domingo, 8 de junho de 2014

Política de ações afirmativas

Àwọn alápakán láìlọ́pẹ́

Os cotistas desagradecidos.






Àkójọ́pọ̀ Itumọ̀ (Glossário).
Ìwé gbédègbéyọ̀  (Vocabulário)

 Alápakán  = cotista, dono da cota.


Ìpín, ìpífúnní, apákan, s. Divisão, partilha, porção, lote, cota, parcela.

Láìmoore, láìlọ́pẹ́ = ingrato, sem bondade, desagradecido, mal-agradecido.

Os cotistas desagradecidos


A incoerência é típica dos desagradecidos. É o auge da hipocrisia individualista, o que há de mais nojento no ser humano. A cena patética de cuspir no prato e enfumaçar a história.
Depois que o Brasil começou recentemente a política de cotas, a algaravia da intolerância tomou conta do país. A cota, no geral, é um pequeno acelerador para retirar as pessoas da naturalização da miséria, um meio temporário de correção histórica da condição imutável da pobreza. Se a política de cotas é essencial em sociedades estratificadas, pode-se imaginar a sua necessidade neste Brasil amaldiçoado pela escravidão e etnicídio dos povos indígenas.
Nos meios de comunicação observa-se o triunfo de uma enganosa ética do trabalho, o elogio do esforço individual, como se seus porta-vozes levantassem como fênix das cinzas das dificuldades para o voo da prosperidade. Gente empobrecida, ao mesmo tempo, amaldiçoa os cotistas, culpando-os pela sua condição de pouco progresso, apesar de trabalharem a vida toda como jumentos. Invariavelmente realizam o elogio do trabalho, do esforço pessoal, sem questionarem aqueles que acumulam os produtos de seu esgotamento e imutabilidade social.
Nos ambientes sociais, invariavelmente, escuto descendentes de imigrantes condenarem a política de cotas. São ignorantes ou hipócritas. A parte rica do Rio Grande do Sul e outras regiões do Brasil é o presente de cotistas do passado. As políticas de colonização do país foram as aplicações concretas de políticas de cotas. Aos servos, camponeses, mercenários, bandidos, ladrões, prostitutas da Europa foi acenado com a utopia cotista. Ofereceram-lhes em primeiro lugar um lugar para ser seu, um espaço para produzir, representado pelo lote de terra; uma colônia para que pudesse semear o seu sonho.
E lhes alcançaram juntas de bois, arados, implementos agrícolas, sementes, e o direito de usar a natureza – a floresta, os rios e minerais – para se capitalizarem. No processo, milhares não conseguiram pagar a dívida colonial e foram anistiados. E quando ressarciram foi em condições módicas.
Sendo cotistas do Brasil puderam superar a maldição de miseráveis, pobres, servos, e de execrados socialmente. Muitos sequer podiam montar a cavalo, hoje, seus descendentes são até patrões de CTG, mas condenam as cotas, a mão, a ponte, o vento benfazejo, que mudaram a vida de suas famílias.
No início, no século XVIII, sobre os territórios dos charruas, minuanos, kaingangs e guaranis se aplicou a cota de “sesmaria”, um módulo de algo em torno de 13.000 (sim, treze mil) hectares. Se exterminou dois povos nativos para se formar a oligarquia. Em seguida, na metade do mesmo século, aos casais açorianos, destinaram-se “datas”, equivalentes a 272 hectares. No século XIX, aos imigrantes, concederam-se as “colônias”, de mais ou menos 24 hectares. E vieram as colonizadoras particulares e as secretarias do Estado sobre os territórios dos kaingangs e guaranis. E depois a reforma agrária. E mais os programas de expansão da frente agrícola no Brasil central, no Mato Grosso e na Amazônia, com filhos do Rio Grande, na maioria as primeiras gerações dos imigrantes.
Portanto, o Rio Grande é o produto dos cotistas, os quais demandaram sobre outras regiões do país.
E nesta história, a conclusão é óbvia: dificilmente se encontra um indivíduo que não tenha tido familiar cotista. A formação do mercado capitalista de força de trabalho é outra conversa. Faz parte do sistema. Como integra a perversão social o fato histórico de que os proprietários tendem ao individualismo, à baixa solidariedade, ao acúmulo sem compromisso cidadão. Demonstram isto os herdeiros dos cotistas do passado e dos programas de incentivos recentes, com a discriminação, a falta de solidariedade, exacerbado racismo, e o típico deboche dos idiotas.

sábado, 7 de junho de 2014

Físíksì kùátọ̀mù.

Láti Físíksì kùátọ̀mù dé ohun ti ẹ̀mí.

Da Física Quântica à Espiritualidade.



Àkójọ́pọ̀ Itumọ̀ (Glossário).

Ìwé gbédègbéyọ̀  (Vocabulário)

Láti dé = indica de um lugar para o outro.
Láti = desde.
Físíksì kùátọ̀mù = física quântica.
= até.
= para, em direção a ( indica movimento direcional).
Ìwa ti ẹ̀mí, ohun ti ẹ̀mí, ẹ̀mí olúwa = espiritualidade


Da Física Quântica à Espiritualidade

O imponderável, antes repelido e negado, voltará ao mundo, atendendo ao apelo do homem.

Pietro Ubaldi (A Nova Civilização do Terceiro Milênio)





Gilson Freire

(Este artigo foi originariamente escrito para integrar um dos capítulos da obra Saúde e Espiritualidade, uma coletânea de trabalhos que associam a espiritualidade à medicina, composto em parceria com o prof. Mauro Ivan Salgado e publicada pela Editora Inede em novembro de 2008.)

A mecânica quântica desvendou para o homem moderno um novo e extraordinário panorama oculto na realidade fenomênica do microcosmo, onde ela se deparou com um irrefutável domínio, a permear toda a nossa realidade: o imponderável. E terminou por redesenhar uma diferenciada cosmovisão, a implantar-se nas paisagens paradigmáticas do novo milênio que se inicia. Velhos pilares da física clássica e os fundamentos da dimensão macrocósmica em que vivemos foram profundamente abalados. O profissional da área de saúde, porém, muitas vezes alheio a essas estonteantes revelações, de modo geral ainda não absorveu o profundo impacto dessa nova visão de mundo. E suas importantes conclusões até então não se estenderam ao campo biológico, onde possivelmente resultarão em significativas mudanças, com consequências até mesmo na prática médica vigente.

Assim, este capítulo se propõe a suscitar as seguintes questões, embora não seja suficiente para respondê-las devidamente: como a visão quântica afeta a compreensão humana? Isso é importante para a sua vida, seus sofrimentos e seus fins? Ela altera o nosso entendimento do universo? E, afinal, qual a relação existente entre os fenômenos quânticos e o espiritualismo? Será a nova física, de fato, a ponte entre a ciência e a espiritualidade, como pretendem muitos?

Para analisar tais pertinentes questões faz-se necessário lucubrar em campo ainda incipiente para a mente humana. Para muitos, elas extrapolam a imparcial pesquisa científica, adentrando especulações puramente prospectivas e filosóficas. Os físicos modernos que, na atualidade, se insurgem em tais conjecturas têm sido considerados místicos e não verdadeiros cientistas. Entretanto, para avançar é preciso aventurar-se nessas ignotas regiões do conhecimento, ainda que com o risco de errar ou resvalar-se em improfícuas fantasias. Essa é, seguramente, a única forma de explorar o desconhecido e alcançar verdades ainda mais abrangentes que venham auxiliar o homem na compreensão de si mesmo e da fantástica realidade que o alberga.

Embasado, sobretudo, pelos autores tidos como místicos da física quântica, dentre os quais citamos Fritjof Capra, Amit Goswami e Deepak Chopra, este trabalho consiste em um simples resumo das disquisições por eles suscitadas em torno das revelações dessa ciência. Disquisições aqui regadas pelas conjecturas filosóficas de Pietro Ubaldi e Ervin Lazlo, pelas brilhantes dissertações científicas de Brian Greene sobre a mecânica quântica e de Timothy Ferris e Marcelo Gleiser nos pontos em que esta toca a cosmologia. Temperadas, naturalmente pelo crivo pessoal do autor, consideremo-las, portanto, nada mais que silogismos dialéticos a aguardar a evolução dos tempos para serem devidamente validadas.

