Ẹ kọ́ èdè Yorùbá lọ́dọ̀ Olùkọ́ Orlandes àti pé, láfikún sí i, ẹ jẹ́ kí àwọn Òrìṣà tọ́ ọ padà síbi tí ẹ ti wá. Ẹ jẹ́ kí èrò inú rẹ lágbára, kí ó lómìnira, kí ẹ ṣe àwọn àṣàyàn tó dára, kí ẹ sì di olórí rere - Aprenda o idioma yorubá com o Professor Orlandes e, além disso, deixe os orixás guiá-lo de volta à origem. Que vossa mente seja forte, livre, faça boas escolhas e se torne olórí rere.
Àwọn olùdánilóró (olóko) pàdé láti pakúpa ọmọ-ìbílẹ̀ guaraní Kaiowás ní Mato Grosso do Sul. Terroristas (fazendeiros) se reúnem para exterminar índios Guarani Kaiowás no Mato Grosso do Sul. Àkójọ́pọ̀ Itumọ̀ (Glossário). Ìwé gbédègbéyọ̀ (Vocabulário). Àwọn, wọn, pron. Eles, elas. Indicador de plural. Olóko, s. Ruralista, fazendeiro, latifundiário. Ìṣẹ̀lẹ̀ ìdánilóró, s. Atentado terrorista. Ìpakúpa, s. holocausto, genocídio. Pakúpa, v. Exterminar. Pakú, v. Sofrer, bater até morrer, extinguir. Pa, gbà ní ẹ̀mí, parun, lù pa, v. Matar. Pàdé, v. Encontrar, reunir. Láti, prep. Para. Usada antes de verbo no infinitivo. Ti ìbílẹ̀, ti ilẹ̀, ti ìlú, ti ọmọ-ìbílẹ̀, adj. Indígena, aborígene. Ọmọ-ìbílẹ̀, ẹ̀yà abínibí, onílẹ̀, ìbílẹ̀, s. Índio, nativo, aborígine, indígena. Guaraní, s. Guarani. Guaraní Kaiowás, s. Guarani Kaiowás. Ní, prep. No, na, em. Ìpínlẹ̀, s. Fronteira, demarcação, limite entre duas cidades, Estado ( Bahia, São Paulo, Pernambuco, etc.). Olùdánilóró, s. Terrorista.
Entidades e pessoas que apoiam o genocídio guarani: -Ààrẹ - Presidente, presidenta. -Igbákejì Ààrẹ - Vice-presidente. -Ilé-ẹjọ́ Gígajùlọ - Supremo Tribunal Federal (STF). -Ìbùjókó aṣòfin ti olóko ní Kọ́ngrésì Onítọmọorílẹ̀-èdè (Ilé Aṣòfin Àgbà àti Ilé Aṣòfin Kéreré)- bancada ruralista no congresso nacional (Senado e Câmara dos Deputados). Àwọn amúnisìn tipátipá - facistas, nazistas, neonazistas, hitleristas. Ẹgbẹ́ ọmọ-ogun ti oko aṣòdì sí ọmọ-ìbílẹ̀, s. Milícia rural anti-indígena. Ọlọ́pàá, s. Polícia. Àwọn ológun, s. Militares. Ọ̀dáràn, apànìà, apani, s. Criminoso, assassino, malfeitor, culpado, matador. Okoòṣowó, s. Agronegócio. Olóko, s. Ruralista, fazendeiro, latifundiário.
Òṣèlúaráìlú ní Ilẹ̀ọba Kóngò Ayéijọ́un. Democracia no antigo Reino do Congo.
Ìwé gbédègbéyọ̀ (Vocabulário) Àkójọ́pọ̀ Itumọ̀ (Glossário). Òṣèlúaráìlú = democracia. Ní = no, na, em. Ilẹ̀ọba = reino. Ilẹ̀ Kóngò, Kóngò = Congo. Ayéijọ́un = antigo. “O Kôngo vivia em democracia quando os portugueses chegaram no século XV”, diz Patrício Batsîkama
"Reino do Kongo"
24 de abril de 2015 16 Natalia da Luz, Por dentro da África
The Banza or Residence of the King of Kongo called S. Salvador.” – DAPPER, Olfert. Description de L’Afrique. Amsterdam: W. Waesberge, Boom et Van Someren, 1686. Pp. 343-344.
Mbanza-kôngo, Angola – No norte de Angola, Mbanza-Kôngo ganha destaque para a história da humanidade. Foi de lá que partiu a maioria dos africanos escravizados desembarcados nas Américas, foi de lá que saiu o primeiro embaixador africano enterrado no Vaticano, também foi lá onde a primeira igreja católica (Kulumbimbi) da África Subsaariana foi erguida. Com a missão de estudar o Reino do Kôngo (a grafia Kôngo é referente ao antigo Kôngo), um pesquisador angolano se dedica a encontrar as origens da região, destacando que, quando os portugueses chegaram por lá, “os africanos já conheciam a democracia”. – O Kôngo era um Estado muito influente quando os portugueses chegaram. Já havia democracia, como comprovavam os relatórios de viagem em 1491 (durante a evangelização). Foram os próprios portugueses que, depois de se familiarizarem com os Kôngo, nos chamaram de gregos de África! A região recebeu a primeira Catedral na África Subsaariana, os cidadãos do Kôngo foram ensinar Humanidades em Portugal, já nos séculos XVI e XVII, já uma vez que existiam escolas de qualidade em Mbânz’a Kôngo – disse em entrevista exclusiva ao Por dentro da África, o historiador Patrício Batsîkama, autor de quatro livros sobre a região Patrício lembra que o primeiro embaixador africano enterrado em Vaticano, Dom António Nsaku Ne Vunda, teve um funeral com pompas de príncipe europeu e que a revolução do Haiti, também conhecida como Revolta de São Domingos (1791-1804), foi protagonizada pelos descendentes do Kôngo. Os militares haitianos fizeram o juramento em kikôngo, tal como se fazia entre os Mazômbo do Kôngo. O país caribenho foi o primeiro e o único a ter uma revolução de escravos bem-sucedida. O texto de libertação foi lido em kikongo, língua dos bakongo. Descobertas Nesse longo período de estudo, o angolano que escreveu As Origens do Reino do Kôngo, Reino do Kôngo e a sua origem Meridional, Reino do Kôngo consoante a Bibliografia e Tradição Oral e Lûmbu, descobriu muita coisa, principalmente, que há três grandes origens dos Bakôngo (grupo étnico que habitava a região). Patrício lembra que eles vieram do Norte, mas também do Leste e do Sul, desde Tsodilo Hills.
