sábado, 29 de outubro de 2016

Reino do Benim

 Ìjba ti Benin ní Ìpínlẹ̀ Ẹdó, ní Orílẹ̀-èdè Olómìnira Àpapọ̀ ilẹ̀ Nàìjíríà.                                                           
Reino do Benim no estado de Edo, na  República Federal da Nigéria



Àkójọ́pọ̀ Itumọ̀ (Glossário).
Ìwé gbédègbéyọ̀  (Vocabulário).

Ìjọba, s. Governo, reino.
Ti, prep. de ( indicando posse). Quando usado entre dois substantivos, usualmente é omitido. Ilé ti bàbá mi = ilé bàbá mi ( A casa do meu pai). 
, prep. No, na, em. Usada para indicar o lugar em que alguma coisa está. Indica uma posição estática.
Benin, s. Benim.
Ìpínlẹ̀ Ẹdó, s. Estado de Edo.
Nàìjíríà, ilẹ̀ Nàìjíríà, s. Nigéria.
Orílẹ̀-èdè Olómìnira Àpapọ̀ ilẹ̀ Nàìjíríà, s.   República Federal da Nigéria.
Orílẹ̀, s. Nome que denota um grupo de origem ou clã.
Ilẹ̀, S. Terra, solo, chão. Usado na composição de frases.
Èdè, s. Idioma, língua, dialeto.
Orílẹ̀-èdè, s. Estado, nação.
Orílẹ̀-èdè Olómìnira, s. República.
Olómìnira, adj. Independente.
Àpapọ̀, s. Soma, total, combinação, ato de unir, de juntar, federal.


quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Tecnologia negra

Tẹknọ́lọ́jì dúdú (tecnologia negra)


Thomas O. Mensah (nascido por volta de 1950) é um ganês nascido engenheiro químico e inventor. Suas obras estão em domínios relacionados com o desenvolvimento da fibra óptica e Nanotecnologia. Ele foi premiado com 7 patentes dos EUA e do mundo em fibra óptica dentro de um período de seis anos. Ao todo, ele tem cerca de 14 patentes em seu nome.  Em 20 de março de 2015 Mensah foi empossado na Academia Nacional EUA de Inventores em sua 4ª conferência anual realizada no Instituto de Tecnologia da Califórnia em Pasadena. Se não fosse por ele, a moderna internet não existiria.





Estas 70 invenções são algumas dos milhares de inventos criados por descendentes de africanos na América, África, Europa, Oceania e Ásia que moldaram o avanço científico global de hoje.

• Processo de lavagem à seco: Thomas Jennings; 3 de março de 1821
• Unidade de ar condicionado para caminhões: Frederick M. Jones; 12 de julho de 1949
• Almanaque: Benjamin Banneker; aproximadamente 1791
• Interruptor de lâmpada: Granville T. Woods; 1 de janeiro de 1839
• Câmbio automático: Richard Spikes; 28 de fevereiro de 1932
• Carrinho de bebê: W.H. Richardson; 18 de junho de 1899
• Quadro de bicicleta: L.R. Johnson; 10 de Outubro de 1899
• Cortador de biscoitos: Ashbourne A.P.; 30 de novembro de 1875
• Banco de sangue e embalagem para plasma sanguíneo: Charles Drew; aproximadamente em 1940
• Telefone celular: Henry T. Sampson; 6 de julho de 1971
• Secadora de roupas: G. T. Sampson; 6 de junho de 1862
• Suporte de haste de cortina: William S. Grant; 4 de agosto de 1896
• Maçaneta: O. Dorsey; 10 de dezembro de 1878
• Batente de porta: O. Dorsey; 10 de dezembro de 1878
• Pá de lixo: Lloyd P. Ray; 3 de agosto de 1897
• Máquina para fabricação de sapatos: Já Ernst Matzeliger; 20 de março de 1883
• Batedeira de ovos: Willie Johnson; 5 de fevereiro de 1884
• Filamento de carbono da lâmpada elétrica: Lewis Latimer; 13 de setembro de 1881
• Elevador: Alexander Miles; 11 de outubro de 1887
• Óculos de segurança: P. Johnson; 2 de novembro de 1880
• Escada antiincêndio: J. W. Winters; 7 de maio de 1878
• Extintor de incêndio: T. Marshall; 26 de outubro de 1872
• Cama dobrável: L. C. Bailey; 18 de julho de 1899
• Cadeira dobrável: Brody & Surgwar; 11 de junho de 1889
• Caneta: William B. Purvis; 7 de janeiro de 1890
• Máscara de gás: Garrett Morgan; 13 de outubro de 1914
• Pino de golfe: George F. Grant; 12 de dezembro de 1899
• Guitarra: Robert F. Flemming, Jr. 3 de março de 1886
• Carimbo: William B. Purvis; 27 de fevereiro de 1883
• Pilão: invenção egípcia; autoria desconhecida
• Acoplador automático de vagão de trem (Jenny coupler); Andrew Jackson Beard; 23 de novembro de 1897
• Colher de sorvete: Alfred L. Cralle; 2 de fevereiro de 1897
• Fabricação de açúcar: Norbet Rillieux; 10 de dezembro de 1846
• Enxada: Inventada por africanos; invenção milenar
• Tábua de passar roupa: Sarah Boone; 30 de dezembro de 1887
• Bateia: Inventado por mineradores africanos; invenção milenar
• Lanterna: Michael C. Harvey; 19 de agosto de 1884
• Cortador de grama: John Burr; 19 de maio de 1889
• Regador de gramado: J. W. Smith; 4 de maio de 1897
• Espremedor de limão: J. Thomas White; 8 de dezembro de 1893
• Unidade de lubrificação para locomotivas: Ellijah McCoy; 15 de novembro de 1895
• Lancheira: James Robinson; 1887
• Caixa de correio dos EUA: Paul L. Downing; 27 de outubro de 1891
• Esfregão: Thomas W. Stewart; 11 de junho de 1893
• Motor: Frederick M. Jones; 27 De junho de 1939
• Diversos produtos inventados do amendoim, como a pasta de amendoim: George Washington Carver; 1896
• Apontador de lápis: John Lee Love; 23 de novembro de 1897
• Braço de toca-discos: Joseph Hunger Dickenson; 8 de janeiro de 1819
• Refrigerador: John Stanard; 14 de julho de 1891
• Sela de equitação: W. D. Davis; 6 de outubro de 1895
• Vela de ignição para motores: Edmond Berger; 2 de fevereiro de 1839
• Estetoscópio: Imhotep; Egito Antigo
• Fogão: T. A. Carrington; 25 de julho de 1876
• Pente para alisamento de cabelo: Madame C. J. Walker; Cerca de 1905
• Carro varredor de rua: Charles B. Brooks; 17 de março de 1890
• Transmissor de telefone: Granville T. Woods; 2 de dezembro de 1884
• Controle de termostato: Frederick M. Jones; 23 de fevereiro de 1960
• Semáforo: Garrett Morgan; 20 de novembro de 1923
• Triciclo: M. A. Cherry; 6 de maio de 1886
• Bonde elétrico: Elbert R. Robinson; 19 de setembro de 1893
• Torpedo (imersível): André Rebouças: entre 1865-1866
• Máquina de escrever: Burridge & Marshman; 7 de abril de 1885
• Quimioterapia: Jane Cooke Wright; década de 1950-1960
• Microfone eletroacústico: James Edward Maceo West; 1962
• Câmera ultravioleta de controle remoto/espectógrafo usada na missão do
Apollo 16 à lua em 1972; George R. Carruthers
• Videogame (Fairchild Channel F, 1º videogame doméstico): Gerald Lawson; 1976
• Óculos 3D: Kenneth J. Dunkley; 7 de março de 1989
• Fibra ótica. Thomas Mensah: Setembro de 1987
• Laserphaco Probe (máquina de fazer operações de catarata): Dra. Patricia E. Bath; 17 de maio de 1988
• Processador de 1 gigahertz: Mark Dean; 2000.




