quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Hino nacional da Nigéria

Orin-ìyìn orílẹ̀-èdè ti ilẹ̀ Nàìjíríà: "Dìde, ẹ̀yin ará"
Hino nacional da Nigéria: "Levantem-se, ó compatriotas"
                                                     

Hino nacional da Nigéria - Levantai-vos, ó compatriotas

Levantai-vos, ó compatriotas,
Obedecei à chamada da Nigéria
Para servir a nossa Pátria
Com amor, força e fé.
O trabalho dos nossos heróis do passado
Nunca será em vão
Para servir com coração e poder
Uma nação unida em liberdade, paz e união

Ó Deus da criação,
Guiai a nossa nobre causa
Guiai bem os nossos lideres
Ajudai a nossa juventude aconhecer a verdade
Para crescer no amor e na honestidade
e viver na justiça e na verdade
Para alcançar grandes aspirações
E construir uma nação onde a paz
E a justiça reinarão.



Glossário

Àkójọ́pọ̀ Itumọ̀ (Glossário).
Ìwé gbédègbéyọ̀  (Vocabulário).  

1. Àwọn ọ̀rọ̀ titun ti Wikipéédíà (ìwé ìmọ̀ ọ̀fẹ́).
Palavras novas da Wikipédia (enciclopédia livre).

Wi (do havaiano wiki-wiki), adj. Rápido, veloz, célere.
Wikifásítì, s. Wikiversidade. Ambiente livre e aberto para educação universitária mediada pela web e estudos gerais em uma comunidade de pesquisa. Èlò ìkọ́ẹ̀kọ́ ọ̀fẹ́ - Centro ilimitado do aprender. 
Àwòrán, s. Imagem.
Ìró, s. Som.
Fídéò, fídíò, v. Vídeo.
Wikiìwé, s. Wikilivros, livros abertos.
Ìwéẹ̀kọ́, s. Livro didático.
Ìwéàwòṣe ọ̀fẹ́, s. Manual livre.
Ìròyìn ọ́fẹ̀, s. Wikinews, wikinotícias, notícia livre.
Ìbùdó ìmọ̀ ọ̀fẹ́, s. Base de dados livre.
Ibi àkóso ìṣẹ́-ọwọ́, s. Coordenação dos projetos.
Àkójọ àwọn irú ẹ̀dá, s. Wikispecies, wiki Espécies. É um projeto online, baseado no sistema wiki, sustentado pela Wikimedia Foundation que visa a criação de um catálogo de todas as espécies conhecidas até então.
Wikiatúmọ̀èdè, s. Wikcionário, dicionário eletrônico de conteúdo livre. Atúmọ̀èdè orísirísi èdè - Dicionário de várias línguas.
Àwọn àkọsíìwé ọ̀fẹ́, s. Wikisource, a biblioteca livre. Éum projeto da Wikimedia Foundation que, de forma colaborativa, reúne um conjunto de textos que possuam valor histórico-cultural e que sejam compatíveis com a licença GFDL.
Wikiàyásọ, s. Wiquote, coleções online de citações. Àkójọ àwọn àmúsọ - Repositório de citações.

2. Palavras importantes.

Ìsọfúnni tá a lò, s. Confiabilidade.
Ìtumọ̀ tó ṣe rẹ́gí, s. Fidelidade.
Péye, píye, adj. Saudável, exato, correto, forte.
Ìtumọ̀ ọ̀rọ̀ tó kún rẹ́rẹ́, s. Literalidade (Qualidade do que é literal).
Àwọn ìwé tí kò sí nínú Bíbélì = Livros não incluídos.
Awọn ẹsẹ tí kò sí nínú Bíbélì = Versículos não incluídos
Ìtumọ̀ tó ṣe kedere, s. Tradução com clareza de expressões diferentes ( dicção, frase, sentença e vocábulo).
Kedere, adv. Claramente, visivelmente.
Ọ̀mọ̀wé Bíbélì, s. Erudito bíblico
Ọ̀jọ̀gbọ́n ti yunifásítì, s. Professor universitário.
Òǹkọ̀wé, s. Autor.
Ọ̀jọ̀gbọ́n, s. Profissional.
Ògbóǹkangí, s. Especialista.
Iṣẹ́ Ìwàásù, s. Sermão.
Ètò, s. Plano, ordem, sistema.
Ìwà, s. Comportamento.
Tọ́ọ̀nù, s. Tonelada.
Lọ́dọọdún, adv. Anualmente.
Mílíọ̀nù mẹ́rìndínlógójì, num. Seis milhões.

gbẹ̀rún méje, num. Sete mil.

Ìwé pẹlẹbẹ, S. Brochura.
Ṣí gbogbo ẹ̀ sílẹ̀, v. Exibir tudo.  
Pa gbogbo ẹ̀ dé, v. Ocultar tudo.
Ohun tá a gbà gbọ́, s. Crenças.

