segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Consciência quântica

 Ìsopọ̀ láàrin ọmọnìyàn àti àgbáyé.
A conexão entre o homem e o Universo.



Àkójọ́pọ̀ Itumọ̀ (Glossário).
Ìwé gbédègbéyọ̀  (Vocabulário).

Ìsolù, ìsopọ̀, s. Conexão, união, ligação.
Láàrin, láààrin, prep. No meio de, entre.  
Àti, conj. E. Usada entre dois nomes, mas não liga verbos. 
Àgbáyé, s. Mundo, universo, cosmo. 
Ayé, gbogbo ẹ̀dá, àgbáyé, s. Universo.
Ayé, àiyé, s. Mundo, planeta.
Ilẹ̀-ayé, ayé, ilé-ayé, s. Terra (planeta terra).
Plánẹ̀tì ilẹ̀-ayé, s. Planeta terra.
Àdánidá, s. Natureza.
Físíksì kúántù, s. Física quântica.
Pápá kúántù, s. Campo quântico.
Ọkàn kúántù, s. Consciência quântica.
Àwòrán ẹlẹya mẹ́ta, s. Holograma.
Àgbáyé ti àwòrán ẹlẹya mẹ́ta, s. Universo holográfico.
Ọjọ́orí Ayé, s. Idade da terra.
Ìṣeọ̀rọ̀àsìkòoríilẹ̀, s. Geocronologia. 
Òṣùnwọ̀n àsìkò ìṣeọ̀rọ̀oríilẹ̀, s. Escala de tempo geológico.   
Ìṣeọ̀rọ̀oríilẹ̀ onítàn, s. Geologia histórica. 
Ìṣeọ̀rọ̀oríilẹ̀, s. Geologia.
Ìṣíwájú ìtàn, s. Pré-História. 
Ìṣeọ̀rọ̀ọmọnìyàn, s. Antropologia.
Ìṣeọ̀rọ̀ayéijọ́un, s. Arqueologia. 
Àṣàìlajú, s. Civilização.
Ọkùnrin, s. Homem.
Ọmọnìyàn, s. Homo sapiens.                                      








CONSCIÊNCIA E  CÉREBRO QUÂNTICO-HOLOGRÁFICO


                     Introdução

Em 1998, apresentamos no congresso Science and the Primacy of Consciousness, na Universidade de Lisboa em Portugal, a conferência Information Self-Organization and Consciousness, propondo uma nova visão da consciência denominada Teoria Holoinformacional da Consciência, na qual  o cérebro e o universo são compreendidos como sistemas informacionais interconectados por uma dinâmica global instantânea. É uma concepção fundamentada na natureza holográfica do funcionamento cerebral, de Karl Pribram,  na estrutura quântico-holográfica do universo de David Bohm, e no princípio quântico da não-localidade. A repercusão desta proposta na comunidade científica internacional, levou à publicação da mesma em 1999,  na Europa, na revista World Futures- The Journal of General Evolution, da UNESCO,editada por Erwin Laszlo, maior autoridade mundial na áreas de sistemas, e no mesmo ano nos USA, no The Noetic Journal, do Noetic Advanced Studies Institute. Em 2000, fomos convidados para publicá-la de forma mais ampliada  no livro Science and the Primacy of Consciouness- Intimation of a 21st Century Revolution (Noetic Press, USA), editado por Richard Amoroso, Diretor do Noetic Advanced Studies Institute, na Califórnia, e outros co-autores, como Karl Pribram, Ruppert Sheldrake, Amit Goswami, Stanislav Grof, Henry Stapp, Fred Allan Wolf, todos pesquisadores da consciência, de renome internacional.
Um desenvolvimento mais elaborado e avançado desta concepção holoinformacional da consciência, denominado Holoinformatonal Consciousness, acaba de ser lançado em 2010 nos USA, pela NOVA Publishers, como capítulo do livro The Complementarity of Mind   and Body. The Realization of the Dreams of Descartes, Einstein,  and Eccles, organizado por Richard Amoroso, e com os co-autores, Karl Pribram, Henry Stapp, Fred Alan Wolf, Mikai Draganescu, e outros.

Para facilitar a compreensão do tema, vamos inicialmente especificar o significado dos termos holográfico e não-localidade. 