Fonte:  http://www.portalafro.com.br/nao-e-magia-e-tecnologia-cientistas-e-inovadores-negros/

Lula

Ààrẹ Lula 



AXÉ com FREIXO

                                                             
 Àwọn lẹ́sẹ̀-òrìṣà (terreiros de orixá).


Ìfìhàn ti ogun

                                                   
Ìfìhàn ti ogun (desfile militar)



Àkójọ́pọ̀ Itumọ̀ (Glossário).
Ìwé gbédègbéyọ̀  (Vocabulário).
                                                                              
Ìfìhàn, s. Espetáculo, show, exibição, desfile, revelação.
Ìtòlẹ́sẹ, ìtòlẹ́sẹẹsẹ, s. Arrumação, organização.
Ọmọ ogun, ìtòlẹ́sẹ ọmọ ogun, ogun,  s. Exército.
Ti ogun, adj. Militar.

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Hino do Candomblé

Orin-ìyìn ti kandomblé

                                                                  


Hino do Candomblé 


ÀWA Ó ṢORÒ ILÉ WA O
ÀWA Ó ṢORÒ ILÉ WA O
Ẹ̀SÌN KAN Ò PÉ, O YE
Ẹ̀SÌN KAN Ò PÉ
KÁWA MÁ ṢORÒ O
ÀWA Ó ṢORÒ ILÉ WA O

Nós vamos cultuar nosso Orixá
Nós vamos cultuar nosso Orixá
Ninguém está contra isso, sim
Ninguém nos diz pra nos afastarmos
de nossas raízes
Nós vamos cultuar nosso Orixá


Hinos

 
Àwọn orin-ìyìn (hinos)


1. Hino à Negritude
                                                            

Hino à Negritude
Eduardo Oliveira
  

Sob o céu cor de anil das Américas
Hoje se ergue um soberbo perfil
É uma imagem de luz
Que em verdade traduz
A história do negro no Brasil
Este povo em passadas intrépidas
Entre os povos valentes se impôs
Com a fúria dos leões
Rebentando grilhões
Aos tiranos se contrapôs
Ergue a tocha no alto da glória
Quem, herói, nos combates, se fez
Pois que as páginas da História
São galardões aos negros de altivez


Levantado no topo dos séculos
Mil batalhas viris sustentou
Este povo imortal
Que não encontra rival
Na trilha que o amor lhe destinou
Belo e forte na tez cor de ébano
Só lutando se sente feliz
Brasileiro de escol
Luta de sol a sol
Para o bem de nosso país
Ergue a tocha no alto da glória
Quem, herói, nos combates, se fez
Pois que as páginas da História
São galardões aos negros de altivez


Dos Palmares os feitos históricos
São exemplos da eterna lição
Que no solo Tupi
Nos legara Zumbi
Sonhando com a libertação
Sendo filho também da Mãe-África
Arunda dos deuses da paz
No Brasil, este Axé
Que nos mantém de pé
Vem da força dos Orixás
Ergue a tocha no alto da glória
Quem, herói, nos combates, se fez
Pois que as páginas da História
São galardões aos negros de altivez


Que saibamos guardar estes símbolos
De um passado de heróico labor
Todos numa só voz
Bradam nossos avós
Viver é lutar com destemor
Para frente marchemos impávidos
Que a vitória nos há de sorrir
Cidadãs, cidadãos
Somos todos irmãos
Conquistando o melhor por vir
Ergue a tocha no alto da glória
Quem, herói, nos combates, se fez
Pois que as páginas da História
São galardões aos negros de altivez
(bis)

2. Hino nacional da Nigéria



"Levantem-se, ó compatriotas"



Ẹ dìde ẹ̀yin ará
Wá jẹ́pe Nàìjíríà ,
kà fifẹ́ sinlẹ̀ wáa,
pẹ̀lú okun àti ìgbàgbọ́,
kìṣẹ́ àwọn akni wá,
ko máṣe ja sá'san,
kà fi tọkan tara,
sinlẹ̀ to lómìníra,
wá kí á sọ ọ́ dọ̀kan


Mo ṣe ìlérí fún Orílẹ̀ -Èdè mi Nàìjíríà,
Láti jẹ olódodo,
Ẹniti ó ṣeé fọkàn tán,
Àti olotito èniyàn,
Láti sìn pẹ̀lú gbogbo agbára mi,
Láti sa ipá mi gbogbo fún Ìsòkan re,
Àti láti gbe e ga fún iyì àti ògo re.
Kí olúwa kí ó rán mi lọ́wọ́. (Àmín)



Levantai-vos, ó compatriotas,
Obedecei à chamada da Nigéria
Para servir a nossa Pátria
Com amor, força e fé.
O trabalho dos nossos heróis do passado
Nunca será em vão
Para servir com coração e poder
Uma nação unida em liberdade, paz e união

Ó Deus da criação,
Guiai a nossa nobre causa
Guiai bem os nossos lideres
Ajudai a nossa juventude aconhecer a verdade
Para crescer no amor e na honestidade
e viver na justiça e na verdade
Para alcançar grandes aspirações
E construir uma nação onde a paz
E a justiça reinarão.

3. Hino da África do Sul



Nkosi sikelel' iAfrika 
Deus abençoe a África 

Maluphakanyisw' uphondo lwayo
Que suas glórias sejam exaltadas 

AYizwa imithandazo yethu
Ouça nossas preçes 

Nkosi sikelela, thina lusapho lwayo
Deus nos abençoe, porque somos seus filhos 
(xhosa e zulu) 

Morena boloka setjhaba sa heso
Deus, cuide de nossa nação 

O fedise dintwa le matshwenyeho
Acabe com nossos conflitos 

O se boloke, O se boloke setjhaba sa heso
Nos proteja, e proteja nossa nação 

Setjhaba sa South Afrika - South Afrika
À África do Sul, nação África do Sul 

(sesotho) 

Uit die blou van onse hemel, 
Uit die diepte van ons see, 
Oor ons ewige gebergtes, 
Waar die kranse antwoord gee
(africâner) 

Sounds the call to come together, 
And united we shall stand, 
Let us live and strive for freedom, 
In South Africa our land. 
(inglês) 

Tradução 

Deus abençoe a África 

Que suas glórias sejam exaltadas 

Ouça nossas preçes 

Deus nos abençoe, porque somos seus filhos 


Deus, cuide de nossa nação 

Acabe com nossos conflitos 

Nos proteja, e proteja nossa nação 

À África do Sul, nação África do Sul 


Dos nossos céus azuis 

Das profundezas dos nossos mares 

Sobre as grandes montanhas 

Onde os sons se ecoem 


Soa o chamado para nos unirmos 

e juntos nos fortalecermos 

Vamos viver e lutar por liberdade 


Na África da Sul a nossa terra.




terça-feira, 25 de outubro de 2016

Filosofia indígena


 Filọ́sọ́fi ti ọmọ-ìbílẹ̀ (filosofia indígena).

