sábado, 5 de novembro de 2016

Semana da consciência negra 8

Ọ̀sẹ̀ ti ọkàn dúdú.
Semana da consciência negra.

Ẹbí, oobi, òbí (família)

1. Cooperação  e socorro entre os que pertencem à mesma linhagem (principalmente no campo).

2. Não se separa a pessoa de seu grupo.

1. Àwọn àgbájọ ti bí (organizações familiares)

1.1. Uma pessoa faz parte ao mesmo tempo de duas famílias (a  da mãe e a do pai).

1.2. Família patrilinear: os filhos pertencem somente à família  do pai e seus antepassados são apenas os da linhagem paterna.

1.3. Família matrilinear: só a família da mãe conta. Os filhos, quando chegam aos cinco ou aos seis anos de idade, se separam dos pais e passam a viver na casa de um irmão da mãe, para se integrar à sua verdadeira família. Elas seriam criadas, portanto, pelas mulheres desse tio materno.

2. Ìlòbìrin púpọ̀, ìkóbìrinjọ, ìgbéyàwópúpọ̀  (poligamia)

2.1. No islamismo, o homem pode casar com quatro mulheres e ter um número indefinido de concubinas. A concubina é uma mulher que vive de modo marital com um homem, mas que não é casada com o mesmo perante a lei.

2.1. Nas religiões tradicionais africanas, o homem pode ter tantas mulheres quanto permitissem o seus recursos. 

OBS. : na tradição yorubá, o homem ter várias mulheres é aceitável, embora tenha aquele que somente deseje uma só mulher. A busca por outra mulher é permitida desde que a esposa seja estéril ou não tenha filho homem.

 A poligamia é fonte de riqueza

A prosperidade de um chefe de família dependia do número de dependentes (mulheres, filhos, noras, demais parentes, agregados e escravos) que trabalhasse para ele.

3. Ìpín ti takọtabo iṣẹ́ (divisão sexual do trabalho)

3.1. Mulheres (cabia o grosso das labutas agrícolas): preparavam os campos  com suas enxadas, semeavam e colhiam. Cuidava das aves, cabras e suínos. Fiavam, teciam, moldavam no barro potes, pratos e travessas. E levavam o que produziam para vender no mercado. Faziam todas tarefas de casa (cozinhar, varrer, lavar roupa, cuidar das crianças.

3.2. Homens: derrubavam as matas, construíam e reformavam casas (antes da estação chuvosa). Escavavam barcos nos grandes troncos de árvores. Remavam. Cuidavam do gado bovino. Caçavam. Eram soldados.

4. Iyì ti àwọn obìnrin (valor das mulheres)

4.1. Valorizadas por serem produtoras e reprodutoras. Com os filhos aumentavam o número dos componentes do grupo.

4.2. A mulher era valorizada dentro da família, que cobrava caro para cedê-las em casamento. O homem compensava a família pela falta que ela fazia. O preço da noiva não é, portanto, um costume que desmereça a mulher; ao contrário, a valorizava. Se ocorresse divórcio, a moça retornava para sua família, que devolvia ao ex-marido os bens que dele recebera, ou parte deles.

4.3. Em quase toda a África, a mulher é muito independente em relação aos homens:

* No conjunto habitacional familiar tradicional, há casas diferentes para o marido e cada uma de suas mulheres. Estas são senhoras de suas casas, nas quais o marido entra como visitante.

*A mulher pode ter iniciativa do divórcio e participar da escolha das outras esposas que tome o marido.

*Guardam para si os produtos  de suas hortas e os ganhos de seu comércio.

*Na costa atlântica, as mulheres dominavam  o comércio a varejo - e conservam, separados do patrimônio do marido, os seus ganhos.

* Antigamente, entre os iorubás, as mulheres possuíam suas próprias escravas, que não se confundiam com as do marido.

*Podia exercer posições de autoridade (rainhas, sacerdotisas ou alta funcionária do palácio), mas também um contrapeso forte ao predomínio político masculino. No império de Lunda, nada se decidia em conselho sem a presença e a aprovação de uma chefa, a luconquexa, que representava as mulheres. E no Reino do Daomé, cada ministro homem tinha sua equivalente, dentro do palácio, numa esposa do soberano, que o vigiava e lhe controlava as ações.

5. Ọmọdé, ọmọ, èwe (crianças)

*A mulher africana é mãe devotada que, em muitos povos, ao ter uma criança, se afasta temporariamente do marido para se dedicar se dedicar inteiramente ao filho, até que ele deixe de amamentar, aos dois ou três anos de idade.

*Era comum que mulher, após o parto ou mesmo antes dele, procurasse para o marido uma nova esposa.

*Toda família, outras mulheres do marido e as vizinhas cuidavam da criança.

* Nas famílias matrilineares, as criaças viviam juntas até o momento de irem cada qual para a casa do tio materno.

*Nas famílias patrilineares, as crianças brincavam juntas no mesmo pátio, um menino entrando na casa da mãe do outro como se fosse na sua própria.

*Era comum uma criança ou um adolescente tratasse como mãe as outras esposas de seu pai. E quando uma mulher morri, uma das outas ou várias delas adotavam o órfão.

*Na puberdade, as crianças eram afastadas por um breve tempo do convívio da comunidade e, reclusas em cabanas no meio do mato, tomavam conhecimento das tradições e eram submetidas a rituais de iniciação, entre os quais podiam incluir-se a circuncisão. Assim, elas eram integradas à vida adulta.


