Àwọn èbu tò lẹ́sẹsẹ orí íńtánẹ́ẹ̀tì àdánidá ní igbó.
Fungos estruturam a internet natural nas florestas.
Àkójọ́pọ̀ Itumọ̀ (Glossário).
Ìwé gbédègbéyọ̀ (Vocabulário).
Àwọn, wọn, pron. Eles, elas. Indicador de plural.
Èbu, s. Fungos.
Orí íńtánẹ́ẹ̀tì, s. Internet.
Èbu, s. Fungos.
Orí íńtánẹ́ẹ̀tì, s. Internet.
Orí íńtánẹ́ẹ̀tì àdánidá, s. Internet natural formada por fungos.
Ṣètò, adj. Organizado.
Tò lẹ́sẹsẹ, tòlẹ́sẹ, v. Organizar.
Ti, prep. De (indicando posse).
Igbó, s. Bosque, floresta, selva.
Ní, part. enfática. Usada na construção de frases, quando o verbo tiver dois objetos, o segundo objeto é precedido por " ní".
Ní, prep. No, na, em. Usada para indicar o lugar em que
alguma coisa está. Indica uma posição estática.
Ní, v. Ter, possuir, dizer.Transportar carga em um barco
ou navio. Ocupar, obter, pegar.
Ni, v. Ser, é.
Nì, pron. dem. Aquele, aquela. Requer alongamento da vogal final da palavra que o antecede somente na fala. Ex.: Fìlà ( a ) nì - Aquele chapéu.
Tò lẹ́sẹsẹ, tòlẹ́sẹ, v. Organizar.
Ti, prep. De (indicando posse).
Igbó, s. Bosque, floresta, selva.
Ní, part. enfática. Usada na construção de frases, quando o verbo tiver dois objetos, o segundo objeto é precedido por " ní".
Ní, prep. No, na, em. Usada para indicar o lugar em que
alguma coisa está. Indica uma posição estática.
Ní, v. Ter, possuir, dizer.Transportar carga em um barco
ou navio. Ocupar, obter, pegar.
Ni, v. Ser, é.
Nì, pron. dem. Aquele, aquela. Requer alongamento da vogal final da palavra que o antecede somente na fala. Ex.: Fìlà ( a ) nì - Aquele chapéu.
1. Fungos estruturam a internet natural das florestas.
Por Elisandro Ricardo Drechsler-Santos Depto. de Botânica e PPGFAP – UFSC
Para ouvir o áudio do texto com o autor, clique aqui.
As plantas e outros organismos vivos de uma floresta estão conectados por uma internet natural formada por fungos. Até parece a história do filme de ficção científica Avatar, que se passa no ano de 2154. No filme, a espécie humana coloniza Pandora, uma das luas de um planeta fictício, para extrair minérios. Porém, acaba se deparando com um fenômeno fantástico de conexão que parece ser a chave do equilíbrio natural entre todos os organismos e os humanoides Na’vi, nativos de Pandora.
Voltando à realidade, de acordo com o especialista em fungos, o Micólogo Dr. Paul Stamets, a natureza do nosso planeta Terra também está conectada por uma Internet Natural, estruturada por fungos. De fato, a interação entre fungos e plantas vai muito além da decomposição da madeira ou parasitismo. Mais de 90% das plantas apresentam fungos associados às suas raízes. Chamamos essa relação de micorrízica. A relação é benéfica para ambos na medida em que o fungo, além de proteger as raízes, disponibiliza nutrientes (Nitrogênio e Fósforo, por exemplo) e água, que são essenciais para o desenvolvimento das plantas. Em troca, a planta “alimenta” (comida em forma de carboidratos) o fungo disponibilizando parte da sua energia adquirida através da fotossíntese. Então, quando vemos um cogumelo no solo na verdade não estamos vendo todo o corpo do fungo, pois há uma grande parte que fica associada às raízes, formando uma rede entre diferentes plantas. Essa rede é formada pelo micélio fúngico, um conjunto de filamentos microscópicos (as hifas – tipo específico de célula que forma o corpo do fungo), que às vezes conseguimos ver como se fosse um chumaço de algodão, o popular mofo.
