segunda-feira, 21 de julho de 2014

Corpo humano

Àwọn ẹ̀yà ara ènìyàn. 
Partes do corpo humano.

Àkójọ́pọ̀ Itumọ̀ (Glossário).
Ìwé gbédègbéyọ̀  (Vocabulário).

Ẹ̀yà, s. cateoria, grupo, divisão, partes.
Àwọn, wọn, prep. Eles, elas. É também usado como partícula para formar o plural do substantivo; neste caso, é posicionado antes do substantivo.
Ara, s. Corpo, membro, substância, tronco.
Ènìà, ènìyàn, s. Pessoa. É também usado de forma impessoal para significar povo, seres humanos, alguém.










Ara ti ènìà 

Corpo humano

ORÍ = CABEÇA
ÀGBỌ̀N = QUEIXO
APÁ = BRAÇO
ORÚNKÚN, ÉKÚN = JOELHO
ÈTÈ = LÁBIOS
ẸNU = BOCA
ẸSẸ̀ = PÉS/PERNA
ÌDÍ = NÁDEGAS
ÌKA = DEDO
ETÍ = ORELHA
IMÚ = NARIZ
IRUN = CABELO
IWÁJÚ, OJÚ = ROSTO, FRENTE
ÒBÒ,  ABẸ́ = VAGINA
OJÚ = OLHO
OKÓ = PÊNIS
ỌKÀN = CORAÇÃO
ỌWỌ́ = MÃO
ỌYÀN, ỌMÚ = SEIO
ÈJÌKÁ = OMBRO
EHÍN, EYÍN = DENTE
EEGUN, EGUNGUN, EGIGUN = OSSO
ÀYÀ, ÀÌYÀ = PEITO
AWỌ ARA, AWỌ = PELE
Ẹ̀HÌN, Ẹ̀YÌN = COSTAS
ÌDODO = UMBIGO
ÌGUNPÁ = COTOVELO
ITAN = COXA
ỌRÙN = PESCOÇO
IKÙN, INÚ, APOLUKÙ = BARRIGA

Àwòrán (imagem)

Àwọn  Fọ́tọ̀ ní bulọọgi mi.
As fotos no meu blog.






























































































































































































Genocídio contra os povos indígenas no Brasil.

 Ìpakúpa mọ́ àwọn ènìyàn ti ìbílẹ̀ ní ilẹ̀ Bràsíl.
Genocídio contra os povos indígenas no Brasil.


Àkójọ́pọ̀ Itumọ̀ (Glossário).
Ìwé gbédègbéyọ̀  (Vocabulário).

Ìpakúpa, s. Ato de matar de forma indiscriminada, holocausto.
Àwọn, wọn, pron. Eles, elas. É também usado como partícula para formar o plural do substantivo; neste caso, é posicionado antes do substantivo.
Ènìà, ènìyàn, s. Pessoa. É também usado de forma impessoal para significar povo, seres humanos, alguém.
Onílẹ̀, s. Proprietário, dono da terra.
Ọmọ, s. Filho, criança, descendência.
Ti ìbílẹ̀, ti ilẹ̀, ti ìlú = indígena.
Ìbílẹ̀ = nascido na região, nativo, pessoa do lugar.
Onílẹ̀, ìbílẹ̀ = Índio, aborígene, nativo.
Mọ́, prep. Contra.
, prep. No, na, em.
Ilẹ̀, s. Terra, solo, chão.
Bràsíl, s. Brasil

Genocídio contra os Povos Indígenas no Brasil.

Relatório da Violência contra os Povos Indígenas no Brasil de 2013, do CIMI, aponta a paralisação dos processos de demarcação de terras como principal motivo para o aumento de conflitos e mortes de indígenas no ano passado. 


sexta-feira, 18 de julho de 2014

Rei Leopoldo II

Lẹ́tà ti Ọba Leopold 2k Ilẹ̀ọba Bẹ́ljíọ̀m fún àwọn òjíṣẹ́ Ìhìnrere kristiẹni nínúu Kóngò Bẹ́ljíọ̀m .
Carta Rei Leopoldo II  da Bélgica para  os missionários cristãos no Congo Belga.




Àkójọ́pọ̀ Itumọ̀ (Glossário).
Ìwé gbédègbéyọ̀  (Vocabulário).

Lẹ́tà = carta.

Ọba = rei

Leopold 2k = Leopoldo II.

Ti = de (indicando posse)

Ilẹ̀ Bẹ́ljíọ̀m = Bélgica.

Ilẹ̀ọba Bẹ́ljíọ̀m = Reino da Bélgica.

Ilẹ̀ = terra, solo, chão.

Fún = para, em nome de (indica uma intenção pretendida para alguém).

Àwọn = eles, elas. Indicador de plural.

Òjíṣẹ́ Ìhìnrere = missionário.

Òjíṣẹ́ = mensageiro, criado.

Ìhìnrere = boas notícias, evangelho.

Ọmọ-ẹ̀hìn Kristi, onígbàgbọ́, ọmọlẹ́hìn Kristi = cristão.