Bijagós: sociedade matriarcal?




Conhecida por sua lealdade, gentileza, honestidade, respeito pelo outro e, sobretudo, pelos mais velhos, a etnia Bijagó é um grupo de referência na Guiné-Bissau – país que abriga em seu pequeno espaço geográfico (36.125km²) cerca de 30 grupos étnicos. Esta etnia dá nome ao conjunto de 80 ilhas que formam o Arquipélago dos Bijagós. Único arquipélago deltaico da costa oeste africana, classificado em 1996 pela UNESCO como Reserva da Biosfera, os Bijagós representam 70 por cento da população que ali habita e o modo de vida que eles desenvolvem em harmonia com a natureza explica o seu estado de conservação.
João José Utiron, em seu trabalho intitulado Inter-relações entre linguagem, cognição e cultura: Os acordos interpessoais em bijagó, relata que a origem do termo bijagó seria na verdade uma corruptela do termo original aujôco que quer dizer indivíduo ou pessoa, em oposição aos animais irracionais. E que os prováveis suspeitos de promover essa incorrecção teriam sido os portugueses, visto que todos os outros grupos sociais guineenses denominam os Bijagós de unsongron, vocábulo que faz referência à ideia dos traços identitários do grupo: indivíduos de grande porte, robustos, gigantes, valentes.
A sociedade Bijagó é estruturada em faixas etárias, desde tenra idade as pessoas são divididas como tal. Para cada grupo etário existe uma denominação - diferente para homens e mulheres – e cada um se caracteriza por uma indumentária, músicas e danças definidas, sem contar com o trabalho produtivo inerente a este grupo. Existe também uma relação de respeito e obediência total àqueles que lhe são superiores, ou seja, os mais velhos.
A origem de tudo
…e tudo começou assim: Deus, o Criador, existiu sempre, e no início, da vida foi criada a primeira ilha - a ilha de Orango - que era o mundo. Mais tarde chegou um homem e sua mulher, de nome Akapakama. Eles tiveram quatro filhas a que deram os nomes de Orakuma, Ominka, Ogubane e Oraga. A seguir surgiram os animais e plantas.
Cada uma das filhas de Akapakama teve por sua vez, vários filhos, os quais receberam, por parte do avô, direitos especiais. Os de Orakuma receberam a terra e a direcção das cerimónias nela realizadas, bem como o direito de fazer as estatuetas do Irã[i], tendo sido a primeira executada por Orakuma e feita à imagem do Deus. Este direito seria também dado por Orakuma às suas irmãs.
Os de Ominka receberam o mar e passaram a ocupar-se da pesca. Os de Oraga receberam a natureza com as bolanhas e as palmeiras, o que lhes daria a riqueza. Os de Ogubane receberam o poder da chuva e do vento podendo desencadeá-los, controlando assim o suceder das épocas da seca e da seca e das chuvas. Assim, as quatro irmãs desempenhavam funções diferentes, mas que se complementavam.
Esta é a lenda da origem do mundo segundo os Bijagós; o extracto do trabalho Guiné-bissau - Aspectos da Vida de um Povo de Eva Kipp mostra-nos a importância atribuída às mulheres naquela sociedade e pode assim explicar o facto de muitos considerarem esta sociedade como sendo um matriarcado.
O termo matriarcado deriva, respectivamente, do latim e do grego, onde mater faz referência à mãe e archein (arca) a governar, reinar. Assim sendo, a sociedade dita matriarca é o tipo de sociedade onde o poder é exercido pelas mulheres, em especial pelas mães; o facto de dar à luz confere à mulher o estatuto mais elevado da hierarquia familiar.
Poucas sociedades no planeta são matriarcais. Um exemplo vem do noroeste da Índia, de um povo chamado Khasi. Nesta sociedade o sobrenome que identifica uma família vem da mãe (matrilinearidade) e é somente através das mulheres que o clã se perpetua. Assim sendo, as mulheres são as únicas herdeiras. Sua superioridade em relação aos homens é tal que, no caso de uma família não ter condições para oferecer a todos os seus filhos a oportunidade de ir à escola, a preferência é dada às meninas, ficando os meninos analfabetos.
O sócio-antropólogo Raul Fernandes acredita que a sociedade Bijagó não é matriarcal. Segundo ele, o sistema patriarcal exerce-se diferentemente em várias partes do mundo e, no caso dos Bijagós, há algumas particularidades na forma como o patriarcado acontece; que está estritamente ligado ao grau de estruturação que as mulheres Bijagós têm e que se deve, em grande medida, à forma como elas se organizam, ou como a sociedade organizou o seu processo de socialização.
“As mulheres mantiveram entre si certas formas de transmissão do saber e de organização da sociedade muito ligadas à idade mas também às formas de cerimónias e ao religioso. E isso dá uma certa coesão ao grupo das mulheres que conseguem ganhar uma autonomia cerimonial e religiosa, e faz com que elas possam estar presentes nas suas relações com as entidades e outras formas de poder masculino numa situação de poder discutir direitos face-a-face.”
Nos Bijagós, o religioso é exercido tanto por homens como por mulheres e estas não precisam da intervenção dos homens para poder entrar em contacto com o sobre-natural. Não é como certas religiões em que a mulher não pode entrar na igreja ou então estão  completamente cobertas ou são colocadas em papéis secundários.
Na sociedade Bijagó, a mulher tem poder para decidir como é que se faz a cerimónia, quais os rituais, para que fins, em que momento e é seguida por um grupo de mulheres que, durante um certo tempo, não se dedicam ao trabalho produtivo ao qual estão tradicionalmente destinadas mas a si próprias. Entre si discutem o que acharem conveniente, dentro de determinadas regras sociais que são postas aos Bijagós, mas só entre si; e isso por vezes pode levar meses. O tempo, só elas é que decidem.
Assim, é importante citarmos o rito de iniciação feminina chamado de cerimónia de Dufuntu [ii](Orbok, em bijagó). As jovens entre os 17 e os 25 anos recebem a reincarnação da alma de uma pessoa que já faleceu e esta transformação simbólica das mulheres em homens é mencionada, pelo sócio-antropólogo, como uma forma de apropriação do poder dos homens e da sua utilização para um maior equilíbrio entre os poderes masculino e feminino. Ainda durante esta cerimónia, as jovens recebem ensinamentos para a vida futura que lhes são transmitidos pelas mulheres grandes da tabanca [iii]; não se pratica excisão. 
Segundo Raul Fernandes, as pessoas confundem o matriarcado e a matrilinearidade; que são duas coisas distintas. O que acontece na sociedade Bijagó é que as filhas, mesmo depois de casadas, permanecem próximas das mães porque quem atribui estatuto de família é a mãe pela linha uterina (matrilinearidade). Esta ligação é mais forte entre a mãe e a filha visto que, diferentemente do que acontece na patrilinearidade - onde as mulheres a partir do momento em que se casam saem do seu círculo familiar original e passam a ser membros da família do marido, sujeitas às regras da casa do marido –, a filha não se distancia muito da sua mãe.
Se a lealdade, gentileza, honestidade e o respeito pelo outro, tão próprios do povo Bijagó, tem a ver com a forma como esse povo se organiza, dando uma posição de destaque às mulheres, o que talvez não seja possível de provar mas é um factor incontestável. Quem conhece os Bijagós não deixa de se apaixonar, pelo povo e pelo lugar em que ele se estabeleceu. Visitá-los é comprar passaporte para lá voltar. Não há como não se orgulhar do povo e, principalmente, das mulheres Bijagós.
fotografias de Marta Lança 