1. O Bem Viver: uma resposta para o capitalismo?

Publicado em: 24/10/2016em: Em Pauta
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Por Marcelo Hailer Do Revista Fórum

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Passada a deposição da presidenta Dilma Rousseff, articulada por um golpe parlamentar e, posteriormente, a derrota que a esquerda sofreu nas urnas no primeiro turno das eleições municipais deste ano, muitas questões se levantaram, mas essencialmente, todos acorreram à clássica pergunta de Lenin: O que fazer? O fato é que o projeto de transformação apresentado pela esquerda na primeira metade do século XX foi atropelado pelo liberalismo e hoje não comove mais multidões. É dentro deste esgotamento de concepções à esquerda que surge a proposta do Bem Viver, que neste livro (O Bem Viver: uma oportunidade para imaginar outros mundos; 2016) tem a suas ideias organizadas por Alberto Acosta

Passada a deposição da presidenta Dilma Rousseff, articulada por um golpe parlamentar e, posteriormente, a derrota que a esquerda sofreu nas urnas no primeiro turno das eleições municipais deste ano, muitas questões se levantaram, mas essencialmente, todos acorreram à clássica pergunta de Lenin: O que fazer?

Quando governos se elegem com programas de esquerda, mas, no poder exercem projetos de direita, tudo afunda e aos olhos do senso comum todos são iguais, só muda a cor das bandeiras. Este problema não é exclusivo da esquerda latina, ele também ocorre com as esquerdas europeias, isso para ficarmos no Ocidente.

O fato é que o projeto de transformação apresentado pela esquerda na primeira metade do século XX foi atropelado pelo liberalismo e hoje não comove mais multidões. É dentro deste esgotamento de concepções à esquerda que surge a proposta do Bem Viver, que neste livro (O Bem Viver: uma oportunidade para imaginar outros mundos; 2016) tem a suas ideias organizadas por Alberto Acosta.

O encontro de Montecristi

Entre 30 de novembro e de 2007 e 25 de outubro de 2008, foi realizado no município de Montecristi (litoral noroeste do Equador) local onde foi realizado a Assembleia Constituinte que culminou na Constituição da República do Equador, que se tornou um marco por reconhecer o caráter “intercultural” e “plurinacional” do país. Além disso, o texto colocou como objetivo  a construção de “uma nova forma de convivência cidadã, em diversidade e harmonia com a natureza, para alcançar o Buen Vivir, o sumak Kawsay. Albeto Acosta foi presidente da Assembleia Constituinte. Posteriormente, romperia com o governo com de Rafael Correa, por não seguir os acordos acertados durante a constituinte.

Mas, o que vem a ser o Bem Viver? Mais do que um “princípio restrito ao ambiente andino e amazônico (…) o Bem Viver é uma filosofia em construção, e universal, que parte da cosmologia e do modo de vida ameríndio, mas que está presente nas mais diversas culturas (…) no Brasil, com o teko porã dos guaranis (…) na ética e na filosofia africana do ubuntu – “eu sou porque nós somos” (…) está no fazer solidário do povo, nos mutirões em vilas, favelas ou comunidades rurais e na minga ou mika andina. Está presente na roda de samba, na roda de capoeira, no jongo, nas cirandas e no candomblé”.

O que surge a partir da Constituinte realizada em Montecristi é mais do que uma nova carta magna de um país latino, mas sim uma nova forma de pensar a sociedade, ou seja, um projeto político e, que vale frisar, está em construção – fato que Acosta reforça a todo momento. Trata-se também, e provavelmente aí esteja o cerne de toda a discussão em torno do Bem Viver, de um novo pacto civil/ processo civilizatório, uma resposta para o liberalismo/ capitalismo e socialismo/ comunismo.

“Não se trata de um receituário expresso em alguns poucos artigos constitucionais e tampouco de um novo regime de desenvolvimento. O Bem Viver é, essencialmente, um processo proveniente da matriz comunitária de povos que vivem em harmonia com a natureza (…) os indígenas não são pré-modernos nem atrasados. Seus valores, experiências e práticas sintetizam uma civilização viva, que demonstrou capacidade para enfrentar a Modernidade colonial”.*

O Estado Plurinacional

A maneira como estão organizados os Estados latinos é uma herança direta das políticas coloniais eurocêntricas. Foram construídos com base em sangue, escravidão e genocídio. Nunca foi levado em conta a diversidade dos povos que habitavam a América antes da chegada dos colonizadores… o que sucede disso, nós conhecemos.

“O Estado plurinacional exige a incorporação dos códigos culturais dos povos e nacionalidades indígenas. Ou seja, há que se abrir as portas a um amplo debate para transitar a outro tipo de Estado que não esteja amarrado às tradições eurocêntricas. Neste processo, em que haverá que repensar as estruturas estatais, há que se construir uma institucionalidade que materialize o exercício horizontal do poder. Isso implica “cidadanizar” individual e coletivamente o Estado, criando espaços comunitários como formas ativas de organização social. A própria democracia tem de ser repensada e aprofundada”.

Além da necessidade da construção de um Estado plurinacional como resposta a forma que conhecemos, que se trata de um resquício da colonização que a América Latina sofreu, no projeto político do Bem Viver também se faz necessário a “descolonização e a despatriarcalização”, visto que também são opressões que foram impostas pelos regimes imperialista/ colonialistas. Nada mais atual para o momento político que vivemos, basta analisarmos o machistério do governo Temer.

Uma resposta para o desenvolvimentismo

À esquerda e à direita é a centralidade do trabalho e o desenvolvimentismo que tem norteado os governos em todos os continentes. Romper com este ciclo vicioso é um dos principais objetivos do Bem Viver, por isso, é bom frisar, que sua proposta política não é um retorno a um tempo ancestral, muito pelo contrário, bebe-se na fonte andina e amazônica para buscar novas formas de organizações sociais, mas não apenas para a América Latina, sua ambição é global, até porque, o desenvolvimentismo e o  capitalismo são globais.

“Foi em torno do ‘desenvolvimento’, em plena Guerra Fria, que girou o enfrentamento entre capitalismo e comunismo. Inventou-se o Terceiro Mundo, e seu membros foram instrumentalizados qual peões no xadrez da geopolítica internacional. Uns e outros, direitas e esquerdas, estabelecendo diversas especificidades e diferenças, assumiram o desafio de alcançar ‘o desenvolvimento’. Nos quatro cantos do planeta, as comunidades e as sociedades foram – e continuam sendo – reordenadas para adaptar-se ao ‘desenvolvimento’. Este se transformou no destino comum da Humanidade, uma obrigação inegociável”.