Ọmọ-ẹ̀hìn, ọmọlẹ́hìn = seguidor.

Onígbàgbọ́ = uma pessoa crente.

Kristi = Cristo.

Kristiẹni = cristão.

= no, na, em.

Nínú = dentro, no interior de. A vogal final é alongada se o nome que lhe segue começar com consoante.

Kóngò Bẹ́ljíọ̀m = Congo belga. O Congo Belga  foi o nome do território administrado pelo Reino da Bélgica na África a partir de 15 de Novembro de 1908, quando o Estado Livre do Congo deixa de ser uma possessão pessoal de Leopoldo II da Bélgica,  à qual o soberano renuncia formalmente, sob forte pressão internacional provocada pelo seu duro regime de governo. O Congo foi então anexado como colônia da Bélgica, passando a ser conhecido como Congo Belga. O Congo Belga existiu até a independência do Congo em 30 de Junho de 1960 sob o nome de República Democrática do Congo.

Orílẹ̀-èdè Olómìnira Tòṣèlúaráìlú ilẹ̀ Kóngò = República Democrática do Congo.

Orílẹ̀-èdè Olómìnira = República.

Orílẹ̀ = grupo de origem, clã.

Èdè = idioma, língua, dialeto.

Orílẹ̀-èdè = nação, país, Estado.

Olómìnira = independente.

Tòṣèlúaráìlú = democrática


Carta Rei Leopoldo II  da Bélgica para  os missionários cristãos.

Congo belga (Kóngò Bẹ́ljíọ̀m)










Abaixo está uma carta escrita em 1883 pelo rei Leopoldo II da Bélgica para os missionários cristãos belgas sendo enviados ao Congo. Esses missionários cristãos viria a ser a ponta de lança da colonização belga nações da Europa e outros da África. Os missionários vieram apenas para ser seguido por comerciantes europeus e por fim pelos exércitos europeus.

A carta escrita por 1883 o rei Leopoldo II da Bélgica:

Reverendos , Pais e Queridos compatriotas :

"A tarefa que é dado a cumprir é muito delicada e requer muita força. Você vai certamente para evangelizar, mas sua evangelização deve inspirar acima de todos os interesses da Bélgica. Seu objectivo principal em nossa missão no Congo é nunca para ensinar o nigger! Eles conhecer a Deus, isso eles já sabem. Eles falam em se submeter-se a um Mungu , Nzambi , ou Nzakomba , e o que mais eu não sei .

Eles sabem que matar, ou dormir com a mulher de alguém, e se deitar ao insulto é ruim. Tenha coragem de admiti-lo, você não está indo para ensinar -lhes o que eles já sabem. Seu papel fundamental é o de facilitar a tarefa dos administradores e industriais, o que significa que você vai interpretar o evangelho na forma como vai ser o melhor para proteger seus interesses na medida em que parte do mundo. Para essas coisas, você tem que manter a vigilância sobre os nossos interesses selvagens da riqueza que é muito [ em seu subsolo. Deve ser de forma a evitar isso, que eles se interessem por ele , e torná-lo assassino ] a competição e sonhar um dia em derrubar você .

O seu conhecimento do evangelho lhe permitirá encontrar textos de ordenação, e incentivando seus seguidores a Amar A Pobreza, como " MAIS FELIZES SÃO OS POBRES, PORQUE ELES HERDARÃO O REINO DO CÉU" E, "É MUITO DIFÍCIL PARA O RICO ENTRAR NO REINO DE DEUS. " Você tem que separar -los e torná-los e desrespeitar tudo o que lhes dá coragem para nos afrontar. Faça referência e continua insistir sobre ao seu sistema místico (vudu) e sua magia de guerra – protecção da guerra - que eles fingem não querer abandonar, e você deve fazer tudo em seu poder para fazê-lo desaparecer.

Sua acção será dirigida essencialmente para os mais jovens, para que eles não possam se revoltar quando a recomendação do padre for contraditória com os ensinamentos de seus pais. As crianças têm que aprender a obedecer o que missionário recomenda, que é o pai de sua alma. Você deve insistir singularmente na sua total submissão e obediência, evitar o desenvolvimento do espírito nas escolas, ensinar os alunos a ler e não à razão (racionalidade).

Não, queridos patriotas, são alguns dos princípios que vocês devem aplicar em sua missão. Você vai encontrar muitos outros livros, que serão dados a você no final desta conferência. Evangelizar para que eles fiquem para sempre na submissão aos colonizadores brancos, para que eles nunca se revoltam contra as restrições que estão sendo submetidos. Recite a cada dia - " FELIZES OS QUE CHORAM, PORQUE O REINO DE DEUS É PARA ELES. "

Obs:"Quando você estuda história você descobre que, para se conquistar um povo, qualquer povo, eles devem primeiro ser desumanizados. Os resultados obtidos devem ser minimizados, eles têm de tornar-se dependente do conquistador. Eles devem confiar em seus opressor para a interpretação da sua própria história, como se não tivessem as realizações permanente dos seus próprios. A "santa inquisição" já estava em pleno funcionamento. "- Immortal Technique

Canto dos índios KAIAPÓS

Orin ti awọn ìbílẹ̀ kayapọ́.

