quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Théophile Obenga

Ẹ́gíptì ti Fáráò.
Egito faraônico.




O Sentido da Luta de Théophile Obenga: O Egito Faraônico e os Desafios do Tempo Presente


Recebida: 18/02/2014
Aprovada: 08/03/2014
capaafricacapaafrica
Publicada: 10/03/2014

Felipe PaivaI

Entre janeiro e fevereiro de 1974 era realizado, na cidade do Cairo, o Colóquio Internacional O povoamento do antigo Egito e a decifração da escrita meroíta. Pelo impacto do evento é possível considerá-lo como um ponto de inflexão nas pesquisas realizadas em torno do continente africano em geral e do Egito faraônico em particular. Os pesquisadores reunidos nortearam-se pela questão primordial: a reinserção do Egito no contexto africano.
A partir disso emerge uma tese revolucionária sobre o fenótipo negro dos egípcios antigos. Seu autor, Cheikh Diop, e seu então discípulo, Théophile Obenga, foram os únicos a enviar contribuições de folego para a ocasião: “nem todos os participantes prepararam comunicações comparáveis às contribuições, minuciosamente pesquisadas, dos professores Cheikh Anta Diop e Obenga. Em consequência, houve um verdadeiro desequilíbrio nas discussões”.II
A despeito desse comprovado embasamento, desde a época da sua formulação a tese de Diop e Obenga foi desmerecida por alguns como sendo panfletária, artificial e mesmo racista. O último dos ataques desferidos veio de um grupo de historiadores reunido na brochura Afrocentrismes: L’Histoire des Africains entre Égypte et Amérique. Para responder a esta publicação Obenga escreve um livro que, a parte sua grande erudição, é um verdadeiro manifesto.
Vem a lume O sentido da luta contra o africanismo eurocentrista, agora traduzido em português pelas editoras Mulemba e Pedago, que, em parceria, estão editando a coleção Reler África. Já estavam presentes, nesta coleção, nomes importantes da intelectualidade africana contemporânea, como: Paulin Hountondji, Valentin-Yves Mudimbe e Achille Mbembe.
O congolês Théophile Obenga, nascido em 1936, estudou filosofia na Université de Bordeaux, ciências da educação na University of Pittsburgh, história no Collège de France e egiptologia em Genève. Doutorou-se em letras, artes e humanidades pela Universidade de Monpellier. Foi colaborador principal da UNESCO em vários projetos relativos à história da África e até 1991 foi Diretor Geral do Centro Internacional das Civilizações Bantu. É professor em San Francisco State University.
O livro conta com nove capítulos curtos. Em cada um destes o estudioso rebate ao grupo de autores presente na publicação já referida. Logo em sua primeira linha adverte que irá se valer de um tom pouco habitual em suas publicações, mas que será necessário visto que é uma resposta aos ataques do que ele chamou de “africanistas eurocentristas”.III
O africanismo é entendido na acepção negativa que o termo comporta: como ideologia colonial. O “africanista” não é um pesquisador imparcial interessado em temas africanos, é um agente, conscientemente ou não, de um corpus ideológico e cultural mais amplo que inclui o exotismo, o paternalismo tutelar, o primitivismo e mesmo a desumanização do outro, neste caso, o africano. O “africanista” silencia a África em detrimento do discurso que o seu oposto, o colonialismo, tem dela, fazendo assim eco ao eurocentrismo.
O tema a ser debatido, o Egito faraônico, está longe de se circunscrever na esfera do exclusivismo acadêmico, o que está em jogo é a “consciência histórica africana, o futuro, cultural e político, africano”.IV Este futuro está relacionado com movimentos de envergadura global tais como o Pan-Africanismo e a Renascença Africana.
No primeiro capítulo – Assuntos africanistas. Sua insignificância – Obenga apresenta o livro que irá rebater e define as suas melhores contribuições como tendo uma extrema pobreza cultural mesmo se comparada a outros escritos africanistas. Trata-se somente de reafirmar, segundo Obenga, a ideologia eurocêntrica reforçando juízos de valor que se encontram estacionados no tempo desde Hegel.V
Desdobra-se o segundo capítulo – A psicologia e a fragilidade científica do novo africanismo eurocentrista – nele, Obenga critica Fauvelle-Aymar, pois este afirma que Cheikh Anta Diop teria uma reputação “tardia” geradora de “ambiguidades”. Para Obenga, entretanto, não há ambiguidade e contrassenso maior que classificar um investigador africano que se debruça sobre a África de “africanista”, como parece ter feito Fauvelle-Aymar.
Obenga coloca a questão em tom didático: “um professor de inglês e de Civilização Inglesa, na Universidade de Londres, de origem inglesa, não é um ‘anglicista’, mas sim um ‘investigador inglês’”.VI Assim, pesquisadores africanos devem ser reconhecidos por aquilo que são: historiadores, linguistas, filósofos, etc. Diop deveria, portanto, ser reconhecido por aquilo que foi: físico nuclear, historiador, linguista, filósofo e político, e não rotulado em termos que lhe eram estranhos.
Dessa forma, arremata Obenga:

