Ìpakúpa ti àwọn ọ̀dọ́mọdé dúdú.
Genocídio de jovens negros.
Àkójọ́pọ̀ Itumọ̀ (Glossário).
Ìwé gbédègbéyọ̀ (Vocabulário).
Ìpakúpa, s. holocausto, genocídio.
Ti, prep. De (indicando posse). Quando usado entre dois substantivos, usualmente é omitido. Ilé ti bàbá mi = ilé bàbá mi ( A casa do meu pai).
Àwọn, wọn, pron. Eles, elas. Indicador de plural.
Ọ̀dọ́mọdé, s. Juventude.
Dúdú, adj. preto.
Publicado há 1 dia - em 1 de setembro de 2015 » Atualizado às 9:55
Categoria » Afro-brasileiros e suas lutas
A marcha contra o Genocídio do Povo Negro incomoda os inimigos por que nos tira do controle da Supremacia Branca: lamentamos o rancor de quem come no prato que cuspiu
Há 10 anos um grupo de aproximadamente 300 pessoas vindas de vários pontos da Bahia ocupou a Secretaria de Segurança Pública do Estado e proclamou um estatuto de enfretamento ao poder estruturador do Estado Brasileiro, que são o racismo e o neocolonialismo alicerçados para dar proteção a politica de supremacia branca. Declaramos os mortos como nossos companheiros de jornada, seus familiares e as mulheres entre nós como nosso comando, a rua como palco, a solidariedade, a ação comunitária e a auto defesa como métodos. Nascia a Campanha Reaja ou Será Morta, Reaja ou Será Morto.
por Hamilton Borges dos Santos enviado para o Portal Geledés
Há uma semana, dia 24 de agosto de 2015, um cordão de pretas e pretos do Brasil e do mundo tomou a cidade depois de um encontro politico e teórico de dois dias nas dependências da Uneb no Cabula, depois de recebermos mensagens do Chile , da Colômbia, da Alemanha , da Espanha, Estados Unidos, Áustria e França. Tomamos as ruas do Cabula em duas colunas batizadas de Coluna de autodefesa Uhuru, coluna de proteção de mães e familiares para erigir um memorial aos mortos do Estado Racista Brasileiro. Erguemos o memorial no local onde a Rondesp executou mais de 15 jovens homens negros. Estávamos lá sob as lágrimas e os testemunhos de mães , avós e irmãs. Não foi “ teatralização excessiva” foi a dor que pulsa em nós enquanto certos “picaretas” tiram self e dançam com os executores sua igualdade maculada.
No mesmo dia, a tarde, no Quartel dos Aflitos, o mais antigo quartel da Policia Militar do Brasil, diante de mais de 5.000 mil pessoas e uma tropa nos intimidando e intimidando os manifestantes, deixamos uma mensagem dura e sem retoques: nós não vamos morrer em silêncio. E seguimos rompendo a rua, deixando toda tropa aturdida com uma massa de gente preta sem nenhuma propaganda do governo.
Nós não amamos nossos opressores, não queremos agradá-los e esmolar seus cargos e editais. Estamos criando na prática autogestionária , autonomista , pan-africanista, uma ferramenta de autodefesa que tem criado incômodo nos comandos das policiais , nas tropas, nos governos genocidas de esquerda e direita e nos ativistas que vêem seu projeto governista afundar. Que afundem sozinhos, que mergulhem com sua mágoa entre vocês. Abandonem-nos com nossas “proibições disso e daquilo”
Temos recebido ataques de policiais, soldados citados na justiça por abusos , gente de grupos de extermínio que espalham nossas fotos por redes sociais e nos ofendem com textos ameaçadores. Esse método não nos fez tremer e nem vacilar quando paramos em frente ao quartel da policia com nosso “fardamento” , com nossa cara fechada, nossas bandeiras e nossas palavras de ordem. Gritamos Cabula!!!! Para o espanto dessa gente bem vestida e cheia de títulos acadêmicos que silenciam em eventos abarrotados de grana de “sucrilhos da Kelloggss” fazendo contemplação sobre o nosso destino. O nosso destino é espalhar revolta pelo Brasil e dizer ao mundo que aqui é um pais que mata pretos e pretas e que enterra lideranças governistas num túmulo de vaidade , frustação e rancor.
