segunda-feira, 9 de março de 2015

Religião de Orixá

Ẹ̀sìn òrìṣà kọ́ àṣà àláfíà.
Religião de Orixá ensina cultura de paz.



 Àkójọ́pọ̀ Itumọ̀ (Glossário).
Ìwé gbédègbéyọ̀  (Vocabulário).
                  
Ẹ̀sìn, ìsìn, s. Culto, religião.
Òrìṣà, s. Orixá.
Kọ́, v. Ensinar, estudar, aprender, educar. Não ser. Construir. Pendurar, estar suspenso, fisgar, enganchar. Tossir. Aconselhar. 
Àṣà, s. Costume, hábito, moda, cultura.
Àláfíà, àlàáfíà, s. Paz, felicidade, bem-estar.

                                                                  

Comissão Interamericana dos Direitos Humanos da OEA, receberá Carta aberta contra os Gladiadores do Altar




Nesta manhã de segunda-feira, dia 09 de março, não por coincidência, dia em que a Casa de Oxumarê presta sua reverência anual a divindade da comunicação e dos caminhos, o Orixá Exu, foi confiado ao CEN dar encaminhamento da Carta aberta contra os “Gladiadores do Altar” da Igreja Universal do Reino de Deus.
A carta será protocolada na Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA); no escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos da ONU; no Ministério da Justiça; na Secretária Nacional de Direitos Humanos da Presidência da República; na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado Federal e na Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados.
A coordenadora nacional de religiosidade do CEN, Mãe Jaciara, sentiu-se honrada com a designação, e destacou: “Por muitos anos está referida igreja vem ferindo e deixando profundas cicatrizes nos religiosos e comunidades de matrizes africanas. Esta luta é nossa, do povo negro. Temos o dever de proteger nossa ancestralidade e cultura”.
Coletivo de Entidades Negras foi criteriosamente escolhido em virtude do comprometimento histórico na luta por políticas voltadas à defesa e promoção da liberdade religiosa e a alta credibilidade na área dos Direitos Humanos e o desenvolvimento de ações com repercussão internacional. Para o Babalorixá Pecê esta missão foi confiada ao CEN pelos próprios Orixás, concluindo a reunião rogando que as divindades os protejam nesta jornada.

Carta Aberta às Autoridades Brasileiras:
Proteção das Religiões de Matriz Africana contra
os "Gladiadores do Altar"

Por décadas a Igreja Universal do Reino de Deus - IURD promove um massacre cultural e religioso contra as Religiões Tradicionais de Matriz Africana, perpetrando uma contínua, incansável, declarada e brutal perseguição através dos meios de comunicação social. A IURD promove o ódio religioso e através da bancada evangélica no Congresso Nacional estimula o fundamentalismo nas instâncias legislativas de nosso país, atentando contra o princípio constitucional que garante a laicidade do Estado.

Os principais alvos da IURD são o Candomblé e a Umbanda, religiões brasileiras edificadas com base nas tradições milenares de culto aos Orixás, N'kisis e Voduns, responsáveis pela preservação e difusão da cultura africana no país. Religiões estas que serviram de instrumentos de resistência para o povo negro e contribuíram de forma significativa para a cultura e identidade do Brasil. No entanto, o prejuízo vai muito além da desvalorização cultural e religiosa deixada pelos africanos no país. Para as comunidades tradicionais de matriz africana, os danos causados são incalculáveis, atingindo desde os seus espaços sagrados, que são destruídos e fechados, até a processos criminais, como o repercutido caso que levou a óbito a Ialorixá Gildásia dos Santos e Santos, em 1999, e tantos outros frequentemente noticiados em jornais
.
As comunidades tradicionais de matriz africana não revidam estes ataques com base nos seus próprios dogmas de respeito a vida e à convicção de que a paz, a fraternidade, a irmandade e o amor nos garantem estar de fato ligados em harmonia com o poder superior. Acreditamos ainda que compartilhamos a crença em um mesmo Deus, único e onipotente, senhor de todo universo, porém, por uma diferença cultural, o chamamos de Olodumare, e isto igualmente nos faz irmãos na fé. De forma pacífica, na tentativa de coibir os ataques da IURD contra os Povos de Santo, reivindicamos diariamente o direito constitucional da liberdade religiosa, lutamos por políticas públicas e buscamos o diálogo inter-religioso, contudo sem lograr o devido êxito. A IURD continua oprimindo as Religiões de Matriz Africana, munida de uma imensa fortuna, de poder político e agora de um exército, que poderá levar a Umbanda e o Candomblé a vivenciar uma releitura da santa inquisição.