A Morte da Matéria e do Materialismo

O primeiro grande feito da física quântica, com importante respaldo na moderna visão de mundo, foi a destituição da matéria como substrato último da complexidade universal. As conclusões, evidenciadas nas fórmulas de Erwin Schrödinger, demonstraram que a matéria não pode ser decomposta em partículas fixas e fundamentais. Sua base final é um processo dinâmico, destituído de forma ou qualquer vestidura material.

Sua segunda proeza foi concluir que partícula e onda são fenômenos de mesma natureza, distinguindo-se não pela essência, mas por momentânea forma de se manifestarem. Um substrato incompreensível e imponderável revela-se capaz de se apresentar como massa ou energia, em obediência às exigências do meio em que se mostram, ou mesmo, à simples resposta aos nossos instrumentos de aferição.

Como consequência dessas primeiras evidências, a realidade concreta desvaneceu-se aos olhos da magia quântica. O universo físico não pôde mais ser explicado pela matéria e suas propriedades, pois esta não tem existência real e independente. Tudo que existe tornou-se expressão de eventos imateriais, destituídos de qualquer concretude.

A matéria, agora feita de ilusões, desaparece como o último estofo do universo físico. E com a morte desta, sucumbe também o materialismo que conduziu o pensamento humano nos três últimos séculos. Um intrigante campo de eventos, que entretece tanto a energia quanto a matéria, é agora o último sustentáculo da realidade.

Um Reino Além da Matéria

Além de desfazer-se da matéria como último alicerce da realidade, a ciência quântica deparou-se, nos entremeios do infinitamente pequeno, com uma diferenciada região de eventos, na qual não se delineiam o tempo e o espaço. Chamado de não-localidade, demonstrava-se à inteligência humana a existência de um domínio por onde trafegam informações que não consomem tempo para caminhar e que não percorrem distância alguma entre seus intervalos. São verdadeiros saltos, chamados quânticos, por sobre o espaço e à revelia do tempo.

Estava aberto para a inteligência humana o reino do absurdo: processos que ludibriam os parâmetros euclidianos, brincando com as imposições das dimensões macroscópicas. Nesse estranho domínio, realizam-se proezas inimagináveis, como trocas de informações instantâneas, interligações que ignoram as distâncias, partículas que ocupam dois lugares ao mesmo tempo e que podem surgir momentaneamente desse “não-lugar” para nele tornarem a desaparecer misteriosamente. Ou seja, a não-localidade, embora feita do mais absoluto vazio físico, está plena de potencialidades que não se sabe de onde procedem. Exatamente por isso, Niels Bohr, um dos fundadores dessa estranha ciência, afirmou que se ela parecer lógica para alguém, este não a compreendeu de fato.

A mesma ciência que tão veementemente negara a existência de qualquer imaterialidade subjacente à realidade visível, agora se via obrigada, através da magia quântica, a readmiti-la como verdade científica. Entreabriam-se para o atônito homem moderno as portas do imponderável.

Novos Parâmetros da Realidade

Ademais da descoberta da não-localidade, onde se esconde um universo inexprimível e idealista, a ciência quântica estabelecia ainda outros intrigantes fundamentos que contribuíram decisivamente para derruir a forma clássica de se ver e analisar a complexidade fenomênica que nos envolve. Os principais deles são descritos sucintamente a seguir.

O princípio de incerteza, fundamentado por Heisenberg, demonstrou que todas as medidas realizadas no mundo objetivo são ilusões dos sentidos humanos e não podem ser aferidas com absoluta precisão no universo do infinitamente pequeno. Nos campos quânticos, impera o indeterminismo e a imprecisão domina todos os seus movimentos. Da objetividade, própria da ciência clássica, passou-se ao subjetivismo como sustento científico da nova visão da realidade.

A ciência humana, como pretendeu no passado, enterrava definitivamente o sonho de medir com precisão absoluta os fenômenos ao seu derredor e dominá-los ao seu bel prazer. E da aparente estabilidade e quietude do funcionamento universal, estabeleceu-se a instabilidade como fundamento de equilíbrio na intimidade da fenomenologia física.

A interatividade descoberta nas instâncias do microcosmo fundiu os elementos aparentemente apartados do universo material em um todo integrado. No reino do microcosmo, os objetos físicos estão intimamente interligados e, segundo a nova física, a separação denotada na realidade macroscópica tornou-se mera ilusão dos sentidos humanos. A realidade fez-se um amálgama fenomênico de expressões cósmicas, onde tudo está em íntimo contato com tudo. E assim, da fragmentação conceitual veiculada pela antiga visão de mundo, evoluímos para a moderna interconexão do universo.

A linearidade causal apregoada pela física clássica perdera, ante as peripécias quânticas, a sua expressividade norteadora da fenomenologia universal. A não-linearidade, veiculada pela realidade não-local, ludibriando o tempo e o espaço, agora é passível de manifestar-se como exótica expressão do mundo quântico. Causa e efeito já não se encadeiam na irreversibilidade do ritmo cronológico, mas coexistem fora da linha do tempo, em um presente constante.

A ontologia fenomênica igualmente se desfez ante a inquestionável realidade do holismo quântico. A unicidade mostrou-se a única expressão da complexidade universal. A existência isolada e independente de qualquer fenômeno tornou-se um devaneio das nossas sensações, denominada por muitos de fantasia da separatividade. O todo agora abraça a si mesmo, em expressões inimagináveis. O uno está inexoravelmente urdido no diverso, desde os confins do infinito à intimidade do átomo.

O vácuo absoluto, como concebido pela ciência clássica morria para se compreender que o vazio puro está plenificado de prodigiosas potências criativas.

A concretude do mundo tornou-se aparente e ilusória ante a inefável manifestação dos processos quânticos que o sustentam nos redutos infinitesimais. Os objetos físicos transformaram-se em processos energéticos a se desdobrarem no tempo e no espaço, feitos de ondas de probabilidades, indeterminísticas, completamente abstratas e interligadas. E desse modo o cosmo, modulado por princípios que a física clássica já não podia mais explicar, fez-se um todo dinâmico, substancialmente interligado por uma imensa teia de eventos.

Além disso, nas fronteiras do incomensurável, a cosmologia se unia à física quântica para anunciar que o universo eterno e estático das antigas concepções mecanicistas sucumbira ante evidências que agora apontavam para um cosmo dinâmico, que nascera de um vazio pleno e se encontra em vertiginosa expansão no tempo e no espaço. Das cinzas do materialismo científico, ressurgia o criacionismo quântico.

Com a física relativista de Einstein, o espaço e o tempo absolutos da mecânica newtoniana davam lugar ao continuum espaço-tempo. O espaço, antes planificado, dobrou-se sobre si mesmo em um enrodilhado relativista, encerrado em seus próprios limites. E a eternidade, antes fluindo sem fim, morre, ante a descoberta de que existiu um dia em que o tempo nasceu, no momento em que a semente cósmica do Big Bang explodia para tudo criar. Eram novos conceitos que se somavam ao neocriacionismo quântico para redesenhar a imagem do cosmo em moldes até então inalcançados pela ciência clássica.

Recuperando antigos preceitos criacionistas, a razão humana, estonteante, questiona agora de onde vieram as portentosas forças que se condensaram no ponto de singularidade, para então explodir no incontido ímpeto criacionista. E a cosmologia convocou a ciência quântica para lhe explicar as intrigantes “questões do começo”, ao admitir que essas fenomenais potências irromperam-se de um quiescente oceano quântico, pleno de vagas criativas, a se precipitarem na realidade.