[...] o passado só é verdadeiramente questionado no que diz respeito a preocupações actuais. Não há passado para o passado. A condição humana exige o conhecimento do passado, no presente, tendo em atenção o futuro. O africanismo, novo ou velho, jamais apresentou qualquer proposta de futuro cultural para os Africanos.VII


No capítulo seguinte intitulado, provocativamente, O Egipto faraónico: africano e negro, o pavor dos africanistas, adentra-se em uma série de polêmicas linguistas em torno do egípcio antigo. Obenga demonstra, de maneira bastante persuasiva, o parentesco entre o idioma faraônico e vários idiomas da África Sul-Saariana, tais como o Wolof. O autor defende que as antigas classificações, resgatadas pelos autores que critica, devem ser definitivamente excluídas do vocabulário analítico. Não faz sentido, para ele, pensar na língua dos faraós como sendo pertencente a uma família camítica ou afro-asiática. Obenga defende a existência de uma família negro-africana.

De resto, o historiador afirma que toda hipótese linguista mostrar-se-á infecunda se não forem levados em conta os termos históricos da questão, especialmente no que concerne ao fato de o Egito faraônico ter sido um reino africano, dentro do continente, e não localizado na “Ásia” ou no “Oriente”. Enquanto civilização o Egito foi forjado por africanos negros na antiguidade e não recebeu influências culturais extra-africanas que tenham sido determinantes. Finalmente, a verdadeira Renascença Africana, hoje em curso, tem como fundamento a rememoração de todas as civilizações africanas, o Egito faraônico dentre elas, assim como o grande Zimbabwe; Etiópia, a alta; o império Malinquê, etc.VIII

No capítulo seguinte – Como os africanistas eurocentristas caricaturam o trabalho dos africanos - Obenga retorna a Hegel e à sua acepção de que o Egito não faz parte do espírito africano para afirmar que ainda hoje tal juízo continua em vigor. O autor é contundente ao demonstrar que grande parte do chamado conhecimento ocidental, do qual a assertiva de Hegel é ponta de lança, foi fundado sobre a arrogância cultural, o colonialismo imperialista e o racismo, que acabaram criando “orientalismos”, “africanismos”, “oceanismos” e, mais recentemente, “multiculturalismos”.

Fazendo oposição a essa tradição, a abordagem africana vem interrogar o passado da África indo das origens até o tempo presente atentando que ter um conhecimento direto de todo o passado do continente, avaliando os sucessos e fracassos dos antepassados, bem como seus valores e ideais, são precondições para consolidar a Renascença Africana no atual contexto histórico.

