófono num mundo em mutação (2008); Os Media na era da globalização. Para uma sociologia do Jornalismo Angolano (2009).
COLECÇÃO ESTUDOS AFRICANOS
Directores:
Muanamosi Matumona, José Eduardo Franco
Conselho Editorial:
Ana Paula Tavares, Annabela Rita, Fernando Cristóvão, Inocência Mata, José da Silva Horta, Maria José Craveiro, Miguel Real, Paulo de Carvalho, Vítor Kajibanga
Responsabilidade Científica:
CLEPUL – Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
2. UBUNTUÍSMO
non nobis solum, UBUNTU
" Non nobis solum, nati sumus ortusque nostre partem patria vindicat, parte amici."
Não nascemos e não vivemos apenas para nós mesmos, nossa pátria e nossos amigos possuem uma parte de nós.
O poeta e estadista romano Cícero definiu assim a vida do homem enquanto ser humano, parte do conjunto maior que é a humanidade.
Nas várias nações africanas existe um conceito bastante semelhante, chamado UBUNTU ( ou obuntu, umuntu, botho, unhu, conforme o idioma africano), varias vezes citado por Nelson Mandela e pelo Bispo Tutu.
Os Zulus acreditam que umuntu ngumuntu ngabantu, "uma pessoa só é uma pessoa através das outras pessoas".
Ubuntu significa que um ser humano precisa, depende e é parte da força que mantem a humanidade como um todo. Para se ter humanidade é preciso respeitar os outros seres humanos.
Segundo o Bispo Desmond Tutu, "uma pessoa com Ubuntu é aberta e disponivel para os outros, permite que se afirmem e não se sente ameaçada porque os outros são bons e capazes, porque tem sua propria auto confiança que vem do fato de que ela mesma pertence a um todo maior e será diminuida quando outros são humilhados, diminuídos, torturados ou oprimidos. A essencia de ubuntu é a essencia de ser humano. Ubuntu fala especificamente sobre o fato de que ninguem pode existir como ser humano estando isolado. É sobre interconectividade. Voce nãopode ser humano sozinho, e quando tem esta qualidade, Ubuntu, é reconhecido pela sua generosidade. Pensamos nos outros frequentemente como apenas individuos, separados uns dos outros, enquanto que voce está ligado a eles e o que voce faz afeta o mundo todo. Quando voce faz o bem, ele se espalha, e é para o bem de toda a humanidade."
J. W. T. Samkange (1980) destacou as 3 máximas do ubuntuísmo que moldam esta filosofia:
A primeira afirma que "Ser humano é afirmar a humanidade atraves do reconhecimento da humanidade dos outros, e assim estabelecer relaçoes humanas respeitosas com eles."
A segunda diz que " Se e quando alguem é colocado em posição de decidir entre a riqueza e a preservação da vida de outro ser humano, deverá escolher pela preservação da vida."
A terceira diz que " O rei deve seu status, e todos os poderes associados a ele, à vontade do povo que ele comanda.".
Depois que a gente já viveu algumas décadas, temos em nossas relações uma amostragem de todos os tipos de pessoas. O mundo moderno capitalista, hedonista e que põe a ciencia no altar pressiona as pessoas a crescerem para si mesmas, em busca de sucesso social e financeiro, e acaba levando estas mesmas pessoas a fugir dos pobres, dos feios e dos diferentes como se fossem o diabo moderno. É comum ver pessoas que têm excelentes condições de vida em termos de renda e tempo disponivel doarem minusculas quantias para entidades assistenciais e se considerarem o maximo em termos de generosidade.
Menos de 1% das pessoas doa o que realmente importa: atenção pessoal e consideração. Estes poucos não têm medo de ver gente feia, pobre, lugares sujos ou sofrimentos físicos, são as pessoas do trabalho voluntario. Surpreendentemente para os outros 99%, ao inves dos voluntarios ficarem contaminados com a pobreza são os necessitados que ficam contaminados com a generosidade e atenção deles, e este estimulo é capaz de gerar respostas a um nível de amplitude surpreendente.
A visão kabbalistica do Universo (que contem o mundo visível e outros) é de que ele é como um bordado, onde todas as linhas se cruzam, e qualquer uma delas que for puxada causará enrugamento em todas as outras.
O pano que sustenta o bordado é UBUNTU.
Meses atrás conclui uma postagem chamada Lei da Ação com a frase: Não podemos esquecer que neste bordado perfeito, quando se puxa um ponto se estica a linha de todos os outros... porque são todos feitos com um unico fio, pelo Grande Artesão.
A visão colonialista moldou os olhos das pessoas "civilizadas" de modo que sempre olham para a nação africana como um conjunto de grupos humanos primitivos, sem futuro, inferiores. No entanto, as nações mais "avançadas" em conquistas tecnologicas e sociais poderiam aprender muito com eles, porque Ubuntu é a unica receita que ainda pode curar o mundo.
.
3. MUNTUÍSMO
A Ideia de Pessoa na filosofia africana conteporânea.