The Banza or Residence of the King of Kongo called S. Salvador.” – DAPPER, Olfert. Description de L’Afrique. Amsterdam: W. Waesberge, Boom et Van Someren, 1686. Pp. 343-344. – Todos os autores falam de Nimi’a Lukeni como fundador do Kôngo. Eu descobri que foram 12 chefes de 144 tribos que se juntaram para fundar Mbânz’a Kôngo (e estão enterrados na atual Sé Catedral ou Kulumbimbi), além de simbolizarem as doze nascentes de Mbânz’a Kôngo. Nimi’a Lukeni teria sido o primeiro eleito pelo Lûmbu (Grande Conselho). Também ali, está o famoso túmulo de Dona Mpolo (mãe do Rei Mbemba Nzinga). Em 2012, eu já tinha percebido que lá não se encontravam os restos mortais dela. Isso foi descoberto há pouco tempo – revelou o historiador, que dividiu a sua obra em três livros. Autor de oito livros sobre o tema, Patrício tentou reestruturar as instituições da época e apresentou o que teria sido o Lûmbu – explicado a seguir -e como ele funcionava. Ele conta que pouca gente dava importância a essa instituição tradicional; mas hoje, o cenário mudou. Pergunto a Patrício como poderíamos descrever essa democracia do século XV, essa mesma que os portugueses encontraram ao desembarcar pela primeira vez na região, por volta de 1492. Em resposta, ele lembra que os portugueses encontraram o Lûmbu: aparelho institucional que regulava as eleições, a atuação militar e a separação dos poderes executivo, militar, religioso e judiciário. – Dos séculos XV a XVI, a noção de escravizado não era uma questão social, mas sim jurídica. Ninguém que pertencia às três famílias Kôngo (Nsaku; Mpânzu e Ñzînga) poderia ser escravizado e/ou vendido. Os portugueses não conheciam essa estrutura social, e desde o século XVI instalaram provocaram desordens. Mas as autoridades do Kôngo lutaram contra isso, o que levou à Grande Batalha de Mbwîla em 1665 (para expulsar todos os portugueses inimigos do Kôngo) – conta Patrício.
The Banza or Residence of the King of Kongo called S. Salvador.” – DAPPER, Olfert. Description de L’Afrique. Amsterdam: W. Waesberge, Boom et Van Someren, 1686. Pp. 343-344. O pesquisador lembra que a sociedade kôngo estava estruturada em linhagens e as autoridades eram eleitas nos bairros e municípios com autonomia financeira e integridade territorial. Havia lealdade entre os autarcas dos municípios em relação ao governador, que eram escolhidos como candidatos ao trono. Mas apenas um entre eles poderia ser eleito pelo Conselho Lûmbu. – É preciso considerar essa democracia no contexto histórico e espacial. “Avançada”, sim, ela foi com relação ao espaço Kôngo. Pelo menos, havia separação de poderes ligada à distribuição das funções sociais consoante as linhagens. Isso era funcional. Os Nsaku eram os sacerdotes; Mpânzu: poder militar, industria; Ñzînga: poder Executivo; Nsaku e Mpânzu juntos: poder Legislativo. A liberdade individual era o princípio vital do diálogo: “Ban abatele; bana batelelwa”, diz o princípio ( “Onde há quem diz, deve se permitir que haja aquele que contradiz”). O historiador destaca que o Kôngo era o local do Grande Diálogo (por isso, foram chamados de gregos de África). Até os dias de hoje, os Kôngo resolvem os problemas na base de diálogo. Nunca existiu a pena de morte entre os Kôngo porque não faz sentido um homem decretar a morte do outro homem. Há adágio que diz: “Todo chefe eleito respeita a formiga; respeita o capim. Todo cidadão é rei e não pode ser morto em nenhuma circunstância”. – Depois de Mvêmb’a Ñzînga Dom Afonso vencer os constitucionalistas em 1506 (entenda esse confronto em “Veja mais sobre a entrevista”), ele chegou a realizar um desfile em Setembro de 1509 e em 15013 numa praça que reuniu mais de 1000 pessoas. Estas pessoas eram representantes das linhagens que manifestavam lealdade a ele. Isto é, devemos contar mais de 1000 mbuku (municípios). Ora, por norma, cada aldeia deve ter doze famílias, e cada mbuku deve ter doze aldeias. Fazendo bem as contas, se cada família pode ter no mínimo 5 integrantes, podemos dizer que, em 1509 e 1513, uma parte de Mbânz’a Kôngo tinha cerca de 600.000 habitantes. Madîmba ma Kôngo era mais populoso ainda, tal como nos indica os relatórios de viagem. O fato de, entre 1491 e 1717, terem saídos do Kôngo perto de 13.000.000 kôngo – nas estatísticas de Dieudonné Rinchon – tudo indica que Kôngo tinha uma grande população – explica Patrício. Veja mais sobre a entrevista Natalia da Luz – Nessa época, o que os portugueses consideravam democracia? Como a chegada do europeu e o tráfico de pessoas interferiram política e socialmente na democracia da região? Patrício Batsîkama – Os portugueses não encontraram no Rei Kôngo (Ñtôtila) os poderes que tinham o monarca de Portugal. O Rei kôngo era eleito, e isso surpreendeu-os. Os juízes também eram eleitos, e isso foi espanto para eles. Até os militares tinham um Lûmbu militar no seu kilûmbu. A patente mais alta era eleita, também. Toda promoção militar foi na base de consentimento coletivo.
