segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Genocídio de jovens negros

Ìpakúpa ti àwọn ọ̀dọ́mọdé dúdú.
Genocídio de jovens negros.

Àkójọ́pọ̀ Itumọ̀ (Glossário).
Ìwé gbédègbéyọ̀  (Vocabulário).

Ìpakúpa, s.  holocausto, genocídio.
Ti, prep. De (indicando posse). Quando usado entre dois substantivos, usualmente é omitido. Ilé ti bàbá mi = ilé bàbá mi ( A casa do meu pai).
Àwọn, wọn, pron. Eles, elas. Indicador de plural.
Ọ̀dọ́mọdé, s. Juventude.
Dúdú, adj.  preto.
                                                     

A marcha contra o Genocídio do Povo Negro incomoda os inimigos


Publicado há 1 dia - em 1 de setembro de 2015 » Atualizado às 9:55 
Categoria » Afro-brasileiros e suas lutas


Hamiltonbirge



A marcha contra o Genocídio do Povo Negro incomoda os inimigos por que nos tira do controle da Supremacia Branca: lamentamos o rancor de quem come no prato que cuspiu
Há 10 anos um grupo de aproximadamente 300 pessoas vindas de vários pontos da Bahia ocupou a Secretaria de Segurança Pública do Estado e proclamou um estatuto de enfretamento ao poder estruturador do Estado Brasileiro, que são o racismo e o neocolonialismo alicerçados para dar proteção a politica de supremacia branca. Declaramos os mortos como nossos companheiros de jornada, seus familiares e as mulheres entre nós como nosso comando, a rua como palco, a solidariedade, a ação comunitária e a auto defesa como métodos. Nascia a Campanha Reaja ou Será Morta, Reaja ou Será Morto.