                  Não-localidade 

É uma propriedade fundamental do universo, exaustivamente comprovada, tanto a nível quântico, quanto a nível macroscópico, responsável por  interações instantâneas entre todos os fenômenos cósmicos. É uma consequência da Teoria do Campo Quântico de Umezawa que unificou os campos eletromagnético nuclear e gravitacional em uma totalidade indivisível subjacente.
Sistemas holográficos são sistemas geradores  de  imagens tridimensionais, em que a imagem virtual, ou holograma,  é criada quando um laser incide sobre um objeto, e este o reflete sobre uma placa. Sobre essa placa  incide um segundo laser, produzindo uma mistura das ondas do primeiro com as do segundo. Este padrão de interferência de ondas armazena a informação acerca da forma e volume do objeto, e ao ser refletido pela placa, gera uma imagem tridimensional do objeto no espaço. O relevante é que  nos sistemas holográficos cada parte do sistema  contém a informação completa sobre o objeto; se quebrarmos a placa em pedaços, cada pedaço refletirá a imagem tridimensional do objeto no espaço, demonstrando que o todo está nas partes, assim como cada parte está no todo. Esta propriedade fundamental dos sistemas holográficos, foi descrita por Dennis Gabor, que ganhou o Prêmio Nobel pela invenção do holograma.

          Redes neurais holográficas 

A teoria quântico-holográfica ou holonômica de Pribram, hoje exaustivamente comprovada  experimentalmente, demonstra a existência de um processo de tratamento quântico-holográfico da informação no córtex cerebral, denominado holograma neural multiplex, dependente dos neurônios de circuitos locais, que não apresentam fibras longas e não transmitem impulsos nervosos comuns.“São neurônios que funcionam no modo ondulatório, e são sobretudo responsáveis pelas conexões horizontais das camadas do tecido neural, conexões nas quais padrões de interferência holograficóides podem ser construídos”.

Pribram descreveu uma “equação de onda neural”, resultante do funcionamento das redes neurais holográficas, similar à equação de onda  de Schrödinger da teoria quântica. Este holograma neural é construído pela   interação dos campos eletromagnéticos dos neurônios, de modo similar ao que ocorre durante a interação das ondas sonoras no piano. Quando tocamos as teclas de um  piano, estas  percutem as cordas provocando vibrações que se misturam, gerando um padrão de interferência. A mistura das frequências sonoras, é o que cria  a harmonia, a música que ouvimos. Pribram demonstrou que um processo similar ocorre continuamente no córtex cerebral, por meio da interpenetração  dos campos eletromagnéticos dos neurônios corticais adjacentes, gerando um campo harmônico de frequências eletromagnéticas. Este campo harmônico distribuído simultaneamente por todo o cérebro, armazena e codifica holograficamente um vastíssimo campo de informação, e seria o responsável pela emergência da memória, da mente e da consciência no plano biológico. 

Tal como a música não pode ser localizada no piano, e sim em todo o campo ressonante que o circunda, as memórias de um indivíduo não estão localizadas somente no cérebro, mas tambem no campo de informação holográfica que o envolve! 

        O universo holográfico

As formulações matemáticas que descrevem a curva harmônica resultante das interferências das ondas,  são as transformações de Fourier, as quais  Denis Gabor aplicou na criação do holograma, enriquecendo estas transformações com um modelo em que  o  padrão de interferência reconstrói a imagem virtual do objeto, pela aplicação do processo inverso. Ou seja, a partir da dimensão de frequências, pode-se reconstruir matematicamente, e experimentalmente,  o objeto na dimensão espaço-temporal. 
 Este modo de  organização holográfica,  é tambem o que David Bohm utiliza em sua teoria quântica. Neste modelo do universo, o espaço e o tempo são misturados, "dobrados"  em uma  dimensão de frequências, uma ordem oculta, implícita,  sem relações espaço-temporais. Quando neste campo de  frequências surgem flutuações,“ondulações” mais intensas, padrões semelhantes aos holográficos estruturam uma dimensão espaço-temporal, uma  ordem explícita, que corresponderia ao nosso universo manifesto.
Bohm afirma que “na ordem implícita tudo está introjetado em tudo. Todo o universo está em princípio  introjetado em cada parte ativamente, por meio do  holomovimento... O processo de introjeção não é meramente superficial ou passivo, e cada parte está num sentido fundamental,  internamente relacionada  em suas atividades  básicas ao todo, e a todas as outras partes.