Patrício Batsîkama O tráfico negreiro é a principal causa. Em 1506, os portugueses interfiram no aparelho de Estado Kôngo, colocando Mvêmb’a Ñzînga como rei. Este nunca foi eleito e nem o seu poder foi legitimado pelo Nsaku. Os Kôngo lutaram para instaurar a constitucionalidade entre 1506 até 1706, e a desordem foi instalada no Kôngo. Em 1506, os Mpânz’a Lûmbu lutaram, e Mvêmb’a Ñzînga Dom Afonso I (apoiado pelos portugueses) venceu. Mbânz’a Kôngo foi dividido em duas cidades. A atual cidade de Mbânz’a Kôngo é a cidade de Dom Afonso Mvêmb’a Ñzînga. Madîmba ma Kôngo foi separada da capital. Em 1665, realizou-se a grande batalha para expulsar todos os portugueses inimigos do Kôngo, mas sem sucesso. Entre 1702-1706 realizaram-se kimpâsi restauração do Kôngo através da religião dos ancestrais). Mas Nsîmb’a Vita ou Kimp’a Vita foi queimada pelos católicos portugueses, numa lei canônica que já não vigorava. Durante esse tempo todo, a reserva social/humana (povo) foi escravizada e vendida (como se vende um quilo de açúcar). Todas as instituições políticas, religiosas, culturais, sociais… ficaram sem suporte. Natalia da Luz– Como era o modelo de justiça e “governo”? Você diz que era baseado na obediência e respeito. Esse formato era incompreensível para os portugueses? Patrício Batsîkama – Justiça: quando um Kôngo de Mbânz’a Kôngo diz que “eu sou pessoa”, isso é diferente de um Kôngo de Makela, embora a frase seja a mesma. Em Mbânz’a Kôngo, “muntu” é pessoa socializada consoante o diálogo, é agricultor. Em Makela, o “muntu” é a pessoa socializada em armas, militar ou religioso, agricultor/caçador. A justiça faz-se na base do pacote de socialização de cada um. O juiz que recebe uma queixa, informa os interessados (queixado e queixoso) que se faz apresentado pelos seus devidos advogados (mpôvi). No decorrer do julgamento – caso as partes não se entendam – havia um Conselho composto de juízes oriundos da jurisdição dos queixosos/queixados. O tribunal poderia levar vários anos, pois o objetivo final era de juntar as famílias, independentemente do resultado final. Obediência/respeito kôngo estavam ligados às normas que cada um aprendeu na iniciação de passagem, iniciação para exercer uma função social e iniciação secreta. Os portugueses não poderiam perceber isso tudo. É só ver o padre Cavazzi que se espanta da Ñjîng’a Mbandi convertida, mas que ainda mantinha o respeito e obediência aos seus ancestrais. Ou ainda, do rei Ñzîng’a Nkûwu que, apesar do batismo, nunca deixou de venerar os seus ancestrais.
The Banza or Residence of the King of Kongo called S. Salvador.” – DAPPER, Olfert. Description de L’Afrique. Amsterdam: W. Waesberge, Boom et Van Someren, 1686. Pp. 343-344. Governo: antes de Mvêmb’a Ñzînga optar pelo modelo português, o Governo Kôngo tinha, por um lado, o Lûmbu e os ministro de Estado ligado ao Lûmbu. O chefe militar (Ministro da Defesa) não dependia do Ñtôtila (Rei), por exemplo. Havia, também, os ministros ligados ao rei, tendo o Chefe de Governo o Ntûdi’a Kôngo (ou Nkasi’a Kôngo): Primeiro ministro. No meu livro Lûmbu tentei reconstruir, a partir da tradição oral analisada e comparada, o que teria sido o aparelho do Governo no antigo Kôngo. Existia o Ministro da Justiça (Mbênz’a Kôngo), Ñnâng’a Kôngo (Governador de Mbânz’a Kôngo), Ndông’a Kôngo (Ministro da Saúde/Educação), Mpâku za Kôngo (Ministro das Finanças), etc. Natalia da Luz– Hoje podemos estudar a região a partir de um outro ponto de vista. Como as suas pesquisas puderam esclarecer e contribuir para a percepção e entendimento do Reino do Kongo? Patrício Batsîkama – Sobrevalorizei a tradição oral na minha pesquisa, e hoje essa fonte tem mais credibilidade em Angola. Ela parece explicar melhor que as fontes escritas, sobre a história do Kôngo antes e nos primeiros momentos dos portugueses. É o caso de Mvêmb’a Ñzînga. As escritas dizem que ele sucedeu ao pai dele consoante a lei. A tradição oral indica que ele usurpou o poder, com o apoio dos portugueses. Nas normas kôngo, o filho nunca sucede ao seu pai. Ora, Mvêmb’a Ñzînga sucedeu ao seu pai. Já é uma anomalia! Todo poder deve ser investido na tradição kôngo. Ora, Mvêmb’a Ñzînga não o foi investido pelo Nsaku. Nsaku e Mvêmba são da mesma família e não se pode haver investidura. Logo, pensa-se que a legitimação, pelas escritas, de Mvêmb’a Ñzînga explica claramente o plano dos portugueses de instalar o modelo português, do monarca onde o filho sucede ao seu pai. Outra coisa: Mvêmb’a Ñzînga sucede ao seu pai alguns dias depois da sua morte. Ora, a sucessão levava mais de 3 anos, por norma. Começava com enterro do defunto rei (que poderia levar 3 a 5 meses). Passava pelo tempo de komba, um ano kôngo (seis meses). Depois, o Nsaku Ne Vunda assumia-se como interino durante todo processo de candidatura e novas eleições. Eu acho que a minha démarche metodológica não só sobrevalorizou a tradição oral, mas sobretudo, abriu outro caminho de perceber a História do Kôngo. É um diálogo entre os acadêmicos. Natalia da Luz– Você aborda as questões orais. Qual o percentual da pesquisa foi oral e escrita (com influências de