Semana da consciência negra 7

Ọ̀sẹ̀ ti ọkàn dúdú.
Semana da consciência negra.

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1. Àwọn àgbájọ òṣèlú (organizações políticas)

1.1. Impérios: grandes territórios formados por várias nações, sob o comando de uma delas.
1.2. Reinos: com uma ou mais nações.
1.3. Cidade-Estado: governada por um rei sagrado.

OBS.: as entidades políticas (Esdado, império) eram governadas por uma família real, ou de duas ou mais famílias reais que se revezavam no poder ou o disputavam pelo voto ou pelas armas.


OBS. : algumas sociedades formavam castas profissionais: ferreiros, ourives, escultores, oleiras e bardos (dielis ou griots). Seus membros se casavam tente si, eram desprezados e temidos pelas demais pessoas. Eram temidos porque tinham o poder de alterar a natureza. Os bardos (músicos, poetas e historiadores) davam uma função nova às palavras (compunham versos). Os escultores cortavam num pedaço de madeira a imagem de um ancestral. As oleiras faziam com barro potes e gamelas. Os ferreiros transforavam o minério em facas, pontas de lanças e enxadas.

1. 4. Sociedades sem Estado: os ibos não tinham reis, nem chefes permanentes e nem o que chamamos de Estado. A unidade social era a aldeia ou um pequeno agrupamento de aldeias, onde as decisões eram tomadas por um conselho dos chefes das famílias que ali viviam e impostas, em muitos casos, pelas associações de poder (sociedades secretas), cujos membros usavam máscaras assustadoras e mantinham a ordem, castigando os que desviavam das normas costumeiras.

2. Ìpele àwùjọ (estrutura social).


2.1. Sociedades hierarquizadas (maioria): rei, nobres, plebeus, estrangeiros, escravos, homens e mulheres. Cada qual conhecia o seu lugar - nele ficava desde o nascimento e, em muitos povos, até após a morte. O morto, se era aristocrata, continuava, no além, aristocrata, e o escravo, escravo.

2.2. Sociedades que se regiam pelo mérito: o poder do sangue se restringia às estirpes reais, e tanto um plebeu quanto um escravo podiam ascender às mais altas funções do Estado, à fama e à opulência.

2.3. Posição social determinada pela riqueza: a riqueza de cada indivíduo determinava sua posição dentro da pirâmide social.

2.4. Sciedades sem diferenças sociais: o poder pertencia ao idoso que formavam o conselho dos anciões e, caso de guerra, momentaneamente, aqueles tidos por mais capazes para conduzir a luta.

Semana da consciência Negra 6

Ọ̀sẹ̀ ti ọkàn dúdú.
Semana da consciência negra.

Oko ẹrú nínú ti orílẹ̀ Áfríkà.


Escravidão interna do continente africano.


1. Por que os africanos escravizaram os próprios africanos e os vendiam aos brancos?

   Os africanos não escravizavam africanos, nem se reconheciam então como africanos. Eles se viam como membros de uma aldeia, de um conjunto de aldeias, de um reino e de um grupo que falava a mesma língua, tinha os mesmos costumes e adoravam os mesmos deuses. Eles escravizavam os inimigos e os estranhos.