Rumo a uma teoria holoinformacional da consciência 

Pribram inferiu a possibilidade do processamento informacional holográfico do universo poder se interconectar ao processamento holográfico neuronal do córtex cerebral, mas não direcionou suas pesquisas por esta vertente. Estudos experimentais desenvolvidos por Pribram, e outros pesquisadores como Hameroff, Penrose, Yassue, Jibu, revelaram a existência de uma dinâmica cerebral quântica, uma mente quântica  ao nível dos microtúbulos neurais,  das sinapses, e do líquor, e a possibilidade de formação de condensados Bose-Einstein, e ocorrência do Efeito Frohlich. Estes condensados consistem de partículas atômicas, ou  moléculas biológicas (no caso do Efeito Frohlich),  que assumem um elevado grau  de alinhamento, funcionando como um estado altamente unificado e ordenado, como nos lasers e da supercondutividade. Vislumbrando esta possibilidade de conexão entre o cérebro e o universo, propusemos que  os padrões quânticos  e as redes neurais holográficas do cérebro são parte ativa do campo quântico-holográfico do universo, e que esta interconexão informacional é simultaneamente local (mecanicística-newtoniana), e não-local (holística-quântico-holográfica), e a denominamos holoinformacional.

          A não-localidade quântica  permite uma  interconexão instantânea entre o cérebro e o cosmos. Considerando ainda a propriedade matemática básica dos  sistemas holográficos, de cada parte do sistema conter a informação do todo, os dados matemáticos da física quântica de  Bohm, e os dados experimentais da teoria holográfica de Pribram, propusemos, alem disto, que esta interatividade universal nos permitiria   acessar toda a informação existente nos padrões de interferência de ondas  existentes no universo, desde sua origem, pois a natureza holográfica do universo, permitiria que cada parte, cada cérebro-consciência,  contivesse a informação do todo.
          Para que esta conexão cérebro-universo seja possível, é necessário aquietarmos nosso cérebro, sincronizando  o funcionamento dos hemisférios cerebrais, e permitindo que o modo de  tratamento holográfico da informação neuronal se otimize. Isto se consegue facilmente  por meio das práticas de meditação, relaxamento  e oração que  comprovadamente sincronizam as ondas dos  hemisférios cerebrais, gerando um estado alterado de consciência (referências eletroencefalográficas e clínicas podem ser encontradas em meus livros, O Homem Holístico, a unidade mente-natureza, e Caminhos da Cura, ambos da Editora Vozes).

O campo unificado da consciência

Matéria vida e consciência  são atividades significativas, ordem transmitida através da evolução cósmica, ou seja, processos informacionais inteligentes,. Um universo estruturado como um campo holoinformacional, é portanto um universo inteligente, funcionando como uma mente, como o astrônomo Sir James Jeans já  observara:
"O universo começa a se parecer cada vez mais com uma grande mente, do que com uma grande máquina".

Esta  rede quântico-holográfica universal pode ser compreendida como uma Mente.  
Uma  Consciência  Holográfica Universal. Um campo Unificado da Consciência.
Uma  Consciência Cósmica, como afirmam há milênios, as  tradições espirituais da humanidade.
Nesta  concepção holoinformacional , consciência e inteligência  são informação emergente no momento mesmo de sua geração, sendo possível portanto afirmar que  a inteligência-informação sempre esteve presente em todos os níveis de organização da natureza.
Informação, energia matéria, vida e consciência  não são portanto entidades cartesiano-newtonianas separadas, mas uma unidade quantum-holográfica informacional holística indivisível, um campo holoinformacional inteligente  auto-organizador, se desdobrando dinâmica e continuamente em uma infinita holoarquia cósmica.