Foi veiculado recentemente pelas páginas do Geledès, um texto de um “ativista” negro, ex- assessor especial da Seppir que passou todo o governo Lula criticando Matilde Ribeiro e Edson Santos, cujo conteúdo pretende nos difamar, nos desqualificar – nos atacar tal qual um soldado da Rondesp faz conosco todos os dias aqui na Bahia? Age como inimigo fazendo alegações sem consistência e olhem que ele é o melhor que essa gente perfumada que adora os “puxadinhos” do governo tem.
No texto, o ex-assessor não fala uma palavra sobre a polícia que mata negros, sobre o governo que colocou o exército para matar e controlar gente preta na Maré- RJ . Ele pegou uma avião, foi para a Bahia buscar palanque em nossa organização construída sem os brilhos dos banquetes governamentais e dessas ONGs negras submetidas ao modelo imposto para facilitar a barganha com seus fundos, agências e governos, organizada do nordeste para o mundo, longe dos holofotes do centro político do país.
Ora, não temos nenhuma restrição a intelectuais negros, muito antes ao contrário: um sem numero de intelectuais , juristas , artistas assinaram um manifesto de apoio a Marcha e esse fortalecimento nos é caro.
Nos quadros da Reaja temos garis, faxineiras, costureiras, doutores, mestres, acadêmicos, cozinheiros, motoristas. Temos contato com instituições acadêmicas na Europa, Estados Unidos e África . Mas o desespero e a fúria por não ter sido chamado para falar em nosso ato deixou perturbado o ex- assessor da Seppir. Ele assumiu seu ódio publicamente por nosso método e pela forma que organizamos nossa dor, nosso sofrimento e nosso ódio. Temos muito o que fazer diante do mar de sangue em que vivemos e esses ataques estéreis que só são lidos por meia dúzia de iluminados de fato nos tira do foco. Mas nos deixa preparado para o enfrentamento.
Ao contrário do que fala o texto que de algum modo joga para nos criminalizar e atacar nossas energias, nós não somos um movimento juvenil. Somos uma organização com pessoas que vão dos 15 aos 70 anos, como a avó de Kaiquinho, jovem negro que foi morto no Cabula por policiais que não são citados pelo nosso letrado missivista, que ao fazê-lo desconsidera essas mulheres e esses meninos que até pouco tempo seguiam presos nas instituições de sequestros ou que viviam nas ruas consumindo craque e comendo lixo e encontraram na Reaja um lugar para se restabelecerem e fazerem luta. Fomos declarados como inimigos desse jornalista ex- assessor da Seppir. Que ele se dane! Nós seguiremos a Marcha histórica ancestral que herdamos do movimento negro que saiu as ruas bem antes dele se desfilhar do PT.
Yedo Ferreira, no alto de seus 90 anos é símbolo de nosso respeito aos militantes que chegaram antes e ele nos enviou uma mensagem sem nos pedir aplausos, só nos fortalecendo. Então não nos falem em respeito se você nos ataca gratuitamente fazendo o jogo que a policia espera … um pretinho letrado preparando o terreno para sair executando a militância da Reaja que saiu definitivamente desse barco governista que humilha seus tripulantes.
Dirijo-me a militância da Reaja, em cada acampamento e assentamento pelo interior do Brasil, em cada sala de aula, em cada universidade, nos centros de pesquisa, nos centros de graduação e pós-graduação, cada posse e grupo de Rap, cada cela de cadeia, cada comunidade favelada. Não ouçam a voz de desespero desse moço e seu grupo que se colocam como inimigos agora porque não conhecem luta fora desse prédio institucional que abriga o racismo.
Voltemos a nossa tarefa que agora é nos prepararmos, organizarmos uma coluna em cada núcleo de base, nos prepararmos para o que nos espera. A Vitória.
E sobre os valentões que tentaram nos ameaçar na rua… aí não, é sem resposta e sem massagem.