Cântico dos índios kaiapós.












Àkójọ́pọ̀ Itumọ̀ (Glossário).
Ìwé gbédègbéyọ̀  (Vocabulário).


Orin = cântico, uma cantiga.
Ti awọn = dos.
Àwọn = eles, elas. Indicador de plural.
Ènìà, ènìyàn, s. Pessoa. É também usado de forma impessoal para significar povo, seres humanos, alguém.
Onílẹ̀, s. Proprietário, dono da terra.
Ọmọ, s. Filho, criança, descendência.
Ti ìbílẹ̀, ti ilẹ̀, ti ìlú = indígena.
Ìbílẹ̀ = nascido na região, nativo, pessoa do lugar.
Onílẹ̀, ìbílẹ̀ = Índio, aborígene, nativo.
kayapọ́ = Os caiapós (também grafado kayapó ou kaiapó) é uma das denominações de um grupo indígena habitante da Amazônia brasileira.

KWORO KANGO (letra e vídeo) canto dos índios KAIAPÓS, vídeo MOACIR SILVEIRA


                                                                                 


A maioria dos Caiapós vive no Planalto Central, nos estados de Mato Grosso e do Pará, no entanto, também são encontrados no Tocantins e em Goiás




Ìrántí yíyè ti ènìyàn kan (memória viva de um povo)

Ìrántí yíyè guaraní.
Memória viva guarani.

Xamã guarani.jpg


Os Guarani em território brasileiro sofrem com a presença violenta de fazendeiros.

Para os índios Guarani, a terra é a origem da vida. No entanto, seu território tem sido devastado por violentas invasões lideradas por fazendeiros. Quase todas as terras dos índios já foram roubadas.

Crianças Guarani passam fome e muitos líderes já foram assassinados. Centenas de homens, mulheres e crianças Guarani cometeram suicídio.


Àkójọ́pọ̀ Itumọ̀ (Glossário).

Ìwé gbédègbéyọ̀  (Vocabulário).



Ìrántí, s. Lembrança, memória, recordação.

Yíyè, adj. Vivo, são, ter vida, corpo e mente são, imperturbado, moralmente forte, firme, leal.

Guaraní, s. Guarani.  Uma das etnias indígenas da América do Sul.

1 - Ñande Reko Arandu - (2000) Memória Viva Guarani [Full Album]

                                                                                     




2 - Povo guarani




O povo Guarani foi um dos primeiros a serem contatados após a chegada dos europeus na América do Sul, cerca de 500 anos atrás.
No Brasil, vivem atualmente cerca de 51.000 índios Guarani, em sete estados diferentes, tornando-os a etnia mais numerosa do país. Muitos outros índios Guarani vivem no Paraguai, Bolívia e Argentina.
O povo Guarani no Brasil está dividido em três grupos: Kaiowá, Ñandeva e M’byá, dos quais o maior é o Kaiowá, que significa ‘povo da floresta’.
Crianças Guarani trabalham nas plantações de cana-de-açúcar, que agora cobrem a maior parte das terras de seu povo no Mato Grosso do Sul.
Crianças Guarani trabalham nas plantações de cana-de-açúcar, que agora cobrem a maior parte das terras de seu povo no Mato Grosso do Sul.
O povo Guarani é profundamente espiritual. A maioria das comunidades possui um espaço para oração, e um líder religioso, cuja autoridade é baseada em prestígio, em vez de poder formal.

A ‘terra sem males’

O ideal da ‘terra sem males’ é presença constante na cultura dos índios Guarani, que buscam um lugar, anunciado por seus ancestrais, onde as pessoas vivam livres de dor e sofrimento.
Ao longo dos séculos, os Guarani percorreram vastas distâncias em busca da ‘terra sem males’.
Um cronista do século 16 registrou que os Guarani possuem o ‘constante desejo de buscar novas terras, nas quais eles imaginam que vão encontrar a imortalidade e a facilidade perpétua’.
Essa busca permanente é indicativa da característica única dos Guarani, ‘um traço distinto’ deles que tem sido frequentemente observado por aqueles que não fazem parte de sua cultura.
Atualmente, isso se manifesta de uma forma mais trágica: profundamente afetados pela perda de quase todas as suas terras no século passado, o povo Guarani sofre uma onda de suicídio inigualável na América do Sul.
Os problemas são especialmente graves no Mato Grosso do Sul, onde a etnia já chegou a ocupar uma área de florestas e planícies de cerca de 350.000 quilômetros quadrados.
Hoje em dia, os índios vivem espremidos em pequenos pedaços de terra cercados por fazendas de gado e vastos campos de soja e cana-de-açúcar. Alguns não têm terra alguma, e vivem acampados na beira de estradas.

A história de Marcos Veron

‘Isso aqui é minha vida, minha alma. Se você me levar para longe dessa terra, você leva a minha vida’. Marcos Veron

O assassinato do líder Guarani Marcos Veron, em 2003, foi um exemplo trágico, mas tipico da violência à qual seu povo está sujeito.