3. Vocabulário religioso

Ẹ̀sìn, s. Religião.
Ìsìn Krístíánì, s. Missa.
Ilé, s. Casa.
Ẹlẹ́sìn Pùròtẹ́sítáǹtì, s. Protestante.
Baháí, s. Fé bahá'í
Kandomblé, s. Candomblé.
Santería, s. Santeria
Shinto, ẹ̀sìn ìbílẹ̀ Japan, s. Xintoísmo.
Ọlọ́run, s. Deus supremo.
Kríslàm, s. Crislã. Sincretismo religioso, que mistura elementos cristãos e muçulmanos.
Ìṣeìjọkríslàm, ìṣekríslàm, ìṣekrísmàle, ìṣeìjọkrísmàle, ẹ̀sìn Krístì-ìmàle, s. Crislamismo. Sincretismo religioso, que mistura elementos cristãos e muçulmanos. 
Ṣọ́ọ̀ṣì Kátólíìkì, ìjọ Kátólìkì, s. Igreja católica.
Ṣọ́ọ̀ṣì Ọ́tọ́dọ́ọ̀sì ti Ìlà Oòrùn , s. Igreja ortodoxa oriental.
Ìwé Àpókírífà, s. Livros apócrifos.
Ẹ̀sìn Krístì, s. Cristianismo.
Ìṣeìjọánglíkánì, s. Anglicanismo.
Ìjọ ilẹ̀ Ilẹ̀gẹ̀ẹ́sì, s. Igreja Anglicana. 
Ìjọ Jéésù Lótìítọ́, s. Verdadeira Igreja de Jesus.
Mósè, s. Moisés.
Màríà (ìyá Jésù), s. Maria (mãe de Jesus).
Jésù Krístì, s. Jesus Cristo.
Bíbélì Mímọ́, s. Bíblia sagrada.
Ónjẹ Alẹ́ Olúwa, s. Última ceia.
Òfin Mẹ́wàá, s. Dez Mandamentos, decálogo.
Ìṣeìjọpurẹsibiteriani, s. Presbiterianismo.
Purẹsibiteriani, adj. Presbiteriano. Protestante que não reconhece a autoridade episcopal e nem aceita hierarquia superior à dos presbíteros.
Ìjọ Purẹsibiteriani, s. Igreja presbiteriana.
Ìmàle‎, s. Islamismo.
Ìṣebúddhà‎, s. Budismo.
Ìṣehíndù‎, ẹ̀sìn-ìn Híndùs. Hinduísmo.
Ẹ̀sìn Ọlọ́runkan, s. Religião monoteísta.
Ẹ̀sìn Ọlọ́runpúpọ̀, s. Religião politeísta.




Amor

Ìfẹ́ ọmọ-ìbílẹ̀.
Amor de índia.

Àkójọ́pọ̀ Itumọ̀ (Glossário).
Ìwé gbédègbéyọ̀  (Vocabulário).

Ti ìbílẹ̀, ti ilẹ̀, ti ìlú, ti ọmọ-ìbílẹ̀, adj. Indígena, aborígene.
Ọmọ-ìbílẹ̀,  ẹ̀yà abínibí, onílẹ̀, ìbílẹ̀, s. Índio, nativo,  aborígine, indígena.
Ìfẹ́, s. Amor, desejo, cordialidade, afeição, simpatia.
Ìfẹ́ni, s. Caridade, amor.
Ìfẹ́-àfẹ́jù, s. Amor excessivo, livre vontade.
Ìfẹ́-ènìà, s. Filantropia, humanidade.
Ìfẹ́-inúrere, s. Benevolência.
Ìfẹ́kúfẹ́, s. Cobiça, desejo.
Ìfẹ́mọnìkéjì, s. Amor fraternal.
Ìfẹnukonu, s. Beijo.
Ìfẹ́ràn, s. Amor.
Ìfẹ́rani, s. Amor próprio.
Ìfẹ́sọ́nà, s. Namoro, adoção.

                                                               

Congresso nacional

Kọ́ngrésì Onítọmọorílẹ̀-èdè (congresso nacional).

1. Ilé Aṣòfin Àgbà, Ilé Alàgbà Àpapọ̀: Senado Federal.

2. Ilé Aṣòfin Kéreré, Ilé àwọn Aṣofin: Câmara dos Deputados.


terça-feira, 8 de setembro de 2015

África do Sul

Orílẹ̀-èdè Olómìnira ilẹ̀ Gúúsù Áfríkà. 
República da África do Sul.




1. Àsìá (bandeira).



2. Àmì ọ̀pá àṣẹ (Brasão de armas).