“A história é vida”, afirma Obenga, e não “pequenas disputas intelectuais nos campus universitários”.IX A tentativa de taxar vários dos intelectuais africanos como “afrocentristas” obscurece a visão dos africanistas que não veem para além dos muros universitários e não enxergam a questão em seus contornos reais, ou seja, tratam-se de intelectuais africanos com itinerários diversos que procuram explicação histórica de si mesmos para “conhecer e tentar agarrar em mãos” o destino que lhes é comum.X

No capítulo quinto defende-se a ideologia pan-africana em detrimento da fragmentação continental. O que está em jogo é a unidade profunda do continente que encaminha para o desenvolvimento solidário e integrado. Desdobra-se daí o próximo capítulo em que Obenga procura demonstrar a veracidade da proposta pan-africana que, ao contrário do que afirmam seus críticos, não é artificial, “sonhada”, e tampouco sentimental:

A África sonhada é real quando é uma África fantasma (Michel Leiris), uma África ambígua (Georges Balandier), uma África mal repartida (René Dumont). Torna-se uma África artificial e sentimental quando é uma África egípcia e bantu, isto é, uma África geográfica, histórica, cultural, linguística.XI

O sétimo capítulo é de singular erudição. Obenga condensa em poucas páginas a longa tradição da historiografia ocidental. Com folego teórico o autor lança assertivas que devem ser lembradas em todo o trabalho historiográfico: “A história é, a um tempo, investigação e processo criativo”, algo que não exclui o compromisso com a verdade. Tal compromisso não se desvincula do posicionamento do historiador, afinal a história não é a-topológica, possuindo uma posição e um lugar de consciência e participação.XII

No seu penúltimo capítulo Obenga vai ao vocabulário africanista que, assegura, serve para escamotear a falta de conteúdo de suas afirmações. A linguagem da “ciência” colonial produziu imagens de desprezo e negação. Com seu léxico pseudocientífico o colonialismo pedia ao africano que se apropriasse da memória e da história das potências europeias e esquecesse as suas próprias, algo que causara profunda angústia coletiva. Obenga responde a esta angustia de maneira firme: “Levanta-te, povo negro, onde quer que estejas no mundo. Tens capacidade para realizar o que a tua boa vontade deseja ou ambiciona, uma vez que há majestade para ti!”XIII

No último capítulo recorda-se que no pós-segunda guerra houve um grande movimento de renascimento cultural europeu e que este esforço envolveu a labuta intelectual de vários nomes da intelligentsia nativa incluindo o então primeiro ministro britânico Winston Churchill, que lançou o projeto de uma Europa unida e próspera saída das ruínas da guerra. Entretanto, “Cheikh Anta Diop, ideólogo afrocentrista, nacionalista, pan-africanista, ex-colonizado ingrato, etc. age mal ao trabalhar para a restauração da consciência histórica e da memória colectiva africanas”.XIVAos investigadores africanos, ou que possuem uma perspectiva africana, caberia, ao invés da reconstrução, o silêncio.

No fundo Obenga faz lembrar a indagação de Gayatri Spivak: pode o subalterno falar?XV Afinal de contas, quando a noção de poder eurocêntrica imaginaria que nativos, que pareciam até então subservientes e taciturnos, algum dia fossem capazes de fazer a própria Europa desistir de sua empreitada colonial. Ou mesmo fossem capazes de dizer qualquer coisa que pudesse contrariar a lógica discursiva então vigente.XVI

Como conclusão, Obenga afirma que a despeito das caricaturas que possam ser feitas pelo discurso africanista é necessário que intelectuais africanos coloquem suas discussões em termos de Unidade e Renascença Africana. Afinal, são ideais, objetivos políticos, econômicos e culturais julgados bons e necessários, “por nós e para nós”.XVII Trata-se, também, de recusar qualquer tipo de postura chauvinista, visto que o que está em jogo na discussão é a dignidade humana como um todo, em sua carga universal, como bem resume o trecho de seu mestre, Cheikh Anta Diop, que Obenga escolheu para encerrar seu manifesto:

Aspiramos todos ao triunfo da noção de espécie humana, nos espíritos e nas consciências, de maneira que a história particular, desta ou daquela raça, se apague diante da história do homem, tout court. Não haverá mais a fazer a não ser descrever [...] [as] conquistas da civilização feitas pelo homem, pela espécie humana, na sua totalidade.XVIII


Profundamente humanista Obenga faz da história não somente um conhecimento científico autossuficiente, mas, ao contrário, ele arranca a práxis intelectual de seu engessamento cientificista para voltar a convertê-la, também, em uma “técnica”, isto é, em um instrumento de mudança social.XIX

Agindo como o chacal da conhecida narrativa de Michael Ondaatje, o historiador tem “um olho voltado para trás e outro para frente, para o caminho a seguir. Nas suas presas estão pedaços que ele traz para você, e quanto todo o tempo estiver inteiramente descoberto, vai ficar claro que já era conhecido”.XX Talvez quando estejam por fim soterrados os preconceitos colonialistas, o Egito seja visto como aquilo que é: feito africano e de toda a humanidade. Eis o sentido da luta de Obenga.