Como em muitos momentos da história da humanidade, também na África a escravidão era uma instituição presente em algumas civilizações. Desde a antiguidade remota que a escravidão era praticada no continente, assim como havia sido praticada na Grécia, em Roma, na Europa feudal (de forma residual) e no Oriente.

2. Escravidão interna do continente africano.


Escravidão interna do continente africano era distinta do tráfico de escravos que passou a vigorar depois das conquistas de territórios africanos por portugueses e demais povos europeus a partir do século XV e XVI. A principal diferença era que a escravidão na África não tinha o caráter comercial adotado após o desenvolvimento do tráfico de escravos através do oceano Atlântico.

Um dos sistemas que existiam na África negra era o jonya, difundido no Sudão ocidental, no Níger e no Chade. O jon era o cativo, um escravo ligado a uma linhagem e que não podia ser cedido nem vendido, tendo direito à maior parte do que produzia. Pertencia nesse sistema ao Estado e ao seu aparelho político.

Entre os cubas, por exemplo, havia venda apenas esporádica de escravos. O aumento populacional representava também o aumento do poder do monarca, o que levava ao estímulo da procriação das mulheres escravas. Os filhos destas nasciam livres e os seus netos incorporavam-se à sociedade. Por esses fatores, a venda de escravas era quase inexistente.

Trabalhadores qualificados que eram escravos também não eram vendidos em muitas das sociedades africanas. A escravidão com cunho comercial, que em alguns locais substituiu o jonya, começou a ganhar força com a islamização de algumas áreas do continente africano, principalmente no Norte.


Entretanto, a escravização em massa ocorreu com a abertura das rotas comerciais no Atlântico. A ligação comercial do continente africano com a Europa e a América transformou o escravo em um dos principais produtos de exportação, gerando grandes lucros à elite de várias sociedades africanas. Tal situação ampliou o número de escravos se comparada aos antigos sistemas existentes na África e garantiu a exploração dos vastos territórios recém-conhecidos na América.

Legislação africana

* O Kouroukan Fouga, a Constituição do Império do Mali veementemente proíbe maus-tratos ao escravo em seu artigo 20.
* O islã prescreve aos religiosos tratar os escravos “generosamente” (ihsan) (IV, 36) e considera a alforria como um gesto merecedor e uma obra de beneficência (II, 117; XC, 13).

Semana da consciência negra 5


Ọ̀sẹ̀ ti ọkàn dúdú.
Semana da consciência negra.



1. Àwọn ẹrú ti wúrà ti ojú búlúù Yúróòpù. 
Os escravos loiros de olhos azuis da Europa.


Por Marcelo Andreguetti

Parece bizarro imaginar que Finlândia e Suíça, que hoje estão entre os países com a melhor qualidade de vida no planeta, sofreram com escravidão em suas histórias recentes. Enquanto os finlandeses foram tratados como mercadoria no Mar Negro, entre os séculos XII e XVIII, a Suiça foi manchada por ter feito a prática com seu próprio povo. E isso até, pelo menos, 35 anos atrás.


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Wikimedia Commons

Antes ainda que o horror da escravidão negra deixasse suas feridas profundas na História, a migração forçada de pessoas para trabalho escravo era uma realidade que assombrava povos que, hoje, passam longe do que poderíamos imaginar sendo explorados.

Os egípcios da Antiguidade escravizaram os judeus, enquanto os Romanos escravizavam pobres, bárbaros e criminosos, muitas vezes sem distinção étnica (entre os séculos I e V, a maioria dos escravos eram nascidos na Itália). Depois da queda do Império Romano, foi mais uma questão de cristãos contra muçulmanos: uns escravizando os outros, de acordo com o domínio que possuíam. Não é por acaso que muitos extremistas do Estado Islâmico defendam atualmente a escravidão dos “infiéis”: não escapariam nem outros muçulmanos menos radicais.

Mas o tráfico humano da Crimeia tinha um foco diferente: a maioria dos escravos eram brancos originários da Ucrânia, Polônia e sul da Rússia. E, dentre eles, poucos eram homens trabalhadores. As pessoas exploradas eram crianças e mulheres destinadas ao serviço doméstico – o que, com frequência, incluía exploração sexual.

O Canato da Criméia se sustentava basicamente desse comércio, e tinha a preferência por mulheres e crianças que tivessem uma beleza exótica e, por consequência, mais valiosa. O mercado de lá valorizava negros da África Sub-Saariana e os povos circassianos do Cáucaso. Porém, a variedade mais cara e lucrativa era, de longe, crianças finlandesas entre 6 e 13 anos de idade. De preferência loiras e com olhos azuis, essas crianças eram compradas de contrabandistas no distrito de Karelia, ao sul da Finlândia, e revendidas por uma margem de lucro de até 133.000% no Mar Negro.


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Wikimedia Commons

Russos, tartares e persas costumavam montar inúmeras ofensivas à Finlândia com o propósito específico de capturar crianças para vendê-las no mercado. Na época, não havia um estado finlandês consolidado e, embora o território já tivesse quase todo se convertido ao cristianismo durante a Idade Média, uma grande parcela da população ainda era pagã. Com isso, eles não tinham proteção da Igreja e ainda eram tratados como compra potencial tanto para muçulmanos quanto cristãos. Para se ter uma ideia dos horrores que esses finlandeses enfrentavam, a estimativa era de que, pelo menos uma vez a cada 10 anos entre os séculos XIV e XVI, os vilarejos locais sofriam ataques em busca de escravos. Algumas famílias pagavam para recuperar seus parentes, mas a maioria não tinha dinheiro o suficiente. E as crianças capturadas jovens demais para caminhar eram abandonadas no gelo até a morte.