Brasão de armas da África do Sul

3. Orin-ìyìn orílẹ̀-èdè (Hino nacional).

Deus abençoe a África
Que suas glórias sejam exaltadas
Ouça nossas preçes
Deus nos abençoe, porque somos seus filhos

Deus, cuide de nossa nação
Acabe com nossos conflitos
Nos proteja, e proteja nossa nação
À África do Sul, nação África do Sul

Dos nossos céus azuis
Das profundezas dos nossos mares
Sobre as grandes montanhas
Onde os sons se ecoem

Soa o chamado para nos unirmos
e juntos nos fortalecermos
Vamos viver e lutar pela liberdade

Na África da Sul a nossa terra.

4.  Olúìlú (capital).  

Pretória (executiva)

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Cidade do Cabo (legislativa)



Bloemfontein (judiciária)
Resultado de imagem para Bloemfontein

5.  Ilú títóbijùlọ (cidade mais populosa).

Joanesburgo
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6. Èdè oníbiṣẹ́ (língua  oficial). 

Inglês
Africâner
Ndebele
SeSotho do norte
SeSotho do sul
Suázi/Suazi
XiTsonga/ ChiTsonga/ShiTsonga
seTswana
Venda
Xhosa

Zulu
7. Àwọn ẹ̀yà ènìyàn (etnias). 

79.3% Adúláwọ̀: negros.
9.1%  Aláwọ̀funfun: brancos.
9.0% Ẹlẹ́yàpúpọ̀: coloridos, mestiços.
2.6% Ọmọorílẹ̀-èdè Ásíà: Asiáticos.

Resultado de imagem para Etnias da áfrica do sul

8. Ìjọba (governo).

República presidencialista.



9. Ilómínira (independência).

   Independência do Reino Unido 
 - União Sul-Africana 31 de Maio de 1910 
 - Estatuto de Westminster 11 de Dezembro de 1931 

 - Orílẹ̀-èdè olómìnira (República) 31 de Maio de 1961 

10. Ààlà (área)

Àpapọ̀ iye ààlà (total):  1.221.037 km² 

11. Alábùgbé (população).

Ìdíye (estimativa): 49.991.300 hab.
Ìṣúpọ̀ olùgbé (densidade): 41 hab./km²

12. Gbogbo Ìpawó Orílẹ̀-èdè (produto interno bruto, PIB). 
Onípípè (nominal).


Àpapọ̀ iye (total):  US$ 341,216 bilhões.
Ti ẹnikọ̀ọ̀kan ( Per capita):  US$ 6 354

13. Owóníná (moeda).

Rand (ZAR)



14. Àkókò ilẹ̀àmùrè (fuso horário).

Tempo do Sul da África (UTC+2)
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15. Ìwakọ̀ ní ọwọ́ (Sentido de circulação).

Ìwakọ̀ lọ́wọ́ ọtún: sentido de circulação pela direita (volante geralmente do lado esquerdo).
Ìwakọ̀ lọ́wọ́ òsì: sentido de circulação pela esquerda (volante geralmente do lado direito).

16. Àmìọ̀rọ̀ Internet (Cód. Internet).
za

17. Àmìọ̀rọ̀o tẹlifóònù (Cód. telef.)

+27

Democracia no antigo Reino do Congo

Òṣèlúaráìlú ní Ilẹ̀ọba Kóngò Ayéijọ́un.
Democracia no antigo Reino do Congo. 

Ìwé gbédègbéyọ̀  (Vocabulário)
Àkójọ́pọ̀ Itumọ̀ (Glossário).

Òṣèlúaráìlú = democracia.
 = no, na, em.
Ilẹ̀ọba = reino.
Ilẹ̀ Kóngò, Kóngò = Congo.
Ayéijọ́un = antigo.

“O Kôngo vivia em democracia quando os portugueses chegaram no século XV”, diz Patrício Batsîkama


                                                           


Localização de Kongo
"Reino do Kongo"




24 de abril de 2015 16

                                                       Natalia da Luz, Por dentro da África


 

The Banza or Residence of the King of Kongo called S. Salvador.” – DAPPER, Olfert. Description de L’Afrique. Amsterdam: W. Waesberge, Boom et Van Someren, 1686. Pp. 343-344.




Mbanza-kôngo, Angola – No norte de Angola, Mbanza-Kôngo ganha destaque para a história da humanidade. Foi de lá que partiu a maioria dos africanos escravizados desembarcados nas Américas, foi de lá que saiu o primeiro embaixador africano enterrado no Vaticano, também foi lá onde a primeira igreja católica (Kulumbimbi) da África Subsaariana foi erguida. Com a missão de estudar o Reino do Kôngo (a grafia Kôngo é referente ao antigo Kôngo), um pesquisador angolano se dedica a encontrar as origens da região, destacando que, quando os portugueses chegaram por lá, “os africanos já conheciam a democracia”.