Sr. Veron, com idade em torno de 70 anos, foi o líder da comunidade Guarani Kaiowá de Takuara. Durante cinqüenta anos seu povo tinha tentando recuperar um pequeno pedaço de sua terra ancestral, depois que ela foi tomada por um rico brasileiro e se transformou em uma grande fazenda de gado. Desde então, a maior parte da floresta que cobria a área tinha sido desmatada.

Em abril de 1997, desesperado depois de anos pressionando o governo sem resultado, Marcos levou sua comunidade de volta para a fazenda. Eles começaram a reconstruir suas casas, e podiam cultivar seus alimentos novamente.

Mas o fazendeiro que ocupava a área foi ao tribunal e um juiz ordenou a saída dos índios.

Em outubro de 2001, mais de cem policiais fortemente armados e soldados obrigaram os índios a abandonar sua terra mais uma vez. Eles finalmente acabaram vivendo debaixo de lonas de plástico ao lado de uma rodovia.

Ainda na Takuara, Marcos disse: ‘Isso aqui é minha vida, minha alma. Se você me levar para longe desta terra, você leva minha vida.’

Suas palavras vieram com uma profecia trágica e real no início de 2003, quando, durante outra tentativa de retornar pacificamente à sua terra, ele foi violentamente espancado por funcionários do fazendeiro. Ele morreu poucas horas depois.

Os assassinos de Veron não foram acusados de assassinato, mas eles foram acusados de crimes menores relacionados ao ataque, após uma audiência judicial no início de 2011.

Desespero

Nos últimos 500 anos praticamente todas as terras dos Guarani no Mato Grosso do Sul foram tomadas deles.
Ondas de desmatamento converteram as terras férteis dos Guarani em uma vasta rede de fazendas de gado e plantações de cana-de-açúcar para o mercado de biocombustíveis do Brasil.
Muitos dos Guarani estão amontoados em pequenas reservas, que estão cronicamente superlotadas. Na reserva de Dourados, por exemplo, 12 mil índios vivem em pouco mais de 3.000 hectares.
A destruição da floresta fez com que as práticas da caça e a pesca sejam impossíveis, e não há mais terra suficiente até mesmo para plantar. A desnutrição é um problema sério e, desde 2005, pelo menos, 53 crianças Guarani morreram de fome.

Canaviais

O Brasil tem uma das indústrias mais desenvolvidas de biocombustíveis no mundo. Plantações de cana-de-açúcar foram estabelecidas na década de 1980, e dependem fortemente do trabalho indígena. Frequentemente, os trabalhadores trabalham por salários miseráveis em condições terríveis. Em 2007, a polícia invadiu uma destilaria de álcool de cana-de-açúcar e descobriu 800 índios trabalhando e vivendo em condições subumanas.
Como muitos homens indígenas são forçados a procurar trabalho nas plantações, eles estão ausentes de suas comunidades por longos períodos e isso tem um impacto importante na saúde e na sociedade Guarani. As doenças sexualmente transmissíveis e alcoolismo foram introduzidas pelos trabalhadores retornando e tensões internas e violência aumentaram.
Mais de 80 novas plantações de cana-de-açúcar e usinas de álcool estão previstas para o Mato Grosso do Sul, muitas das quais estão sendo construídas em terra ancestral dos Guarani.
A cana de açúcar está devastando terras dos Guarani
A cana de açúcar está devastando terras dos Guarani
© Survival

Prisão

Os Guarani no Mato Grosso do Sul sofrem com o racismo e a discriminação, e altos níveis de assédio da polícia. Estima-se que existem mais de 200 Guarani na cadeia com pouco ou nenhum acesso a aconselhamento jurídico e intérpretes, preso em um sistema legal que eles não entendem. Isso resultou em pessoas inocentes serem condenadas. Muitos estão servindo penas desproporcionalmente duras por delitos menores.
A resposta deste povo profundamente espiritual para a crônica falta de terra tem sido uma epidemia de suicídio única na América do Sul. Desde 1986 mais de 517 índios Guarani cometeram suicídio; o mais novo tinha apenas nove anos de idade.

Lutando para sobreviver

Lotados em reservas minúsculas, com terríveis consequências sociais, muitas comunidades Guarani têm tentado recuperar pequenas parcelas de suas terras ancestrais.
Estas ‘retomadas’ tem sido violentamente resistidas pelos agricultores poderosos que hoje ocupam a região.
Os fazendeiros frequentemente empregam pistoleiros para defender ‘suas’ propriedades, e inúmeros Guarani foram mortos durante ou logo após as retomadas.
A pequena comunidade de Ñanderu Marangatu é típica. Apesar do fato de que a comunidade tem direito por lei a viver dentro de uma reserva de 9.000 hectares, eles foram expulsos por pistoleiros contratados por fazendeiros em 2005. Com incrível coragem, a comunidade voltou.
Eles agora vivem em uma pequena fração do que é legalmente deles, e a área circundante a sua comunidade é patrulhada diariamente pelos pistoleiros do fazendeiro, que também estupraram duas mulheres Guarani e atiraram contra a casa de um dos líderes da comunidade.