Portugal)? Como foi o lançamento em Portugal? Porque lançou primeiro lá? Patrício Batsîkama – O meu livro LÛMBU, a versão publicada (112 páginas), é um resumo de perto de 370 páginas. Fiz questão de sintetizar para facilitar a leitura. Foram mais de 3500 recolhas de tradições orais: 80% delas já se encontram em arquivos, artigos e livros. A Universidade Católica na Bélgica tem um espólio grande sobre as escritas dos Kôngo, sobre a História deles. A Biblioteca da Suécia tem mais de 600 cadernos, onde encontramos perto de 1300 informações importantes. Jean Cuvelier publicou Nkutama mvila za makanda, onde há mais de 500 tradições orais. Durante a colonização, o Mensário Administrativo publicou várias tradições de Cabinda, Congo, etc. Eu próprio recolhi centenas de tradições orais. Fiz a comparação de todas essas. Depois tive que comparar com arquivos, livros antigos (século XV-XVIII). Fiz o primeiro lançamento na Fundação OKUMA (espaço de um angolano: Trofa Real), em Lisboa, por uma razão muito simples: Foi um recado a Portugal que Angola já tinha a democracia quando eles chegaram nas nossas terras, de maneira que solicitava Portugal evitar toda ingerência na jovem democracia de Angola. Foi um recado para não cometer os mesmos erros no passado. Natalia da Luz – A origem do Reino do Kongo se dá com Mbanza Kongo. Como esses estudos contribuem para o reconhecimento de Angola como região importante para toda a África e mundo? Patrício Batsîkama – – Milhares de americanos (brasileiros, cubanos, norte-americanos, etc.) vieram do Kôngo. Acho que seria justo saber como esse povo Kôngo se formou. Daí a importância dos meus estudos. Os Kôngo vieram de três grandes sub-regiões africanas, e é importante olhar nele como modelo na construção das nações modernas. África foi desenhada na Conferência de Berlim, de maneira que as repúblicas atuais são assoladas por questões de tribalismo, por exemplo. O Kôngo era um conjunto de 144 tribos diferentes que selaram, pela vontade institucionalizada, o seu país. Os Estado-nações modernos vão nessa linha, e o caso do Kôngo pode servir.
Bàbá fẹ́ hú igi ọgbà. Papai quer arrancar a árvore do jardim. Àkójọ́pọ̀ Itumọ̀ (Glossário). Ìwé gbédègbéyọ̀ (Vocabulário). Bàbá, baba, s. Pai, mestre. Fẹ́, v. Querer. Hú, v. Arrancar do chão, cavar, extirpar. Igi, s. Árvore, madeira. Ọgbà, igbò, s. Jardim, uma área cercada. Àdánidá, s. Natureza. Ọgbà, igbò (Jardim)
Fídíò ti Àwọn Orílẹ̀-èdè Aṣòkan fún Bràsíl. Vídeo da ONU para o Brasil. Àkójọ́pọ̀ Itumọ̀ (Glossário). Ìwé gbédègbéyọ̀ (Vocabulário). Fídíò, s. Vídeo. Ti, prep. De (indicando posse). Quando usado entre dois substantivos, usualmente é omitido. Ilé ti bàbá mi = ilé bàbá mi ( A casa do meu pai). Àgbájọ àwọn Orílẹ̀-èdè Aṣòkan, s. Organização das Nações Unidas (ONU). Àwọn Orílẹ̀-èdè Aṣòkan, s. Nações Unidas (ONU). Sí, prep. Para, em direção a. Sempre usada com verbo que indica movimento direcional. Fún, prep. Para, em nome de (indica uma intenção pretendida para alguém). Fún, v. Dar. Espremer, apertar, extrair. Espalhar, desperdiçar, empurrar para os outros. Espirrar, assoar. Fún, v. Ser branco. Soprar, ventar. Funfun, adj, Branco. Fún àpẹẹrẹ, s. Por exemplo. Bràsíl, s. Brasil, Pindorama. ESPECIAL: A intolerância contra as religiões de matrizes africanas no Brasil. Publicado em 17/08/2015 Atualizado em 19/08/2015 Em comemoração à Década Internacional de Afrodescendentes, documentário produzido pelo Centro de Informação da ONU para o Brasil (UNIC Rio) aborda as causas da intolerânciareligiosa e a riqueza da cultura afrodescendente no país.
As religiões de matrizes africanas são parte da diversidade religiosa do Brasil. Entre algumas dessas manifestações, que têm como referência a cultura trazida pelos africanos durante mais de 300 anos de escravidão, estão catimbó, cabula e principalmente umbanda e candomblé, que se propagaram com mais intensidade pelo Brasil.
Desde sua chegada ao Brasil, os praticantes de religiões de matrizes africanas foram alvo de perseguições por manifestarem a sua fé. Mas ainda hoje, em 2015, os episódios de intolerância religiosa fazem parte do cotidiano. No contexto da Década Internacional de Afrodescendentes (2015-2024), a ONU destaca essas manifestações brasileiras e de forte ligação com a África.
Culto de Candomblé na Casa Pai Anderson de Oxaguiãn. Foto: UNIC Rio/Natalia da Luz
“Eu costumo dizer que a África e o Brasil se casaram e tiveram dois filhos: candomblé e umbanda. O candomblé é uma religião de matriz africana, a sua origem está na África, sobretudo no sudoeste da África. É uma religião brasileira e que se constituiu não só com essa matriz, mas com o sincretismo a partir da relação com o cristianismo, com cultos e vivências indígenas. A umbanda tem outra forma de sincretizar além dessa construção africanista porque promove outras relações com o misticismo, valores ciganos, kardecistas e hinduístas”, explicou, em entrevista exclusiva ao Centro de Informação da ONU para o Brasil (UNIC Rio), o babalorixá Márcio de Jagun, ressaltando que, para os detratores, tanto os candomblecistas quanto os umbandistas são chamados de “macumbeiros”.
