sábado, 10 de setembro de 2016

Matriarcado


Ìjọba ti àwọn obìnrin ní kandomblé àti àgbájọ erékùṣù ti àwọn Bijagọ́s. 

Matriarcado no candomblé e no arquipélago dos Bijagós.

1. Agbára obìnrin ní kandomblé.
Matriarcado no candomblé.

                                                                    

Poder feminino no Candomblé

Talvez a antropóloga Ruth Landes tenha exagerado ao chamar Salvador de “A cidade das mulheres”, em 1938, destacando o matriarcado exercido pelas damas do candomblé jeje-nagô da capital baiana. Exagerado por fazer crer a muitos incautos ou leitores precipitados, que na Bahia o poder de ordem política, em toda nossa sociedade, era exercido por mulheres.Contudo, a experiência religiosa no universo afro-brasileiro, garantiu a muitas mulheres, entre elas as chamadas negras do Partido Alto, endinheiradas através de atividades comerciais, e as líderes espirituais que ficaram (e são) conhecidas como mães-de-santo, o exercício do poder comunitário e a preservação da ancestralidade e da geração de sobrevivência para muitos humanos negros, que se viam apoiados e socializados nos espaços destinados ao culto aos orixás, o terreiro.
Não se pode pensar em candomblé, essa religião criada por nossos irmãos africanos no Brasil, sem destacar-se a figura feminina, sem priorizar, no interior desta religião, o poder inalienável da mulher. O candomblé baiano é uma seara de feminilidades e feminilizações; a natureza deste culto, voltado à possessão e a todos os elementos naturais que regem a vida em nosso planeta, finca-se numa conformação sócio-existencial, na qual o feminino é fundamental na tarefa de religar o humano aos seres etéreos do Orun (o céu do povo-de-santo) e assim realizar, entre os vivos, a satisfação espiritual.
Destas mães brotam mananciais de poder personificado em sabedoria litúrgica. O sentido agregador daquilo que o mestre Vivaldo da Costa Lima chamou de família-de-santo, se estruturou melhor nas zonas de domínio sócio-espiritual onde o comando era exercido por uma mulher, reconhecida por sua iniciação no culto jeje-nagô.
É claro que grandes mães-de-santo também representam o modelo congo-angola na Bahia; não se pode esquecer Mirinha do Portão; nem atualmente ocultar o nome da grandiosa Zulmira, em Lauro de Freitas, que teve como uma de suas iniciadoras Gaiaku Luiza. Nem se deve desprezar o masculino no candomblé, jamais. A harmonia desta religião centra-se no equilíbrio entre feminino e masculino, onde cada papel de gênero deve ser exercido ritualisticamente de acordo ao “sexo” que define humanos e divindades.
E dessa luz-mulher que jorra dos nossos terreiros, alguns nomes não podem ser esquecidos: mãe Aninha, mãe Pulchéria, mãe Senhora, Gaiaku Luiza, e mãe Menininha, entre as mortas; realçando as vivas, mãe Stella de Oxóssi, íntegra representação do poder feminino; mãe Tatá de Oxum, mãe Cutu de Ogum, mãe Lelu de Iemanjá Ogunté, rainha no Pau Miúdo; mãe Val de Airá, a nobreza do Terreiro do Cobre; mãe Helenice de Oxum, mãe Gitolu, mãe Zulmira de Nanã e Carmélia de Oxaguian. As poderosas da Bahia.
(Publicado no Opinião do A Tarde em 06/03/2008)


Fonte: http://ilebabaomin.blogspot.com.br/2009/12/poder-feminino-no-candomble.html

2. Obìnrin: ìyá ti àlàáfíà àti ìdàgbàsókè.
Mulher: mãe da paz e da evolução.



Àkójọ́pọ̀ Itumọ̀ (Glossário).
Ìwé gbédègbéyọ̀  (Vocabulário).

Ara-ìrànlọ́wọ́, s. Auto-ajuda.
Ara, s. Corpo, tronco, substância, membro.
Ìrànlọ́wọ́, s. Ajuda, socorro, auxílio.
Fún, prep. Para, em nome de ( indica uma pretendida para alguém).
Obìnrin, s. Mulher.
Ìyá, yé, yèyé, màmá (do inglês mother), s. Mãe.
Ti, prep. de ( indicando posse). Quando usado entre dois substantivos, usualmente é omitido. Ilé ti bàbá mi = ilé bàbá mi ( A casa do meu pai).
Ti, ti...ti, adj. Ambos... e. Ti èmi ti ìyàwó mi - ambos, eu e minha esposa.
Ti, v. Ter (verb. aux.). Arranhar. Pular. 
Ti, v. interrog. Como. Ó ti jẹ́? - Como ele está.
Ti, adv. pré-v. Já. Indica uma ação realizada.
Ti, àti, conj. E.
Ti, part. pré-v. 1. Usada para indicar o tempo passado dos verbos. Èmi ti máa rìn lálé - Eu costumava caminhar à noite. 2. É usada com báwo ni - como - quando se deseja expressar sentimento e posicionada antes do verbo principal. Báwo ni àwọn ti rí? - Como eles estão?. 
Ìjọba ti àwọn obìnrin, agbára obìnrin, s. Matriarcado.
Àlàáfíà, àláfíà, s. Paz, felicidade, bem-estar.
Àti, conj. E. Usada entre dois nomes, mas não liga verbos.
Ìtẹ̀síwájú, s. Progresso, predisposição para melhora, ato ou estado de se mover para a frente.
Ìdàgbàsókè, s. Crescimento, desenvolvimento, evolução.
Àwọn, wọn, pron. Eles elas. Indicador de plural.
Àgbájọ erékùṣù, s. Arquipélago.
Àgbájọ erékùṣù ti àwọn Bijagọ́s, s. Arquipélago dos Bijagós.




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