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Via

Isso pode até parecer muito distante no tempo, mas no caso da rica Suíça, a prática se estendeu entre os séculos XIX e XX. As “Verdingkinders” (em português: crianças sob contrato) eram crianças tiradas de famílias pobres e de mães solteiras pelas autoridades, sob o pretexto de que elas não teriam condições de sobrevivência. Depois, os meninos e meninas eram vendidos a fazendeiros e fábricas, onde estariam condenados ao trabalho forçado. Não fosse o bastante, a maioria dessas crianças também sofria com espancamentos e abusos sexuais constantes. Isso foi uma realidade comum pelo menos até a década de 50.

O documentário Verdingkinder Reden (inédito no Brasil), de 2012, traz depoimentos de muitas dessas pessoas que tiveram sua infância negada. Estima-se que 100 mil crianças tenham sido escravizadas durante o período. O fim da prática veio apenas em 1981, com a adição de cláusulas à lei suíça afim de garantir que a privação de liberdade sob o propósito de assistência social se tornasse ilegal. No entanto, a mancha deixada na história do país foi tão forte, que até hoje o assunto é tratado como tabu – tanto por quem foi escravizado quando pelas autoridades. A Association for Stolen Children (Associação pelas Crianças Roubadas, em português) presidida por Walter Zwahlen, tem apenas 40 membros (mesmo com a estimativa de que 10 mil das crianças escravizadas ainda estejam vivas), e o primeiro pedido de desculpas oficial do país veio apenas em 2010, após um inquérito parlamentar que reconheceu como injusta a prisão de várias mulheres que eram “fugitivas” dos campos onde trabalhavam. Um projeto que visa compensar as vítimas escravizadas tramita desde 1999 no parlamento suíço. Mas, até o momento, nada foi definido.

Fonte: http://super.abril.com.br/blogs/historia-sem-fim/os-escravos-loiros-de-olhos-azuis-da-europa/


2. Àwọn aláwọ̀funfun di ẹrú ní Orílẹ̀-èdè Onímàle.
Brancos escravizados no Estado Islâmico.



Militantes do Estado Islâmico raptam, escravizam e vendem mulheres e crianças Yazidi, de acordo com a edição mais recente de uma revista supostamente publicada pelos extremistas. É a primeira confirmação pública do grupo sobre essas alegações.


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Fonte:http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2014-10-14/estado-islamico-justifica-escravizacao-de-mulheres-e-criancas-yazidi.html


3. Àwọn òyìnbó di ẹrú ní Áfríkà.
   Europeus escravizados em África.



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Áfríkà ti sọdi ẹrú 1 míllíon ènìyàn aláwọ̀ funfun, wí akọ̀wé ìtàn.

África escravizou 1 milhão de brancos, diz historiador.


Uma das coisas que o público e muitos especialistas tendem a dar como certa é que a escravidão [na Idade Moderna] sempre foi de natureza racial –ou seja, que apenas os negros foram escravos. Mas não é verdade.
África escravizou 1 milhão de brancos, diz historiador
da Reuters, em Washington
Mais de 1 milhão de europeus foram escravizados por traficantes norte-africanos de escravos entre 1530 e 1780, uma época marcada por abundante pirataria costeira no Mediterrâneo e no Atlântico. A informação é do historiador americano Robert Davis, que falou sobre o assunto anteontem.
Segundo ele, embora o número seja pequeno perto do total de escravos africanos negros levados às Américas ao longo de 400 anos –entre 10 milhões e 12 milhões–, sua pesquisa mostra que o comércio de escravos brancos era maior do que se presume comumente e que exerceu um impacto significativo sobre a população branca da Europa.
Uma das coisas que o público e muitos especialistas tendem a dar como certa é que a escravidão [na Idade Moderna] sempre foi de natureza racial –ou seja, que apenas os negros foram escravos. Mas não é verdade , disse Davis, professor de história social italiana na Universidade Ohio State
“Ser escravizado era uma possibilidade muito real para qualquer pessoa que viajasse pelo Mediterrâneo ou que habitasse o litoral de países como Itália, França, Espanha ou Portugal, ou até mesmo países mais ao norte, como Reino Unido e Islândia.”
Piratas
Davis escreveu um livro sobre o tema, recém-lançado, chamado “Christian Slaves, Muslim Masters: White Slavery in the Mediterranean, the Barbary Coast, and Italy, 1500-1800″ (escravos cristãos, senhores muçulmanos: a escravidão branca no Mediterrâneo, na costa Berbere e na Itália). Nele, o historiador calcula que entre 1 milhão e 1,25 milhão de europeus tenham sido capturados no período citado por piratas conhecidos como corsários e obrigados a trabalhar na África do Norte.
Os ataques dos piratas eram tão agressivos que cidades costeiras mediterrâneas inteiras foram abandonadas por seus moradores assustados.
“Boa parte do que se escreveu sobre o escravagismo dá a entender que não houve muitos escravos [europeus] e minimiza o impacto da escravidão sobre a Europa”, disse Davis em comunicado.
“A maioria dos relatos analisa apenas a escravidão em um só lugar, ou ao longo de um período de tempo curto. Mas, quando se olha para ela desde uma perspectiva mais ampla e ao longo de mais tempo, tornam-se claros o âmbito maciço dessa escravidão e a força de seu impacto.”
Remadores em galés
Partindo de cidades como Túnis e Argel, os piratas atacavam navios no Mediterrâneo e no Atlântico, além de povoados à beira-mar, para capturar homens, mulheres e crianças, disse o historiador.
Os escravos capturados nessas condições eram colocados para trabalhar em pedreiras, na construção pesada e como remadores nas galés dos piratas.
Para fazer suas estimativas, Davis recorreu a registros que indicam quantos escravos estavam em determinado local em determinada época.
Em seguida, estimou quantos escravos novos seriam necessários para substituir os antigos à medida que eles iam morrendo, fugindo ou sendo resgatados.
“Não é a melhor maneira de fazer estimativas sobre populações, mas, com os registros limitados dos quais dispomos, foi a única solução encontrada”, disse o historiador, cujos trabalhos anteriores exploraram as questões de gênero na Renascença.
Fonte: www.folha.uol.com.br