 Fonte: O movimento dos povos indígenas. A Survival é a única organização que trabalha pelos direitos dos povos indígenas em todo o mundo.



3 - Há anos, o estado figura como o mais violento do país no relatório da organização indigenista, vinculada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).


Pelo menos 53 índios foram assassinados durante o ano de 2013 em consequência de conflitos, diretos ou indiretos, pela disputa por terras. O dado faz parte do relatório sobre a violência contra os povos indígenas brasileiros que o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) divulgou hoje (17), em Brasília. Dos casos registrados em todo o país, 33 ocorrências (66%) foram registradas em Mato Grosso do Sul. Há anos, o estado figura como o mais violento do país no relatório da organização indigenista, vinculada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
O total de índios assassinados em 2013 é menor que os 60 casos identificados pelo Cimi em 2012. No entanto, como em anos anteriores, a organização alerta que os números podem estar subestimados, porque são colhidos, a partir várias fontes, como relatos e denúncias dos próprios povos e organizações indígenas; missionários do conselho; reportagens de jornais, sites e agências de notícias; órgãos públicos que prestam assistência; Ministério Público, além de relatórios e boletins policiais.
No capítulo violência contra a pessoa, o Cimi identificou 13 homicídios culposos (não intencional) em 2013, contra 12 casos em 2012; 328 tentativas de assassinato, contra 1.024, além de 14 casos em que índios foram ameaçados de morte. O elevado número de tentativas de morte se deve ao fato de que, em algumas ocorrências, a ameaça foi dirigida a toda a comunidade. O relatório de 2013 também registra dez casos de violência sexual praticada contra indígenas.
O relatório também aponta que 8.014 dos 896.917 índios brasileiros (dado do Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística de 2010) sofreram algum tipo de violência decorrente da omissão do Poder Público. Os casos são de falta de assistência escolar, de saúde, de políticas públicas que impeçam a disseminação de bebidas alcoólicas e outras drogas dentro da comunidade e até tentativas de suicídio. O resultado nesse quesito é inferior aos 106.801 casos registrados em 2012.
Segundo o relatório, os índios continuam sendo alvo de racismo e preconceito. Além disso, crianças indígenas continuam morrendo por doenças como pneumonia, diarreia e gastroenterite, insuficiência respiratória, infecções provocadas por bactérias, entre outros males. O Cimi destaca as dificuldades para se chegar aos números reais de casos. Enquanto o relatório contabiliza apenas 26 casos de mortalidade infantil, o texto de apresentação do documento cita dados da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e do Ministério da Saúde, dando conta de que 693 crianças até 5 anos morreram entre janeiro e novembro de 2013.
O presidente do Cimi e bispo do Xingu, Erwin Kräutler, acusa o Poder Público de agir com descaso em relação à política indigenista e à vida dos povos indígenas. Na avaliação da organização, a demora nos procedimentos demarcatórios, pelo governo federal, acirram conflitos em diversas unidades da Federação, intensificando as violências e ameaças de morte contra índios de todo o país e suas lideranças.
Kräutler afirma que o governo federal deve ser responsabilizado pela trágica realidade vivida pelos povos indígenas, lembrando que, pela Constituição Federal, o Estado brasileiro deveria ter identificado, demarcado e retirado os não índios de todos os territórios tradicionais indígenas até 1993.
Segundo o Cimi, das 1.047 áreas reivindicadas por povos indígenas, apenas 38% estão regularizadas. Cerca de 30% delas estão em processo de regularização e em 32% dos casos, o procedimento de demarcação foi iniciado. Das terras já regularizadas, 98,75% são na Amazônia Legal. Enquanto isso, 554.081 dos 896.917 indígenas vivem em regiões do país, que têm apenas 1,25% da extensão das terras indígenas regularizadas.
O Cimi afirma que ao menos 30 processos demarcatórios relativos a áreas já identificadas pela Fundação Nacional do Índio (Funai) não têm pendência administrativa ou judicial que impeçam a homologação da reserva, mas não foram concluídos. Desses 30 processos, 12 dependem da publicação, pelo Ministério da Justiça, de Portaria Declaratória, conforme a entidade. Dezessete áreas aguardam a homologação presidencial e cinco processos dependem da aprovação da presidenta da Funai, Maria Augusta Assirati.
O governo de Mato Grosso do Sul informou à Agência Brasil que ainda não tem conhecimento dos dados citados no relatório. Disse ainda que “a segurança das aldeias e a proteção aos indígenas são responsabilidades federais” e que a questão fundiária é “competência exclusiva da União”.

Fonte: TopMídia News

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Israel

Ìṣẹlẹ́yàmẹ̀yà àti ìpakúpa ènìyàn mímọ́ ti Ísráẹ́lì ṣòdì sí àwọn mọorílẹ̀-èdè Palẹstínì.

Racismo e genocídio do povo santo de Israel contra os palestinos.

 A suástica do Führer parece ser hoje a bandeira de Israel


























Àkójọ́pọ̀ Itumọ̀ (Glossário).