Nos últimos dias, foram publicados vídeos de uma recente iniciativa da IURD, os Gladiadores do Altar. Em meio a pregações lotadas, adentram ao culto dezenas de rapazes, trajados uniformemente, marchando e repetindo palavras de ordem, com evidente inspiração militar. Segundo informações da própria IURD, os Gladiadores existem há somente dois meses – desde janeiro deste ano – e nesse curto período, já agregaram mais de 4 mil jovens. Se as cenas do "exército de evangelizadores" já são assustadoras no ambiente controlado das igrejas, há que se imaginar o que esses "soldados da fé" podem fazer nas ruas, longe da vigília de seus "comandantes-pastores". A mistura explosiva entre fé e força produz resultados imponderáveis. O Povo de Santo, vitimado por tantos atos de violência perpetrados por pastores da IURD e seus fiéis, não tem condições de "pagar para ver", até porque, são obviamente previsíveis os desdobramentos dessa iniciativa irresponsável: o fortalecimento de um ideário de ódio contra tudo e todos que não se conformam à pregação estreita da IURD – nas quais se enquadram também outras religiões, os povos indígenas, a população LGBT e grupos com ideologias libertárias.

No plano internacional o tema da intolerância religiosa não poderia ser mais atual. O mundo assiste atônito à escalada de movimentos paraestatais militarizados criados a partir de leituras fundamentalistas de textos religiosos. É este o caso do Boko Haram, na Nigéria, e do Estado Islâmico, na Síria. Supostamente seguindo mandamentos religiosos, esses grupos sequestram, matam e torturam quem não se converte à sua fé, numa estratégia de expansão religiosa fundada na violência e no mais completo e sórdido desrespeito à diversidade. Muitos poderão dizer que exageramos ao comparar os tais "Gladiadores" com extremistas islâmicos, mas e resposta é simples: não é exagero. Trata-se de uma preocupação fundada em experiências reais que demonstram que o fundamentalismo religioso, quando aliado simbólica ou objetivamente a um ideário de violência, pode despertar uma energia incontrolável e destruidora, intransigente e emburrecedora.

Assim, não podemos permitir que essa iniciativa se expanda e se consolide. A liberdade de consciência e de crença, garantida em nossa Constituição, não pode servir de guarida para atos de intolerância e de violência, e, no caso concreto, nos parece que esse direito fundamental colide com outro dispositivo elencado no mesmo artigo 5º da Carta Magna – a vedação de organização paramilitar, que configura crime previsto em nosso Código Penal (art. 288-A). A conceituação de organização paramilitar pode ser depreendida de julgados e da doutrina jurídica, embora não haja uma definição legal clara. Podemos defini-la como associações de civis armados, organizadas a partir de ideologia política, ideológica ou religiosa, com estrutura semelhante à militar. O comportamento e uniformização dos Gladiadores revela, de forma evidente e alarmante, a estruturação de um embrião paramilitar. É certo que até agora, não há evidências de que disponham de armamentos, mas igualmente não há evidências de que não os tenham. É possível que entre esses 4 mil jovens se encontrem pessoas com treinamento militar prévio, ou mesmo pessoas com porte de arma de fogo e outros tipos de armas.

Diante de tamanha incerteza sobre os objetivos dessa organização, sobre a sua natureza, o real controle que a Igreja conseguirá exercer sobre esses jovens e da possibilidade palpável de que essa alegoria se converta em ódio e violência real, CONCLAMAMOS os líderes religiosos de todas as tradições, a sociedade civil organizada, a classe política, as instituições democráticas e todos aqueles comprometidos com a consolidação do Estado Laico a se manifestarem veementemente contra a manutenção das atividades dos "Gladiadores da Fé", organização que abertamente atenta contra o Estado Democrático de Direito e que deve ser suprimida antes que se torne uma força incontrolável, que produza agressão, dor e morte.