Nessa nova tessitura conceitual, o cosmo, agora fecundado pela criatividade do vazio quântico, deixou de ser um imenso maquinário para se tornar um ilimitado campo de processos essencialmente dinâmicos e abstratos – “um grande pensamento”, no dizer do físico Fritjof Capra. A mente humana certamente agora questiona a origem e a finalidade desse “grande pensamento”, sem encontrar respostas convincentes no terreno científico. Sua vida certamente não será mais a mesma quando ela se convencer de que existe uma “Consciência de proporções cósmicas” a comandar esse imenso cortejo de ordenações fenomênicas, cujos atributos somente uma avançada teologia poderá designar.

Eram conceitos muito novos e revolucionários para o homem ainda materialista da era moderna, extrapolando todos os sentidos de sua lógica, construída em séculos de racionalismo. Um novo panorama ideológico se lhe entreabria, pleno de revolucionárias possibilidades, derruindo os fundamentos do velho materialismo. Muitos, cerrando os olhos ante essa estonteante realidade, ainda preferem ignorá-la, eximindo-se de alcançar suas ricas paisagens conceituais. Enquanto outros cuidam simplesmente de negá-la, imputando-a ao absurdo, ante a patente insuficiência em compreendê-la.

Nasce a Ciência Idealista

Com o fim do materialismo e a insurgência das pertinentes e curiosas observações da mecânica quântica, compreendeu-se que a dimensão macrocósmica corresponde a um campo fechado de manifestações fenomênicas, a localidade, onde somente é possível analisar e conhecer o que os irrisórios sentidos humanos são capazes de perceber e os grosseiros instrumentos científicos podem aferir. Contudo, essa instância corresponde somente a uma pequena parcela da realidade global do universo, pois além dela se escondem outros campos subjacentes, não-físicos.

Nessa limitada bolha de espaço-tempo em que o homem vive, a localidade, a ciência clássica delineia e individualiza os fatos fenomênicos com critérios de observações que se passou a denominar objetividade forte, pois lhes são dados contornos e existências independentes como se fossem objetos reais e concretos. E aí se estabelecem os limites do realismo fenomênico. Objetividade forte e realismo fenomênico construíram a ciência clássica e sua estreita visão materialista da realidade, embasada na ilusão dos sentidos e no separatismo. O homem teve, em uma época, a fátua pretensão de poder englobar nas restritas fronteiras da objetividade forte toda a complexidade universal, chegando ao cúmulo de considerar inexistente tudo aquilo que a extrapolava e se colocava fora de sua estreita análise reducionista.

Com a descoberta da não-localidade, o homem, até então cerceado pelas barreiras da objetividade, começou a divisar para além da bolha espaço-tempo onde se restringe sua razão. E deu-se início, através da física quântica, à construção do idealismo, uma nova ciência de observação do imponderável e da compreensão do universo.

Heisenberg, inaugurando esse idealismo científico, usou o termo potentia para designar essa outra realidade fenomenológica – palavra utilizada por Aristóteles para definir o espaço que permeava o empíreo, o reino dos deuses, e fonte da matéria primordial. Dizia Heisenberg que se deve pensar em fatos físicos não como objetos concretos, mas como eventos em potentia, ocupando um domínio não-local da realidade, transcendendo o espaço-tempo situacional em que vivemos. A dimensão objetiva torna-se uma ínfima e ilusória parte de uma estonteante realidade que transcende os limites do perceptível pela consciência humana. Em potentia, os objetos não estão subordinados à velocidade da luz e ao ritmo cronológico, podendo trocar informações instantâneas e existirem como possibilidades de manifestações.

Esse aparentemente novo idealismo nos faz recordar exatamente as inferências de Platão no seu ilustrativo mito da caverna. Segundo esse grande pensador, vivemos como prisioneiros em uma escura cova, onde percebemos uma ilusória realidade, parcamente iluminada pelos albores que nos chegam de uma realidade maior, que brilha além da sua abertura. A luz desse outro e fundamental domínio projeta-se sobre os contornos dos objetos físicos, imersos na penumbra, emprestando-lhes aparente realismo, pois todos existem em plenitude somente fora dos estreitos e escuros limites dessa caverna. Eis, assim, delineada uma visão atual do nosso universo físico, um condensado espaço-tempo preso nas fronteiras da não-localidade – esta sim, a verdadeira fonte da realidade que a tudo ilumina.

David Bohm, outro físico da era quântica, registrando essa mesma verdade, formulou igualmente a hipótese da existência de duas ordens no universo: a implícita e a explícita. Segundo esse pensador moderno, o Todo está edificado segundo essas duas ordenações, sendo a primeira, existente fora da esfera espaço-tempo, a verdadeira e a qual se pode conhecer somente pelas vias das abstrações intelectuais. Esta é que dá origem e orienta a ordem explícita, aquela que se revela no mundo manifesto observável, nada mais que quimérica construção dos nossos sentidos. A ordem implícita, pertinente ao universo ideal, far-se-ia então a única realidade e o objeto último de conhecimento da ciência.

Prevê-se que, em breve tempo, esse nascente idealismo científico será acatado como verdade, desde a física à biologia, das artes às filosofias, da medicina às religiões, dominando por completo todas as expressões do pensamento humano.

Salto para a Unidade

Ante essa nova visão, o dualismo que nascera com Descartes e fora fortemente alimentado pela ciência em seus quase três séculos de objetividade forte perdeu o seu significado como retrato da realidade. A unidade partícula-onda tornou-se prenunciadora de uma unicidade fenomênica universal, a fundir no Todo suas aparentes diversidades.

E assim, o resultado último do estupendo movimento lançado pelo paradigma quântico foi o desabrochar de uma nova visão de mundo que se caracteriza pela unificação de todos os eventos físicos, dotando o universo de um extraordinário sentido de unidade.

Ao conceituar que a matéria nada mais é que uma onda colapsada, a visão quântica superou definitivamente a dicotomia energia-matéria que vigorara na ciência, como herança do dualismo cartesiano. Em última análise, todo evento a se precipitar na realidade objetiva é um objeto quântico que se comporta de modo semelhante, segue as mesmas leis fenomênicas e possui idêntica natureza íntima. Estabelecia-se assim o fundamento unitário do universo físico e dinâmico. Matéria e energia não podem mais se distinguir como substâncias de propriedades independentes. Estava feita a união, já prevista pelo pensamento de Einstein e enunciada pelas doutrinas espiritualistas. A realidade perdera a sua concretude e compreendeu-se que tudo se sustenta em um substrato comum cujo maior atributo é a imaterialidade.

Em busca desse elemento único, a mecânica quântica compreendeu que toda manifestação física, seja energia ou massa, é uma íntima vibração de uma mesma potência, cuja natureza não pode ser conhecida, mas que é sempre idêntica a si própria, em todas suas múltiplas expressões possíveis na realidade concreta.

O monismo, definido como a doutrina da unidade e apregoado por grandes filósofos do passado, como Plotino, Giordano Bruno, Baruch Spinoza, e mais recentemente Pietro Ubaldi, encontrava, enfim, a sua viabilidade no palco das especulações humanas.


Quadro sinóptico da velha visão clássica versus a nova visão quântica de mundo.

clasquan



Consciência Quântica

A despeito de todas essas novas e espetaculares considerações, o aspecto mais importante suscitado pela nova física foi demonstrar que os objetos quânticos são hábeis em interagir com o observador, alterando a forma como se apresentam de acordo com a intenção de quem os analisa. Por exemplo, se o experimentador usa um aparelho de medição de radiações, o objeto quântico se mostra como onda; mas se este utiliza um aferidor de massa, ele se revela como partícula. Essa interatividade entre o observador e o fenômeno observado motivou, no âmbito da própria ciência, a noção de que um campo consciencial não somente pode interferir na expressão do objeto quântico, mas que ambos são objetos de mesma natureza.