– O Kôngo era um Estado muito influente quando os portugueses chegaram. Já havia democracia, como comprovavam  os relatórios de viagem em 1491 (durante a evangelização). Foram os próprios portugueses que, depois de se familiarizarem com os Kôngo, nos chamaram de gregos de África! A região recebeu a primeira Catedral na África Subsaariana, os cidadãos do Kôngo foram ensinar Humanidades em Portugal, já nos séculos XVI e XVII, já uma vez que existiam escolas de qualidade em Mbânz’a Kôngo – disse em entrevista exclusiva ao Por dentro da África, o historiador Patrício Batsîkama, autor de quatro livros sobre a região

Patrício lembra que o primeiro embaixador africano enterrado em Vaticano, Dom António Nsaku Ne Vunda, teve um funeral com pompas de príncipe europeu e que a revolução do Haiti, também conhecida como Revolta de São Domingos (1791-1804),  foi protagonizada pelos descendentes do Kôngo. Os militares haitianos fizeram o juramento em kikôngo, tal como se fazia entre os Mazômbo do Kôngo. O país caribenho foi o primeiro e o único a ter uma revolução de escravos bem-sucedida. O texto de libertação foi lido em kikongo, língua dos bakongo.

Descobertas

Nesse longo período de estudo, o angolano que escreveu As Origens do Reino do Kôngo, Reino do Kôngo e a sua origem Meridional, Reino do Kôngo consoante a Bibliografia e Tradição Oral e Lûmbu, descobriu muita coisa, principalmente, que há três grandes origens dos Bakôngo (grupo étnico que habitava a região). Patrício lembra que eles vieram do Norte, mas também do Leste e do Sul, desde Tsodilo Hills.


The Banza or Residence of the King of Kongo called S. Salvador.” – DAPPER, Olfert. Description de L’Afrique. Amsterdam: W. Waesberge, Boom et Van Someren, 1686. Pp. 343-344.


– Todos os autores falam de Nimi’a Lukeni como fundador do Kôngo. Eu descobri que foram 12 chefes de 144 tribos que se juntaram para fundar Mbânz’a Kôngo (e estão enterrados na atual Sé Catedral ou Kulumbimbi), além de simbolizarem as doze nascentes de Mbânz’a Kôngo. Nimi’a Lukeni teria sido o primeiro eleito pelo Lûmbu (Grande Conselho). Também ali,  está o famoso túmulo de Dona Mpolo (mãe do Rei Mbemba Nzinga). Em 2012, eu já tinha percebido que lá não se encontravam os restos mortais dela. Isso foi descoberto há pouco tempo – revelou o historiador, que dividiu a sua obra em três livros.

Autor de oito livros sobre o tema, Patrício tentou reestruturar as instituições da época e apresentou o que teria sido o Lûmbu – explicado a seguir -e como ele funcionava. Ele conta que pouca gente dava importância a essa instituição tradicional; mas hoje, o cenário mudou. Pergunto a Patrício como poderíamos descrever essa democracia do século XV, essa mesma que os portugueses encontraram ao desembarcar pela primeira vez na região, por volta de 1492. Em resposta, ele lembra que os portugueses encontraram o Lûmbu: aparelho institucional que regulava as eleições, a atuação militar e a separação dos poderes executivo, militar, religioso e judiciário.

– Dos séculos XV a XVI, a noção de escravizado não era uma questão social, mas sim jurídica. Ninguém que pertencia às três famílias Kôngo (Nsaku; Mpânzu e Ñzînga) poderia ser escravizado e/ou vendido. Os portugueses não conheciam essa estrutura social, e desde o século XVI instalaram provocaram desordens. Mas as autoridades do Kôngo lutaram contra isso, o que levou à Grande Batalha de Mbwîla em 1665 (para expulsar todos os portugueses inimigos do Kôngo) – conta Patrício.



The Banza or Residence of the King of Kongo called S. Salvador.” – DAPPER, Olfert. Description de L’Afrique. Amsterdam: W. Waesberge, Boom et Van Someren, 1686. Pp. 343-344.


O pesquisador lembra que a sociedade kôngo estava estruturada em linhagens e as autoridades eram eleitas nos bairros e municípios com autonomia financeira e integridade territorial. Havia lealdade entre os autarcas dos municípios em relação ao governador, que eram escolhidos como candidatos ao trono. Mas apenas um entre eles poderia ser eleito pelo Conselho Lûmbu.

– É preciso considerar essa democracia no contexto histórico e espacial. “Avançada”, sim, ela foi com relação ao espaço Kôngo. Pelo menos, havia separação de poderes ligada à distribuição das funções sociais consoante as linhagens. Isso era funcional. Os Nsaku eram os sacerdotes; Mpânzu: poder militar, industria; Ñzînga: poder Executivo; Nsaku e Mpânzu juntos: poder Legislativo. A liberdade individual era o princípio vital do diálogo: “Ban abatele; bana batelelwa”, diz o princípio ( “Onde há quem diz, deve se permitir que haja aquele que contradiz”).