Muntuísmo, neologismo tirado pelo autor deste livro, da palavra Muntu (pessoa na língua bantu), se propõe como denominação de um modelo teórico de "personalismo africano". A corrente do personalismo, notoriamente lançada na França na primeira metade do século passado por Emmanuel Mounier, encontra o seu habitat mais natural na cultura africana que é essencialmente personalista, enquanto se sustenta sobre os três pilares desta corrente: pessoa, comunidade, Deus. No ocidente, estes pilares desmoronaram: Deus já morreu (executado pelas instância niilistas e positivistas da contemporaneidade); a comunidade é concebida prevalentemente como espaço de reivindicação dos direitos individuais (no sentido da filosofia marxista ou filosofia da praxe) e a pessoa é reduzida ao indivíduo sem nenhuma dimensão transcendental, sufocado na sua finitude (do preconceituoso fechamento da cultura à ideia de Deus ficou consequentemente também fechado o acesso à verdade da pessoa). O Muntuísmo, a diferença do ubuntuísmo e do bantuísmo que acentuam mais a dimensão comunitária, coloca no centro o Muntu o qual não desaparece diante da comunidade (o comunitarismo africano é muitas vezes um lugar comum contradito pela realidade) e nem diante de Deus (lembrar que os africanos chegaram ao monoteísmo antes dos gregos e romanos!), mas encontra propriamente a sua verdade plurimilenaria na dimensão horizontal e vertical da sua existência. Uma maior énfase da centralidade da pessoa em relação à comunidade, poderá marcar uma nova dinámica no desenvolvimento da humanitas africana. “I am (Muntu) because I believe (Deus) and I love (Comunidade)”: é o aforismo que melhor sintetiza os três pilares do muntuísmo, ou seja, do personalismo africano.
Èrò ẹ̀kọ́ ti ọdún kẹ́ta - 2016
Èrò ẹ̀kọ́ ti ọdún kéjì - 2016
Èrò ẹ̀kọ́ ti ọdún kíní - 2016
Èrò ẹ̀kọ́ ti ọdún kẹ́ta - 2015
Èrò ẹ̀kọ́ ti ọdún kéjì - 2015
Èrò ẹ̀kọ́ ti ọdún kíní - 2015
Ìdánwò kan
Àwọn ìdánwò ( 1, 2, 3)
1. FILOSOFIA AFRICANA
Evocando uma célebre expressão de Paulo VI, “África, chegou a tua hora!”, qual será o contributo da filosofia para a reconstrução do continente africano? Esta é a grande questão à qual neste livro se procura responder. A confiança profunda do autor nas potencialidades ocultas das sociedades africanas marca o desafio que decidiu assumir: compreender o que falta fazer para que em África se vivam dias melhores de liberdade e de paz.
Com mestria, Muanamosi Matumona alia os dados da história e o rigor do conhecimento prático da realidade africana à coragem e ousadia das suas propostas.
SOBRE O AUTOR:
Muanamosi Matumona nasceu no Uíje (Angola) em 1965. Sacerdote católico, jornalista e professor de Sociologia e de Filosofia Africana na Universidade Agostinho Neto e no Seminário Maior do Uíje, estudou filosofia, teologia, comunicação social e sociologia em Lisboa, no Porto e em Roma. É autor de várias obras, entre as quais: Jornalismo Angolano: História, desafios e expectativas (2002); A Reconstrução de África na era da modernidade. Ensaio de uma Epistemologia e pedagogia da Filosofia Africana (2004); Cristianismo e mutações sociais em África. Elementos para uma teologia Africana da Reconstrução (2005); Teologia Africana da Reconstrução como novo paradigma epistemológico. Contributo lusófono num mundo em mutação (2008); Os Media na era da globalização. Para uma sociologia do Jornalismo Angolano (2009).
COLECÇÃO ESTUDOS AFRICANOS
Directores:
Muanamosi Matumona, José Eduardo Franco
Conselho Editorial:
Ana Paula Tavares, Annabela Rita, Fernando Cristóvão, Inocência Mata, José da Silva Horta, Maria José Craveiro, Miguel Real, Paulo de Carvalho, Vítor Kajibanga
Responsabilidade Científica:
CLEPUL – Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
2. UBUNTUÍSMO
non nobis solum, UBUNTU
" Non nobis solum, nati sumus ortusque nostre partem patria vindicat, parte amici."
Não nascemos e não vivemos apenas para nós mesmos, nossa pátria e nossos amigos possuem uma parte de nós.
O poeta e estadista romano Cícero definiu assim a vida do homem enquanto ser humano, parte do conjunto maior que é a humanidade.
Nas várias nações africanas existe um conceito bastante semelhante, chamado UBUNTU ( ou obuntu, umuntu, botho, unhu, conforme o idioma africano), varias vezes citado por Nelson Mandela e pelo Bispo Tutu.
Os Zulus acreditam que umuntu ngumuntu ngabantu, "uma pessoa só é uma pessoa através das outras pessoas".
Ubuntu significa que um ser humano precisa, depende e é parte da força que mantem a humanidade como um todo. Para se ter humanidade é preciso respeitar os outros seres humanos.