Notas   
I Mestrando em História Social pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Contato: paiva.his@gmail.com.
II J. Devisse. “Síntese do Colóquio ‘O povoamento do antigo Egito e a decifração da escrita meroíta’”. In Gamal Mokhtar.(Edit.). História Geral da África, II. São Paulo: Cortez, 2012, p. 848.
III Théophile Obenga. O sentido da luta contra o africanismo eurocentrista. Luanda: Mulemba/Mangualde: Pedago, 2013, p. 11.   
IV Idem, Ibidem.   
V Idem, p. 15.            
VI Idem, p. 17.
VII Idem, p. 19.
VIII Idem, p. 39.
IX Idem, 48.
X Idem, Ibidem.
XI Idem, 67.
XII Idem, p.71, 74.
XIII Idem, 82.
XIV Idem, 83.
XV Gayatri Chakravorty Spivak. Pode o subalterno falar? Belo Horizonte: Editora UFMG, 2012. O lugar de subalterno estaria reservado, nesta situação, ao intelectual (des)colonizado. Neste caso a resposta contraria a própria Spivak: Sim, o subalterno fala. A despeito da pax hegemônica vigente.
XVI Edward W. Said. Cultura e Imperialismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2011, p. 24.
XVII Idem, p. 89.
XVIII Cheikh Anta Diop Apud T. Obenga. Op Cit, p. 93.
XIX Josep Fontana. História. Análise do passado e projeto socialBauru: Edusc, 1998, p. 265.
XX Michael OndaatjeO paciente inglês. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p. 234.

Referências Bibliográficas
DEVISSE, J. “Síntese do Colóquio ‘O povoamento do antigo Egito e a decifração da escrita meroíta’”. In MOKHTAR, Gamal.(Edit.). História Geral da África, II. África Antiga. São Paulo: Cortez, 2012.
FONTANA, Josep. História. Análise do passado e projeto social. Bauru: Edusc, 1998.
OBENGA, Théophile. O sentido da luta contra o africanismo eurocentrista. Luanda: Mulemba/Mangualde: Pedago, 2013.
ONDAATJE, Michael. O paciente inglês. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
SAID, Edward W. Cultura e Imperialismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.
SPIVAK, Gayatri Chakravorty. Pode o subalterno falar? Belo Horizonte: Editora UFMG, 2012.


quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Genocídio de jovens negros e pobres.


1. Ìpakúpa ti àwọn ọ̀dọ́mọdé dúdú.
    Genocídio de jovens negros.

2. O ó fèsì tàbí o ó ni òkú! 
Reaja ou Será Morto (a)! 


Àkójọ́pọ̀ Itumọ̀ (Glossário).
Ìwé gbédègbéyọ̀  (Vocabulário).

Ìpakúpa, s.  holocausto, genocídio.
Ti, prep. De (indicando posse). Quando usado entre dois substantivos, usualmente é omitido. Ilé ti bàbá mi = ilé bàbá mi ( A casa do meu pai).
Àwọn, wọn, pron. Eles, elas. Indicador de plural.
Ọ̀dọ́mọdé, s. Juventude.
Dúdú, adj.  preto.
O, ìwọ, pron. Você.
Ó, óò, part. pré-v. Forma abreviada de yíò, que faz a marca do tempo futuro dos verbos.
Ó, òun, pron. Ele, ela.
Fèsì, v. Responder, replicar, reagir. 
Tàbí, conj. Ou.
Jẹ́, wà, ni, mbẹ, sí (depois do negativo kò), v. Ser.
Jẹ́, v. Ser. Concordar, permitir, admitir, arriscar-se a um empreendimento. Ser feito de, envolver. Responder, replicar. Chamar-se. ser chamado.  Jurar. 
, v. Estar, ser, existir, haver. Implica a existência ou a presença de algo.
Ni, v. Ser, é. Usado para ênfase, excluindo o efeito de possibilidade.
Mbẹ, v. Ser, existir.
, v. Forma negativa do verbo wà - estar, existir, haver. É precedido por kò (não). Bàbá kò sí nílé - Papai não está em casa.