Ìwé gbédègbéyọ̀  (Vocabulário).

Ìṣẹlẹ́yàmẹ̀yà = racismo.

Ìpakúpa = Ato de matar de forma indiscriminada, holocausto.

Àti = e.

Ènìyàn mímọ́ = povo santo.

Ti = de (indicando posse).

Ísráẹ́lì = Israel.

Dojúkọ, lòdì sí, ṣòdì, ṣòdì sí, àìbárẹ́ = contra.

Mọ́ = contra.

Àwọn, wọn = eles, elas. 

Palẹstínì = Palestina.

Ọmọorílẹ̀-èdè Palẹstínì = palestino.


Curso objetivo

A Questão Palestina


Palestina (do original Filistina – “Terra dos Filisteus”) é o nome dado desde a Antiguidade à região do Oriente Próximo (impropriamente chamado de “Oriente Médio”), localizada ao sul do Líbano e a nordeste da Península do Sinai, entre o Mar Mediterrâneo e o vale do Rio Jordão. Trata-se da Canaã bíblica, que os judeus tradicionalistas preferem chamar de Sion.
A Palestina foi conquistada pelos hebreus ou israelitas (mais tarde também conhecidos como judeus) por volta de 1200 a.C., depois que aquele povo se retirou do Egito, onde vivera por alguns séculos.
A Questão Palestina
Mas as sucessivas dominações estrangeiras, começadas com a tomada de Jerusalém (587 a.C.) por Nabucodonosor, rei da Babilônia, deram início a um progressivo processo de diáspora (dispersão) da população judaica, embora sua grande maioria ainda permanecesse na Palestina.
As duas rebeliões dos judeus contra o domínio romano (em 66-70 e 133-135 d.C.) tiveram resultados desastrosos. Ao debelar a primeira revolta, o general (mais tarde imperador) Tito arrasou o Templo de Jerusalém, do qual restou apenas o Muro das Lamentações. E o imperador Adriano, ao sufocar a segunda, intensificou a diáspora e proibiu os judeus de viver em Jerusalém. A partir de então, os israelitas espalharam-se pelo Império Romano; alguns grupos emigraram para a Mesopotâmia e outros pontos do Oriente Médio, fora do poder de Roma.
A partir de então, a Palestina passou a ser habitada por populações helenísticas romanizadas; e, em 395, quando da divisão do Império Romano, tornou-se uma província do Império Romano do Oriente (ou Império Bizantino).
Em 638, a região foi conquistada pelos árabes, no contexto da expansão do islamismo, e passou a fazer parte do mundo árabe, embora sua situação política oscilasse ao sabor das constantes lutas entre governos muçulmanos rivais. Chegou até mesmo a constituir um Estado cristão fundado pelos cruzados (1099-1187). Finalmente, de 1517 a 1918, a Palestina foi incorporada ao imenso Império Otomano (ou Império Turco). Deve-se, a propósito, lembrar que os turcos, e embora muçulmanos, não pertencem à etnia árabe.
Em 1896, o escritor austríaco de origem judaica Theodor Herzl fundou o Movimento Sionista, que pregava a criação de um Estado judeu na antiga pátria dos hebreus.
Esse projeto, aprovado em um congresso israelita reunido em Genebra, teve ampla ressonância junto à comunidade judaica internacional e foi apoiado sobretudo pelo governo britânico (apoio oficializado em 1917, em plena Primeira Guerra Mundial, pela Declaração Balfour).
No início do século XX, já existiam na região pequenas comunidades israelitas, vivendo em meio à população predominantemente árabe. A partir de então, novos núcleos começaram a ser instalados, geralmente mediante compra de terras aos árabes palestinos.
Durante a Primeira Guerra Mundial, a Turquia lutou ao lado da Alemanha e, derrotada, viu-se privada de todas as suas possessões no mundo árabe. A Palestina passou então a ser administrada pela Grã-Bretanha, mediante mandato concedido pela Liga das Nações.
Depois de 1918, a imigração de judeus para a Palestina ganhou impulso, o que começou a gerar inquietação no seio da população árabe. A crescente hostilidade desta última levou os colonos judeus a criar uma organização paramilitar – a Haganah – a princípio voltada para a autodefesa e mais tarde também para operações de ataque contra os árabes.
Apesar do conteúdo da Declaração Balfour, favorável à criação de um Estado judeu, a Grã-Bretanha tentou frear o movimento imigratório para não descontentar os Estados muçulmanos do Oriente Médio, com quem mantinha proveitosas relações econômicas; mas viu-se confrontada pela pressão mundial da coletividade israelita e, dentro da própria Palestina, pela ação de organizações terroristas.
Após a Segunda Guerra Mundial, o fluxo de imigrantes judeus tornou-se irresistível. Em 1947, a Assembléia Geral da ONU decidiu dividir a Palestina em dois Estados independentes: um judeu e outro palestino. Mas tanto os palestinos como os Estados árabes vizinhos recusaram-se a acatar a partilha proposta pela ONU.
Em 14 de maio de 1948, foi proclamado o Estado de Israel, que se viu imediatamente atacado pelo Egito, Arábia Saudita, Jordânia, Iraque, Síria e Líbano (1ª Guerra Árabe-Israelense). Os árabes foram derrotados e Israel passou a controlar 75% do território palestino. A partir daí, iniciou-se o êxodo dos palestinos para os países vizinhos. Atualmente, esses refugiados somam cerca de 3 milhões.
Os 25% restantes da Palestina, correspondentes à Faixa de Gaza e à Cisjordânia, ficaram sob ocupação respectivamente do Egito e da Jordânia. Note-se que a Cisjordânia incluía a parte oriental de Jerusalém, onde fica a Cidade Velha, de grande importância histórica e religiosa.
Damos a seguir a cronologia dos principais acontecimentos subsequentes
1947 – A ONU aprova a partilha da Palestina em dois Estados – um judeu e outro árabe. Essa resolução é rejeitada pela Liga dos Estados Árabes.
1948 – Os Judeus proclamam o Estado de Israel, provocando a reação dos países árabes. Primeira Guerra Árabe-Israelense. Vitória de Israel sobre o Egito, Jordânia, Iraque, Síria e Líbano e ampliação do território israelense em relação ao que fora estipulado pela ONU. Centenas de milhares de palestinos são expulsos para os países vizinhos. Como territórios palestinos restaram a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, ocupadas respectivamente por tropas egípcias e jordanianas.
1956 – Guerra entre Israel e o Egito. Embora vitoriosos militarmente, os israelenses retiraram-se da Faixa de Gaza e da parte da Península do Sinai que haviam ocupado.