Àkójọ́pọ̀ Itumọ̀ (Glossário).
Ìwé gbédègbéyọ̀  (Vocabulário).

Àwọn, wọn, pron. Eles elas. Indicador de plural.   
Ẹrú, s. Escravo.
Ti wúrà, adj. Loiro.
Góòlù, wúrà, s. Ouro.
Yẹ́lò, s. Amarelo (do inglês yellow).
Yẹ́lò, adj. Amarelo, cróceo, flavo, louro, flavescente
Ṣafa, pupa rúsúrúsú, iyèyè, s. Amarelo.
Pupa ẹyin, s. Gema do ovo, a parte amarela do ovo.
Yúróòpù, Yúrópù, s. Europa.
Ojú, s. Olhos.
Búlúù, s. Azul (do inglês blue).
Búlúù, adj. Azul.
Wájì, s.Pó azul, anil. 
Àwọ̀ ojú ọ̀run, s. Azul.
Òféèfe, adj. Azul-claro, azul-celeste.
Òyìnbó, s. Europeu.
Di ẹrú, adj. Escravizado.
, prep. No, na, em. Usada para indicar o lugar em que alguma coisa está. Indica uma posição estática.
Áfríkà, s. África.
Ti, part. pré.v. Já. Usada para indicar o tempo passado dos verbos.
Sìn, lí ẹrú, sọdi ẹrú, v. estravizar. 
Òwò ẹrú, oko ẹrú; títà àti ríra ènìyàn, s. Escravidão.
Káwọ́, v. Dominar, ter autoridade, ter controle sobre.
Míllíon, num. Milhão.
Òyìnbó, aláwọ̀funfun, ènìyàn aláwọ̀ funfun, s. Branco.
Ẹlẹ́yàpúpọ̀, s. Mestiço, pardo.
Adúláwọ̀, s. Pessoa negra, africano.
Wípé, v. Dizer que.
, v. Dizer, relatar.
Ìtàn, s. História, mito.
Òpìtàn, akọ̀wé ìtàn ìjọba tàbí ti ènìà,  akọ̀ìtàn, akọ̀wé ìtàn,  s. Historiador.
Akọ̀wé. s. Escritor, secretário, escrevente.


sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Semana da consciência negra 4

Ọ̀sẹ̀ ti ọkàn dúdú.
Semana da consciência negra.

1. HIistória da escravidão no Brasil.








A conta é simples: dos pouco mais de 500 anos do Brasil, quase 400 foram baseados na Escravidão Negra, que começou com a invasão da África pelos brancos, o sequestro dos africanos e seu tráfico forçado para o Brasil, terra também invadida pelos brancos, e aqui a implementação do maior holocausto escravocrata da história da humanidade, contra o povo africano e indígena.

Ou seja, se durante quase 400 anos tivemos o horror da escravidão, e apenas 128 anos de abolição, a escravidão acabou praticamente ontem e seus efeitos duram até hoje. Dá pra acreditar que, depois de séculos de naturalização de um regime genocida, o racismo sumiria do nada depois de tão pouco tempo?

E o que substituiu o regime escravocrata? Reparação pelos crimes históricos cometidos pelos brancos contra os negros? Não, a sociedade branca brasileira deu aos negros um genocídio que mata todo dia, seja pela fome, pela exclusão dos direitos humanos e sociais mais básicos, seja pelo encarceramento em massa nas mãos de um sistema de Justiça racista, seja nas mãos de uma polícia que sempre elege o negro como alvo preferencial e que é a que mais mata no mundo todo.

A escravidão negra e seu substituto, o genocídio negro moderno, são a coluna central da construção do Brasil. Tudo o que esse país se tornou foi violentando, estuprando, assassinando e escravizando pessoas negras.

O racismo, que estruturou o país através da Escravidão e hoje o faz através do genocídio negro moderno é o problema central do Brasil e deve ser tratado de maneira transversal, atravessando todos os outros problemas. Sem isso, é impossível realmente discutir qualquer problema brasileiro. A coluna fundamental da construção e existência do Brasil é o racismo como sistema estrutural.