Para um maior aprofundamento nos fundamentos quântico-holográficos da consciência sugiro a leitura de meu artigo Quantum-Holographic Informational Consciousness, publicado em dezembro de 2009, na revista européia Neuroquantology (Di Biase, Quantum-holographic informational consciousness, NeuroQuantology | December 2009 | Vol 7 | Issue 4 | Page 657-664)  




   Francisco  Di  Biase é neurocirurgião-neurologista, da escola do Dr Paulo Niemeyer, com Pós-Graduação pela PUC-RJ.  Único Grand PhD da América do Sul, laureado pela World Information Distributed University, da Bélgica e primeiro brasileiro premiado com a Albert Schweitzer Science and Peace Medal.
       É Professor Honorário da Albert Schweitzer International University, na Suíça.
       Chefe do Serviço de Neurologia e Neurocirurgia, e Diretor Médico do Centro de Tomografia Computadorizada, na Santa Casa e na Clínica Di Biase, em  Barra do Piraí, Rio de Janeiro.
       Professor do Curso de Pós Graduação em Psicologia Transpessoal e Ciências Holísticas do Centro Universitário Geraldo Di Biase em Volta Redonda -RJ

        Livros Francisco Di Biase:
-       Ciência, Espiritualidade e Cura
        -Caminhos do Sucesso 
        -O Homem Holistico

domingo, 13 de setembro de 2015

Ìdánwò mẹ́ta (ọdún kẹ́ta)

1Filọ́sọ́fi ayéijọ́un. Plato (Ìṣèlú). 
Filosofia antiga. Platão (Política). 
                                                       


2.Jean-Jacques Rousseau

Nascido em Genebra, 28 de Junho de 1712 — Ermenonville, 2 de Julho de 1778) foi um importante filósofo, teórico político, escritor e compositor autodidata suíço. É considerado um dos principais filósofos do iluminismo e um precursor do romantismo.



1. O estado de natureza





2. Contrato social







3. Civilização









Nome                                                                          N°                Série


                                           Prova de Filosofia


1. Segundo Platão, as opiniões dos seres humanos sobre a realidade são quase sempre equivocadas, ilusórias e, sobretudo, passageiras, já que eles mudam de opinião de acordo com as circunstâncias. Como agem baseados em opiniões, sua conduta resulta quase sempre em injustiça, desordem e insatisfação, ou seja, na imperfeição da sociedade.


Em seu livro A República, ele, então, idealizou uma sociedade capaz de alcançar  a perfeição, desde que seu governo coubesse exclusivamente


a) As guerreiros, porque somente eles teriam força para obrigar todos a agirem corretamente.

b) Aos tiranos, porque somente eles unificariam a sociedade sob a mesma vontade.
c) Aos mais ricos, porque somente eles saberiam aplicar bem os recursos da sociedade.
d) Aos demagogos, porque somente eles convenceriam a maioria a agir de modo organizado.
e) Aos filósofos, porque somente eles disporiam do conhecimento verdadeiro e imutável.

2. “Poder-se-ia [...] acrescentar à aquisição do estado civil a liberdade moral, única a tornar o homem verdadeiramente senhor de si mesmo, porque o impulso do puro apetite é escravidão, e a obediência à lei que se estatui a si mesma é liberdade”. (ROUSSEAU, Jean-Jacques. Do contrato


social. Trad. de Lourdes Santos Machado. São Paulo: Nova Cultural, 1987. p. 37.)


Com base no texto e nos conhecimentos sobre a liberdade em Rousseau, é correto afirmar:


a) As leis condizentes com a liberdade moral dos homens devem atender aos seus apetites.


b) A liberdade adquire sentido para os homens na medida em que eles podem desobedecer às leis.


c) O homem livre obedece a princípios, independentemente de eles também valerem para a sociedade.


d) O homem afirma sua liberdade quando obedece a uma lei que prescreve para si mesmo.


e) É no estado de natureza que o homem pode atingir sua verdadeira liberdade.


3.   O homem natural é tudo para si mesmo; é a unidade numérica, o inteiro absoluto, que só se relaciona consigo mesmo ou com seu semelhante. O homem civil é apenas uma unidade fracionária que se liga ao denominador, e cujo valor está em sua relação com o todo, que é o corpo social. As boas instituições sociais são as que melhor sabem desnaturar o homem, retirar-lhe sua existência absoluta para dar-lhe uma relativa, e transferir o eu para a unidade comum, de sorte que cada particular não se julgue mais como tal, e sim como uma parte da unidade, e só seja percebido no todo.