1964 – Criação da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), cuja pretensão inicial era destruir Israel e criar um Estado Árabe Palestino. Utilizando táticas terroristas e sofrendo pesadas retaliações israelenses, a OLP não alcançou seu objetivo e, com o decorrer do tempo, passou a admitir implicitamente a existência de Israel.
1967 – Guerra dos Seis Dias. Atacando fulminantemente em três frentes, os israelenses ocupam a Faixa de Gaza e a Cisjordânia (territórios habitados pelos palestinos) e tomam a Península do Sinai ao Egito, bem como as Colinas de Golan à Síria.
1970 – “Setembro Negro”. Desejando pôr fim às retaliações israelenses contra a Jordânia, de onde provinha a quase totalidade das incursões palestinas contra Israel, o rei Hussein ordena que suas tropas ataquem os refugiados palestinos. Centenas deles são massacrados e a maioria dos sobreviventes se transfere para o Líbano.
1973 – Guerra do Yom Kippur (“Dia do Perdão”). Aproveitando o feriado religioso judaico, Egito e Síria atacam Israel; são porém derrotados e os israelenses conservam em seu poder os territórios ocupados em 1967. Para pressionar os países ocidentais, no sentido de diminuir seu apoio a Israel, a OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) provoca uma forte elevação nos preços do petróleo.
1977 – Pela primeira vez, desde a fundação de Israel, uma coalizão conservadora (o Bloco Likud) obtém maioria parla mentar. O novo primeiro-ministro, Menachem Begin, inicia o assentamento de colonos judeus nos territórios ocupados em 1967.
A Questão Palestina
1979 – Acordo de Camp David. O Egito é o primeiro país árabe a reconhecer o Estado de Israel. Este, em contrapartida, devolve a Península do Sinai ao Egito (cláusula cumprida somente em 1982). Em 1981, militares egípcios contrários à paz com Israel assassinam o presidente Anwar Sadat.
1982 – Israel invade o Líbano (então em plena guerra civil entre cristãos e muçulmanos) e consegue expulsar a OLP do território libanês. Os israelenses chegam a ocupar Beirute,
capital do Líbano. Ocorrem massacres de refugiados palestinos pelas milícias cristãs libanesas, com a conivência dos israelenses.
1985 – As tropas israelenses recuam para o sul do Líbano, onde mantêm uma “zona de segurança” com pouco mais de 10 km de largura. Para combater a ocupação israelense, forma-se o Hezbollah (“Partido de Deus”), organização xiita libanesa apoiada pelo governo islâmico fundamentalista do Irã.
1987 – Começa em Gaza (e se estende à Cisjordânia) a Intifada (“Revolta Popular”) dos palestinos contra a ocupação israelense. Basicamente, a Intifada consiste em manisfestações diárias da população civil, que arremessa pedras contra os soldados israelenses. Estes frequentemente revidam a bala, provocando mortes e prejudicando a imagem de Israel junto à opinião internacional. Resoluções da ONU a favor dos palestinos são sistematicamente ignoradas pelo governo israelense ou vetadas pelos Estados Unidos. A Intifada termina em 1992.
1993 – Com a mediação do presidente norte-americano Bill Clinton, Yasser Arafat, líder da OLP, e Yitzhak Rabin, primeiro-ministro de Israel, firmam em Washington um acordo prevendo a criação de uma Autoridade Nacional Palestina, com autonomia administrativa e policial em alguns pontos do território palestino. Prevê-se também a progressiva retirada das forças israelenses de Gaza e da Cisjordânia. Em troca, a OLP reconhece o direito de Israel à existência e renuncia formalmente ao terrorismo. Mas duas organizações extremistas palestinas (Hamas e Jihad Islâmica) opõem-se aos termos do acordo, assim como os judeus ultranacionalistas.
1994 – Arafat retorna à Palestina, depois de 27 anos de exílio, como chefe da Autoridade Nacional Palestina (eleições realizadas em 1996 o confirmam como presidente) e se instala em Jericó. Sua jurisdição abrange algumas localidades da Cisjordânia e a Faixa de Gaza – embora nesta última 4 000 colonos judeus permaneçam sob administração e proteção militar israelenses. O mesmo ocorre com os assentamentos na Cisjordânia. Na cidade de Hebron (120 000 habitantes palestinos), por exemplo, 600 colonos vivem com o apoio de tropas de Israel. Nesse mesmo ano, a Jordânia é o segundo país árabe a assinar um tratado de paz com os israelenses.
1995 – Acordo entre Israel e a OLP para conceder autonomia (mas não soberania) a toda a Palestina, em prazo ainda indeterminado. Em 4 de novembro, Rabin é assassinado por um extremista judeu.
1996 – É eleito primeiro-ministro Binyamin Netanyahu, do Partido Likud (antes denominado Bloco Liked), que paralisa a retirada das tropas de ocupação dos territórios palestinos e intensifica os assentamentos de colonos judeus em Gaza, na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, em meio à população predominantemente árabe. O processo de pacificação da região entra em compasso de espera, ao mesmo tempo em que recrudescem os atentados terroristas palestinos. Em Israel, o primeiro-ministro (chefe do governo) é eleito pelo voto direto dos cidadãos.
1999 – Ehud Barak, do Partido Trabalhista (ao qual também pertencia Yitzhak Rabin), é eleito primeiro-ministro e retoma as negociações com Arafat, mas sem que se produzam resultados práticos.
2000 – Israel retira-se da “zona de segurança” no sul do Líbano. Enfraquecido politicamente, devido à falta de progresso no camiho da paz, e também devido às ações terroristas palestinas (não obstante as represálias israelenses), Barak renuncia ao cargo de primeiro-ministro. São convocadas novas eleições, nas quais ele se reapresenta como candidato. Mas o vencedor é o general da reserva Ariel Sharon, do Partido Likud, implacável inimigo dos palestinos. Pouco antes das eleições, começa nos territórios ocupados uma nova Intifada.
2001 – Agrava-se o ciclo de violência: manifestações contra a ocupação israelense, atentados suicidas palestinos e graves retaliações israelenses. Nesse contexto, Yasser Arafat, já septuagenário, parece incapaz de manter a autoridade sobre seus compatriotas ou de restabelecer algum tipo de diálogo com Israel, cujo governo por sua vez mantém uma inflexível posição de força.