Òkú, s. Morto, cadáver.
                                             

1. Se você é branco e encontrar uma mancha em formato de alvo na sua pele, procure um hospital imediatamente!




Esta aparência pode ser o sinal da doença de Lyme, também conhecida como borreliose de Lyme.
 A condição é causada pela bactéria Borrelia burgdorferi, transmitida na maioria das vezes por uma espécie infectada do carrapato Ixodes ricinus. Há uma outra espécie, no Brasil, capaz de transmitir uma doença similar, conhecida exclusivamente como Berreliose Humana Brasileira, transmitida pelo carrapato-estrela, o Amblyomma cajennense.


2. Se você é negro e encontrar uma mancha em formato de alvo na sua pele, procure apoio dos movimentos negros e da ONU, reaja ou será morto (a). A mancha indica que você poderá ser fuzilado pela polícia militar brasileira, uma polícia que adora matar negros, índios e favelados.




Cinco jovens negros tem carro fuzilado pela Polícia Militar no RJ
                         chacina jovens negros3





Em mais um caso envolvendo homicídio doloso e fraude processual, conforme atua rotineiramente a polícia militar, cinco jovens entre 16 e 25 anos foram metralhados no Rio de janeiro na noite de sábado.

Os jovens tinham saído para comemorar o primeiro salário de Roberto de Souza, 16 anos, como Jovem Aprendiz no Atacadão de Guadalupe. Voltaram do Parque Madureira e resolveram ir lanchar, por volta das 23 horas, na comunidade de Costa Barros quando o carro em que estavam foi alvejado por inúmeros disparos da Polícia Militar, que ainda teria tentado alterar a cena do crime.

Segundo a tia de dois dos jovens assassinados (Wilton, 20, e Wesley, 25 anos), os policiais chegaram a ameaçar os parentes com fuzil. "Minha cunhada queria ver o filho dela dentro daquele carro, mas o PM botou o fuzil na cara dela e disse que ia atirar em quem se aproximasse do carro. Quando chegamos deu para ver que o Wilton e o Carlos estavam agonizando e ainda estavam vivos. Pedimos para socorrer, mas eles não deixaram", contou Érika, ressaltando que a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da região fica a menos de 50 metros do local e ainda era possível tentar socorrer as vítimas.

Os policiais ainda teriam tentado forjar um auto de resistência e colocado uma arma embaixo da roda esquerda do carro. "Eles disseram que o carona que estava atirando. Como isso aconteceu se a arma estava do outro lado? Quem deveria proteger a gente está matando. Não tenho confiança em mais nada. Há um mês mataram dois meninos em uma moto porque confundiram um macaco hidráulico com um fuzil", afirmou Erika.

"Era tudo trabalhador. O meu filho começou a trabalhar agora no Atacadão, jovem aprendiz, primeiro emprego. Estava rindo à toa, estava de bem com a vida. O primeiro salário que recebeu foi brincar no Parque de Madureira com os colegas dele. Mais tarde tem essa notícia triste", lamentou o pai de Roberto. Júlio Cesar, pai de Wesley, afirmou “Foi uma execução a sangue frio. Pobres e negros perderam o direito de ir e vir”.

Familiares das vítimas cobraram explicações do secretário de Segurança Pública. Somente ontem à tarde, após a repercussão do caso, Beltrame classificou a ação dos PM’s de indefensável e disse esperar o afastamento de todos os agentes. O comando da PM anunciou a exoneração do tenente coronel Marcos Netto, comandante do batalhão responsável pela área onde ocorreu o crime. Já o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) classificou o crime como abominável, disse que pediu investigação rigorosa e garantiu que o Estado vai dar apoio às famílias – ainda que essas cenas tem se repetido sem qualquer iniciativa sério do governo nesse sentido.