Hamilton Borges dos Santos (Walê)
Diretamente da Cidade Túmulo Salvador
Leia a matéria completa em: A marcha contra o Genocídio do Povo Negro incomoda os inimigos - Geledés http://www.geledes.org.br/marcha-contra-o-genocidio-do-povo-negro-incomoda-os-inimigos/#ixzz3kbZE9R3q
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Genocídio de jovens negros.
Àkójọ́pọ̀ Itumọ̀ (Glossário).
Ìwé gbédègbéyọ̀ (Vocabulário).
Ìpakúpa, s. holocausto, genocídio.
Ti, prep. De (indicando posse). Quando usado entre dois substantivos, usualmente é omitido. Ilé ti bàbá mi = ilé bàbá mi ( A casa do meu pai).
Àwọn, wọn, pron. Eles, elas. Indicador de plural.
Ọ̀dọ́mọdé, s. Juventude.
Dúdú, adj. preto.
A marcha contra o Genocídio do Povo Negro incomoda os inimigos
Categoria » Afro-brasileiros e suas lutas
A marcha contra o Genocídio do Povo Negro incomoda os inimigos por que nos tira do controle da Supremacia Branca: lamentamos o rancor de quem come no prato que cuspiu
Há 10 anos um grupo de aproximadamente 300 pessoas vindas de vários pontos da Bahia ocupou a Secretaria de Segurança Pública do Estado e proclamou um estatuto de enfretamento ao poder estruturador do Estado Brasileiro, que são o racismo e o neocolonialismo alicerçados para dar proteção a politica de supremacia branca. Declaramos os mortos como nossos companheiros de jornada, seus familiares e as mulheres entre nós como nosso comando, a rua como palco, a solidariedade, a ação comunitária e a auto defesa como métodos. Nascia a Campanha Reaja ou Será Morta, Reaja ou Será Morto.
por Hamilton Borges dos Santos enviado para o Portal Geledés
Há uma semana, dia 24 de agosto de 2015, um cordão de pretas e pretos do Brasil e do mundo tomou a cidade depois de um encontro politico e teórico de dois dias nas dependências da Uneb no Cabula, depois de recebermos mensagens do Chile , da Colômbia, da Alemanha , da Espanha, Estados Unidos, Áustria e França. Tomamos as ruas do Cabula em duas colunas batizadas de Coluna de autodefesa Uhuru, coluna de proteção de mães e familiares para erigir um memorial aos mortos do Estado Racista Brasileiro. Erguemos o memorial no local onde a Rondesp executou mais de 15 jovens homens negros. Estávamos lá sob as lágrimas e os testemunhos de mães , avós e irmãs. Não foi “ teatralização excessiva” foi a dor que pulsa em nós enquanto certos “picaretas” tiram self e dançam com os executores sua igualdade maculada.
No mesmo dia, a tarde, no Quartel dos Aflitos, o mais antigo quartel da Policia Militar do Brasil, diante de mais de 5.000 mil pessoas e uma tropa nos intimidando e intimidando os manifestantes, deixamos uma mensagem dura e sem retoques: nós não vamos morrer em silêncio. E seguimos rompendo a rua, deixando toda tropa aturdida com uma massa de gente preta sem nenhuma propaganda do governo.
Nós não amamos nossos opressores, não queremos agradá-los e esmolar seus cargos e editais. Estamos criando na prática autogestionária , autonomista , pan-africanista, uma ferramenta de autodefesa que tem criado incômodo nos comandos das policiais , nas tropas, nos governos genocidas de esquerda e direita e nos ativistas que vêem seu projeto governista afundar. Que afundem sozinhos, que mergulhem com sua mágoa entre vocês. Abandonem-nos com nossas “proibições disso e daquilo”
Temos recebido ataques de policiais, soldados citados na justiça por abusos , gente de grupos de extermínio que espalham nossas fotos por redes sociais e nos ofendem com textos ameaçadores. Esse método não nos fez tremer e nem vacilar quando paramos em frente ao quartel da policia com nosso “fardamento” , com nossa cara fechada, nossas bandeiras e nossas palavras de ordem. Gritamos Cabula!!!! Para o espanto dessa gente bem vestida e cheia de títulos acadêmicos que silenciam em eventos abarrotados de grana de “sucrilhos da Kelloggss” fazendo contemplação sobre o nosso destino. O nosso destino é espalhar revolta pelo Brasil e dizer ao mundo que aqui é um pais que mata pretos e pretas e que enterra lideranças governistas num túmulo de vaidade , frustação e rancor.