Apesar da influência africana desde o século XVI, o candomblé e a umbanda se consolidaram na sociedade brasileira nos últimos 200 anos, principalmente no início do século XX, quando o público pôde ter conhecimento das práticas a partir, por exemplo, das pesquisas de Pierre Verger, etnólogo francês e babalawo, que dedicou a maior parte de sua vida ao estudo da diáspora africana e ao comércio de escravos.
Essas práticas religiosas de matrizes africanas também fazem referência à comida, à música, aos tecidos e aos costumes não apenas dos escravos, mas dos colonizadores. Como exemplo deste sincretismo estão a indumentária e as louças que foram acrescentadas ao culto, como referência aos costumes portugueses.
Foto: UNIC Rio/Natalia da Luz
“Após a Abolição da Escravatura e a Proclamação da República, vimos um movimento eugenista crescer no Brasil. A ideia era embranquecer o país, dar identidade europeia. Então, toda essa cultura afro foi criminalizada: o samba, a capoeira, a prática religiosa… Tudo era estigmatizado”, destaca, em entrevista ao UNIC Rio, o babalawo Ivanir dos Santos, acrescentando que a África está muito presente no seio da história e da construção da religiosidade, mas isso não recebe a importância que deveria.
Foto: UNIC Rio/Natalia da Luz
Desafios para mensurar os praticantes
De acordo com o último censo, de 2010, menos de 1% da população brasileira pratica as religiões de matrizes africanas. Mas esse universo não condiz com a realidade, já que ele não expressa a quantidade de pessoas que, juntamente com outras religiões, frequentam os cultos de matriz afro. O documento do IBGE informa que há cerca de 407 mil praticantes da umbanda, 167 mil do candomblé e cerca de 14 mil de outras religiões de matrizes africanas.
“O ultimo censo mostrou a diversificação do campo religioso. O catolicismo, religião hegemônica, vem decrescendo, o que vem abrindo espaço para o crescimento dos neo-pentecostais. Já os afro-religiosos, representam menos de 1%. O que vários especialistas têm dito, e eu concordo, é que esse número está subestimado. Há que se fazer uma pesquisa mais cuidadosa de maneira a saber como isso pode ser perguntado para chegarmos mais perto da religiosidade brasileira. Antigamente, sabemos que em muitos terreiros, vários cultos eram realizados na igreja católica. Desta forma, deveria ser aceitável na declaração que a pessoa se identificasse com mais de uma religião”, diz a antropóloga Sonia Giacomini.
Foto: UNIC Rio/Natalia da Luz
Ciente da demanda para estudar e divulgar o trabalho desenvolvido nas casas, uma pesquisa coordenada por Giacomin e desenvolvida pelo Núcleo Interdisciplinar de Reflexão e Memória Afrodescendente da PUC-Rio mapeou 847 terreiros do Rio de Janeiro. O resultado foi divulgado no livro “Presença do Axé: Mapeando terreiros no Rio de Janeiro”, que revelou também o mapa da intolerância religiosa.
“Grande parte das perguntas do estudo, que também foi desenvolvido pela pesquisadora Denise Pini, era sobre o funcionamento da casa. Além dessas questões, o conselho religioso resolveu que teria que ter uma outra bem importante: se a casa tinha sofrido algum episódio de discriminação. Como as respostas foram muito minuciosas, pudemos identificar quem eram os agressores, quem eram as vítimas e, desta forma, um mapa da intolerância.”
Acirramento da Intolerância Religiosa
Foto: UNIC Rio/Natalia da Luz
Em junho, uma menina de 11 anos, praticante do candomblé, levou uma pedrada na cabeça, após saída do culto na Vila da Penha, Rio de Janeiro. A família registrou a ocorrência como lesão corporal e prática de discriminação religiosa.
Márcio, que é membro da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa do Rio de Janeiro (CCIR-RJ), diz que não é concebível que alguns religiosos incitem a violência e que seus superiores sejam alheios a essa discussão. Eles precisam ser responsabilizados. O parágrafo VI do artigo 5º da Constituição brasileira diz que é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias. A Lei Caó (Lei 7.716/89) considera crime a intolerância religiosa.
Foto: UNIC Rio/Natalia da Luz
De acordo com a Secretaria Nacional de Direitos Humanos, foram registradas 39 queixas pelo Disque 100 apenas em 2013, o que deu ao estado do Rio o título de maior detentor das denúncias em todo o Brasil, mas o registro ainda é muito precário.
Márcio conta que a Secretária Nacional de Direitos Humanos contabilizou, até hoje, 500 casos de intolerância religiosa em toda a sua história. Esse número não condiz com o cenário atual, principalmente, porque muitos dos casos que deveriam ser registrados como intolerância religiosa são catalogados como briga de vizinho, injúria ou calúnia.
A intolerância religiosa está na história do Brasil desde a chegada dos portugueses, já que, nas primeiras missões, havia a clara intenção de converter os índios e os escravos ao catolicismo. Ao longo dos séculos, essa ideia parece ter sido perpetuada.
“As igrejas neo-pentecostais têm disputado espaço com os barracões, têm desejado ocupar o nosso espaço. Muitas vezes, elas se preocupam em comprar os nossos terreiros e, nos mesmos espaços, abrir os templos”, afirma Márcio, que também é presidente da Associação Nacional de Mídia Afro.
Foto: UNIC Rio/Natalia da Luz
As igrejas neo-pentecostais congregam denominações oriundas do pentecostalismo clássico ou mesmo das igrejas cristãs tradicionais (como as batistas e metodistas). Elas surgiram aproximadamente 60 anos após o movimento pentecostal do início do século XX, em 1906.
Para Ivanir, existe uma disputa de mercado pelos fiéis, que cria uma demonização para que os praticantes de religiões afro se sintam envergonhados, o que se apresenta como um risco para a sociedade, não só para liberdade religiosa, mas para liberdade politica.