A questão que sempre surge diante dos debates colocados a partir de afirmações do Bem Viver é quase sempre essa: “mas é impossível sair do desenvolvimentismo”. Este tipo de afirmação só reforça a magistral engenhosidade com que o liberalismo conseguiu se espalhar e contaminar. Suas políticas são entendidas como naturais e que não há outro caminho para seguir e que, no limite, podemos aplicar políticas que amenizem o sistema brutal chamado capitalismo. Esse é o poder do colonialismo: injetar nas mentes que sua estrutura é insuperável e que, em alguns casos, é bom que aconteça, mesmo que isso signifique concentração de renda e miséria.

Contribuição do Bem Viver para o nosso tempo 

As ideias do Bem Viver são radicais (no sentido positivo deste termo), pois, vão na raiz dos problemas causadores da crise em que vivemos. Se o capitalismo está em crise, a esquerda também está. Na Europa acompanhamos uma ofensiva poderosa da extrema direita nacionalista e xenófoba; na América Latina é a ofensiva da direita privatista, que presta serviço para capital internacional; e neste quadro de horror os partidos e coletivos à esquerda não tem conseguido apresentar respostas, isso acontece porque não mais apresenta-se projetos de sociedades antagônicos, fica-se na questão do trabalho e moeda. Esta é a política da direita e por isso ela tem sido vitoriosa.

Pensar a apresentar um projeto de sociedade que não mais tenha como centralidade o trabalho e a renda, mas, a cidadania e os Direitos Humanos pode ser a chave à crise da esquerda. É preciso que trabalho e renda deem lugar às questões LGBT, feministas, negr@s, indígenas, da terra… é preciso apresentar um novo pacto civilizatório e é isto que se propõe o Bem Viver neste início de século XXI. Alguns podem considerar isso a mais pura sandice, mas, imagine qual não foi a reação quando os comunistas apresentaram o seu projeto de sociedade lá no século XVIII?

Nesta perspectiva, o Bem Viver se transforma em ponto de partida, caminho e horizonte para desconstruir a matriz colonial que desconhece a diversidade cultural, ecológica e política. Nesta linha de reflexão, a proposta do Bem Viver critica o Estado monocultural, a deterioração da qualidade de vida materializada em crises econômicas e ambientais, a economia capitalista de mercado, a perda de soberania em todos os âmbitos, a marginalização, a descriminalização, a pobreza, as deploráveis condições de vida da maioria da população, as iniquidades. Igualmente, questiona visões ideológicas que se nutrem das matrizes coloniais do extrativismo e da evangelização imposta a sangue e fogo. 

Todas as citações foram extraídas do livro Bem Viver 

Serviço
Livro: O Bem Viver: uma oportunidade para imaginar outros mundos
Autor: Alberto Acosta
Editora: Autonomia Literária, Elefante e Fundação Rosa Luxemburgo - Leia a matéria completa em: http://scl.io/0U3N2zsw#gs.Mio5lR8


2. Declaração Universal dos Direitos da Mãe Terra

Resultado de imagem para Direitos da mãe terra

A Conferência Mundial dos Povos sobre Mudanças Climáticas e os Direitos da Mãe Terra, que acontece de 20 a 22 de abril, em Cochabamba, na Bolívia, tem por objetivo, entre outras coisas, elaborar uma Declaração Universal dos Direitos da Mãe Terra, em complemento à Declaração Universal dos Direitos Humanos. O esboço que será transformado em texto final durante o evento foi elaborado em 6 de fevereiro de 2010. Confira

- Declaração Universal dos Direitos da Mãe Terra - 06/02/2010



PREÂMBULO
Nós, os povos do Mundo:

Reconhecendo com gratidão que a Mãe Terra nos dá vida, nos alimenta e nos ensina e provê de tudo o que necessitamos para viver bem;

Reconhecendo que a Mãe Terra é uma comunidade indivisível de seres diversos e interdependentes com os que compartilhamos um destino comum e com os que devemos nos relacionar de formas que beneficiem à Mãe Terra;

Reconhecendo que ao dominar e explorar a Mãe Terra e outros seres, os seres humanos causaram grande destruição, degradação e alteração das comunidades, dos processos e dos equilíbrios que sustentam a vida da Mãe Terra, que agora são uma ameaça para o bem estar e a existência de muitos seres;

Conscientes de que essa destruição é também prejudicial a nosso bem estar interno e é ofensiva para muitas crenças, tradições e sabedorias das culturas indígenas para quem a Mãe Terra é sagrada;

Profundamente conscientes da importância fundamental de adotar com urgência decisiva a ação coletiva para evitar que os seres humanos causem as mudanças climáticas e outros impactos sobre a Mãe Terra que ameaçam o bem estar e a sobrevivência dos seres humanos e outros seres;

Aceitando nossa responsabilidade uns sobre os outros, as gerações futuras e a Mãe Terra para curar os danos causados pelos seres humanos e transmitir às futuras gerações valores, tradições e instituições que apóiem o florescimento da Mãe Terra;

Convencidos de que para que as comunidades de seres humanos e outros seres floresçam há que estabelecer sistemas para regular a conduta humana, que reconheçam os direitos inalienáveis da Mãe Terra e de todos os seres que são parte dela;

Convencidos de que as liberdades e direitos fundamentais da Mãe Terra e de todos os seres devem ser protegidos pelo princípio de legalidade e que os deveres correspondentes dos seres humanos para respeitar e defender esses direitos e liberdades devem ser impostos por lei;

Proclamamos a presente Declaração Universal dos Direitos da Mãe Terra para complementar a Declaração Universal dos Direitos Humanos e a fim de que sirva como um fundamento comum mediante o qual a conduta de todos os seres humanos, organizações e culturas podem se guiar e avaliar e

Nos comprometemos a cooperar com outras comunidades humanas, as organizações públicas e privadas, os governos e as Nações Unidas para garantir o reconhecimento universal e eficaz e a observância das liberdades fundamentais, os direitos e deveres consagrados nesta Declaração, entre todos os povos, as culturas e os estados da Terra.

Artigo 1. Direitos, liberdade e obrigações fundamentais
(1) A Mãe Terra é indivisível, a autorregulação da comunidade dos seres entre si, cada um dos quais se define por suas relações dentro desta comunidade e com o Universo como um todo. Aspectos fundamentais destas relações se expressam na presente Declaração como direitos inalienáveis, as liberdades e direitos.

(2) Esses direitos fundamentais, liberdades e deveres derivam da mista fonte de existência e são inerentes a todos os seres, portanto são inalienáveis, não podem ser abolidos por lei e não são afetados pela situação política, jurídica ou internacional do país ou território em que um ser existe.

(3) Todos os seres têm direito a todos os direitos fundamentais e liberdades reconhecidos por esta Declaração, sem distinção de nenhum tipo, como pode ser entre seres vivos orgânicos e inorgânicos, seres não viventes, ou sobre a base da sensibilidade, da natureza, das espécies e do uso em seres humanos, ou qualquer outra condição.

(4) Assim como os seres humanos têm direitos humanos, outros seres também podem ter direitos adicionais, liberdades e deveres que são específicos para sua espécie e apropriados para seu papel e função dentro das comunidades em que existem.

(5) Os direitos de cada ser estão limitados pelos direitos de outros seres na medida do necessário para manter integridade, equilíbrio e saúde das comunidades em que existem.