Foi veiculado recentemente pelas páginas do Geledès, um texto de um “ativista” negro, ex- assessor especial da Seppir que passou todo o governo Lula criticando Matilde Ribeiro e Edson Santos, cujo conteúdo pretende nos difamar, nos desqualificar – nos atacar tal qual um soldado da Rondesp faz conosco todos os dias aqui na Bahia? Age como inimigo fazendo alegações sem consistência e olhem que ele é o melhor que essa gente perfumada que adora os “puxadinhos” do governo tem.
No texto, o ex-assessor não fala uma palavra sobre a polícia que mata negros, sobre o governo que colocou o exército para matar e controlar gente preta na Maré- RJ . Ele pegou uma avião, foi para a Bahia buscar palanque em nossa organização construída sem os brilhos dos banquetes governamentais e dessas ONGs negras submetidas ao modelo imposto para facilitar a barganha com seus fundos, agências e governos, organizada do nordeste para o mundo, longe dos holofotes do centro político do país.
Ora, não temos nenhuma restrição a intelectuais negros, muito antes ao contrário: um sem numero de intelectuais , juristas , artistas assinaram um manifesto de apoio a Marcha e esse fortalecimento nos é caro.
Nos quadros da Reaja temos garis, faxineiras, costureiras, doutores, mestres, acadêmicos, cozinheiros, motoristas. Temos contato com instituições acadêmicas na Europa, Estados Unidos e África . Mas o desespero e a fúria por não ter sido chamado para falar em nosso ato deixou perturbado o ex- assessor da Seppir. Ele assumiu seu ódio publicamente por nosso método e pela forma que organizamos nossa dor, nosso sofrimento e nosso ódio. Temos muito o que fazer diante do mar de sangue em que vivemos e esses ataques estéreis que só são lidos por meia dúzia de iluminados de fato nos tira do foco. Mas nos deixa preparado para o enfrentamento.
Ao contrário do que fala o texto que de algum modo joga para nos criminalizar e atacar nossas energias, nós não somos um movimento juvenil. Somos uma organização com pessoas que vão dos 15 aos 70 anos, como a avó de Kaiquinho, jovem negro que foi morto no Cabula por policiais que não são citados pelo nosso letrado missivista, que ao fazê-lo desconsidera essas mulheres e esses meninos que até pouco tempo seguiam presos nas instituições de sequestros ou que viviam nas ruas consumindo craque e comendo lixo e encontraram na Reaja um lugar para se restabelecerem e fazerem luta. Fomos declarados como inimigos desse jornalista ex- assessor da Seppir. Que ele se dane! Nós seguiremos a Marcha histórica ancestral que herdamos do movimento negro que saiu as ruas bem antes dele se desfilhar do PT.
Yedo Ferreira, no alto de seus 90 anos é símbolo de nosso respeito aos militantes que chegaram antes e ele nos enviou uma mensagem sem nos pedir aplausos, só nos fortalecendo. Então não nos falem em respeito se você nos ataca gratuitamente fazendo o jogo que a policia espera … um pretinho letrado preparando o terreno para sair executando a militância da Reaja que saiu definitivamente desse barco governista que humilha seus tripulantes.
Dirijo-me a militância da Reaja, em cada acampamento e assentamento pelo interior do Brasil, em cada sala de aula, em cada universidade, nos centros de pesquisa, nos centros de graduação e pós-graduação, cada posse e grupo de Rap, cada cela de cadeia, cada comunidade favelada. Não ouçam a voz de desespero desse moço e seu grupo que se colocam como inimigos agora porque não conhecem luta fora desse prédio institucional que abriga o racismo.
Voltemos a nossa tarefa que agora é nos prepararmos, organizarmos uma coluna em cada núcleo de base, nos prepararmos para o que nos espera. A Vitória.
E sobre os valentões que tentaram nos ameaçar na rua… aí não, é sem resposta e sem massagem.
Hamilton Borges dos Santos (Walê)
Diretamente da Cidade Túmulo Salvador
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