Ìsìnkú ajagun guaraní kan. O enterro de um guerreiro guarani. Entidades e pessoas que apoiam o genocídio guarani: -Ààrẹ - Presidente, presidenta. -Igbákejì Ààrẹ - Vice-presidente. -Ilé-ẹjọ́ Gígajùlọ - Supremo Tribunal Federal (STF). -Ìbùjókó aṣòfin ti olóko ní Kọ́ngrésì Onítọmọorílẹ̀-èdè (Ilé Aṣòfin Àgbà àti Ilé Aṣòfin Kéreré)- bancada ruralista no congresso nacional (Senado e Câmara dos Deputados). Àwọn amúnisìn tipátipá - facistas, nazistas, neonazistas, hitleristas. Ẹgbẹ́ ọmọ-ogun ti oko aṣòdì sí ọmọ-ìbílẹ̀, s. Milícia rural anti-indígena. Ọlọ́pàá, s. Polícia. Àwọn ológun, s. Militares. Ọ̀dáràn, apànìà, apani, s. Criminoso, assassino, malfeitor, culpado, matador. Okoòṣowó, s. Agronegócio. Olóko, s. Ruralista, fazendeiro, latifundiário.
Àkójọ́pọ̀ Itumọ̀ (Glossário). Ìwé gbédègbéyọ̀ (Vocabulário). Ìsìnkú, s. Enterro, funeral. Ajagun, jagunjagun, s. Guerreiro. Ajagun obìnrin, s. Amazona, soldado feminino. Kan, num. Um, uma. Ilé Aṣòfin Àgbà, Ilé Alàgbà Àpapọ̀, s. Senado, Senado Federal. Ilé Aṣòfin Kéreré, Ilé àwọn Aṣofin, s. Câmara dos deputados. Kọ́ngrésì Onítọmọorílẹ̀-èdè, s. Congresso Nacional. Ti ìbílẹ̀, ti ilẹ̀, ti ìlú, ti ọmọ-ìbílẹ̀, adj. Indígena, aborígene. Ọmọ-ìbílẹ̀, ẹ̀yà abínibí, onílẹ̀, ìbílẹ̀, s. Índio, nativo, aborígine, indígena. Ẹgbẹ́ ọmọ-ogun, s. Milícia. Ìbùjókó aṣòfin ti olóko, s. Bancada ruralista. Aṣòfin, olófin, s. Legislador.
Violência contra índios no Mato Grosso do Sul preocupa Anistia Internacional Da Redação, com Agência Brasil01/09/2015 01:44 A Anistia Internacional está preocupada com o agravamento da violência contra o povo Guarani-Kaiowá, no Mato Grosso do Sul.No sábado, um ataque, no município de Antônio João, provocou a morte do índio Simião Vilhalva e deixou mulheres e crianças feridas. Rio de Janeiro - A Anistia Internacional está preocupada com o agravamento da violência contra o povo Guarani-Kaiowá, no Mato Grosso do Sul. Em nota divulgada segunda-feira (31), a entidade destacou que a área Ñanderú Marangatú é uma terra indígena tradicional Guarani e Kaiowá e, além de demarcada, foi homologada em 2005. No sábado (29), um ataque ao local, no município de Antônio João, provocou a morte do índio Simião Vilhalva e deixou mulheres e crianças feridas. A assessora de Direitos Humanos da Anistia Internacional, Fátima Mello, disse em entrevista àAgência Brasil que a entidade acompanha há algum tempo a situação dos índios Guarani e Kaiowá, especificamente na comunidade de Apicaí, onde já foram lançadas duas ações urgentes da Anistia e houve denúncias de lideranças indígenas locais. "Nosso secretário-geral visitou a comunidade de Apicaí. Essa é uma preocupação permanente da Anistia, por causa das sistemáticas violações de direitos humanos dos povos indígenas do Mato Grosso do Sul", afirmou Fátima Mello. A assessora informou que, antes do ataque do fim de semana, já vinham se desenhando situações de despejos contra algumas comunidades e a não aplicação da destinação de terras a elas. "Existem ordens de despejo sendo emitidas contra as comunidades, apesar delas já estarem em situação de crise humanitária como a gente define. Várias vivem em acampamentos em beira de estrada. A comunidade de Apicaí teve oito pessoas atropeladas por conta dessa precariedade", destacou. A nota da Anistia informou ainda que, cerca de 10 anos após a decisão da homologação das terras, há uma semana, os indígenas decidiram retomar suas terras ocupadas por fazendeiros locais. A Anistia acrescentou que, em junho de 2015, homens armados atacaram uma comunidade Guarani Kaiowá, deixando duas crianças desaparecidas. Além do ataque de sábado, ontem (30) foram registradas denúncias da presença de fazendeiros e pistoleiros em áreas da Ñanderú Marangatú. A Anistia Internacional se uniu a organizações do Mato Grosso do Sul e a outros povos indígenas mobilizados em diversos estados, a fim de pedir que as autoridades tomem iniciativas para suspensão imediata da violência contra os índios Guarani e Kaiowá e por uma rápida investigação do caso. Fátima Mello lembrou que a Anistia é uma organização internacional que luta pelos direitos humanos no mundo e sempre atua com parceiros locais. No caso dos Guarani e Kaiowá, a entidade apoia as demandas formuladas por eles, entre elas a demarcação da terra, que, segundo ela, está parada. "O que estamos apoiando e dando voz é que a violência contra eles seja suspensa imediatamente e a morte do indígena Simião apurada de forma independente." A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) publicou hoje no site da entidade uma nota exigindo do governo federal rigor na apuração dos fatos e a punição dos autores intelectuais e materiais da morte de Simião Vilhalva. Até o fechamento desta matéria, o Ministério da Justiça não havia se manifestado sobre os pedidos da Anistia e da APIB.
Kín ni ìṣẹlẹ́yàmẹ̀yà? O que é Racismo? Àkójọ́pọ̀ Itumọ̀ (Glossário). Ìwé gbédègbéyọ̀ (Vocabulário). Kí, kín, pron. interrog. O quê. É usada na formação de perguntas referentes a coisas ou seres irracionais. Ni, v. Ser, é. Ìṣẹlẹ́yàmẹ̀yà, s. Racismo. Aláìfẹ́irúẹ̀dáọmọẹnìkéjì, s. Racista. Ìkóríra, ìkórìíra, s. Ódio. Ìṣojúsàájú, s. Parcialidade, favoritismo, xenofobia.