Através das hifas, os fungos micorrízicos acabam conectando diferentes plantas da mesma ou de diferentes espécies. A partir dessa conectividade, as plantas são capazes, via micélio, de compartilhar nutrientes, químicos tóxicos e até mesmo informações. Recentemente, uma série de trabalhos e experimentos vem comprovando e demonstrando essa conectividade e comunicação. Especialistas constataram a passagem de nutrientes de uma planta à outra e sugerem que plantas maiores podem dar suporte energético para as menores se desenvolverem. Também, para protegerem essas menores, as plantas podem, via hifas dos fungos, liberar químicos tóxicos no solo que combateriam outras plantas competidoras ou até mesmo ataques de vermes nematoides. Em outros experimentos, foi observado que plantas contaminadas por fungos parasitas ou atacadas por insetos enviaram um tipo de sinal químico, via micorrizas, para outras plantas sadias. Quando estas plantas sadias foram expostas ao fungo parasita ou aos insetos, elas apresentaram resistência maior que as primeiras. Em conclusão, para a planta, estar conectada à rede natural significa acesso a uma informação privilegiada que lhe garante um sistema de defesa e consequentemente a sobrevivência ao ataque de fungos e insetos agressivos. Por fim, como comentado anteriormente, as plantas obtêm energia através da fotossíntese e disponibilizam parte para o seu parceiro, o fungo micorrízico. No entanto, também existem plantas que não conseguem fazer a fotossíntese, mas recrutam aqueles fungos micorrízicos para “roubarem” carboidratos das plantas em que já estão associados, garantindo assim a sua sobrevivência.
Embora a comunicação não seja totalmente novidade, muito ainda precisa ser compreendido, pois além dos fungos e plantas outros organismos no solo das florestas podem estar em envolvidos. Essa conexão merece uma atenção especial e talvez considerar as plantas, fungos, animais e outros organismos como entidades separadas seja um erro no entendimento da ecologia da natureza. Os organismos não só dependem uns dos outros como fazem parte do funcionamento de um todo. Por fim, não precisamos extinguir todo nosso recurso natural a ponto de ter que explorar outro planeta, como no filme Avatar, para entender que estratégias de conservação devem levar em consideração que os organismos estão relacionados e somente juntos e conectados representam o equilíbrio natural.
Referências:
- Babikova et al. 2013. Underground signals carried through common mycelial networks warn neighbouring plants of aphid attack. Ecology Letters 16(7): 835-843.
- Barto et al. 2012. Fungal superhighways: do common mycorrhizal networks enhance below grond communication? Trends in Plant Science 17(11): 633-637.
- Fleming 2015. “Plants Talk to Each Other Using an Internet of Fungus.” BBC Earth.
- Helgason et al. 1998. Poughing up the wood-wid web? Nature 394: 431.
- Johnson & Gilbert 2015. ‘Interplant signalling through hyphal networks’. New Phytologist 205 (4): 1448-1453;
- Jung et al. 2012. Mycorrhiza-Induced Resistance and Priming of Plant Defenses. Journal of Chemical Ecology 38(6): 651-664;
- Stamets 2005. Mycelium Running: How Mushrooms Can Help Save the World. Ten Speed Press. New York. 344p.
Fonte: https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=3949742305463224394#editor/target=post;postID=229559634457291527
2. Plantas se comunicam e 'brigam' usando 'internet de fungos'
Da BBC Earth
Filamentos de fungos chamados micélios formam uma rede conhecida como micorriza
Uma via superrápida para tráfego de dados, que coloca em contato uma grande população de indivíduos diversos e dispersos. Essa via facilita a comunicação e colaboração entre os indivíduos, mas também abre caminho para que crimes sejam cometidos.
Parece uma descrição da internet, mas estamos falando de fungos. Os fungos – sejam eles cogumelos ou não – são formados de um emaranhado de pequenos filamentos conhecidos como micélio. O solo está cheio desta rede de micélios, que ajuda a "conectar" diferentes plantas no mesmo solo.
Muitos cientistas estudam a forma como as plantas usam essa rede de micélios para trocar nutrientes e até mesmo para "se comunicar". Em alguns casos, as plantas formam até mesmo uma união para "sabotar" outras espécies invasoras de plantas, liberando toxinas na rede.