Artigo 2. Direitos Fundamentais da Mãe Terra
A Mãe Terra tem direito a existir, persistir e continuar os ciclos, estruturas e processos vitais para sustentar a todos os seres.

Artigo 3. Direitos e liberdades fundamentais para todos os seres
Todo ser tem:
A) o direito de existir;
B) o direito a um hábitat ou lugar onde estar;
C) o direito a participar, de acordo com sua natureza, nos continuamente renováveis processos da Mãe Terra;
D) o direito a manter sua identidade e integridade como um ser distinto, autorregulado;
E) o direito a estar livre da poluição, contaminação genética e modificações de sua estrutura ou funcionamento que ameacem sua integridade ou funcionamento saudável e
F) a liberdade de se relacionar com outros seres e participar em comunidades de seres de acordo com sua natureza.


Carta do Chefe Seatle
Carta do Cacique americano ao
Presidente dos Estados Unidos da América

Em 1854, o Governo dos Estados Unidos tentava convencer o chefe indígena
Seatle a vender suas terras. Como resposta, o chefe enviou uma carta ao
presidente que se tornou famosa em todo o mundo. Seu conteúdo merece
uma reflexão atenta pois é uma lição que deve ser cultivada por todos, por
esta e pelas futuras gerações.

Decorridos quase dois séculos da carta do cacique indígena Seatle ao
Presidente do Estados Unidos, suas lições permanecem atuais e proféticas,
para todos aqueles que sabem enxergar no fundo do conteúdo de sua
mensagem.

A carta do cacique Seatle é uma lição inesgotável de amor à natureza e à
vida, que permanece na consciência de milhões de pessoas em todas as
partes do mundo. É o hino de todos aqueles que amam a natureza e tudo o
que nela vive. A cada leitura, renovamos os ensinamentos que ali estão.
Serve para ler e reler e passar adiante para que todos a conheçam.

No Brasil, existiam em torno de 4 milhões de indígenas, quando os
colonizadores chegaram. Hoje, restam cerca de 200 mil! Embora o indígena
tenha contribuído de forma essencial para a miscigenação da raça brasileira, é
certo que foram sendo expulsos de suas terras pelos exploradores e
eliminados por doenças contraídas através do convívio com os brancos.

Atualmente, continuam sofrendo a invasão de suas terras por madeireiros,
fazendeiros e garimpeiros, seus principais algozes.

É fundamental que seja preservada a riqueza de sua cultura, suas danças,
ritos, conhecimentos sobre as plantas e animais e as formas de viver em
harmonia com a natureza. Os indígenas possuem uma sabedoria milenar que
precisamos aprender a ouvir.

A história dos indígenas em cada país onde existiam, antes do homem branco,
é diferente nas suas particularidades, mas no seu conteúdo são iguais. Nos
Estados Unidos ou no Brasil, os problemas enfrentados pelos indígenas foram
os mesmos. Daí esse sentimento de solidariedade e cooperação que existe
entre os diferentes povos indígenas e essa sabedoria milenar da qual todos
nós temos muito que aprender.

3. CARTA DO CHEFE INDÍGENA SEATLE

"O ar é precioso para o homem vermelho, pois todas as coisas compartilham o
mesmo sopro: o animal, a árvore, o homem, todos compartilham o mesmo
sopro. Parece que o homem branco não sente o ar que respira. Como um
homem agonizante há vários dias, é insensível ao mau cheiro (...).
Portanto, vamos meditar sobre sua oferta de comprar nossa terra. Se
decidirmos aceitar, imporei uma condição: o homem deve tratar os animais
desta terra como seus irmãos (...)
O que é o homem sem os animais? Se os animais se fossem, o homem morreria
de uma grande solidão de espírito. Pois o que ocorre com os animais, breve
acontece com o homem. Há uma ligação em tudo.
Vocês devem ensinar às suas crianças que o solo a seus pés é a cinza de
nossos avós. Para que respeitem a Terra, digam a seus filhos que ela foi
enriquecida com as vidas de nosso povo. Ensinem às suas crianças o que
ensinamos às nossas, que a Terra é nossa mãe. Tudo o que acontecer à
Terra, acontecerá aos filhos da Terra. Se os homens cospem no solo estão
cuspindo em si mesmos.
Isto sabemos: a Terra não pertence ao homem; o homem pertence à Terra.
Isto sabemos: todas as coisas estão ligadas, como o sangue que une uma
família. Há uma ligação em tudo.
O que ocorre com a terra recairá sobre os filhos da terra. O homem não teceu
o tecido da vida: ele é simplesmente um de seus fios. Tudo o que fizer ao
tecido, fará a si mesmo.
Mesmo o homem branco, cujo Deus caminha e fala com ele de amigo para
amigo, não pode estar isento do destino comum. É possível que sejamos
irmãos, apesar de tudo. Veremos. De uma coisa estamos certos ( e o homem
branco poderá vir a descobrir um dia): nosso Deus é o mesmo Deus. Vocês
podem pensar que o possuem, como desejam possuir nossa terra, mas não é
possível. Ela é o Deus do homem e sua compaixão é igual para o homem
branco e para o homem vermelho. A terra lhe é preciosa e feri-la é desprezar
o seu Criador. Os brancos também passarão; talvez mais cedo do que todas
as outras tribos. Contaminem suas camas, e uma noite serão sufocados pelos
próprios dejetos.
Mas quando de sua desaparição, vocês brilharão intensamente, iluminados
pela força do Deus que os trouxe a esta terra e por alguma razão especial
lhes deu o domínio sobre a terra e sobre o homem vermelho. Esse destino é
um mistério para nós, pois não compreendemos que todos os búfalos sejam
exterminados, os cavalos bravios todos domados, os recantos secretos da
floresta densa impregnados do cheiro de muitos homens, e a visão dos morros
obstruída por fios que falam. Onde está a árvore? Desapareceu. Onde está a
água? Desapareceu. É o final da vida e o início da sobrevivência.
Como é que se pode comprar ou vender o céu, o calor da terra? Essa idéia
nos parece um pouco estranha. Se não possuímos o frescor do ar e o brilho
da água como é possível comprá-los?
Cada pedaço desta terra é sagrado para meu povo. Cada ramo brilhante de
um pinheiro, cada punhado de areia das praias, a penumbra na floresta densa,
cada clareira, cada inseto a zumbir é sagrado na memória e experiência do
meu povo. A seiva que percorre o corpo das árvores carrega consigo as
lembranças do homem vermelho (...).
Essa água brilhante que corre nos rios não é apenas água, mas a idéia nos
parece um pouco estranha. Se não possuímos o frescor do ar e o brilho da
água como é possível comprá-los?
Cada pedaço desta terra é sagrado para meu povo. Cada ramo brilhante de
um pinheiro, cada punhado de areia das praias, a penumbra na floresta densa,
cada clareira, cada inseto a zumbir é sagrado na memória e experiência do
meu povo. A seiva que percorre o corpo das árvores carrega consigo as
lembranças do homem vermelho (...).
Essa água brilhante que corre nos rios não é apenas água, mas o sangue de
nossos antepassados. Se vendermos a terra, vocês devem lembrar-se de que
ela é sagrada, devem ensinar às crianças que ela é sagrada e que cada
reflexo nas águas límpidas dos lagos fala de acontecimentos e lembranças da
vida do meu povo. O murmúrio das águas é a voz dos meus ancestrais.
Os rios são nossos irmãos, saciam nossa sede. Os rios carregam nossas
canoas e alimentam nossas crianças. Se lhes vendermos nossa terra, vocês
devem lembrar e ensinar a seus filhos que os rios são nossos irmãos e seus
também. E, portanto, vocês devem dar aos rios a bondade que dedicariam a
qualquer irmão.
Sabemos que o homem branco não compreende nossos costumes. Uma
porção de terra, para ele, tem o mesmo significado que qualquer outra, pois é
um forasteiro que vem à noite e extrai da terra aquilo de que necessita. A
terra não é sua irmã, mas sua inimiga e, quando ele a conquista, prossegue
seu caminho. Deixa para trás os túmulos de seus antepassados e não se
incomoda. Rapta da terra aquilo que seria de seus filhos e não se importa
(...). Seu apetite devorará a terra, deixando somente um deserto.
Eu não sei. Nossos costumes são diferentes dos seus.
A visão de suas cidades fere os olhos do homem vermelho. Talvez porque o
homem vermelho é um selvagem e não compreenda.
Não há lugar quieto nas cidades do homem branco. Nenhum lugar onde se
possa ouvir o desabrochar de folhas na primavera ou o bater de asas de um
inseto. Mas talvez seja porque eu sou um selvagem e não compreendo. O
ruído parece apenas insultar os ouvidos. E o que resta da vida de um homem,
se não pode ouvir o choro solitário de uma ave ou o debate dos sapos ao
redor de uma lagoa, à noite? Eu sou um homem vermelho e não compreendo.
O índio prefere o suave murmúrio do vento encrespando a face do lago, e o
próprio vento, limpo por uma chuva diurna ou perfumado pelos pinheiros."
Sabemos que o homem branco não compreende nossos costumes. Uma
porção de terra, para ele, tem o mesmo significado que qualquer outra, pois é
um forasteiro que vem à noite e extrai da terra aquilo de que necessita. A
terra não é sua irmã, mas sua inimiga e, quando ele a conquista, prossegue
seu caminho. Deixa para trás os túmulos de seus antepassados e não se
incomoda. Rapta da terra aquilo que seria de seus filhos e não se importa