E logo surgiu a ideia de que a consciência seria o elemento, pertinente ao universo virtual, capaz de provocar o colapso da onda quântica, permitindo-lhe manifestar-se em suas variadas formas na dimensão real e concreta em que vivemos. Portanto, passou-se a admitir a existência desse novo domínio quântico – a consciência – aparentemente independente da dimensão exterior e ao mesmo tempo nela fundido, que não era matéria ou energia, possuindo, contudo, a mesma natureza de ambas as manifestações, uma vez que com estas é capaz de interagir.

O mais surpreendente, contudo, foi a inferência de que, como um evento igualmente quântico, a consciência revelava-se hábil não só em interagir ativamente com a dimensão exterior, mas igualmente em produzi-la. Assim compreendida, ela se mostrava agora ser o único objeto realmente existente no universo.

A consciência deixava de ser uma instância pertinente às sensações do eu e, extrapolando o âmbito da psicologia, tornava-se agora um potencial determinístico de ordem física. Em breve, um mais amplo sentido de unidade será conferido à constituição do universo, pois esse novo e abstrato elemento, a consciência, mostra-se ser, cada vez mais, o constructo capaz de unificar todos os fenômenos quânticos e de sustentar a realidade, segundo seu inerente padrão de observância. Assim compreendido, o primado da consciência será aceito como o princípio organizador fundamental não só da dimensão física, mas, sobretudo, e com muita mais propriedade, de todo e qualquer ser vivo.

De todos os novos conceitos semeados pela física quântica, esse tem sido, seguramente, o mais polêmico e de mais difícil aceitação pela comunidade científica tradicional. Contudo, facilmente se conclui que a cada dia esses pressupostos tornar-se-ão mais evidentes e crescerão no entendimento do homem, pois este tem pressa em convencer-se de que é um domínio abstrato muito além da matéria.

Espiritualismo Científico

Inegavelmente, as proezas quânticas evidenciavam aos novos tempos um admirável mundo, desenhado com os traços imprecisos dos eventos e as cores inefáveis da imponderabilidade, pinceladas pela consciência. A cética análise científica, afeita à imagem newtoniana do universo e cativa do dualismo cartesiano, permanece atribuindo às façanhas quânticas nada mais que uma exótica realidade física subjacente ao cosmo infinitesimal. Ainda distante do espetacular salto rumo à unidade, não lhe interessou interpretá-las à luz do idealismo, e segue acreditando que física e consciência, assim como ciência e religião, delineiam parâmetros que não se misturam.

Entrementes, os físicos intérpretes de uma ordem mística na consideração desses conceitos acorreram a associar esse novo campo fenomênico ao espírito. A identidade entre os atributos quânticos e as propriedades da alma já anunciadas pelas escolas espiritualistas de todos os tempos e culturas é evidente o bastante para que a razão humana a legitime. Estavam abertas as janelas visionárias que farão evoluir os postulados da mecânica quântica ao puro espiritualismo, em um novo e moderno renascimento cultural.

Se a magia quântica realizara o extraordinário feito de urdir perfeitamente a matéria à energia na equação diferencial de Schrödinger, resta-lhe agora muito pouco para unificar, através de uma matemática elevada, toda a complexidade universal em torno de seu único e último substrato: a consciência. E então nada faltará para que o pensamento científico aceite que essa consciência é o mesmo espírito, desvestindo-se do velho preconceito que o impede de pronunciar tão antiga palavra, pejada de religiosidade, porém rica de elevados conceitos.

A existência desse campo consciencial criativo e imaterial a extrapolar a dimensão física, deixando o estreito âmbito religioso onde sempre existiu, torna-se a cada dia uma hipótese viável não só entre os eruditos quânticos, mas igualmente a partir de outros modernos filósofos da ciência. Encontramo-la, por exemplo, no pertinente princípio antrópico, enunciado por esses pensadores hodiernos. Segundo esse interessante fundamento, as leis físicas nasceram e sempre atuaram segundo o apriorístico propósito de produzir um universo compatível com a futura manifestação da consciência em seu bojo. Assim, de acordo com esse princípio, as forças básicas da natureza atuaram, em toda a história do cosmo, como se conhecessem o futuro, adotando exatos valores de modo a viabilizar a estabilização do átomo como entidade fundamental e própria para a expressão da vida. Por exemplo, se a carga elétrica do próton, a despeito de sua massa ser mil vezes maior, não fosse exatamente a mesma do elétron, se as forças básicas – fraca, forte, eletromagnética e gravitacional – diferenciassem frações mínimas de suas medidas originais, a unidade atômica não seria viável e a consciência, em forma de vida, não teria se manifestado no âmbito físico.

Com essas novas postulações, emergentes entre os místicos da nova física, a linha de causalidade fenomênica inverteu o seu sentido. Se antes a consciência nascia como um epifenômeno da matéria (causalidade ascendente), esta agora é filha da consciência fenomênica, primeira e última expressão real da existência (causalidade descendente). O domínio físico torna-se manifestação última e concreta da consciência. A matéria transforma-se, nessa nova dialética monista, em mero hálito do espírito. Assim, imensos paradoxos da atual ciência dualista, finalmente, encontrarão soluções plausíveis nesse monismo conceitual. (Para maiores detalhes da causalidade quântica, veja o trabalho “Uma Nova Visão da Medicina”, neste site.)

A seguir esse caminho de deduções, prevê-se que, mais cedo do que se pensa, a física quântica efetivamente anunciará ao mundo que o espírito, fonte da consciência, é não só um fato científico como também a única realidade concreta da existência. Alicerçado em equações infinitesimais, ele será compreendido como o agente unificador dos eventos quânticos, conferindo à criação o seu mais estupendo sentido de unidade e imponderabilidade.

A alma ganhará substância e manifestar-se-á com irrefutável evidência ao concebível humano. E, uma vez admitida a sua completa imaterialidade, a imortalidade lhe será facilmente reconhecida, como quesito fundamental, para grande alívio de todos aqueles que acreditam sermos herdeiros da eternidade.

Uma nova Medicina para Um Novo Homem

Com a junção da física quântica ao espiritualismo, o homem será entendido não mais como um casual amontoado de órgãos, porém um domínio unitário de campos quânticos sutis produzidos e organizados pela consciência, estabelecendo-se a perfeita fusão de sua trindade consubstancial – matéria, energia e espírito. Assim, ele deixará de ser produto de suas moléculas, o pensamento não mais será uma mera secreção cerebral e o genoma, o determinante da construção orgânica. O homem, para grande proveito de si mesmo, far-se-á, em última análise, uma edificação da própria consciência. Novos modelos de saúde serão então suscitados para compreendê-lo e tratá-lo nessa inovadora perspectiva.

A nova física, seguramente, será convocada para a edificação dessa revolucionária medicina. E certamente ela validará muitos tratamentos até o momento inaceitáveis pela ciência médica contemporânea, como a homeopatia, a acupuntura e as curas espirituais. No campo da não-localidade, essas consentâneas porém menosprezadas práticas terapêuticas encontrarão os subsídios científicos que lhes faltavam para validá-las como genuínos recursos de saúde para o homem enfermo.

Igualmente novos recursos terapêuticos serão desenvolvidos, utilizando-se os mais avançados estudos e pesquisas no campo da ciência quântica. Recursos que se sustentarão sobretudo na orientação da consciência como a mais genuína ação curativa possível à unidade orgânica. E assim a medicina abandonará o exclusivo de drogas químicas como solução última para os males humanos.

Em apoio à medicina, ciência e religião voltarão a se unir, proporcionando ao homem o almejado bem-estar e o equilíbrio que ele sempre aspirou. (Leia mais sobre essa nova visão médica no artigo “Uma Nova Visão da Medicina”, neste site.)

Biologia Sagrada

Se no campo médico o paradigma quântico muito poderá auxiliar na visão unitária do ser humano, as ciências biológicas igualmente auferirão importantes benefícios com a nova compreensão da realidade. Uma vez comprovado que todo objeto físico é uma emanação de forças sutis, com muito mais propriedade assim também serão compreendidos os seres vivos. E do mesmo modo que o homem, estes deixarão de ser quiméricos amontoados de órgãos para se transformarem em processos vitais, dotados de uma consciência igualmente imortal. Isso modificará substancialmente a biologia, orientando as suas pesquisas na procura desse psiquismo ativo, pleno de intencionalidades, em ação na unidade animal.