ROUSSEAU, J. J. Emílio ou da Educação. São Paulo: Martins Fontes, 1999.



A visão de Rousseau em relação à natureza humana, conforme expressa o texto, diz que  

a) o homem civil é formado a partir do desvio de sua própria natureza.    
b) as instituições sociais formam o homem de acordo com a sua essência natural.   
c) o homem civil é um todo no corpo social, pois as instituições sociais dependem dele.    
d) o homem é forçado a sair da natureza para se tornar absoluto.    
e) as instituições sociais expressam a natureza humana, pois o homem é um ser político.   
  
4. O que você pensa da forma como Platão explicou a desigualdade de classes? Argumente fundamentando sua posição.
R.
5. Por que para Rousseau a obediência à lei não fere a liberdade dos cidadãos?
R

Àwọn ìdáhùn: 1(kárún)

                        2(kérin)
                        3(kíní) 

Ìdánwò mẹ́ta (ọdún kéjì)

 Àwọn ìwà ti mìmú ìfẹ́ ẹni kúrò lí ọkàn.
Condutas alienadas.  
                                                       


Àkójọ́pọ̀ Itumọ̀ (Glossário).
Ìwé gbédègbéyọ̀  (Vocabulário).

Àwọn, wọn, pron. Eles, elas. Indicador de plural.
Ìwà, s. Caráter, conduta, comportamento.
Ìwà-àìtọ́, s. Caráter impróprio, conduta sem sentido.
Ìwà ìbàjẹ́, s. Corrupção, mau comportamento. 
Ti, prep. de ( indicando posse). Quando usado entre dois substantivos, usualmente é omitido. Ilé ti bàbá mi = ilé bàbá mi ( A casa do meu pai). 
Fi lé elòmíràn lọ́wọ́, mú ìfẹ́ ẹni kúrò lí ọkàn, V. Alienar.
Mìmú ìfẹ́ ẹni kúrò lí ọkàn, s. Alienção.
Kúrò, v. Afastar-se, mover-se para, distanciar-se. A forma ní é normalmente usada após verbos que denotam mudança de uma posição.
, v. Tomar, pegar coisas leves e abstratas. Capturar, agarrar. Ser severo. Ser afiado.
, adj. Sonoro, agudo, claro.
, v. Sumir, desaparecer, perder-se na multidão, ser escondido.
Mu, v. Beber, embeber, ensopar. Sugar, chupar, fumar.

1. Condutas massificadas.

     É a eliminação das desigualdades entre os homens, através da sua transformação numa massa genérica e cinzenta, de uniformidade anônima. Por exemplo, todo mundo quer passar suas férias na Itália, todos se vestem como todo mundo, inclusive todos pensam, sentem, fazem o mesmo no trabalho e no tempo livre, em seu ambiente social e político.

        Condutas massificadas nas sociedades contemporâneas. 

   O século XX foi marcado pelo desenvolvimento de duas poderosas armas modernas: a propaganda e publicidade. A primeira foi largamente utilizada pelos regimes totalitários para mobilizarem populações para atingirem os objectivos a que se propunham. A segunda é largamente utilizada para a promoção e venda de produtos para grandes massas de consumidores.Em ambas as situações constata-se o mesmo fenômeno: os indivíduos são despersonalizados, tratados como meros elementos de enormes massas de apoiantes ou consumidores de algo que lhes é impingido.

















Nome                                                                                N°        Série