Ano passado as polícias, militar e civil, mataram em média 8 pessoas por dia. Praticamente todos esses crimes permanecem impunes. O foro privilegiado de julgamento somente perante seus pares em tribunal militar termina sempre inocentando os policiais. Quando eles não são premiados e incorporados em “tropas de elite” da PM, como as Rondas Ostensivas Tobias Aguiar, ROTA, e o Batalhão de Operações Especiais, BOPE, são “punidos” com a transferência de batalhão ou readaptação em trabalho interno. A maioria atua fora do expediente em grupos paramilitares de execução de mendigos e perseguição a jovens trabalhadores de periferias.

Opinião

Para Carolina Cacau, do Centro Acadêmico de Serviço Social da UERJ, "o mero afastamento dos agentes, como defende Beltrame, não resolve. Toda a política de segurança publica do Rio de Janeiro, baseada na criminalização da pobreza, no racismo e na busca de higienizar a cidade e controlar os espaços marginalizados por via de um Estado cada vez mais envolvido na corrupção, no narcotráfico e na criminalidade é a principal responsável por esse genocídio da população pobre e negra. Exigimos o fim dos "autos de resistência" da policia e o fimda impunidade das forças de repressão."

Fonte: http://www.esquerdadiario.com.br/Cinco-jovens-negros-tem-carro-fuzilado-pela-Policia-Militar-no-RJ

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Computação quântica

Ìṣírò kúántù. 
Computação quântica. 

                                                                  

Mecânica Quântica e a Espiritualidade

Ìṣiṣẹ́ẹ̀rọ kúántù àti  ohun ti ẹ̀mí.
Mecânica quântica e espiritualidade.
                                                          

Filosofia africana

Filọ́sọ́fi ti Áfríkà.
Filosofia africana.


Molefi Kete Asante


Àkójọ́pọ̀ Itumọ̀ (Glossário).
Ìwé gbédègbéyọ̀  (Vocabulário).
                                                                 Ìmòye, filọ́sọ́fi, s. Filosofia.
Ti, prep. De ( indicando posse). Quando usado entre dois substantivos, usualmente é omitido. Ilé ti bàbá mi = ilé bàbá mi ( A casa do meu pai).
Áfríkà, s. África.


A Filosofia é uma origem Africana - Dr Molefi Kete Asante


Um Origem Africano de Filosofia: Mito ou Realidade?

por Dr. Molefi Kete Asante pelo Dr. Molefi Kete Asante

(First Published in City Press, July, 2004) (First published in City Press, julho de 2004)

Existe uma crença comum entre os brancos que a filosofia tem origem com os gregos. A idéia é tão comum que quase todos os livros sobre filosofia começa com os gregos, como se os gregos pré-datado de todas as outras pessoas quando se tratava de discussão de conceitos de beleza, arte, números, a escultura, a medicina de organização social. Na verdade, esse dogma ocupa a posição principal nas academias do mundo ocidental, incluindo as universidades e academias da África. É algo como isto:

A filosofia é a maior disciplina. Todas as outras disciplinas são derivadas da filosofia. A filosofia é a criação dos gregos. Os gregos são brancos, Portanto, os brancos são os criadores da filosofia.

Na opinião deste dogma, outras pessoas e culturas podem contribuir pensamentos, como o chinês, Confúcio, mas os pensamentos não são filosofia, só os gregos podem contribuir para a filosofia. O Africano as pessoas podem ter a religião e os mitos, mas não filosofia, de acordo com este raciocínio. Assim, esta noção de privilégios que os gregos como os autores da filosofia, a mais alta das ciências.