Segundo o Bispo Desmond Tutu, "uma pessoa com Ubuntu é aberta e disponivel para os outros, permite que se afirmem e não se sente ameaçada porque os outros são bons e capazes, porque tem sua propria auto confiança que vem do fato de que ela mesma pertence a um todo maior e será diminuida quando outros são humilhados, diminuídos, torturados ou oprimidos. A essencia de ubuntu é a essencia de ser humano. Ubuntu fala especificamente sobre o fato de que ninguem pode existir como ser humano estando isolado. É sobre interconectividade. Voce nãopode ser humano sozinho, e quando tem esta qualidade, Ubuntu, é reconhecido pela sua generosidade. Pensamos nos outros frequentemente como apenas individuos, separados uns dos outros, enquanto que voce está ligado a eles e o que voce faz afeta o mundo todo. Quando voce faz o bem, ele se espalha, e é para o bem de toda a humanidade."
J. W. T. Samkange (1980) destacou as 3 máximas do ubuntuísmo que moldam esta filosofia:
A primeira afirma que "Ser humano é afirmar a humanidade atraves do reconhecimento da humanidade dos outros, e assim estabelecer relaçoes humanas respeitosas com eles."
A segunda diz que " Se e quando alguem é colocado em posição de decidir entre a riqueza e a preservação da vida de outro ser humano, deverá escolher pela preservação da vida."
A terceira diz que " O rei deve seu status, e todos os poderes associados a ele, à vontade do povo que ele comanda.".
Depois que a gente já viveu algumas décadas, temos em nossas relações uma amostragem de todos os tipos de pessoas. O mundo moderno capitalista, hedonista e que põe a ciencia no altar pressiona as pessoas a crescerem para si mesmas, em busca de sucesso social e financeiro, e acaba levando estas mesmas pessoas a fugir dos pobres, dos feios e dos diferentes como se fossem o diabo moderno. É comum ver pessoas que têm excelentes condições de vida em termos de renda e tempo disponivel doarem minusculas quantias para entidades assistenciais e se considerarem o maximo em termos de generosidade.
Menos de 1% das pessoas doa o que realmente importa: atenção pessoal e consideração. Estes poucos não têm medo de ver gente feia, pobre, lugares sujos ou sofrimentos físicos, são as pessoas do trabalho voluntario. Surpreendentemente para os outros 99%, ao inves dos voluntarios ficarem contaminados com a pobreza são os necessitados que ficam contaminados com a generosidade e atenção deles, e este estimulo é capaz de gerar respostas a um nível de amplitude surpreendente.
A visão kabbalistica do Universo (que contem o mundo visível e outros) é de que ele é como um bordado, onde todas as linhas se cruzam, e qualquer uma delas que for puxada causará enrugamento em todas as outras.
O pano que sustenta o bordado é UBUNTU.
Meses atrás conclui uma postagem chamada Lei da Ação com a frase: Não podemos esquecer que neste bordado perfeito, quando se puxa um ponto se estica a linha de todos os outros... porque são todos feitos com um unico fio, pelo Grande Artesão.
A visão colonialista moldou os olhos das pessoas "civilizadas" de modo que sempre olham para a nação africana como um conjunto de grupos humanos primitivos, sem futuro, inferiores. No entanto, as nações mais "avançadas" em conquistas tecnologicas e sociais poderiam aprender muito com eles, porque Ubuntu é a unica receita que ainda pode curar o mundo.
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3. MUNTUÍSMO
A Ideia de Pessoa na filosofia africana conteporânea.
Muntuísmo, neologismo tirado pelo autor deste livro, da palavra Muntu (pessoa na língua bantu), se propõe como denominação de um modelo teórico de "personalismo africano". A corrente do personalismo, notoriamente lançada na França na primeira metade do século passado por Emmanuel Mounier, encontra o seu habitat mais natural na cultura africana que é essencialmente personalista, enquanto se sustenta sobre os três pilares desta corrente: pessoa, comunidade, Deus. No ocidente, estes pilares desmoronaram: Deus já morreu (executado pelas instância niilistas e positivistas da contemporaneidade); a comunidade é concebida prevalentemente como espaço de reivindicação dos direitos individuais (no sentido da filosofia marxista ou filosofia da praxe) e a pessoa é reduzida ao indivíduo sem nenhuma dimensão transcendental, sufocado na sua finitude (do preconceituoso fechamento da cultura à ideia de Deus ficou consequentemente também fechado o acesso à verdade da pessoa). O Muntuísmo, a diferença do ubuntuísmo e do bantuísmo que acentuam mais a dimensão comunitária, coloca no centro o Muntu o qual não desaparece diante da comunidade (o comunitarismo africano é muitas vezes um lugar comum contradito pela realidade) e nem diante de Deus (lembrar que os africanos chegaram ao monoteísmo antes dos gregos e romanos!), mas encontra propriamente a sua verdade plurimilenaria na dimensão horizontal e vertical da sua existência. Uma maior énfase da centralidade da pessoa em relação à comunidade, poderá marcar uma nova dinámica no desenvolvimento da humanitas africana. “I am (Muntu) because I believe (Deus) and I love (Comunidade)”: é o aforismo que melhor sintetiza os três pilares do muntuísmo, ou seja, do personalismo africano.
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