                                 Prova de Filosofia


1. Assinale exemplos de mercadorias  culturais. Justifique sua escolha.

a) CD de música.
b) Folia de reis.
c) Megashow de rock.
d) Artesanato vinculado a comunidades indígenas.
e) Grupos de amigos.
2. Para Sartre, a ética deve ser baseada na ação histórica do presente, e não em valores metafísicos ou do passado. Assinale exemplos em que essa ideia aparece.
a) As mulheres devem obedecer aos homens.
b) Os homens não devem chorar.
c) Nós temos de nos preocupar mais com nossas necessidades do que com as tradições.
d) Minha família nunca perdoou um erro grave; eu também não.
e) Não importa o fizeram com o homem: importa o que ele fará com o que fizeram dele.
3) Segundo  Sartre, como nós nos constituímos diante dos outros?
a) Pela vergonha, o olhar dos outros nos apresenta existindo de maneira não adequada.
b) Pelo amor, o desejo possuir o outro e de aprisioná-lo, fazendo que o outro nos ame.
c) Pelo ódio da liberdade dos outros.
d) Os outos não nos revelam, nos os revelamos.
e) Pela liberdade natural que temos.
4. Qual a relação entre a indústria cultural e o indivíduo?
R.
5. Segundo Sartre, o que é alienação moral?

Àwọn ìdáhùn: 1(kíní, kẹ́ta)

                        2(kẹ́ta, kárún)
                        3(kíní, kéjì, kẹ́ta) 

sábado, 12 de setembro de 2015

Pensamento indígena

Èrò ti ọmọ-ìbílẹ̀.
Pensamento indígena. 
                                                               

Ìdánwò mẹ́ta (ọdún kíní)

Ìhùmọ̀ ti filọ́sọ́fi lórí àṣà àlàáfíà.
Reflexão filosófica sobre cultura de paz. 
                                                        



Resultado de imagem para alteridade

Resultado de imagem para etnocentrismo




Nome                                                                                     N°        Série


                                        Prova de Filosofia




1. Qual das frases a seguir apresenta um exemplo de alteridade?


a) Não há nada naquele país que me interesse.

b) Não gosto de pessoas roqueiras.
c) Pessoas tatuadas são assustadoras.
d) Homem não chora.
e) Eu aprendi, com nossas diferenças, quanto tenho de crescer.

2. O que é relativismo cultural? Selecione a resposta correta.


a) Ensinar aos outros que a melhor cultura é a nossa. Dessa maneira, eles aprenderão e aceitarão nossos valores, porque estes são superiores a todos os outros.

b) Perceber o que há de bom na cultura dos outros e destruir o que é ruim.
c) Ignorar as pessoas que nós não entendemos.
d) Olhar os outros sabendo que nosso juízo está submetido aos nossos valores.
e) Saber separar, de acordo com nossos valores, o que é ruim ou bom nas outras culturas e aceitar apenas aquilo que valorizamos.

3. Segundo o filósofo alemão Ernest Cassirer, todo contato com a natureza e com os outros homens é  realizado por meio de símbolos. O homem toca o mundo pelos signos, eles os criou e deles tira o sentido das coisas. Em outras palavras, o homem é um ser simbólico porque:


a) Gosta de desenhar.

b) Tem uma compreensão intuitiva do mundo.
c) Compreende o mundo e os outros, por meio de símbolos, ritos, gestos, mitos e religião.
d) Quer ver tudo mais bonito, razão que o levou a desenvolver a arte.
e) Consegue descrever a realidade apenas ao observá-la.

4. Com base nas discussões em sala, escreva o seu conceito de cultura.

R
5. O que é etnocentrismo? Discuta-o com base em um ou mais exemplos da vida cotidiana.
R


Àwọn ìdáhùn:1( kárún)
                        2(kẹ́rin)
                      3(kẹ́ta) 



Ética

 Ìwàwíwù, ìwà, ẹ̀kọ́ ìwà rere ( ética). 
                                                    

Reino do Congo

Òṣèlúaráìlú ní Ilẹ̀ọba Kóngò Ayéijọ́un.
Democracia no antigo Reino do Congo. 

Ìwé gbédègbéyọ̀  (Vocabulário)
Àkójọ́pọ̀ Itumọ̀ (Glossário).

Òṣèlúaráìlú = democracia.
 = no, na, em.
Ilẹ̀ọba = reino.
Ilẹ̀ Kóngò, Kóngò = Congo.
Ayéijọ́un = antigo.

“O Kôngo vivia em democracia quando os portugueses chegaram no século XV”, diz Patrício Batsîkama


                                                           


Localização de Kongo
"Reino do Kongo"




24 de abril de 2015 16

                                                       Natalia da Luz, Por dentro da África


 

The Banza or Residence of the King of Kongo called S. Salvador.” – DAPPER, Olfert. Description de L’Afrique. Amsterdam: W. Waesberge, Boom et Van Someren, 1686. Pp. 343-344.