2. Trabalho escravo no Brasil de hoje.

  Cidadãos brasileiros tentam se escapar até de pistoleiros, fazem trabalhos forçados, em condições desumanas e ilegais. Não há uma justa remuneração, ..                   
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Valdir Collato (do PMDB) defende trabalho escravo e diz que é vantagem


Valdir Colatto é um político brasileiro. Foi deputado federal por Santa Catarina na 53ª legislatura. Nas eleições de 2014, em 5 de outubro, foi eleito para a deputado federal por Santa Catarina para a 55ª legislatura.



Leonardo Sakamoto – 9/12/2003

A escravidão contemporânea é diferente daquela que existia até o final do século 19, quando o Estado garantia que comprar, vender e usar gente era uma atividade legal. Mas é tão perversa quanto, por roubar do ser humano sua liberdade e dignidade. E ela não se resume à terra de ninguém que é a região de expansão agrícola amazônica, mas está presente nas carvoarias do cerrado, nos laranjais e canaviais do interior paulista, em fazendas de frutas e algodão do Nordeste, nas pequenas tecelagens do Brás e Bom Retiro, da cidade de São Paulo. 
A nova escravidão é mais vantajosa para os empresários que a da época do Brasil-Colônia e do Império, pelo menos do ponto de vista financeiro e operacional. O sociólogo norte-americano Kevin Bales, considerado um dos maiores especialistas no tema, traça em seu livro “Disposable People: New Slavery in the Global Economy” (Gente Descartável: A Nova Escravidão na Economia Mundial), paralelos entre esses dois sistemas. 
Antigamente, a propriedade legal era permitida, hoje não. Mas era muito mais caro comprar e manter um escravo do que hoje. O negro africano era um investimento dispendioso que poucas pessoas podiam ter. Hoje, o custo é quase zero - paga-se apenas o transporte e, no máximo, a dívida que o sujeito tinha em algum comércio ou hotel. Além do fato de que, se o trabalhador fica doente, é só largá-lo na estrada mais próxima e aliciar outra pessoa. O desemprego é gigantesco no país, e a mão-de-obra, farta. 
Na escravidão contemporânea, não faz diferença se a pessoa é negra, amarela ou branca. Os escravos são miseráveis, independentemente de raça. Porém, tanto na escravidão imperial quanto na do Brasil de hoje, mantém-se a ordem por meio de ameaças, terror psicológico, coerção física, punições e assassinatos. Ossadas têm sido encontradas em propriedades durante ações de fiscalização, como na fazenda de Gilberto Andrade, família influente da região Sul do Pará. 
Não há estatística exata para o número de trabalhadores em situação de escravidão no país. Estima-se que sejam entre 25 mil e 40 mil, de acordo com número da Comissão Pastoral da Terra (CPT) – órgão, ligado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, e a mais importante entidade não-governamental que atua nessa área – e da Organização Internacional do Trabalho (OIT). 
A forma de trabalho forçado mais encontrada no país é a da servidão, ou “peonagem”, por dívida. Nela, a pessoa empenha sua própria capacidade de trabalho ou a de pessoas sob sua responsabilidade (esposa, filhos, pais) para saldar uma conta. E isso acontece sem que o valor do serviço executado seja aplicado no abatimento da conta de forma razoável ou que a duração e a natureza do serviço estejam claramente definidas. 
E não é apenas o cerceamento da liberdade que configura o trabalho escravo, mas sim uma série de etapas. Segundo Ela Wiecko de Castilho, subprocuradora-geral da República e professora de direito penal na Universidade de Brasília e na Universidade Federal de Santa Catarina, o processo inclui: recrutamento, transporte, alojamento, alimentação e vigilância. E cada qual com a existência de maus-tratos, fraudes, ameaças e violências física ou psicológica. 
As primeiras denúncias de formas contemporâneas de escravidão no Brasil foram feitas em 1971 por dom Pedro Casaldáliga, na Amazônia. Sete anos depois, a CPT denunciou a fazenda Vale do Rio Cristalino, pertencente à montadora de veículos Volkswagen e localizada no sul do Pará. O depoimento dos peões que conseguiram fugir a pé da propriedade deu visibilidade internacional ao problema. 
Outro exemplo de envolvimento de grandes empresas é o das fazendas reunidas Taina Recan, em Santa do Araguaia, e Alto Rio Capim, em Paragominas, ambas no Pará, pertencentes ao grupo Bradesco, onde, entre as décadas de 70 e 80, foram encontrados trabalhadores reduzidos à condição de escravidão. O governo acaba envolvido indiretamente com o trabalho forçado quando financia empresas que se utilizam da prática. A Superintendência para o Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), por exemplo, bancou a Companhia Real Agroindústria e as fazendas Agropalma, também no Pará, pertencentes ao Banco Real, em que foram encontradas irregularidades no início da década de 90. Tudo isso é fruto da política de desenvolvimento adotada durante a ditadura militar, de incentivar os grandes empreendimentos na região amazônica, que fechou o olho para os direitos humanos e trabalhistas. Quem protestava ou reivindicava era preso e torturado. 
Apesar de as convenções internacionais de 1926 e a de 1956, que proibiam a servidão por dívida, entrarem em vigor no Brasil em janeiro de 1966, o país demorou para criar um mecanismo para combatê-la. O que veio a acontecer apenas em 1995, quando foram instituídos os grupos móveis de fiscalização. Essas equipes, coordenadas pela Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) do Ministério do Trabalho e Emprego, respondem diretamente a Brasília, são acompanhadas de policiais federais e contam com o suporte do Ministério Público do Trabalho e da Justiça do Trabalho. 
O Plano Nacional para Erradicação do Trabalho Escravo, lançado no início de 2003, reúne 76 medidas de combate à prática. Entre elas, projetos de lei como o que expropria terras em que for encontrado trabalho escravo e transfere para a esfera federal os crimes contra os direitos humanos, limitando assim as influências locais nos processos. A implantação do plano tem sido lenta e muitas vezes esbarra na falta de verbas, pressão da bancada ruralista e na incapacidade do governo federal de liberar recursos para aumentar e aparelhar a fiscalização. 
Nos últimos meses, mudanças na legislação tornaram mais duras as penas para quem for pego com trabalho escravo. Outros importante instrumentos foram a determinação da suspensão no crédito agrícola de quem foi condenado pela prática e a criação de 269 novas Varas do Trabalho, a primeira delas a ser instalada em Redenção, sul do Pará. Vale ressaltar que o combate ao trabalho escravo avançou graças à dedicação pessoal dos auditores do grupo móvel do Ministério do Trabalho e Emprego, mesmo com falta de recursos financeiros, equipamentos, veículos que não quebrem em serviço e telefones que funcionem na imensidão verde da Amazônia. 
Mas mesmo fiscalização, multas, prisão dos envolvidos, cortes em linhas de crédito atacam as conseqüências, deixando muitas vezes a causa em aberto. O trabalhador resgatado não vê opções para a sobrevivência e acaba caindo de novo na armadilha. “Com terra para plantar não teria ido embora [da minha terra]. Além disso, pessoa bem estudada não precisa sair, arruma emprego. Os outros têm de ir para o machado mesmo”, afirma um trabalhador libertado. Escravidão no Brasil é sintoma de algo maior: desigualdade. 
“Os trabalhadores que vêm para cá são de locais onde a situação de pobreza é terrível. Se não houver uma política de fundo para gerar emprego e renda e fixar a população nos seus Estados de origem, de nada vai adiantar”, afirma José Batista Afonso, coordenador da CPT em Marabá. Uma efetiva política de reforma agrária, acompanhada de juros baixos para o crédito rural e transferência de conhecimento. Infelizmente, o que vemos hoje é uma grande quantidade de desempregados, reserva de contingente para o trabalho forçado nas regiões de fronteira agrícola. 