Há um problema sério com esta linha de raciocínio. A informação é falsa. No que diz respeito bolsa pode revelar a origem da palavra filosofia não está no idioma grego, embora o Inglês vem do grego. De acordo com dicionários de etimologia grega a origem da palavra é desconhecida. Mas isso é se você estiver procurando a origem na Europa. A maioria dos europeus que escrevem livros sobre a etimologia não consideram Zulu, xhosa, ioruba, ou amárico, quando chegar a uma conclusão sobre o que é conhecido ou desconhecido. Eles nunca acham que um termo usado por uma língua europeia pode ter vindo da África. Existem duas partes para a palavra filosofia que nos vem do grego, "Philo irmão significado" ou amante e "Sophia significa sabedoria" ou sábios. Assim, um filósofo é chamado de um "amante da sabedoria." A origem de "Sophia" é claramente na língua Africano, MDU Ntr, a língua do antigo Egito, onde a palavra "Seba", que significa "o sábio" aparece em primeiro lugar em 2052 aC, no túmulo de Antef eu, muito antes da existência da Grécia ou grego. A palavra tornou-se "Sebo" em copta e "Sophia", em grego. Como o filósofo, o amante da sabedoria, que é precisamente o que se entende por "Seba", o Sábio, nos escritos tumba antiga dos egípcios. Diodoro da Sicília, o escritor grego, na sua Em Egito, escrito no século I antes de Cristo, diz que muitos que estão "celebrada entre os gregos para a inteligência e aprendizagem, arriscou para o Egito nos tempos antigos, que eles possam participar dos costumes, amostra e os ensinamentos ali. Para os sacerdotes do Egito citar em seus registros nos livros sagrados que nos tempos antigos eles foram visitados por Orfeu e Musaeus, Melampos, Dédalos, além do poeta Homero, Licurgo de Esparta, Sólon de Atenas, e Platão o filósofo Pitágoras de Samos e Eudoxos matemático, bem como Demócrito de Abdera e Oenopides de Chios, também chegou lá. "

Obviamente, muitos gregos que aprendeu filosofia aventurou-se a África para estudar. Eles vieram para muitas razões intelectual. Pode-se ver que os gregos apreciaram o fato de que no Egito eram homens e mulheres de grande habilidade e conhecimento assim como os egípcios apreciaram o fato de que havia homens e mulheres de maior conhecimento na Etiópia.

Segundo Heródoto, escrito no século 5 aC, no Livro II da História, os etíopes, disse que os egípcios não eram nada, mas uma colônia dos etíopes. Claro, hoje ainda há todo um sistema de descrença sobre a história, experiências e conhecimentos dos povos da África, criado durante os últimos quinhentos anos da conquista européia. A retórica de negação da capacidade da África foi desenvolvida para acompanhar a desapropriação da África. Isto foi feito para ir junto com a conquista européia da África, Ásia e América. A colonização não foi apenas uma questão de terra, era uma questão da colonização informações sobre a terra. Mas eu sou da opinião que os antigos sabiam melhor do que os estudiosos contemporâneos sobre a importância da não-africanos que estudam na África.

Não havia nenhuma Alemanha, França, Inglaterra, Itália, Estados Unidos, Espanha ou a falar de quando os gregos começaram a viajar para a África para seus estudos. Na verdade, eles foram para a África e depois eles voltaram para a Grécia criou o grego Golden Era. Não era antes, mas depois de terem estudado no Egito que essas pessoas fizeram algum treinamento avançado. O que estou dizendo é que eles tiveram que vir para a África e estudar com os sábios do antigo Egito, que eram negros, a fim de ser capaz de aprender medicina, matemática, geometria, arte, e assim por diante. Isso foi muito antes de existir qualquer civilização européia.

Por que o estudo de filósofos gregos na África? Thales, o primeiro filósofo grego e o primeiro que é gravado ter estudado na África, diz que aprendeu a filosofia dos egípcios. Eles estudaram no Egito, porque foi a capital educacional do mundo antigo. Pitágoras é conhecido por ter gasto, no mínimo, vinte e dois anos na África. Pode-se obter uma educação bastante boa em vinte e dois anos, talvez até ganhar um doutorado! Os gregos buscavam a informação filosófica que os africanos possuíam. Quando Isócrates escreveu sobre os seus estudos no Busirus livro, ele disse que "Estudei filosofia e medicina no Egito." Ele não estudou estes assuntos na Grécia, na Europa, mas no Egito, na África. Não só é a filosofia grega da palavra não, a prática da filosofia existia muito antes dos gregos. Imhotep, Ptahhotep, Amenemhat, Merikare, Duauf, Amenhotep, filho de Hapu, Akhenaton, eo sábio de Khunanup, são apenas alguns dos filósofos Africano, que viveu muito antes de existir uma Grécia ou um filósofo grego.