Racismo é a convicção sobre a superioridade de determinadas raças, com base em diferentes motivações, em especial as características físicas e outros traços do comportamento humano. Consiste em uma atitude depreciativa não baseada em critérios científicos em relação a algum grupo social ou étnico. Comportamentos racistas começaram desde cedo na história da humanidade, frequentemente era uma forma de defesa de um grupo contra invasores pacíficos que apresentavam características distintas. O racismo ganhou mais força quando as potências europeias colonizaram outros países. O racismo continua sendo um problema muito sério em vários países. Continua a existir mesmo em países desenvolvidos onde supostamente já não existe, como por exemplo nos Estados Unidos da América (especialmente no Sul). A crise econômica e a pressão demográfica costumam ser motivo de problemas raciais mais ou menos graves, como sucede na Grã-Bretanha com os imigrantes, em França com os norte-africanos, na Alemanha com os turcos ou em Espanha com a população cigana e os trabalhadores negros ilegais. O preconceito racial está relacionado com conceitos como homofobia, xenofobia, bullying racista, entre outros muito debatidos na atualidade. Embora não haja nenhuma comprovação de uma determinada raça ser superior ou inferior a outra, pessoas em todo o mundo foram atingidas por grupos que se consideravam superiores. Historicamente, o racismo era uma forma de justificar o domínio de determinados povos sobre outros, como se verifica no período de escravidão, colonialismo, e nos genocídios (crimes contra a humanidade) ocorridos ao longo da história. No século XX, algumas formas de racismo como o Nazismo e o Apartheid marcaram a história. O racismo pode estar relacionado com a política de um país, sendo um dos maiores exemplos, a Alemanha nacional-socialista, que perseguiu e exterminou judeus, ciganos, eslavos, etc. A intenção dos nazistas era exterminar os judeus, com base em argumentos sobre a superioridade da raça germânica. O anti-semitismo (racismo contra judeus) levou a uma perseguição desenfreada e exterminação de milhões de judeus e de outros povos, culminando na Segunda Guerra Mundial. O dia 21 de março foi estabelecido pela ONU (Organização das Nações Unidas) como o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial, em memória aos mais de 60 mortos em um massacre ocorrido na África do Sul nesse mesmo dia no ano de 1960. A Declaração Universal dos Direitos do Homem foi criada com o objetivo de proteger os direitos fundamentais dos seres humanos condenando todo o tipo de discriminação pela raça, sexo, nacionalidade, etnia, idioma, religião ou qualquer outra condição. Tipos de racismo
Existem vários tipos de racismo, entre eles o racismo individual, institucional, cultural, primário, comunitarista ou diferencialista e racismo ecológico ou ambiental. Racismo e Preconceito
O racismo e preconceito estão interligados. O racismo é um tipo de preconceito, um preconceito racial ou étnico, ou seja, uma ideia pré-concebida e pejorativa a respeito de uma etnia, uma raça ou um povo em particular. O preconceito normalmente pode não estar ligado exclusivamente à aparência física de uma pessoa ou povo. O preconceito pode estar ligado a uma escolha ou estilo de vida de uma pessoa (por exemplo, a sua orientação sexual). Pode também haver preconceito relativo à classe social de uma pessoa, ou seja, aversão a pessoas pobres. A xenofobia é também um tipo de preconceito, que indica uma repugnância relativa a pessoas estrangeiras, mesmo que elas sejam da mesma raça ou etnia. Fonte: http://www.significados.com.br/racismo/
Ìpakúpa ti àwọn ọ̀dọ́mọdé dúdú. Genocídio de jovens negros. Àkójọ́pọ̀ Itumọ̀ (Glossário). Ìwé gbédègbéyọ̀ (Vocabulário). Ìpakúpa, s. holocausto, genocídio. Ti, prep. De (indicando posse). Quando usado entre dois substantivos, usualmente é omitido. Ilé ti bàbá mi = ilé bàbá mi ( A casa do meu pai). Àwọn, wọn, pron. Eles, elas. Indicador de plural. Ọ̀dọ́mọdé, s. Juventude. Dúdú, adj. preto.