Desse modo, facilmente se conceberá ser o espírito o campo abstrato que interage e carreia as formas biológicas, efetuando preconcebidos e criativos saltos evolutivos, segundo movimentos exatos, capazes de superar com eficiência todas as dificuldades do meio ambiente em que se expressa a vida. E assim, o reino do espírito implantar-se-á na biologia, sustentado pela imponderabilidade quântica, joeirando definitivamente a aridez com que o materialismo científico lhe conspurcou.

A vida, em qualquer de suas expressões, será entendida como um processo sublime, muito além da matéria. O homem, como nos tempos da fé, curvar-se-á diante de suas maravilhosas expressões, admirando as formas vivas como genuínas criações do espírito. E a biologia deixará de ser mero estudo de corpos para se fazer a ciência sagrada da vida.

Da Ciência à Teologia

Como terminante consequência desse neoespiritualismo quântico, um Criador e Seu reino estão a um passo de serem redescobertos pela razão humana e demonstrados como fatos científicos.

Pelas janelas da mecânica quântica, os físicos místicos já prenunciam que a não-localidade é não só o império da consciência fenomênica, mas igualmente a dimensão onde se expressaria uma Consciência máxima, fonte de todas as outras, cuja identidade coincide com a de um suposto Criador, segundo os mesmos atributos determinados pelas antigas teologias. Por isso, Deepak Chopra, famoso médico e escritor da atualidade, afirma: “Para além do espaço e do tempo, encontra-se a fonte das possibilidades infinitas, um florescimento de vida, verdade, inteligência e realidade que não poderá jamais ser reduzido. É a promessa dos antigos visionários, e ela se confirma hoje”.

E, de fato, torna-se lícito admitir que, se consciência humana existe, interfere e produz a realidade física, ela necessariamente advirá de alguma fonte abstrata comum e superior. Fonte facilmente identificada como potentia, a realidade supradimensional concebida por Heisenberg, onde impera, absoluta, a ordem implícita, preconizada por David Bohm. Seguramente, esse é o caminho dedutivo que muitos físicos quânticos estão percorrendo para se compreender as mais profundas razões filosóficas da vida e aceitar, inclusive, a existência de Deus e a imortalidade da consciência.

As grandes doutrinas religiosas da Terra sedimentaram conhecimentos que aguardam da ciência explicações convincentes. Julgados inúteis devaneios do fideísmo humano e abandonados como traste do pensamento pelo materialismo científico, começam agora a ser admitidos como retratos genuínos de uma realidade que transcende a matéria. O imponderável, constatado como objeto real das modernas pesquisas no infinitamente pequeno, mostra-se a cada dia mais próximo da dimensão abstrata do espírito, corroborando os enunciados teológicos de todos os tempos. Acredita-se, desse modo, que não tardará o dia em que a mecânica quântica irá acolher em suas avançadas teorias os corolários religiosos, compreendendo-os como parte da mesma realidade subjacente que sustenta o domínio físico.

Desse modo, o idealismo científico far-se-á o perfeito elo entre o racionalismo e a fé. E terminará por comprovar que potentia, o império superior da ordem implícita, a não-localidade, fora do tempo e do espaço e o vazio quântico, além do cone de relativismo que nos prende, são expressões que encontram perfeita correspondência com o nirvana dos budistas, o mundo das ideias de Platão e o céu com que sonharam os primitivos cristãos.

Facilmente se elucidará que tudo que existe advém desse reino fundamental, cuja origem e organização somente poderão ser imputadas a um ingênito Criador. A dimensão em que respiramos será admitida como uma pálida e ilusória cópia dessa realidade maior, habilmente construída pela consciência, a fim de manifestar-se na realidade objetiva.

E assim religião e ciência, urdindo seus preceitos fundamentais, encontrar-se-ão no palco da imponderabilidade quântica, dando-se as mãos, em perfeita concórdia, na condução do homem às fronteiras do Infinito.

REFERÊNCIAS



1.Betto F. A obra do Artista. São Paulo: Ática; 1995.
2.Capra F. A Teia da Vida. 8ª ed. São Paulo: Cultrix; 2003.
3.Capra F. O Ponto de Mutação. 10ª ed. São Paulo: Cultrix; 1990.
4.Capra F. O Tao da Física. 3ª ed. São Paulo: Cultrix; 1987.
5.Chopra D. Conexão Saúde. São Paulo: Editora Best Seller; 1987.
6.Ferris T. O despertar na Via Láctea. 2a ed. Rio de Janeiro: Editora Campus; 1990.
7.Freire G. Arquitetura Cósmica. Belo Horizonte: Inede; 2006.
8.Gleiser M. A Dança do Universo. 2a ed. São Paulo: Companhia das Letras; 1997.
9.Gordon JS. Manifesto da Nova Medicina: Editora Campus; 1998.
10.Goswami A. O Médico Quântico. 1ª ed. São Paulo: Editora Cultrix; 2006.
11.Goswami A. A Física da Alma. 2ª ed. São Paulo: Editora Aleph; 2008.
12.Goswami A. A Janela Visionária. São Paulo: Cultrix; 2003.
13.Goswami A. Universo Autoconsciente. 4ª ed. Rio de Janeiro: Editora Rosa dos Tempos; 2001.
14.Greene B. O Universo Elegante. São Paulo: Companhia das Letras; 2001.
15.Lazlo E. Conexão Cósmica. Petrópolis, RJ: Editora Vozes; 1999.
16.McEvoy JP. Quantum Theory for Beginners. Cambridge, United Kingdom: Icon Books Ltd; 2006.
17.Toben, Bob e Wolf FA. Espaço-Tempo e Além. 9ª ed. São Paulo: Cultrix; 1993.
18.Ubaldi P. A Grande Síntese. 21a ed. Campos dos Goytacazes: Ed. Instituto Pietro Ubaldi; 2001.
19.Ubaldi P. Ascensões Humanas. 3a ed. Campos dos Goytacazes: Ed. Fundapu; 1983.
20.Ubaldi P. Deus e Universo. 3ª ed. Campos dos Goytacazes: FUNDÁPU; 1987.
21.Ubaldi P. O Sistema. 2ª ed. Campos dos Goytacazes: FUNDÁPU; 1984.
22.Zohar D. O Ser Quântico. São Paulo: Editora Best Seller; 1990.

Ẹ̀sìn Búddà ( budismo)


Àwòrán lẹwa kan!
Uma imagem linda!


Àkójópò  Itumò  (Glossário).

Ìwé gbédègbéyò  (Vocabulário)

Àwòrán = quadro, retrato, imagem.
Lẹ́wà, dára = linda, lindo.
Kan = um, uma









Guiné-Bissau

Orílẹ̀-èdè Olómìnira ilẹ̀ Guinea-Bissau: ara-ìrànlọ́wọ́ fún àlàáfíà.
República da Guiné-Bissau: Auto-ajuda para a paz.

Fotografia de 2007 do Flickr







Àkójópò  Itumò  (Glossário).

Ìwé gbédègbéyò  (Vocabulário)


Orílẹ̀-èdè Olómìnira = República.

Orílẹ̀-èdè = nação, país.
Orílẹ̀ = grupo de origem, clã.
Èdè = língua, idioma, dialeto, linguagem.
Olómìnira = independente.
Ilẹ̀ = terra, solo, chão.
Guinea-Bissau = Guiné-Bissau.
Ara-ìrànlọ́wọ́ =  auto-ajuda.
Ara = corpo, tronco, substância, membro.
Ìrànlọ́wọ́ = ajuda, socorro, auxílio.
Fún = para, em nome de ( indica uma pretendida para alguém).
Àlàáfíà, àláfíà = paz, felicidade, bem-estar.