Quando os africanos terminaram de construir as pirâmides em 2500 aC se fosse mil setecentos anos antes de Homero, o primeiro escritor grego, aparece! E quando ele aparece e começa a escrever A Ilíada ele não passar muito tempo antes que ele está escrevendo sobre o que aconteceu em África, ou o que estava acontecendo na África. Os deuses gregos estavam reunidos na Etiópia. Homero é dito que passou sete anos na África. O que ele poderia ter aprendido nas aulas com os professores sábios? Ele poderia ter aprendido direito, filosofia, religião, astronomia, literatura, política e medicina.

Os africanos não esperou para os gregos, para descobrir como construir as pirâmides. Você pode ver os egípcios em pé em volta das pedreiras ou nas margens do Nilo, no ano 2500 aC especulando sobre quando alguns europeus viriam sozinhos e ajudá-los a medida da terra, calcular largura, largura e profundidade, determinar a exata helicoidal crescente de Serpet (Sirius) e as inundações do Nilo, ou diagnosticar as doenças do corpo humano.

Segundo Heródoto, nas Histórias, Livro II, o Colchians eram egípcios "porque como os egípcios tinham a pele negra e cabelo lanoso." Aristóteles diz em Physiognomonica que "os egípcios e os etíopes são muito negro".

Liderado pelo Faraó de História Africano, Cheikh Anta Diop, um novo quadro de estudiosos surgiu para desafiar todas as mentiras que foram ditas sobre a África e sobre os africanos. Eles são os que, como o poeta Haki Madhubuti diz, andar em direção ao medo, não longe dele. They are the real standards for courage and commitment. Eles são os padrões reais de coragem e compromisso.

Numa conferência de 1974 patrocinado pela UNESCO importantes sobre o povoamento "do Egito", no Cairo, dois negros, Diop e Théophile Obenga, caminhou em direção a medo e, quando acabou de entregar seus documentos haviam quebrado todas as mentiras que foram ditas sobre os africanos. Usando a ciência, lingüística, antropologia e história, estes dois gigantes intelectuais demonstrou que os antigos egípcios eram negros Eles usaram um teste de melanina na pele de uma múmia, a arte das paredes dos túmulos, correspondências para outras línguas Africano, e os testemunhos de os antigos.

É tão interessante para mim que os antigos gregos sabiam muito melhor do que a safra atual de europeus que pontificar sobre o assunto que os antigos egípcios, muito antes da chegada dos gregos, romanos, árabes e turcos para o Egito, eram africanos, de fato , africanos de pele negra.

Aristóteles, o filósofo, escreveu em seu livro, Physiognomonica, que "os etíopes um egípcios são muito negro". Heródoto acrescenta que os antigos egípcios tinham "pele negra e cabelos wooly".

A cor dos antigos egípcios não se importa, que só surge porque uma pessoa sempre encontra alguns brancos que se dedica à proposição de que os africanos não poderiam ter construído as pirâmides e, especialmente, negros africanos. Claro, todo mundo deve saber que os egípcios foram os africanos, mas o fato é que eles não eram apenas os africanos, os egípcios eram negros de pele particular com cabelo lanoso.

começa primeiro com as pessoas de pele negra do vale do Nilo, cerca de 2800 aC, isto é, 2200 anos antes do aparecimento da Thales de Mileto, considerado a primeira filosofia ocidental. 30.000 anos atrás, nossos antepassados foram separando ocre vermelho de ferro em uma caverna Suazilândia. Eles tinham que ter alguma idéia sobre o que estavam fazendo. Tinha de haver alguma reflexão, algum processo pelo qual os anciãos determinou o que deveria ser usado para o que e em que ocasião. Assim, mesmo antes de escrever, temos provas de que os africanos estavam envolvidos em discussões significativas sobre a natureza do seu ambiente.

Molefi Kete Asante é um dos estudiosos mais publicado contemporânea, tendo escrito mais de sessenta livros e trezentos artigos.