Mbanza-kôngo, Angola – No norte de Angola, Mbanza-Kôngo ganha destaque para a história da humanidade. Foi de lá que partiu a maioria dos africanos escravizados desembarcados nas Américas, foi de lá que saiu o primeiro embaixador africano enterrado no Vaticano, também foi lá onde a primeira igreja católica (Kulumbimbi) da África Subsaariana foi erguida. Com a missão de estudar o Reino do Kôngo (a grafia Kôngo é referente ao antigo Kôngo), um pesquisador angolano se dedica a encontrar as origens da região, destacando que, quando os portugueses chegaram por lá, “os africanos já conheciam a democracia”.

– O Kôngo era um Estado muito influente quando os portugueses chegaram. Já havia democracia, como comprovavam  os relatórios de viagem em 1491 (durante a evangelização). Foram os próprios portugueses que, depois de se familiarizarem com os Kôngo, nos chamaram de gregos de África! A região recebeu a primeira Catedral na África Subsaariana, os cidadãos do Kôngo foram ensinar Humanidades em Portugal, já nos séculos XVI e XVII, já uma vez que existiam escolas de qualidade em Mbânz’a Kôngo – disse em entrevista exclusiva ao Por dentro da África, o historiador Patrício Batsîkama, autor de quatro livros sobre a região

Patrício lembra que o primeiro embaixador africano enterrado em Vaticano, Dom António Nsaku Ne Vunda, teve um funeral com pompas de príncipe europeu e que a revolução do Haiti, também conhecida como Revolta de São Domingos (1791-1804),  foi protagonizada pelos descendentes do Kôngo. Os militares haitianos fizeram o juramento em kikôngo, tal como se fazia entre os Mazômbo do Kôngo. O país caribenho foi o primeiro e o único a ter uma revolução de escravos bem-sucedida. O texto de libertação foi lido em kikongo, língua dos bakongo.

Descobertas

Nesse longo período de estudo, o angolano que escreveu As Origens do Reino do Kôngo, Reino do Kôngo e a sua origem Meridional, Reino do Kôngo consoante a Bibliografia e Tradição Oral e Lûmbu, descobriu muita coisa, principalmente, que há três grandes origens dos Bakôngo (grupo étnico que habitava a região). Patrício lembra que eles vieram do Norte, mas também do Leste e do Sul, desde Tsodilo Hills.


The Banza or Residence of the King of Kongo called S. Salvador.” – DAPPER, Olfert. Description de L’Afrique. Amsterdam: W. Waesberge, Boom et Van Someren, 1686. Pp. 343-344.


– Todos os autores falam de Nimi’a Lukeni como fundador do Kôngo. Eu descobri que foram 12 chefes de 144 tribos que se juntaram para fundar Mbânz’a Kôngo (e estão enterrados na atual Sé Catedral ou Kulumbimbi), além de simbolizarem as doze nascentes de Mbânz’a Kôngo. Nimi’a Lukeni teria sido o primeiro eleito pelo Lûmbu (Grande Conselho). Também ali,  está o famoso túmulo de Dona Mpolo (mãe do Rei Mbemba Nzinga). Em 2012, eu já tinha percebido que lá não se encontravam os restos mortais dela. Isso foi descoberto há pouco tempo – revelou o historiador, que dividiu a sua obra em três livros.

Autor de oito livros sobre o tema, Patrício tentou reestruturar as instituições da época e apresentou o que teria sido o Lûmbu – explicado a seguir -e como ele funcionava. Ele conta que pouca gente dava importância a essa instituição tradicional; mas hoje, o cenário mudou. Pergunto a Patrício como poderíamos descrever essa democracia do século XV, essa mesma que os portugueses encontraram ao desembarcar pela primeira vez na região, por volta de 1492. Em resposta, ele lembra que os portugueses encontraram o Lûmbu: aparelho institucional que regulava as eleições, a atuação militar e a separação dos poderes executivo, militar, religioso e judiciário.