O historiador destaca que o Kôngo era o local do Grande Diálogo (por isso, foram chamados de gregos de África). Até os dias de hoje, os Kôngo resolvem os problemas na base de diálogo. Nunca existiu a pena de morte entre os Kôngo porque não faz sentido um homem decretar a morte do outro homem. Há adágio que diz: “Todo chefe eleito respeita a formiga; respeita o capim. Todo cidadão é rei e não pode ser morto em nenhuma circunstância”.

– Depois de Mvêmb’a Ñzînga Dom Afonso vencer os constitucionalistas em 1506 (entenda esse confronto em “Veja mais sobre a entrevista”), ele chegou a realizar um desfile em Setembro de 1509 e em 15013 numa praça que reuniu mais de 1000 pessoas. Estas pessoas eram representantes das linhagens que manifestavam lealdade a ele. Isto é, devemos contar mais de 1000 mbuku (municípios). Ora, por norma, cada aldeia  deve ter doze famílias, e cada mbuku deve ter doze aldeias. Fazendo bem as contas, se cada família pode ter no mínimo 5 integrantes, podemos dizer que, em 1509 e 1513, uma parte de Mbânz’a Kôngo tinha cerca de  600.000 habitantes. Madîmba ma Kôngo era mais populoso ainda, tal como nos indica os relatórios de viagem. O fato de, entre 1491 e 1717,  terem saídos do Kôngo perto de 13.000.000 kôngo – nas estatísticas de Dieudonné Rinchon – tudo indica que Kôngo tinha uma grande população – explica Patrício.

Veja mais sobre a entrevista

Natalia da Luz – Nessa época, o  que os portugueses consideravam democracia? Como a chegada do europeu e o tráfico de pessoas interferiram política e socialmente na democracia da região?

Patrício Batsîkama – Os portugueses não encontraram no Rei Kôngo (Ñtôtila) os poderes que tinham o monarca de Portugal. O Rei kôngo era eleito, e isso surpreendeu-os. Os juízes também eram eleitos, e isso foi espanto para eles. Até os militares tinham um Lûmbu militar no seu kilûmbu. A patente mais alta era eleita, também. Toda promoção militar foi na base de consentimento coletivo.


Patrício Batsîkama


O tráfico negreiro é a principal causa. Em 1506, os portugueses interfiram no aparelho de Estado Kôngo, colocando Mvêmb’a Ñzînga como rei. Este nunca foi eleito e nem o seu poder foi legitimado pelo Nsaku. Os Kôngo lutaram para instaurar a constitucionalidade entre 1506 até 1706, e a desordem foi instalada no Kôngo. Em 1506, os Mpânz’a Lûmbu lutaram, e Mvêmb’a Ñzînga Dom Afonso I (apoiado pelos portugueses) venceu. Mbânz’a Kôngo foi dividido em duas cidades. A atual cidade de Mbânz’a Kôngo é a cidade de Dom Afonso Mvêmb’a Ñzînga. Madîmba ma Kôngo foi separada da capital.

Em 1665, realizou-se a grande batalha para expulsar todos os portugueses inimigos do Kôngo, mas sem sucesso. Entre 1702-1706 realizaram-se kimpâsi restauração do Kôngo através da religião dos ancestrais). Mas Nsîmb’a Vita ou Kimp’a Vita foi queimada pelos católicos portugueses, numa lei canônica que já não vigorava. Durante esse tempo todo, a reserva social/humana (povo) foi escravizada e vendida (como se vende um quilo de açúcar). Todas as instituições políticas, religiosas, culturais, sociais… ficaram sem suporte.

Natalia da Luz – Como era o modelo de justiça e “governo”? Você diz que era baseado na obediência e respeito. Esse formato era incompreensível para os portugueses?

Patrício Batsîkama – Justiça: quando um Kôngo de Mbânz’a Kôngo diz que “eu sou pessoa”, isso é diferente de um Kôngo de Makela, embora a frase seja a mesma. Em Mbânz’a Kôngo, “muntu” é pessoa socializada consoante o diálogo, é agricultor. Em Makela, o “muntu” é a pessoa socializada em armas, militar ou religioso, agricultor/caçador. A justiça faz-se na base do pacote de socialização de cada um. O juiz que recebe uma queixa, informa os interessados (queixado e queixoso) que se faz apresentado pelos seus devidos advogados (mpôvi).