Plantas aquáticas



  
"Ojú oró ni í lékè omi. 
Ojú oró está sobre a água. 
Òsíbàtà ni í lékè odò.
Òsíbàtà está sobre o rio.
Fìlà ni í lékè orí.
O boné está sobre a cabeça."

terça-feira, 3 de junho de 2014

Copa do mundo de futebol

Ìmọtótó ti èyà ènìyàn fún ife-ẹ̀yẹ àgbáyé bọ́ọ̀lù-ẹlẹ́sẹ̀.

Limpeza étnica para copa do mundo de futebol.



Àkójópò  Itumò  (Glossário).

Ìwé gbédègbéyò  (Vocabulário)


Ìmọtótó = limpeza, higienização.


Ti èyà ènìyàn = étnico, étnica.


Ẹ̀yà ènìyàn = etnia

Fún = para, em nome de ( indica uma pretendida para alguém). 

Ife-ẹ̀yẹ = copa, taça, troféu.

Ife = copo.

Ẹ̀yẹ = honra, respeito.

Àgbáyé = mundo.

Bọ́ọ̀lù-ẹlẹ́sẹ̀ = futebol.

Bọ́ọ̀lù = bola.

lẹ́sẹ̀ = lacaio, acompanhante, que visita os amigos.









Correio Soteropolitano
1- Higienização da Copa: Defensoria aciona prefeitura por remover moradores de rua com jatos d’água

A Defensoria Pública da Bahia ajuizou uma ação civil contra o prefeito de Salvador, ACM Neto, o secretário municipal de Promoção Social e Combate à Pobreza (Semps), Henrique Trindade, e a presidente da Empresa de Limpeza Urbana (Limpurb), Kátia Alves, por violar os direitos humanos de pessoas que moram nas ruas da cidade. De acordo com a defensora pública Fabiana Miranda, a ação já foi aceita pela Justiça e tramita na 6ª Vara da Fazenda Pública da capital baiana. “Na ação, nós pedimos que a prefeitura pare de jogar jatos d'água nos moradores de rua, que não recolham seus pertences e joguem em caminhões como lixo, e que não os levem para abrigos não reconhecidos pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome”, diz a defensora, em entrevista ao Bahia Notícias. A ação pede que a Justiça fixe uma multa a ser paga pelo Município e pelos órgãos responsáveis pelas lesões aos direitos das pessoas em situação de rua, em caso de descumprimento das medidas para que os atos sejam cessados. “Nós pedimos uma indenização por danos morais em favor dos moradores de rua identificados que sofreram as agressões e uma indenização por danos morais coletivos, por entender que isso é um crime contras os direitos humanos e a sociedade como um todo sofre com isso”, pontua.

Fabiana Miranda afirma que é requisitada uma indenização por danos morais coletivos de R$ 5 milhões contra a prefeitura e demais autarquias e de R$ 50 mil para cada morador de rua. Porém, o valor deverá ser decidido pelo juiz Ruy Eduardo Almeida Britto, responsável por julgar o caso. Além de levar a denúncia para Justiça, a Defensoria ainda encaminhou um ofício ao Ministério Público (MP-BA) para que apure as infrações cometidas contra a população em situação de rua em Salvador, que atualmente é de aproximadamente 4 mil pessoas. A chamada “prática higienista”, segundo a defensora, tem sido adotada pelos órgãos públicos em razão da Copa do Mundo. As denúncias são apuradas pela Defensoria Pública da Bahia desde setembro do ano passado, mas só em abril deste ano o órgão conseguiu reunir depoimentos e documentos para dar entrada com a medida. “Os moradores de rua têm medo de vir à Defensoria prestar as declarações das violações sofridas. Se as pessoas não tivessem medo, poderíamos ter ingressado com a ação antes, em novembro. As pessoas ainda não têm essa coragem para denunciar”, explica. Miranda conta que, desde que o começo da investigação, foi identificado um comboio com um caminhão da prefeitura, veículos de passeio despadronizados, uma Kombi e um caminhão da Limpurb em circulação, durante a madrugada, para “convidar” as pessoas a entrar na van para serem levadas a abrigos. Segundo os relatos, quem oferece resistência aos convites, sofre agressões físicas. Fica a cargo da Limpurb jogar jatos d'água contra os moradores de rua que se recusam a sair da localidade. Além disso, são retirados pertences, como documentos, cobertores, roupas e sapatos, e jogados nos caminhões como se fossem lixo. A ação foi baseada em depoimentos 12 moradores de rua, que assinaram os termos de declarações. As demais vítimas tiveram medo de represálias.

A denúncia ainda conta com depoimento seis profissionais que trabalham com população de rua em Salvador e que presenciaram ou escutaram relatos dos moradores de rua sobre as violações. Um dos casos é de uma mulher identificada como Júlia, nome fictício para proteger a vítima. Júlia diz que, por volta das 3h da manhã, foi acordada de surpresa. “Além do caminhão-pipa que os molhava, havia outro caminhão, no qual eram colocados seus pertences (colchão, mochila com roupas e documentos, lençol etc). Ambos os caminhões tinham escrito ‘Prefeitura de Salvador’. Havia, também. duas viaturas da Polícia Militar, com policiais militares fardados dentro. Os policiais desceram das viaturas e abordaram as pessoas que lá se encontravam, já molhadas, as ameaçando, com armas em punho, ordenando que fossem embora do local, sem levar nada. (...) Enquanto isso, um homem que desceu do caminhão jogava os pertences das pessoas no dito caminhão. As pessoas que reclamavam, solicitando seus pertences e documentos, eram agredidas fisicamente pelos policiais. Quando abordou um dos policiais solicitando ao menos seus documentos e pedidos de exames, sem sequer solicitar seu lençol ou outras coisas, o policial lhe disse para ir embora. Saiu correndo, pois um outro policial veio em sua direção para agredi-la. Algumas pessoas ficaram feridas, em razão das agressões feitas pelos policiais. Esta tem sido uma prática recorrente, não é a primeira vez que isto acontece. As pessoas que estão nas ruas têm sido molhadas e coagidas, perdendo seus documentos e demais pertences”, detalha um trecho da ação.

A defensora não sabe dizer em quanto tempo o caso será julgado pela Justiça, mas alerta que, quem presenciar agressões como esta pode denunciar tanto na Defensoria Pública, Ministério Público ou pelo Disque 100, central da Secretária de Direitos Humanos que acolhe tais informações. A Defensoria ainda tem notificado órgãos como a Secretaria Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos; Coordenação-Geral de Direitos da População em Situação de Rua; Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da Política Nacional para População em Situação de Rua da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República; Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos; Secretaria Nacional de Assistência Social, Comissão de Direitos Humanos da seccional baiana da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), entre outros inclusive internacionais, para que tomem providências. Segundo a defensora pública, a Limpurb e a prefeitura já foram chamadas para conversar, mas negam que as agressões contra os moradores de rua tenham acontecido.

http://www.bahianoticias.com.br/justica/noticia/48878-higienizacao-da-copa-defensoria-aciona-prefeitura-por-remover-moradores-de-rua-com-jatos-d-agua.html



 2 - Limpeza social para os jogos olímpicos e copa do mundo.







Latuff tem retratado bastante a remoção das famílias para os Jogos Olímpicos e Copa do Mundo, “esta limpeza social que está sendo feita no Rio de Janeiro”



Famílias negras e crianças são expulsas de suas casas ( Política de remoção e limpeza étnica para copa de 2014)


Coupe du monde 2014 : 15/12/2013, le scandale de la nouvelle expulsion violente d'indigènes de l'aldeia Maracanã

Aldeia Maracanã : uma criança indígena sumariamente expulsa pela polícia de choque - domingo 15 dezembro, 2013.