(...). Seu apetite devorará a terra, deixando somente um deserto."



Reencarnação

Àtúnwá ní ìṣekèfèrí titun.
Reencarnação no neopaganismo.
                                     




2.  Físíksì kùátọ̀mù làdí àtúnwá náà.
A física quântica explica a reencarnação.






Àkójọ́pọ̀ Itumọ̀ (Glossário).
Ìwé gbédègbéyọ̀  (Vocabulário)



Físíksì kùátọ̀mù, físíksì kúántùs. Física quântica.
Làdí, sọ àsọyé, sọyé. Expor, explicar, definir, interpretar, falar com clareza.
Tùmọ́, v. Traduzir, explicar.
Àtúnwá, s. Retorno, voltar de novo, reencarnação
Àtúnbí, s. Regeneração, renascimento.
Àtúnhù, s. Renascer, brotar de novo.
, prep. No, na, em. Usada para indicar o lugar em que alguma coisa está. Indica uma posição estática.
Náà, art. O, a, os, as.
Ọkàn kúántù, s. Consciência quântica.

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Mulher negra

                                                                       
Obìnrin dúdú (mulher negra)






domingo, 23 de outubro de 2016

Centro de Londres

  Ààrin gbùngbùn Lọndọn (centro de Londres)                                                                 

Aniversário

Ọlọ́jọ́ Ìbí (celebrantes de aniversário)                                                  


Exú

Macumba gospel

Njẹ́ ṣọ́ọ̀ṣì ti ìhìnrere tàbí ẹ̀sìn òrìṣà?
Será igreja evangélica ou religião de Orixá?





Àkójọ́pọ̀ Itumọ̀ (Glossário).
Ìwé gbédègbéyọ̀  (Vocabulário).

Njẹ́ (forma reduzida de hunjẹ́), ṣé, part. interrog. Será que. Inicia uma frase interrogativa quando exigem respostas sim (bẹ́ẹ̀ni, ẹ́n) ou não (bẹ́ẹ̀kọ́, rárá, ẹ́n-ẹ́n). Ṣé o mọ ọ̀nà? - Você conhece o caminho?  Rárá, èmi kò mọ̀ - Não, eu não conheço.
Ìjọ, àjọ, s. Igreja, assembleia, congregação, reunião.  
Ṣọ́ọ̀ṣì ( do inglês church), àpéjọpọ̀ àwọn ọmọlẹ́hìn Kristi, s. Igreja. 
Ilé Ọlọ́run, s.  Casa de Deus, igreja. 
Ìjọ onígbàgbọ́, s. Congregação cristã.
Ti ìhìnrere, adj. Evangélico.
Tàbí, conj. Ou.
Ẹ̀sìn òrìṣà, s. Religião de orixá. 
Kandomblé, s. Candomblé.


Nação do islã

 Orílẹ̀-èdè ti ìmàle (Nação do islã).   


                                                                





sábado, 22 de outubro de 2016

Enrevista

  Ìfojúkojú pẹ̀lú olùkọ́ ìmòye.
  Entrevista com o professor de filosofia.




1. Qual cidade você nasceu?
   Nasci na cidade de Sabáudia, município brasileiro do estado do Paraná. A cidade é localizada no norte do Estado. Sua população estimada em 2013 era de 6.462 sabaudienses. Área territorial é 190, 3 km². 

2. Qual o nome da universidade que você se formou em filosofia?

    Pontifícia Universidade Católica de Campinas. É uma universidade confessional católica, privada, comunitária e localizada em Campinas, SP, Brasil.

3. Você teve algum apoio?

Não tive apoio financeiro nem do governo e nem da família. A família não não tinha muito dinheiro, mas deu apoio moral e logístico (roupas limpas e refeições prontas) e o governo, na época, não se importava com os pobres. Por isso, tive que trabalhar e pagar meus estudos.

4. Quais foram as dificuldades para chegar na posição atual?

      As dificuldades foram sobre falta de dinheiro, a distância da universidade e falta de tempo para estudar por causa do trabalho. Todos estes problemas foram vencidos com estudos constantes nos finais de semanas. Mesmo assim, minhas notas foram sempre altas e nunca tirei nota vermelha.


5. Fale um pouco sobre você.  

       Sou casado, não tenho filhos e minha mulher já está aposentada, Sou uma pessoa muito caseira, gosto de ficar em casa para curtir minha família, ler, pesquisar e escrever meu dicionário, mas também costumo viajar para São Paulo de quinze em quinze dias. Sou uma pessoa calma, estrategista  e persistente na luta para realizar meus projetos pessoais, políticos e profissionais.