Cerca de 90% das plantas terrestres têm uma relação simbiótica com fungos, que é batizada de micorriza. Com a simbiose, as plantas recebem carboidratos, fósforo e nitrogênio dos fungos, que também as ajudam a extrair água do solo. Esse processo é importante no desenvolvimento das plantas.
'Internet natural'
Filme de ficção 'Avatar' tinha uma ideia parecida com a 'internet natural' que existe na Terra
Para o especialista em fungos Paul Stamets, essa rede é uma "internet natural" do planeta Terra. Sua tese é que ela coloca em contato plantas que estão muito distantes de si e não apenas as que estão próximas. Ele traça um paralelo com o filme Avatar, de 2009, em que vários organismos em uma lua conseguem se comunicar e dividir recursos graças a uma espécie de ligação eletroquímica entre as raízes das árvores.
Só em 1997 é que foi possível comprovar concretamente algumas dessas comunicaçõeos via "internet natural". Suzanne Simard, da Universidade de British Columbia, no Canadá, mostrou que havia uma transferência de carbono por micélio entre o abeto de Douglas (uma árvore conífera) e uma bétula. Desde então, também ficou provado que algumas plantas trocam fósforo e nitrogênio da mesma forma.
Simard acredita que árvores de grande porte usam o micélio para alimentar outras em nascimento. Sem essa ajuda, a cientista argumenta, muitas das novas árvores não conseguiriam sobreviver.
Simard conta que as plantas parecem trabalhar no sentido contrário ao observado por Charles Darwin, de competição por recursos entre espécies. Em muitos casos, espécies diferentes de plantas estão usando a rede para trocar nutrientes e se ajudarem na sobrevivência.
Os cientistas estão convencidos de que as trocas de nutrientes realmente acontece pelo fungo no solo, mas eles ainda não entendem exatamente como isso ocorre.
'Conluio'
Uma pesquisa recente foi além. Em 2010, Ren Sem Zeng, da faculdade de agronomia da Universidade de Guangzhou, na China, conseguiu observar que algumas plantas "se comunicam entre si" para formar uma espécie de sabotagem a espécies invasoras.
A experiência foi feita com tomates plantados em vários vasos e ligados entre si por micorriza. Um dos tomates foi borrifado com o fungo Alternaria solani, que provoca doenças na planta.
Depois de 65 horas, os cientistas borrifaram outro vaso e descobriram que a resistência deste tomate era muito superior.
"Acreditamos que os tomates conseguem 'espiar' o que está acontecendo em outros lugares e aumentar sua resposta à doença contra uma potencial patogenia", escreveu Zeng no artigo científico.
Ou seja, as plantas não só usam a "internet natural" para compartilhar nutrientes, mas também para formar um "conluio" contra doenças.
Esse tipo de comportamento não foi observado apenas em tomates. Em 2013, o pesquisador David Johnson, da Universidade de Aberdeen, na Escócia, também detectou isso em favas, que se protegem contra insetos mínusculos conhecidos com afídios.
Lado negro
Experiência mostrou que tomates se 'comunicam' pela micorriza sobre doenças
Mas assim como a internet humana, a internet natural também possui seu lado negro. A nossa internet reduz a privacidade e facilita crimes e a disseminação de vírus.
O mesmo acontece com as plantas na micorriza, segundo os cientistas. Algumas plantas não possuem clorofila e não conseguem produzir sua própria energia por fotossíntese.
Algumas plantas, como a orquídea Cephalanthera austiniae, "roubam" o carbono que necessitam de árvores das proximidades, usando a rede de micélio. Outras orquídeas que são capazes de fotossíntese roubam carbono, mesmo sem necessitar.
Esse tipo de comportamento faz com que algumas árvores soltem toxinas na rede para combater plantas que roubam recursos. Isso é comum em acácias. No entanto, cientistas duvidam da eficácia desta técnica, já que muitas toxinas acabam sendo absorvidas pelo solo ou por micróbios antes de atingir o alvo desejado.
Para vários cientistas, a internet dos fungos é um exemplo de uma grande lição do mundo natural: organismos aparentemente isolados podem estar, na verdade, conectados de alguma forma, e até depender uns do outros.
Fonte: http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2014/11/141128_vert_earth_internet_natural_dg