"Senhor, tu que és autor da vida e consumador da fé, guia-nos em nossa jornada, e nos ajuda a ficar de pé, combater o bom combate, completar a carreira e guardar a nossa fé. Diante das nossas dificuldades, não nos deixe esmorecer. Somos homens de caráter, escolhidos pelo senhor, para dar vida em favor dos perdidos e façamos com amor. Temos força, coragem e determinação para nunca fracassar no cumprimento da nossa missão. Graças ao senhor, hoje estamos aqui, prontos para batalha, e decididos a te servir, somos gladiadores do teu altar, isso é uma decisão, todos os dias enfrentamos o inferno, confiantes na tua santa proteção. Eterno é o senhor que nos ama, e a ti pertence o sucesso de nosso trabalho, pois teu é o reino, o poder, a honra e a glória para sempre, amém" – Oração proferida pelos Gladiadores do Altar, da IURD

Diante do sofrimento que vivemos, do contexto brasileiro permeado de intolerância religiosa, da herança execrada do período escravocrata e do preconceito racial, rogamos às Autoridades Brasileiras um maior direcionamento de políticas públicas para assegurar os nossos direitos enquanto comunidades religiosas e tradicionais, assim como o reconhecimento das nossas contribuições para a formação cultural do Brasil, como a efetiva implementação da Lei 10.639/03. Do mesmo modo, diante das evidências aqui apresentadas, solicitamos ao Governo Brasileiro que tome as providências necessárias para investigar rigorosamente como, por que e com qual finalidade os Gladiadores do Altar foram criados. E, caso seja constatada a incitação ao ódio e à violência física, psicológica e moral, pedimos que seja minucioso e criterioso na aplicação da Lei.

Salvador, 7 de março de 2015,

Sivanilton Encarnação da Mata
Babalorixá da Casa de Oxumarê

Guerra santa

  Ogun mímọ́ mọ́ àwọn ère.
Guerra santa contra as estátuas.
                                                            



1. Em 2001, Taleban ordena a destruição de estátuas de Buda, patrimônios da humanidade.

Bamiyan Region Of Afghanistan

2. Estado Islâmico destrói dezenas de estátuas milenares no Iraque.



3. 12 de outubro de 1995, o pastor Von Helder chutou a imagem de Nossa Senhora Aparecida.



4. Evangélicos fanáticos destruíram Centro de umbanda no Rio de Janeiro-RJ.



Àkójọ́pọ̀ Itumọ̀ (Glossário).
Ìwé gbédègbéyọ̀  (Vocabulário).


Ogun, s. Exército, batalha, guerra.
Mímọ́, adj. Limpo, puro, íntegro, sagrado.
Mọ́, prep. Contra.
Ibi Ọ̀ṣọ́ Àgbáyé, s. Patrimônio mundial.
Àti, conj. E. Usada entre dois nomes, mas não liga verbos.
Àwọn, pron. Eles, elas. Indicador de plural.
Ère, s. Imagem. Máscara de madeira usada pelos Egúngún. Estátua.
Ère Òmìnira, s. Estátua da liberdade.

Machu Picchu





Mátsù Píktsù ni ibi Ọ̀ṣọ́ Àgbáyé                     Machu Picchu é patrimônio mundial.

Àkójọ́pọ̀ Itumọ̀ (Glossário).
Ìwé gbédègbéyọ̀  (Vocabulário).

Mátsù Píktsù, s. Machu Picchu.
Ni, v. Ser, é.
Ibi Ọ̀ṣọ́ Àgbáyé, s. Patrimônio mundial.




Machu Picchu é uma cidade pré-colombiana bem conservada, localizada no topo de uma montanha, a 2400 metros de altitude, no vale do rio Urubamba, atual Peru. Foi construída no século XV, sob as ordens de Pachacuti.