6. Fale de sua vida social e cultural.

       Sou um ativista em prol do comunismo, da democracia, do empoderamento dos pobres ( negros, índios e brancos), do poder feminino e pelo retorno das culturas animistas (xamanismo, wícca e cultos aos orixás, voduns e inquices). Para atingir o comunismo, procuro dispersar os soberbos,
derrubar os poderosos de seus tronos
e elevar os humildes; saciar de bens os famintos e deixar os ricos sem nada (Magnificat – Lc 1,39-56). No âmbito cultural e para descolonizar nossas mentes, sou propagador de religiões pagãs, do idioma yorubá e do pensamento afro-indígena.

7. O que é o animismo?

  No animismo africano, um só espírito está por dentro de tudo que existe e cada ser que nasce traz consigo uma partezinha do espírito universal (Deus).  O animismo torna as pessoas ambientalistas, por elas tratarem tudo com carinho e respeito. Aqui estão algumas das 42 confissões negativas do Antigo Egito que reforçam os valores ambientalistas dos animistas e para obter êxito ao reunir-se à fonte: não saqueei os neteru, não desperdicei a terra fértil, não me contaminei,  não sujei a água, nunca amaldiçoei os neteru (deuses). Os animistas (indígenas e africanos) pedem desculpas aos deuses da floresta para cortar uma árvore e matar um animal.

8. Quais são os fundamentos científicos do animismo?

   Para os animistas, o universo todo está vivo e, devido à conexão de Einstein há, na verdade, um só todo indiviso. Quando duas partículas ficam entrelaçadas (não-localidade quântica, conexão de Einstein), elas se comportam como se estivessem coordenadas entre si, como se estivessem "trocando informações" à distância. O ser humano sempre desejou unir-se com Deus, talvez essa unidade esteja relacionada com a conexão quântica (conexão de Einstein). Para Leonardo Boff , o universo está pleno de espírito porque é interativo, pan-relacional e criativo.  Desta perspectiva não há entes inertes, não há matéria morta, se contrapondo aos seres vivos. Todas as coisas, todas as entidades (de partículas subatômicas a galáxias) participam de certo modo do espírito, da consciência e da vida. Todos os seres vivos do nosso planeta estão interligados, de uma forma ou de outra e que sugere que somos todos parte de um único organismo vivo. 
     Outra teoria animista é a hipótese Gaia de James Lovelock. Segundo esta hipótese, o planeta Terra é um imenso organismo vivo, capaz de obter energia para seu funcionamento, regular seu clima e temperatura, eliminar seus detritos e combater suas próprias doenças, ou seja, assim como os outros seres vivos, um organismo capaz de se autorregular. De acordo com a hipótese, os organismos bióticos controlam os organismos abióticos, de forma que a Terra se mantém em equilíbrio e em condições propícias de sustentar a vida.

9. O que é afrocentricidade?

    Afrocentricidade é um paradigma baseado na idéia de que os povos africanos devem reafirmar o sentido de agência para atingir a sanidade. É o conhecimento numa “perspectiva negra” como oposição ao que tem sido considerado “perspectiva branca.” É uma orientação Afrocêntrica da informação. Durante 400 anos, os povos africanos têm sido removidos de estar no centro da sua própria experiência. A afrocentricidade é uma perspectiva que permite aos povos africanos se relocalizarem ao centro de sua própria experiência -  Dr. Molefi Kete Asante.

10 . O que é filosofia ubuntu?

   "Eu sou porque nós somos". Eu sou humano e, a naturza humana implica compaixão, partilha, respeito, empatia e ser feliz com o outro. Ubuntu e felicidade são conceitos que andam juntos: na África, a felicidade é concebida como aquilo que faz bem a toda coletividade ou ao outro. E quem é o meu “outro”? “São meus orixás, ancestrais, minha família, minha aldeia, os elementos não humanos e não divinos, como a nossa roça, nossos rios, nossas florestas, nossas rochas”. Dessa forma, resume Malomalo, para a filosofia africana, “o ser humano tem uma grande responsabilidade para a manutenção do equilíbrio cósmico”.


 11Quais são seus planos para o futuro?


   Meus planos são aposentar e concluir meu dicionário de língua yorubá. 

12. Cite três coisas importantes em sua vida.

 Minha faculdade de filosofia, o sítio no assentamento de reforma agrária e o meu conhecimento do idioma yorubá.

13. Qual foi o último livro que você leu?

A Fisica da Alma, de Amit Goswami. Uma  explicação científica para reencanação, a imortalidade e experiências de quase morte.

14. Você sempre foi de religião de orixá?

   Nem sempre, porque desde criança fui católico e, na adolescência, estudei num seminário redentorista. Do catolicismo só restou a opção preferencial pelos pobres e um certo tipo de comunismo cristão, já que todo cristão autêntico deve ser comunista. Em seguida, flertei com os ideais do comunismo de Marx e do ateísmo (logo superado). Porém, na infância e no seminário, lia tudo sobre povos tribais (indígenas e africanos) e, assim, minha consciênia foi se tornando descolonizada, animista (dos orixás), negra, indígena, ecológica, teísta, holística, sistêmica e, posteriormente, quântica. Hoje, faz 25 anos que conheço e adoro os orixás do candomblé, admiro o comunismo tribal, a filosofia ubuntu e a cultura yorubá.

15. Por que você escreve um dicionário yorubá?

  Porque sou da religião tradicional  yorubá e estudioso do idioma. Por isso, quero deixar um legado para os seguidores dessa religião, um dicionário que contempla tanto os costumes tradicionais como o mundo da ciência e da tecnologia.

16. Você já sofreu algum preconceito?

  Para os negros e seguidores do candomblé, preconceito é uma ameaça constante. Há violência policial contra jovens negros e pobres, que são considerados suspeitos e culpados e agressões contra candomblecistas  e terreiros de culto aos orixás. Já sofri os dois tipos de preconceitos: suspeita policial  e por ser devoto de orixá. Porém, tudo isso pode ser superado com consciência negra, organização política e conhecimento da lei.

Cachorro


Ajá ti atatẹ́tẹ́ (cão jogador)


                                                                

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

CALAR JAMAIS

 Àwọn fídíò pẹ̀lú àkọlékè ní pọrtugí.
Vídeos com letreiro em Português.


                                                       






Àkójọ́pọ̀ Itumọ̀ (Glossário).
Ìwé gbédègbéyọ̀  (Vocabulário).

Àwọn, wọn, pron. Eles, elas. Indicador de plural.
Fídíò, s. Vídeo.
Èdè Pọtogí, s. Língua poruguesa.
Pọrtugí, s. Português.
Pẹ̀lú, prep. Com, junto com.
Pẹ̀lú, adv. Também.
Pẹ̀lú, v. Estar em companhia de, acompanhar.
Pẹ̀lú, conj. E. Liga substantivos, mas não liga verbos.
Àkọlékè, s. Inscrição; letreiro, legenda. Explicação junto a uma fotografia, desenho, planta, carta geográfica etc. Tradução, em vernáculo, que acompanha as imagens de um filme falado em idioma estrangeiro.
Àkọlé, s. Subscrição, endereço de uma correspondência.
L, pref. Forma modificada da palavra ní quando seguida de palavra iniciada por vogal diferente de i.
, prep. Contração da preposição ní e substantivo. Quando a vogal inicial do substantivo não é i, a consoante n da preposição se transforma em l, e a vogal i toma forma de vogal do substantivo posterior. Mas se a vogal do substantivo é i, ela é eliminada. Ní àná ( l'ánàá ). Ní ilé (ní'lé)
, part. enfática. Usada na construção de frases, quando o verbo tiver dois objetos, o segundo objeto é precedido por " ní".
, prep. No, na, em. Usada para indicar o lugar em que alguma coisa está. Indica uma posição estática.
, v. Ter, possuir, dizer.Transportar carga em um barco ou navio. Ocupar, obter, pegar.
Ni, v. Ser, é.
, pron. dem. Aquele, aquela. Requer alongamento da vogal final da palavra que o antecede somente na fala. Ex.: Fìlà ( a ) nì = aquele chapéu.