Foto: Varela Notícias
Mendigos estariam sendo expulsos de Salvador por conta da Copa do Mundo

3 - Nixiwaka usava uma camiseta dizendo 'BRASIL: PARE DE DESTRUIR ÍNDIOS', mas a Coca-Cola e a FIFA impediram que ele mostrasse a mensagem ao lado do troféu



Nixiwaka usava uma camiseta dizendo 'BRASIL: PARE DE DESTRUIR ÍNDIOS', mas a Coca-Cola e a FIFA impediram que ele mostrasse a mensagem ao lado do troféu



Nixiwaka Yawanawá, um índio da Amazônia brasileira, cumprimentou o troféu da Copa do Mundo em sua chegada a Londres com uma camiseta dizendo ‘BRASIL: PARE DE DESTRUIR ÍNDIOS’. Usando o cocar da sua tribo, e decorações faciais, Nixiwaka chamou a atenção para os ataques do Brasil sobre os direitos da sua população indígena.

A Coca-Cola e a FIFA impediram que o Nixiwaka mostrasse a mensagem da sua camiseta quando estava ao lado do troféu.

Às vésperas da Copa do Mundo de junho de 2014, Nixiwaka e Survival International estão destacando que 500 anos após a colonização, os índios brasileiros ainda estão sendo mortos por suas terras e recursos naturais. Enquanto o Brasil está se apresentando como uma democracia multi-cultural e dizendo que está sediando uma Copa do Mundo ‘para todos’, o governo e os latifundiários estão planejando abrir territórios indígenas por enormes projetos industriais.

Uma proposta de emenda constitucional daria ao Congresso do Brasil – fortemente influenciada pela bancada ruralista anti-indígena – poder na demarcação de terras indígenas. Isso significaria mais atrasos e obstáculos para a proteção da terra ancestral dos índios.


Imagem 1/7: Índio fuma dentro do Museu do Índio, abandonado desde 2006 e localizado em frente ao estádio do Maracanã em reforma, no Rio de Janeiro. Um grupo de 17 índios de diversas etnias que ocupa o local teme que as obras para a Copa do Mundo os expulsem de lá. Está prevista a construção de um estacionamento com 10 mil vagas no entorno.

Levado embora: um homem indígena é preso do lado de fora do antigo complexo no Rio de Janeiro
Um homem indígena é preso do lado de fora do antigo complexo no Rio de Janeiro.


Tense: Uma mulher (à direita) discute com um policial motim contra o despejo do antigo Museu do Índio
Uma mulher (à direita) discute com um policial motim contra o despejo do antigo Museu do Índio

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Ẹ́kísódù ( Êxodo) 20:1-26

Ẹ́kísódù ( Êxodo) 20:1-26 
Ìtúmọ̀: Olùkọ́ Orlandes 




Texto bíblico para aprender yorubá e somente yorubá, o idioma dos orixás e do candomblé. 



20 Ọlọ́run sì bẹ̀rẹ̀ sí sọ gbogbo ọ̀rọ̀ wọ̀nyí, pé:
20 E Deus passou a falar todas estas palavras, dizendo:
Ọlọ́run = Deus supremo.
Sì ( conj. pré-v.) = e, além disso, também. Liga sentenças, porém, não liga substantivos; nesse caso, usar " àti". É posicionado depois do sujeito e antes do verbo.
bẹ̀rẹ̀ sí = começou a
sọ = falar
gbogbo = todo, toda, todos, todas
ọ̀rọ̀= palavra
wọ̀nyí, = estas, estes, esses, essas.
pé = que, para que, a fim de que.

2  Èmi ni Jèhófà Ọlọ́run rẹ, tí ó mú ọ jáde kúrò ní ilẹ̀ Íjíbítì, kúrò ní ilé ẹrú.  
2  Eu sou Jeová, teu Deus, que te fiz sair da terra do Egito, da casa dos escravos.
Èmi = eu
Ni = ser, é
Jèhófà = Jeová,  Yahweh ou Javé (Yahvéh)
Ọlọ́run = Deus
rẹ, ẹ = seu, sua, de você
tí = que
ó = ele, ela
mú = tomar, capturar, agarrar.
ọ = você
jáde = sair, ir para fora.
kúrò = afastar-se, mover-se para, distanciar-se.
ilẹ̀ = terra, solo, chão.
Íjíbítì = Egito
ní = no, na, em. 
ilé = casa
ẹrú = escravo

3  Ìwọ kò gbọ́dọ̀ ní àwọn ọlọ́run èyíkéyìí mìíràn níṣojú mi.
3  Não deves ter quaisquer outros deuses em oposição à minha pessoa.
Ìwọ = você
kò = não
gbọ́dọ̀ = dever, arriscar, precisar, ousar
ní = ter, possuir. Dizer.
àwọn, wọn  = eles elas.
àwọn ọlọ́run =  deuses
èyíkéyìí = qualquer, quaisquer
mìíràn = outro
níṣojú = na frente ( em oposição)
mi = mim
4  Ìwọ kò gbọ́dọ̀ ṣe ère gbígbẹ́ fún ara rẹ tàbí ìrísí tí ó dà bí ohunkóhun tí ó wà nínú ọ̀run lókè tàbí tí ó wà lábẹ́ ilẹ̀ tàbí tí ó wà nínú omi lábẹ́ ilẹ̀.
4 Não deves fazer para ti imagem esculpida, nem semelhança de algo que há nos céus em cima, ou do que há na terra embaixo, ou do que há nas águas abaixo da terra.
Ìwọ = você
kò = não
gbọ́dọ̀ = dever, arriscar, precisar, ousar.
ṣe = fazer
ère = imagem
gbígbẹ́ = cortado, escavado. Esculpido
fún = para
ara = corpo
rẹ = seu
tàbí = ou
ìrísí = forma
tí = que
ó = ele, ela
dà = moldar em metal, fundir. Tender a fazer algo. Tornar-se, vir a ser. Trair, delatar, ao contrário. Digerir. Fazer uma oferenda. Dirigir, donduzir, cuidar. Derramar, despejar água, colocar para fora, esvaziar.
bí  = como
ohunkóhun = qualquer coisa
wà = estar, ser, existir, haver. Implica a existência ou a presença de algo.
wà = cavar. Abraçar, prender, apertar. Monopolizar.
lábẹ́ = sob, embaixo de
ilẹ̀ = terra, solo, chão
nínú = dentro, no interior de
omi = água