A marcha contra o Genocídio do Povo Negro incomoda os inimigos
A marcha contra o Genocídio do Povo Negro incomoda os inimigos por que nos tira do controle da Supremacia Branca: lamentamos o rancor de quem come no prato que cuspiu Há 10 anos um grupo de aproximadamente 300 pessoas vindas de vários pontos da Bahia ocupou a Secretaria de Segurança Pública do Estado e proclamou um estatuto de enfretamento ao poder estruturador do Estado Brasileiro, que são o racismo e o neocolonialismo alicerçados para dar proteção a politica de supremacia branca. Declaramos os mortos como nossos companheiros de jornada, seus familiares e as mulheres entre nós como nosso comando, a rua como palco, a solidariedade, a ação comunitária e a auto defesa como métodos. Nascia a Campanha Reaja ou Será Morta, Reaja ou Será Morto. por Hamilton Borges dos Santos enviado para o Portal Geledés Há uma semana, dia 24 de agosto de 2015, um cordão de pretas e pretos do Brasil e do mundo tomou a cidade depois de um encontro politico e teórico de dois dias nas dependências da Uneb no Cabula, depois de recebermos mensagens do Chile , da Colômbia, da Alemanha , da Espanha, Estados Unidos, Áustria e França. Tomamos as ruas do Cabula em duas colunas batizadas de Coluna de autodefesa Uhuru, coluna de proteção de mães e familiares para erigir um memorial aos mortos do Estado Racista Brasileiro. Erguemos o memorial no local onde a Rondesp executou mais de 15 jovens homens negros. Estávamos lá sob as lágrimas e os testemunhos de mães , avós e irmãs. Não foi “ teatralização excessiva” foi a dor que pulsa em nós enquanto certos “picaretas” tiram self e dançam com os executores sua igualdade maculada. No mesmo dia, a tarde, no Quartel dos Aflitos, o mais antigo quartel da Policia Militar do Brasil, diante de mais de 5.000 mil pessoas e uma tropa nos intimidando e intimidando os manifestantes, deixamos uma mensagem dura e sem retoques: nós não vamos morrer em silêncio. E seguimos rompendo a rua, deixando toda tropa aturdida com uma massa de gente preta sem nenhuma propaganda do governo. Nós não amamos nossos opressores, não queremos agradá-los e esmolar seus cargos e editais. Estamos criando na prática autogestionária , autonomista , pan-africanista, uma ferramenta de autodefesa que tem criado incômodo nos comandos das policiais , nas tropas, nos governos genocidas de esquerda e direita e nos ativistas que vêem seu projeto governista afundar. Que afundem sozinhos, que mergulhem com sua mágoa entre vocês. Abandonem-nos com nossas “proibições disso e daquilo” Temos recebido ataques de policiais, soldados citados na justiça por abusos , gente de grupos de extermínio que espalham nossas fotos por redes sociais e nos ofendem com textos ameaçadores. Esse método não nos fez tremer e nem vacilar quando paramos em frente ao quartel da policia com nosso “fardamento” , com nossa cara fechada, nossas bandeiras e nossas palavras de ordem. Gritamos Cabula!!!! Para o espanto dessa gente bem vestida e cheia de títulos acadêmicos que silenciam em eventos abarrotados de grana de “sucrilhos da Kelloggss” fazendo contemplação sobre o nosso destino. O nosso destino é espalhar revolta pelo Brasil e dizer ao mundo que aqui é um pais que mata pretos e pretas e que enterra lideranças governistas num túmulo de vaidade , frustação e rancor. Foi veiculado recentemente pelas páginas do Geledès, um texto de um “ativista” negro, ex- assessor especial da Seppir que passou todo o governo Lula criticando Matilde Ribeiro e Edson Santos, cujo conteúdo pretende nos difamar, nos desqualificar – nos atacar tal qual um soldado da Rondesp faz conosco todos os dias aqui na Bahia? Age como inimigo fazendo alegações sem consistência e olhem que ele é o melhor que essa gente perfumada que adora os “puxadinhos” do governo tem. No texto, o ex-assessor não fala uma palavra sobre a polícia que mata negros, sobre o governo que colocou o exército para matar e controlar gente preta na Maré- RJ . Ele pegou uma avião, foi para a Bahia buscar palanque em nossa organização construída sem os brilhos dos banquetes governamentais e dessas ONGs negras submetidas ao modelo imposto para facilitar a barganha com seus fundos, agências e governos, organizada do nordeste para o mundo, longe dos holofotes do centro político do país. Ora, não temos nenhuma restrição a intelectuais negros, muito antes ao contrário: um sem numero de intelectuais , juristas , artistas assinaram um manifesto de apoio a Marcha e esse fortalecimento nos é caro. Nos quadros da Reaja temos garis, faxineiras, costureiras, doutores, mestres, acadêmicos, cozinheiros, motoristas. Temos contato com instituições acadêmicas na Europa, Estados Unidos e África . Mas o desespero e a fúria por não ter sido chamado para falar em nosso ato deixou perturbado o ex- assessor da Seppir. Ele assumiu seu ódio publicamente por nosso método e pela forma que organizamos nossa dor, nosso sofrimento e nosso ódio. Temos muito o que fazer diante do mar de sangue em que vivemos e esses ataques estéreis que só são lidos por meia dúzia de iluminados de fato nos tira do foco. Mas nos deixa preparado para o enfrentamento. Ao contrário do que fala o texto que de algum modo joga para nos criminalizar e atacar nossas energias, nós não somos um movimento juvenil. Somos uma organização com pessoas que vão dos 15 aos 70 anos, como a avó de Kaiquinho, jovem negro que foi morto no Cabula por policiais que não são citados pelo nosso letrado missivista, que ao fazê-lo desconsidera essas mulheres e esses meninos que até pouco tempo seguiam presos nas instituições de sequestros ou que viviam nas ruas consumindo craque e comendo lixo e encontraram na Reaja um lugar para se restabelecerem e fazerem luta. Fomos declarados como inimigos desse jornalista ex- assessor da Seppir. Que ele se dane! Nós seguiremos a Marcha histórica ancestral que herdamos do movimento negro que saiu as ruas bem antes dele se desfilhar do PT. Yedo Ferreira, no alto de seus 90 anos é símbolo de nosso respeito aos militantes que chegaram antes e ele nos enviou uma mensagem sem nos pedir aplausos, só nos fortalecendo. Então não nos falem em respeito se você nos ataca gratuitamente fazendo o jogo que a policia espera … um pretinho letrado preparando o terreno para sair executando a militância da Reaja que saiu definitivamente desse barco governista que humilha seus tripulantes. Dirijo-me a militância da Reaja, em cada acampamento e assentamento pelo interior do Brasil, em cada sala de aula, em cada universidade, nos centros de pesquisa, nos centros de graduação e pós-graduação, cada posse e grupo de Rap, cada cela de cadeia, cada comunidade favelada. Não ouçam a voz de desespero desse moço e seu grupo que se colocam como inimigos agora porque não conhecem luta fora desse prédio institucional que abriga o racismo. Voltemos a nossa tarefa que agora é nos prepararmos, organizarmos uma coluna em cada núcleo de base, nos prepararmos para o que nos espera. A Vitória. E sobre os valentões que tentaram nos ameaçar na rua… aí não, é sem resposta e sem massagem.
Hamilton Borges dos Santos (Walê) Diretamente da Cidade Túmulo Salvador Leia a matéria completa em: A marcha contra o Genocídio do Povo Negro incomoda os inimigos - Geledés http://www.geledes.org.br/marcha-contra-o-genocidio-do-povo-negro-incomoda-os-inimigos/#ixzz3kbZE9R3q Follow us: @geledes on Twitter | geledes on Facebook