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Palmeira

Kíni à ń pe ẹ̀yà ara igi ọ̀pẹ lédè Yorùbá?


Perfil dos presos no Brasil

                                                                                                 
Profáìlì ti àwọn ẹlẹ́wọ̀n ní'lẹ̀ Bràsíl.
Perfil dos presos no Brasil.




    



Àkójọ́pọ̀ Itumọ̀ (Glossário).
Ìwé gbédègbéyọ̀  (Vocabulário).

Àwòrán orí, àwòrán ojú, profáìlì, s. Perfil.
Àwọn, wọn, pron. Eles, elas. Indicador de plural.
Ti, prep. de ( indicando posse). Quando usado entre dois substantivos, usualmente é omitido. Ilé ti bàbá mi = ilé bàbá mi ( A casa do meu pai). 
Ènìà, ènìyàn, s. Pessoa. É também usado de forma impessoal para significar povo, seres humanos, alguém.
, v. Tomar, pegar coisas leves e abstratas. Capturar, agarrar. Ser severo. Ser afiado.
Ondè, s. Prisioneiro, preso em corrente, escravo.
Ẹlẹ́wọ̀n, s. Prisioneiro, condenado.
Àrúfín, s. Prisioneiro, criminoso, transgressor, 
Ọ̀dáràn, apànìà, apani, s. Criminoso, assassino, malfeitor, culpado, matador.
Ọlọ́pàá, s. Polícia.
Ilẹ̀, s. Terra, solo, chão.
Ilẹ̀ Bràsíl, Bràsíl, s. Brasil, Pindorama.

sábado, 15 de outubro de 2016

Colonialismo

Ìsọdibiàmúsìn (colonialismo).

Resultado de imagem para colonialismo religioso em África


1. Ìsọdibiàmúsìn àti ìsọdibiàmúsìn titun ( colonialismo e neocolonialismo).

Difícil é quando pretendemos acertar no inimigo que está escondido entre os nossos. 
.
Depois de escravizados, os primeiros foram educados pelos inimigos, os segundos foram educados por aqueles que foram educados pelos inimigos e por alguns inimigos que não sabiam que eram e agiam como o inimigo, até hoje a maioria se apegou na norma do inimigo para educar os filhos irmãos . " As famílias educam os seus filhos ao padrão do inimigo e vêem o inimigo como amigo. " E hoje os nossos e os inimigos têm a mentalidade confundida que na maior das vezes lutamos entre nós mesmos . "

2. Àwọn adúláwọ̀ ọkàn funfun (Negropeus) 

                                       Resultado de imagem para evangélicos comendo grama                     
        Negropeus
                              Sebastian Truthful 
                                                                                   Os negropeus religiosos são aqueles que praticam a religião do seu opressor. Estes são capazes defender, inclusive, doutrinas e líderes religiosos claramente racistas. Tentam justificar sempre as atitudes destes, inclusive dão mais valor a fraternidade que possuem com seu irmão cristão ou muçulmano branco do que com os irmãos negros. É capaz de doar todo seu dinheiro para cumprimento do tal ministério religioso, mas não doa um centavo em qualquer projeto social virado para emancipação do homem negro. Conhece melhor a mitologia cristã ou islâmica do que a história de África ou, pior, tenta adaptar a história de África à sua fantasia religiosa. Diaboliza tudo o que representa as religiões africanas. Nos casos mais graves, como os que atualmente assistimos no Mali, na República Centro Africana e na Nigéria, são capazes de matar seu irmão por questões religiosas sem qualquer piedade. 


sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Pronome

Ọ̀rọ̀ orúkọ, arọ́pò orúkọ (pronome). 

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 1. Pronome pessoal (ênfase): èmi (eu), ìwọ (você), òun (ele, ela), àwa (nós), ẹ̀yin (vocês), àwọn (eles, elas). 

2. Pronome pessoal: mo, mi, n, ng (eu), o (você), ó (ele, ela), a (nós), ẹ (vocês), wọn (eles, elas). 

3. Pronome possessivo: mi (meu, minha), rẹ (de você, seu), rẹ̀ (dele, dela), wa (nosso, nossa), yín (de vocês), wọn (deles, delas). 

4. Pronome possessivo (ênfase): tèmi (meu, minha), tirẹ (de você, seu), tirẹ̀ (dele, dela), tiwa (nosso, nossa), tiyín (de vocês), tiwọn (deles, delas). 

5. Pronome objeto (oblíquo): mi (me, mim, comigo), ọ ou ẹ (você), repetição da vogal final do verbo (fún àpẹẹrẹ = por exemplo: o rí i - você o/a viu (ele, ela), wa (nós, nos, conosco), yín (vocês), wọn (deles, delas). 

6. Pronome reflexivo: ara mi (eu mesmo), ara rẹ (você mesmo), ara rẹ̀ (ele mesmo, ela mesma), ara wa (nós mesmos), ara yín (vocês mesmos), ara wọn (eles mesmos, elas mesmas). 

Verbo

Ọ̀rọ̀ ìṣe, ọ̀rọ̀ tí ń sọ nípa ṣíṣe tàbí wíwà (verbo). 

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1. Partículas indicativas de tempo ou modo ( posicionadas entre o pronome e o verbo): 

Ti - ter (verbo auxiliar). 
Ti - enfatiza uma ação realizada. 
- faz o tempo presente ou dá ideia de continuidade. 
Yíò - faz o tempo futuro (variantes ó, á máa). Máa - indica uma ação habitual. 
Ìbá - teria (auxiliar de condicional). Bí...bá: auxiliar de condicional. 
Kò, ò - faz a negativa dos verbos regulares. 
Kì ó - negativa do tempo futuro (variante kò níí). 
 - negativa da forma de comanto. 

2. Verbo ver (rí):

Mo ti rí - Eu tenho visto. 
Èmi yíò rí - Eu verei. 
Mo nrí - Eu estou vendo. 
Èmi máa rí i  - Eu costumo vê-lo. 
Èmi ìbá ti rí - Eu teria visto. 
Bí èmi kò bá rí i - Se eu não o vir. 
Èmi kò tí ì rí - Eu ainda não vi. 
Mo rí - Eu vejo, eu vi. 
Mo ti rí i - Eu já o vi. 
Èmi kì ó rí - Eu não o verei. 
Mo ti nrí - Eu estava vendo. 
Èmi ti máa rí i - Eu costumava vê-lo. 
Bí èmi bà rí - Se eu visse. 
Má rí i - Não veja isto. 
Èmi kò rí i - Eu não a vi.


Livro

Beniste, José
       Dicionário yorubá-português/ José Beniste, - Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2011.