Balanço Atual

Até agora, Israel desocupou apenas sete cidades da Cisjordânia (uma oitava foi desocupada parcialmente),
correspondentes a 3% do território cisjordaniano; deste, 24% encontram-se sob controle misto israelense-palestino e 74% permanecem inteiramente ocupados. Em termos demográficos, 29% dos palestinos estão sob a jurisdição exclusiva da Autoridade Palestina. Quanto à Faixa de Gaza, cuja importância é consideravelmente menor, nela permanecem apenas as tropas israelenses que protegem os colonos judeus ali estabelecidos.
Os grandes obstáculos para a implementação do acordo firmado entre Yitzhak Rabin e Yasser Arafat são:
a) A oposição das facções extremistas, tanto palestinas como isralelenses.
b) A posição militarista e intransigente do governo Sharon.
c) O estatuto de Jerusalém Oriental, que os palestinos almejam transformar em sua capital mas que já foi incorporada oficialmente ao território israelense, dentro do conceito de que a cidade de Jerusalém “é a capital de Israel, una e indivisível”.
d) O problema dos 150 000 colonos existentes em Gaza e na Cisjordânia e que se recusam a deixar seus assentamentos.
e) A disputa pelos recursos hídricos do Rio Jordão, pois parte de seu curso (na fronteira entre a Jordânia e a Cisjordânia) ficaria fora do controle de Israel.
f) O território palestino simplesmente não tem como absorver os quase 3 milhões de refugiados que habitavam terras do atual Estado de Israel e que continuam a viver, na maior parte, em precários campos de refugiados espalhados pelo mundo árabe – notadamente no Líbano.
A Questão Palestina
A Questão Palestina

A “Cidade Velha”

A disputada “Cidade Velha”, dentro de Jerusalém Oriental, conta com locais sagrados de três religiões. Os principais são: o Muro das Lamentações, reverenciado pelos judeus como o único remanescente do grandioso Templo de Jerusalém; a Mesquita da Rocha (foto acima), erigida sobre um rochedo de onde, segundo a tradição islâmica, a alma de Maomé ascendeu ao Paraíso; por último, a Igreja do Santo Sepulcro, construída sobre o lugar onde Cristo teria sido sepultado e, de acordo com a crença cristã, ressuscitou no terceiro dia.
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