No decorrer do julgamento – caso as partes não se entendam – havia um Conselho composto de juízes oriundos da jurisdição dos queixosos/queixados. O tribunal poderia levar vários anos, pois o objetivo final era de juntar as famílias, independentemente do resultado final. Obediência/respeito kôngo estavam ligados às normas que cada um aprendeu na iniciação de passagem, iniciação para exercer uma função social e iniciação secreta. Os portugueses não poderiam perceber isso tudo. É só ver o padre Cavazzi que se espanta da Ñjîng’a Mbandi convertida, mas que ainda mantinha o respeito e obediência aos seus ancestrais. Ou ainda, do rei Ñzîng’a Nkûwu que, apesar do batismo, nunca deixou de venerar os seus ancestrais.


The Banza or Residence of the King of Kongo called S. Salvador.” – DAPPER, Olfert. Description de L’Afrique. Amsterdam: W. Waesberge, Boom et Van Someren, 1686. Pp. 343-344.


Governo: antes de Mvêmb’a Ñzînga optar pelo modelo português, o Governo Kôngo tinha, por um lado, o Lûmbu e os ministro de Estado ligado ao Lûmbu. O chefe militar (Ministro da Defesa) não dependia do Ñtôtila (Rei), por exemplo. Havia, também, os ministros ligados ao rei, tendo o Chefe de Governo o Ntûdi’a Kôngo (ou Nkasi’a Kôngo): Primeiro ministro. No meu livro Lûmbu tentei reconstruir, a partir da tradição oral analisada e comparada, o que teria sido o aparelho do Governo no antigo Kôngo. Existia o Ministro da Justiça (Mbênz’a Kôngo), Ñnâng’a Kôngo (Governador de Mbânz’a Kôngo), Ndông’a Kôngo (Ministro da Saúde/Educação), Mpâku za Kôngo (Ministro das Finanças), etc.

Natalia da Luz –  Hoje podemos estudar a região a partir de um outro ponto de vista. Como as suas pesquisas puderam esclarecer e contribuir para a percepção e entendimento do Reino do Kongo?

Patrício Batsîkama – Sobrevalorizei a tradição oral na minha pesquisa, e hoje essa fonte tem mais credibilidade em Angola. Ela parece explicar melhor que as fontes escritas, sobre a história do Kôngo antes e nos primeiros momentos dos portugueses. É o caso de Mvêmb’a Ñzînga. As escritas dizem que ele sucedeu ao pai dele consoante a lei. A tradição oral indica que ele usurpou o poder, com o apoio dos portugueses. Nas normas kôngo, o filho nunca sucede ao seu pai. Ora, Mvêmb’a Ñzînga sucedeu ao seu pai. Já é uma anomalia!

Todo poder deve ser investido na tradição kôngo. Ora, Mvêmb’a Ñzînga não o foi investido pelo Nsaku. Nsaku e Mvêmba são da mesma família e não se pode haver investidura. Logo, pensa-se que a legitimação, pelas escritas, de Mvêmb’a Ñzînga explica claramente o plano dos portugueses de instalar o modelo português, do monarca onde o filho sucede ao seu pai. Outra coisa: Mvêmb’a Ñzînga sucede ao seu pai alguns dias depois da sua morte. Ora, a sucessão levava mais de 3 anos, por norma. Começava com enterro do defunto rei (que poderia levar 3 a 5 meses). Passava pelo tempo de komba, um ano kôngo (seis meses). Depois, o Nsaku Ne Vunda assumia-se como interino  durante todo processo de candidatura e novas eleições. Eu acho que a minha démarche metodológica não só sobrevalorizou a tradição oral, mas sobretudo, abriu outro caminho de perceber a História do Kôngo. É um diálogo entre os acadêmicos.

Natalia da Luz – Você aborda as questões orais. Qual o percentual da pesquisa foi oral e escrita (com influências de Portugal)? Como foi o lançamento em Portugal? Porque lançou primeiro lá?

Patrício Batsîkama –  O meu livro LÛMBU, a versão publicada (112 páginas), é um resumo de perto de 370 páginas. Fiz questão de sintetizar para facilitar a leitura. Foram mais de 3500 recolhas de tradições orais: 80% delas já se encontram em arquivos, artigos e livros. A Universidade Católica na Bélgica tem um espólio grande sobre as escritas dos Kôngo, sobre a História deles. A Biblioteca da Suécia tem mais de 600 cadernos, onde encontramos perto de 1300 informações importantes. Jean Cuvelier publicou Nkutama mvila za makanda, onde há mais de 500 tradições orais. Durante a colonização, o Mensário Administrativo publicou várias tradições de Cabinda, Congo, etc.

Eu próprio recolhi centenas de tradições orais. Fiz a comparação de todas essas. Depois tive que comparar com arquivos, livros antigos (século XV-XVIII). Fiz o primeiro lançamento na Fundação OKUMA (espaço de um angolano: Trofa Real), em Lisboa, por uma razão muito simples: Foi um recado a Portugal que Angola já tinha a democracia quando eles chegaram nas nossas terras, de maneira que solicitava Portugal evitar toda ingerência na jovem democracia de Angola. Foi um recado para não cometer os mesmos erros no passado.