Fonte: http://cartamaior.com.br/?/Editoria/Direitos-Humanos/Trabalho-escravo-no-Brasil-de-hoje/5/1045

Semana da consciência negra 3


Ọ̀sẹ̀ ti ọkàn dúdú.
Semana da consciência negra.

Reinos africanos


1. Egito

A civilização egípcia antiga desenvolveu-se no nordeste africano (margens do rio Nilo) entre 3.200 a.C. (unificação do norte e sul) a 32 a.C. (domínio romano).



2. Núbios sudaneses


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   Uma análise química dos ossos de antigos núbios – grupo étnico originário do norte do Sudão – mostra que eles consumiam regularmente tetraciclina na cerveja. A descoberta é uma evidência forte de que a “arte” de fazer antibióticos (cuja invenção oficial é associada à descoberta da penicilina em 1928) era praticada há cerca de 2 mil anos.

A pesquisa, liderada pelo antropólogo George Armelagos e químico médico Mark Nelson, da Universidade Emory e Paratek Pharmaceuticals, respectivamente, foi publicada no Americanl Journal of Physical Anthropology.


3.  Império etíope

O Império Etíope, também conhecido como Abissínia, foi um império que ocupou os presentes territórios da Etiópia e da Eritreia, existindo de aproximadamente 1270 (início da Dinastia Salomónica) até 1974, quando a monarquia foi deposta por um golpe de estado. Foi na sua época o mais antigo estado do mundo, e o único a resistir com sucesso à Partilha de África pelas potências coloniais do século XIX.

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Igreja de Lailibela





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4. A civilização de Axum





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5. Reino de Gana




6. Reino do Mali













* Timbuktu, Gao e Djenné eram centros universitário com alunos provinientes de todo o continente africano.

* Timbuctu tinha 100 mil habitantes e foi fundada no século XI pelo povo tuareg.

*Havia no século XII, três universidades e 180 escolas. As três universidades tinham 25 mil alunos.

*As bibliotecas tinham milhares de obras escritas em árabe antigo.

* São mais de 700 mil documentos, descobertos nos últimos anos, que comprovam que no século XII lá era o centro do saber africano.

Mansa Musa (1312 -1337)

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Mansa Musa, rei do Mali, em 1324, peregrinou  para o norte, em direção ao Egito, com 60 mil carregadores. Cada um, levava três quilos de ouro puro, ou seja, 180 toneladas. Ele foi o homem mais rico da história.

Abu Bacar II (1275-1285.)

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Abu Bacar II, tio de Mansa Musa, queria encontrar um caminho alternativo para Meca pelo mar. A esquadra embarcou num porto do Senegal  para o Ocidente e atravessou o Oceano Atlântico. Hoje, acredita-se que chegou no continente americano, mais de um século e meio antes de Colombo, que descobriu a América em 1492.


7. Império Songhai


8.  Reino co Congo







O Reino Congo vivia em democracia quando os portugueses chegaram no século xv, diz Patrício Batsikama.




9. Outros reinos