por Hamilton Borges dos Santos enviado para o Portal Geledés

Há uma semana, dia 24 de agosto de 2015, um cordão de pretas e pretos do Brasil e do mundo tomou a cidade depois de um encontro politico e teórico de dois dias nas dependências da Uneb no Cabula, depois de recebermos mensagens do Chile , da Colômbia, da Alemanha , da Espanha, Estados Unidos, Áustria e França.   Tomamos as ruas do Cabula em duas colunas batizadas de Coluna de autodefesa Uhuru, coluna de proteção de mães e familiares para erigir um memorial aos mortos do Estado Racista Brasileiro. Erguemos o memorial no local onde a Rondesp executou mais de 15 jovens homens negros. Estávamos lá sob as lágrimas e os testemunhos de mães , avós e irmãs. Não foi “ teatralização excessiva” foi a dor que pulsa em nós enquanto certos “picaretas” tiram self e dançam com os executores sua igualdade maculada.
No mesmo dia, a tarde, no Quartel dos Aflitos, o mais antigo quartel da Policia Militar do Brasil, diante de mais de 5.000 mil pessoas e uma tropa nos intimidando e intimidando os manifestantes, deixamos uma mensagem dura e sem retoques: nós não vamos morrer em silêncio. E seguimos rompendo a rua, deixando toda tropa aturdida com uma massa de gente preta sem nenhuma propaganda do governo.
Nós não amamos nossos opressores, não queremos agradá-los e esmolar seus cargos e editais. Estamos criando na prática autogestionária , autonomista , pan-africanista, uma ferramenta de autodefesa que tem criado incômodo nos comandos das policiais , nas tropas, nos governos genocidas de esquerda e direita e nos ativistas que vêem seu projeto governista afundar. Que afundem sozinhos, que mergulhem com sua mágoa entre vocês. Abandonem-nos com nossas “proibições disso e daquilo”
Temos recebido ataques de policiais, soldados citados na justiça por abusos , gente de grupos de extermínio que espalham nossas fotos por redes sociais e nos ofendem com textos ameaçadores. Esse método não nos fez tremer e nem vacilar quando paramos em frente ao quartel da policia com nosso “fardamento” , com nossa cara fechada, nossas bandeiras e nossas palavras de ordem. Gritamos Cabula!!!! Para o espanto dessa gente bem vestida e cheia de títulos acadêmicos que silenciam em eventos abarrotados de grana de “sucrilhos da Kelloggss” fazendo contemplação sobre o nosso destino. O nosso destino é espalhar revolta pelo Brasil e dizer ao mundo que aqui é um pais que mata pretos e pretas e que enterra lideranças governistas num túmulo de vaidade , frustação e rancor.
Foi veiculado recentemente pelas páginas do Geledès, um texto de um “ativista” negro, ex- assessor especial da Seppir que passou todo o governo Lula criticando Matilde Ribeiro e Edson Santos, cujo conteúdo pretende nos difamar, nos desqualificar – nos atacar tal qual um soldado da Rondesp faz conosco todos os dias aqui na Bahia? Age como inimigo fazendo alegações sem consistência e olhem que ele é o melhor que essa gente perfumada que adora os “puxadinhos” do governo tem.
No texto, o ex-assessor não fala uma palavra sobre a polícia que mata negros, sobre o governo que colocou o exército para matar e controlar gente preta na Maré- RJ . Ele pegou uma avião, foi para a Bahia buscar palanque em nossa organização construída sem os brilhos dos banquetes governamentais e dessas ONGs negras submetidas ao modelo imposto para facilitar a barganha com seus fundos, agências e governos, organizada do nordeste para o mundo, longe dos holofotes do centro político do país.
Ora, não temos nenhuma restrição a intelectuais negros, muito antes ao contrário: um sem numero de intelectuais , juristas , artistas assinaram um manifesto de apoio a Marcha e esse fortalecimento nos é caro.
Nos quadros da Reaja temos garis, faxineiras, costureiras, doutores, mestres, acadêmicos, cozinheiros, motoristas. Temos contato com instituições acadêmicas na Europa, Estados Unidos e África . Mas o desespero e a fúria por não ter sido chamado para falar em nosso ato deixou perturbado o ex- assessor da Seppir. Ele assumiu seu ódio publicamente por nosso método e pela forma que organizamos nossa dor, nosso sofrimento e nosso ódio. Temos muito o que fazer diante do mar de sangue em que vivemos e esses ataques estéreis que só são lidos por meia dúzia de iluminados de fato nos tira do foco. Mas nos deixa preparado para o enfrentamento.
Ao contrário do que fala o texto que de algum modo joga para nos criminalizar e atacar nossas energias, nós não somos um movimento juvenil. Somos uma organização com pessoas que vão dos 15 aos 70 anos, como a avó de Kaiquinho, jovem negro que foi morto no Cabula por policiais que não são citados pelo nosso letrado missivista, que ao fazê-lo desconsidera essas mulheres e esses meninos que até pouco tempo seguiam presos nas instituições de sequestros ou que viviam nas ruas consumindo craque e comendo lixo e encontraram na Reaja um lugar para se restabelecerem e fazerem luta. Fomos declarados como inimigos desse jornalista ex- assessor da Seppir. Que ele se dane! Nós seguiremos a Marcha histórica ancestral que herdamos do movimento negro que saiu as ruas bem antes dele se desfilhar do PT.
Yedo Ferreira, no alto de seus 90 anos é símbolo de nosso respeito aos militantes que chegaram antes e ele nos enviou uma mensagem sem nos pedir aplausos, só nos fortalecendo. Então não nos falem em respeito se você nos ataca gratuitamente fazendo o jogo que a policia espera … um pretinho letrado preparando o terreno para sair executando a militância da Reaja que saiu definitivamente desse barco governista que humilha seus tripulantes.
Dirijo-me a militância da Reaja, em cada acampamento e assentamento pelo interior do Brasil, em cada sala de aula, em cada universidade, nos centros de pesquisa, nos centros de graduação e pós-graduação, cada posse e grupo de Rap, cada cela de cadeia, cada comunidade favelada. Não ouçam a voz de desespero desse moço e seu grupo que se colocam como inimigos agora porque não conhecem luta fora desse prédio institucional que abriga o racismo.
Voltemos a nossa tarefa que agora é nos prepararmos, organizarmos uma coluna em cada núcleo de base, nos prepararmos para o que nos espera. A Vitória.
E sobre os valentões que tentaram nos ameaçar na rua… aí não, é sem resposta e sem massagem.