Natalia da Luz – A origem do Reino do Kongo se dá com Mbanza Kongo. Como esses estudos contribuem para o reconhecimento de Angola como região importante para toda a África e mundo?

Patrício Batsîkama –  – Milhares de americanos (brasileiros, cubanos, norte-americanos, etc.) vieram do Kôngo. Acho que seria justo saber como esse povo Kôngo se formou. Daí a importância dos meus estudos. Os Kôngo vieram de três grandes sub-regiões africanas, e é importante olhar nele como modelo na construção das nações modernas. África foi desenhada na Conferência de Berlim, de maneira que as repúblicas atuais são assoladas por questões de tribalismo, por exemplo. O Kôngo era um conjunto de 144 tribos diferentes que selaram, pela vontade institucionalizada, o seu país. Os Estado-nações modernos vão nessa linha, e o caso do Kôngo pode servir.

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Empirismo indígena

Ìṣeìrírí ti ọmọ-ìbílẹ̀.
Empirismo indígena.

Àkójọ́pọ̀ Itumọ̀ (Glossário).
Ìwé gbédègbéyọ̀  (Vocabulário).

Aṣeonirírí, ìṣeìrírí, s. Empirismo.
Olùṣeìrírí, s. Empirista, empírico.
Ti ìbílẹ̀, ti ilẹ̀, ti ìlú, ti ọmọ-ìbílẹ̀, adj. Indígena, aborígene.
Ọmọ-ìbílẹ̀,  ẹ̀yà abínibí, onílẹ̀, ìbílẹ̀, s. Índio, nativo,  aborígine, indígena.

 O misterioso povo Pirarrã e o idioma mais estranho do mundo
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Eles não sabem contar, não diferenciam cores, não conhecem arte ou mitos, não entendem ficção, não acreditam em nenhum deus. Vivem no agora, sem futuro, sem passado. Esses são os pirarrãs: 150 a 350 índios que vivem na selva amazônica e desafiam nosso entendimento da linguística moderna.
Os pirarrãs ou piraãs, também chamados de pirahãs ou mura-pirahãs, são um povo indígena brasileiro de caçadores-coletores, monolíngues e semi-nômades, que se destacam de outras tribos pela diferença cultural e linguística.


Eles habitam as margens do rio Maici, afluente do rio Marmelos ou Maici, que por sua vez é um afluente do rio Madeira, um afluente do rio Amazonas. Se autodenominam hiaitsiihi, categoria de seres humanos ou corpos que se diferenciam dos brancos e dos outros índios.
Antes mesmo de nascer, ainda no ventre materno, os pirarrãs recebem um primeiro nome, que eles acreditam ser responsável pela criação de seus corpos. Durante a vida, recebem nomes de seres que habitam camadas superiores e inferiores do cosmos, responsáveis pela criação de suas almas e destinos, e também de inimigos de guerra.
Linguagem

A língua pirarrã é um língua da família linguística mura. É a única língua do grupo mura ainda não extinta, sendo que todas as demais desapareceram nos últimos séculos. Essa língua não tem nenhuma relação com qualquer outra língua existente. Havia cerca de trezentos e cinquenta falantes em 2004, distribuídos em oito aldeias ao longo do rio Maici.
Apresenta características peculiares, não encontradas em outras formas de expressão oral. Foi identificada e teve sua gramática elaborada em 1986 pelo linguista estadunidense Daniel Everett em cerca de doze artigos. Everett viveu entre os Pirarrã por sete anos, dos anos 1970 aos 1980.
Entre suas peculiaridades, destacam-se:
Uma das menores quantidades de fonemas entre os idiomas existentes. Identificam-se os sons de apenas três vogais (A, I e O) e seis consoantes: G, H, S, T, P e B;
A pronúncia de muitos fonemas depende do sexo de quem fala;
Apresenta dois ou três tons, quantidade discutida entre estudiosos;
O falar pirarrã pode ser expresso por música, assobios ou zumbidos (como “M” com lábios fechados);
Apenas alguns dos homens, nunca mulheres, conseguem se expressar em nheengatu ou em português;
Sentenças muito limitadas, sendo o único idioma sem orações subordinadas;
Não tem numerais, apenas a noção do unitário (significando também “pequeno”) e de muito. Sua cultura e seu modo de vida, como caçadores e coletores, não exige conhecimento de numerais (um trabalho recente de Everett indica que a língua não trata nem mesmo de “um” e “dois”; não usam números, mas quantidades relativas);
Não há palavras para definir cores, exceto “claro” e “escuro”, embora isso seja discutido entre diversos autores;
Tudo é falado no presente, não há o tempo futuro, nem o passado. Trata-se de um povo, portanto, sem mitos da criação;
Não tem termos que identifiquem parentesco, descendência. A palavra para Pai e Mãe é uma única;
Os pronomes pessoais parecem ter-se originado na língua nheengatu, uma língua franca de origem tupi.
Daniel Everett: sete anos entre os Pirarrãs