5  Ìwọ kò gbọ́dọ̀ tẹrí ba fún wọn tàbí kí a sún ọ láti sìn wọ́n, nítorí èmi Jèhófà Ọlọ́run rẹ jẹ́ Ọlọ́run tí ń béèrè ìfọkànsìn tí a yà sọ́tọ̀ gedegbe, tí ń mú ìyà ìṣìnà àwọn baba wá sórí àwọn ọmọ, sórí ìran kẹta àti sórí ìran kẹrin, ní ti àwọn tí ó kórìíra mi.
5  Não te deves curvar diante delas, nem ser induzido a servi-las, porque eu, Jeová, teu Deus, sou um Deus que exige devoção exclusiva,* trazendo punição pelo erro dos pais sobre os filhos, sobre a terceira geração e sobre a quarta geração* no caso dos que me odeiam.
6  ṣùgbọ́n tí ó ń ṣe inú-rere-onífẹ̀ẹ́ sí ìran ẹgbẹ̀rún ní ti àwọn tí ó nífẹ̀ẹ́ mi, tí wọ́n sì ń pa àwọn àṣẹ mi mọ́.
6  mas usando de benevolência para com a milésima geração no caso dos que me amam e que guardam os meus mandamentos.
7 Ìwọ kò gbọ́dọ̀ lo orúkọ Jèhófà Ọlọ́run rẹ lọ́nà tí kò ní láárí, nítorí Jèhófà kò ní ṣàìfi ìyà jẹ ẹni tí ó lo orúkọ rẹ̀ lọ́nà tí kò ní láárí.
7 Não deves tomar o nome de Jeová, teu Deus, dum modo fútil, pois Jeová não deixará impune aquele que tomar seu nome dum modo fútil.
8  Máa rántí ọjọ́ sábáàtì láti kà á sí ọlọ́wọ̀.
8  Lembrando o dia de sábado para o manteres sagrado.
9  kí ìwọ ṣe iṣẹ́ ìsìn, kí o sì ṣe gbogbo iṣẹ́ rẹ ní ọjọ́ mẹ́fà.  
9  deves prestar serviço e tens de fazer toda a tua obra por seis dias.
10  Ṣùgbọ́n ọjọ́ keje jẹ́ sábáàtì fún Jèhófà Ọlọ́run rẹ. Ìwọ kò gbọ́dọ̀ ṣe iṣẹ́ èyíkéyìí, ìwọ tàbí ọmọkùnrin rẹ tàbí ọmọbìnrin rẹ, ẹrúkùnrin rẹ tàbí ẹrúbìnrin rẹ tàbí ẹran agbéléjẹ̀ rẹ tàbí àtìpó rẹ tí ó wà nínú àwọn ẹnubodè rẹ.
10  Mas o sétimo dia é um sábado para Jeová, teu Deus. Não deves fazer nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem teu escravo, nem tua escrava, nem teu animal doméstico, nem teu residente forasteiro que está dentro dos teus portões.
11  Nítorí ọjọ́ mẹ́fà ni Jèhófà ṣe ọ̀run àti ilẹ̀ ayé, òkun àti ohun gbogbo tí ó wà nínú wọn, ó sì bẹ̀rẹ̀ sí sinmi ní ọjọ́ keje. Ìdí nìyẹn tí Jèhófà fi bù kún ọjọ́ sábáàtì, tí ó sì bẹ̀rẹ̀ sí ṣe é ní ọlọ́wọ̀.
11  Pois em seis dias fez Jeová os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há, e no sétimo dia passou a descansar. É por isso que Jeová abençoou o dia de sábado e passou a fazê-lo sagrado.
12  Bọlá fún baba rẹ àti ìyá rẹ  kí àwọn ọjọ́ rẹ bàa lè gùn lórí ilẹ̀ tí Jèhófà Ọlọ́run rẹ yóò fi fún ọ.
12  Honra a teu pai e a tua mãe, a fim de que os teus dias se prolonguem sobre o solo que Jeová, teu Deus, te dá.
13  Ìwọ kò gbọ́dọ̀ ṣìkà pànìyàn.
13  Não deves assassinar.
14  Ìwọ kò gbọ́dọ̀ ṣe panṣágà.
14  Não deves cometer adultério.
15  Ìwọ kò gbọ́dọ̀ jalè.
15  Não deves furtar.
16  Ìwọ kò gbọ́dọ̀ jẹ́rìí lọ́nà èké gẹ́gẹ́ bí ẹlẹ́rìí lòdì sí ọmọnìkejì rẹ.
16  Não deves testificar uma falsidade contra o teu próximo.
17  “Ojú rẹ kò gbọ́dọ̀ wọ ilé ọmọnìkejì rẹ. Ojú rẹ kò gbọ́dọ̀ wọ aya ọmọnìkejì rẹ, tàbí ẹrúkùnrin rẹ̀ tàbí ẹrúbìnrin rẹ̀ tàbí akọ màlúù rẹ̀ tàbí kẹ́tẹ́kẹ́tẹ́ rẹ̀ tàbí ohunkóhun tí ó jẹ́ ti ọmọnìkejì rẹ.”
17  “Não deves desejar  a casa do teu próximo. Não deves desejar a esposa do teu próximo, nem seu escravo, nem sua escrava, nem seu touro, nem seu jumento, nem qualquer coisa que pertença ao teu próximo.”
18  Wàyí o, gbogbo àwọn ènìyàn náà rí ààrá àti ìkọyẹ̀rì mànàmáná àti ìró ìwo àti òkè ńlá tí ń rú èéfín. Nígbà tí àwọn ènìyàn náà rí i, nígbà náà ni wọ́n gbọ̀n pẹ̀pẹ̀, tí wọ́n sì dúró ní òkèèrè. 
18  Ora, todo o povo presenciava os trovões e os lampejos, e o som da buzina e o monte fumegando. Quando o povo chegou a ver isso, então estremeceu e ficou de longe. 
19  Wọ́n sì bẹ̀rẹ̀ sí wí fún Mósè pé: “Ìwọ ni kí ó máa bá wa sọ̀rọ̀, kí a sì máa fetí sílẹ̀; ṣùgbọ́n má ṣe jẹ́ kí Ọlọ́run bá wa sọ̀rọ̀ kí àwa má bàa kú.”
19  E começaram a dizer a Moisés: “Fala tu conosco, e escutemos; mas não fale Deus conosco, para que não morramos.”
20  Nítorí náà, Mósè wí fún àwọn ènìyàn náà pé: “Ẹ má fòyà, nítorí pé tìtorí dídán yín wò ni Ọlọ́run tòótọ́ fi wá, àti kí ìbẹ̀rù rẹ̀ bàa lè máa wà nìṣó níwájú yín kí ẹ má bàa ṣẹ̀.” 
20  Portanto, Moisés disse ao povo: “Não tenhais medo, porque o [verdadeiro] Deus veio para pôr-vos à prova e para que o temor dele continue diante das vossas faces, para que não pequeis.
21  Àwọn ènìyàn náà sì ń bá a lọ ní dídúró ní òkèèrè, ṣùgbọ́n Mósè sún mọ́ ìwọ́jọpọ̀ àwọsánmà ṣíṣú náà níbi tí Ọlọ́run tòótọ́ wà.
21  E o povo ficou de longe; Moisés, porém, aproximou-se da densa nuvem escura, onde estava o [verdadeiro] Deus.
22  Jèhófà sì ń bá a lọ láti wí fún Mósè pé:“Èyí ni ohun tí ìwọ yóò wí fún àwọn ọmọ Ísírẹ́lì, ‘Ẹ̀yin fúnra yín rí i pé láti ọ̀run wá ni mo ti bá yín sọ̀rọ̀. 
22  E Jeová prosseguiu, dizendo a Moisés: “Isto é o que deves dizer aos filhos de Israel: ‘Vós mesmos tendes visto que foi desde os céus que falei convosco.
23  Ẹ kò gbọ́dọ̀ ṣe àwọn ọlọ́run fàdákà pẹ̀lú mi, ẹ kò sì gbọ́dọ̀ ṣe àwọn ọlọ́run wúrà fún ara yín.
23  Não deveis fazer junto de mim deuses de prata, e não deveis fazer para vós deuses de ouro.
24  Pẹpẹ ilẹ̀ ni kí o sì ṣe fún mi, orí rẹ̀ sì ni kí o ti máa rú àwọn ọrẹ ẹbọ sísun rẹ àti àwọn ẹbọ ìdàpọ̀ rẹ, agbo ẹran rẹ àti ọ̀wọ́ ẹran rẹ. Ibi gbogbo tí èmi yóò ti mú kí a rántí orúkọ mi ni èmi yóò ti wá bá ọ, èmi yóò sì bù kún ọ dájúdájú.
24  Deves fazer para mim um altar de terra, e sobre ele tens de sacrificar as tuas ofertas queimadas e os teus sacrifícios de participação em comum, teu rebanho e tua manada. Em todo lugar onde farei que meu nome seja lembrado virei a ti e certamente te abençoarei.
25  Bí ìwọ bá sì fi àwọn òkúta ṣe pẹpẹ fún mi, ìwọ kò gbọ́dọ̀ mọ wọ́n gẹ́gẹ́ bí àwọn òkúta gbígbẹ́. Bí ó bá ṣẹlẹ̀ pé o lo ẹyá rẹ lára rẹ̀ ní ti gidi, nígbà náà, ìwọ yóò sọ ọ́ di aláìmọ́.
25  E se fizeres para mim um altar de pedras, não as deves construir como pedras lavradas. Caso brandas sobre ele a tua talhadeira, profaná-lo-ás.
26  Ìwọ kò sì gbọ́dọ̀ fi àtẹ̀gùn gun pẹpẹ mi, kí abẹ́ rẹ má bàa hàn lórí rẹ̀.’

26  E não deves subir por degraus ao meu altar, para que as tuas partes pudendas não fiquem expostas nele.’