Hamilton Borges dos Santos (Walê)
Diretamente da Cidade Túmulo Salvador


Leia a matéria completa em: A marcha contra o Genocídio do Povo Negro incomoda os inimigos - Geledés http://www.geledes.org.br/marcha-contra-o-genocidio-do-povo-negro-incomoda-os-inimigos/#ixzz3kbZE9R3q 
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Racismo

Ilé èrò ti olúìlú Páùlù mimọ́ díwọ́ onímọ̀sáyẹ́nsì dúdú Ọmọorílẹ̀-èdè Amẹ́ríkà.
Hotel de São Paulo barra cientista negro americano.

Àkójọ́pọ̀ Itumọ̀ (Glossário).
Ìwé gbédègbéyọ̀  (Vocabulário).

Sáyẹ́nsì, ìmọ̀ ìjìnlẹ̀ = ciência.
Onímọ̀sáyẹ́nsì, aṣesáyẹ́nsì =  cientista.
Dúdú = negro, preto.
Àwọn Ìpínlẹ̀ Aṣọ̀kan Amẹ́ríkà, Àwọn Ìpínlẹ̀ Aṣọ̀kan, Amẹ́ríkà = Estados Unidos da América.
Ọmọorílẹ̀-èdè Amẹ́ríkà = americano.
Ọmọ Áfríkà Amẹ́ríkà = afro-americano
Apokoẹrúrẹ́ = abolicionista.
Ni = ser, é.
= em, no, na.
Ìdílọ́nà = obstáculo, impedimento, caminhos fechados.
Ìdílọ́wọ́ = obstáculo, interrupção, ter uma dificuldade.
Ìdínà = obstáculo, barricada, barreira.
Ìsagbáradì = barricada.
Agbàrà = barricada, cerca de madeira, fortificação.
Agbára = força, poder, autoridade.
Ààlà = limite entre terras, fronteira, barreira.
Ìdíwọ́ = contratempo, impedimento.
Díwọ́ = impedir, interromper, bloquear.
Ti yọkúrò = excluído.
Yọkúrò = tirar de, deduzir, aliviar.
Tìkúrò = repelir, afastar.
Dálẹ́kun = proibir, restringir, verificar.
Àìgbojúfún = veto, proibição.
Hotẹẹli, ilé èrò = hotel.
Olúìlú, s. Capital.
Pọ́ọ̀lù mimọ́, Páùlù mimọ́, s. São Paulo.
Pọ́ọ̀lù, Páùlù, s. Paulo.
Mímọ́, adj. Limpo, puro, íntegro, sagrado.
Ti, prep. De (indicando posse). Quando usado entre dois substantivos, usualmente é omitido. Ilé ti bàbá mi = ilé bàbá mi ( A casa do meu pai).


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Professor titular da Universidade de Columbia, em Nova York (EUA), Carl Hart, foi barrado na quinta-feira, 27, na entrada do hotel Tivoli Mofarrej, nos Jardins, em São Paulo; ele foi convidado pelo Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCrim) para falar sobre como a guerra às drogas tem sido usada para atingir certos grupos sociais mais vulneráveis, entre eles, jovens pobres e negros, em lugares como o Brasil e os EUA; resolvido o imbróglio, Hart, que pesquisa drogas há 20 anos, disse que "a guerra às drogas tem sido usada para marginalizar os pobres"


29 DE AGOSTO DE 2015 ÀS 09:49



SP 247 - Convidado pelo Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCrim) para falar sobre como a guerra às drogas tem sido usada para atingir certos grupos sociais mais vulneráveis, entre eles, jovens pobres e negros, em lugares como o Brasil e os EUA, o professor titular da Universidade de Columbia, em Nova York (EUA), Carl Hart, foi barrado na quinta-feira, 27, na entrada do hotel Tivoli Mofarrej, nos Jardins, em São Paulo. 


Resolvido o imbróglio, Hart percebeu que era o único negro no auditório no qual falou para advogados criminalistas e juízes. "Vocês deveriam ter vergonha disso", disse ele à plateia. Em entrevista à Folha, Hart, que pesquisa drogas há 20 anos, disse que sua percepção sobre o assunto mudou drasticamente quando começou a "olhar para quem estava preso por crimes ligados às drogas nos EUA".


"Apesar de os negros serem menos da metade dos usuários de drogas nos EUA, eles compõem muito mais da metade dos presos por causa de drogas. Um em cada três jovens negros americanos serão presos pelo menos uma vez na vida por causa das leis de drogas", explicou. "Ou seja, a guerra às drogas tem sido usada para marginalizar os pobres."