Entre as coisas que separam os homens dos outros animais, estão as sutilezas da linguagem. Os animais até são capazes de transmitir mensagens simples – em geral relacionadas a comida, sexo ou disputa de território –, porém não conseguem encaixar uma mensagem dentro de outra.
Por exemplo, um golfinho treinado pode transmitir a mensagem “A bola está na piscina” ou “Pegue a bola”, mas não é capaz de juntar as duas expressões dizendo “pegue a bola que está na piscina”. Esse é um atributo exclusivamente humano que os linguistas chamam de recursividade – que, salvo casos de deficiência mental, é considerado um denominador comum a todos os indivíduos da nossa espécie.
O que aconteceria se um grupo humano não dominasse isso? Essas pessoas seriam menos humanas que outras?
O pesquisador americano Daniel Everett chegou à tribo na década de 1970 como um missionário cristão com a missão de converter os índios. Nunca conseguiu. Everett fazia parte de uma organização internacional que espalha a palavra de Deus por meio da tradução da Bíblia para línguas sem escrita. Mas foi a falta da tal recursividade que ele identificou nos indígenas que o pôs em conflito com seus colegas linguistas.
Ele diz que os índios não são recursivos pelo que chamou de “Princípio da Experiência Imediata”. O nome é mais complicado do que a coisa em si: os pirarrãs só vivem e falam do aqui-agora. Fazem apenas sentenças relacionadas ao momento em que estão falando, aos fatos vistos por eles. “As sentenças dos pirarrãs contêm somente situações vividas pelo falante ou testemunhadas por alguém vivo durante a vida do falante”, define Everett em um de seus artigos. Por isso eles têm problema com as abstrações e tudo o que resulta delas: cores, números, mitos, ficção e a bendita recursividade. Também é isso que faz com que os pirarrãs, ao contrário de todas as outras comunidades linguísticas já estudadas, não aprendam a contar em outro idioma. “Eles não querem saber de nada que esteja fora do seu mundo”, afirma Everett.
Outros linguistas rebatem: “A contagem ‘1, 2, bastante’, por exemplo, é típica de vários outros indígenas”, afirma Maria Filomena Sândalo, linguista da UNICAMP (Campinas, Brasil) que fez sua dissertação de mestrado sobre a tribo. “Isso não quer dizer que eles não reconheçam quantidades. Eles simplesmente fazem recortes diferentes da realidade, como qualquer outra língua”.
A professora argumenta que, enquanto esteve com os pirarrãs, encontrou uma linguagem tão complexa e recursiva como qualquer outra. Ela interessou-se pela questão pirarrã e, junto com dois outros pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (EUA) e da Universidade Harvard (EUA), analisou os dados colhidos por Everett. Em 2007, o grupo publicou um artigo concluindo que a língua é normal. “Ela não é inexplicável ou especial. É tão interessante quanto uma língua de qualquer outro lugar do mundo. Não tem essa história de experiência imediata ou falta de recursividade”, diz a professora.
O linguista e filósofo estadunidense Avram Noam Chomsky, um dos maiores ícones dessa ciência, argumenta que os pirarrãs não são um “contra-exemplo” à gramática universal (termo usado no último século para a teoria do componente genético que habilita os humanos a se comunicar). Como os pirarrãs não são diferentes geneticamente do resto da humanidade, não há nada de extraordinário aí.
Cultura e crença

Os pirarrãs concebem o tempo como uma alternância entre duas estações bem marcadas, definidas pela quantidade de água que cada uma possui: piaiisi (época da seca) e piaisai (época da chuva). O modo de vida é simples, baseado em caça, coleta e pesca, sem traços de prática agrícola.
Outra questão curiosa dos Pirarrãs é a ausência de uma ideia criacionista, algo literalmente único entre povos de cultura primitiva. Eles não acreditam em nada que não possa ser provado, visto ou sentido. Logo, não possuem quaisquer deidades ou mitos de criação, e para eles o céu e a terra sempre existiram. No entanto, acreditam em espíritos menores na forma de coisas no ambiente, segundo experiência pessoal de alguns, e tem uma ideia de cosmologia baseada em camadas existenciais, sendo eles corpos em uma delas (hiaitsiihi).
Enquanto viveu entre eles, o missionário Daniel Everett tentou evangelizar a tribo. Segundo ele, os indígenas perderam o interesse em Jesus quando descobriram que Everett nunca o viu de fato. Seu constante contacto com este tipo de pensamento acabou o transformando. “Os pirarrãs me modificaram profundamente. Eu era um missionário que evangelizava e hoje sou ateu”, disse. [superinteressante, GoldenMAP, pib.socioambiental]