– Dos séculos XV a XVI, a noção de escravizado não era uma questão social, mas sim jurídica. Ninguém que pertencia às três famílias Kôngo (Nsaku; Mpânzu e Ñzînga) poderia ser escravizado e/ou vendido. Os portugueses não conheciam essa estrutura social, e desde o século XVI instalaram provocaram desordens. Mas as autoridades do Kôngo lutaram contra isso, o que levou à Grande Batalha de Mbwîla em 1665 (para expulsar todos os portugueses inimigos do Kôngo) – conta Patrício.



The Banza or Residence of the King of Kongo called S. Salvador.” – DAPPER, Olfert. Description de L’Afrique. Amsterdam: W. Waesberge, Boom et Van Someren, 1686. Pp. 343-344.


O pesquisador lembra que a sociedade kôngo estava estruturada em linhagens e as autoridades eram eleitas nos bairros e municípios com autonomia financeira e integridade territorial. Havia lealdade entre os autarcas dos municípios em relação ao governador, que eram escolhidos como candidatos ao trono. Mas apenas um entre eles poderia ser eleito pelo Conselho Lûmbu.

– É preciso considerar essa democracia no contexto histórico e espacial. “Avançada”, sim, ela foi com relação ao espaço Kôngo. Pelo menos, havia separação de poderes ligada à distribuição das funções sociais consoante as linhagens. Isso era funcional. Os Nsaku eram os sacerdotes; Mpânzu: poder militar, industria; Ñzînga: poder Executivo; Nsaku e Mpânzu juntos: poder Legislativo. A liberdade individual era o princípio vital do diálogo: “Ban abatele; bana batelelwa”, diz o princípio ( “Onde há quem diz, deve se permitir que haja aquele que contradiz”).

O historiador destaca que o Kôngo era o local do Grande Diálogo (por isso, foram chamados de gregos de África). Até os dias de hoje, os Kôngo resolvem os problemas na base de diálogo. Nunca existiu a pena de morte entre os Kôngo porque não faz sentido um homem decretar a morte do outro homem. Há adágio que diz: “Todo chefe eleito respeita a formiga; respeita o capim. Todo cidadão é rei e não pode ser morto em nenhuma circunstância”.

– Depois de Mvêmb’a Ñzînga Dom Afonso vencer os constitucionalistas em 1506 (entenda esse confronto em “Veja mais sobre a entrevista”), ele chegou a realizar um desfile em Setembro de 1509 e em 15013 numa praça que reuniu mais de 1000 pessoas. Estas pessoas eram representantes das linhagens que manifestavam lealdade a ele. Isto é, devemos contar mais de 1000 mbuku (municípios). Ora, por norma, cada aldeia  deve ter doze famílias, e cada mbuku deve ter doze aldeias. Fazendo bem as contas, se cada família pode ter no mínimo 5 integrantes, podemos dizer que, em 1509 e 1513, uma parte de Mbânz’a Kôngo tinha cerca de  600.000 habitantes. Madîmba ma Kôngo era mais populoso ainda, tal como nos indica os relatórios de viagem. O fato de, entre 1491 e 1717,  terem saídos do Kôngo perto de 13.000.000 kôngo – nas estatísticas de Dieudonné Rinchon – tudo indica que Kôngo tinha uma grande população – explica Patrício.

Veja mais sobre a entrevista

Natalia da Luz – Nessa época, o  que os portugueses consideravam democracia? Como a chegada do europeu e o tráfico de pessoas interferiram política e socialmente na democracia da região?

Patrício Batsîkama – Os portugueses não encontraram no Rei Kôngo (Ñtôtila) os poderes que tinham o monarca de Portugal. O Rei kôngo era eleito, e isso surpreendeu-os. Os juízes também eram eleitos, e isso foi espanto para eles. Até os militares tinham um Lûmbu militar no seu kilûmbu. A patente mais alta era eleita, também. Toda promoção militar foi na base de consentimento coletivo.


Patrício Batsîkama


O tráfico negreiro é a principal causa. Em 1506, os portugueses interfiram no aparelho de Estado Kôngo, colocando Mvêmb’a Ñzînga como rei. Este nunca foi eleito e nem o seu poder foi legitimado pelo Nsaku. Os Kôngo lutaram para instaurar a constitucionalidade entre 1506 até 1706, e a desordem foi instalada no Kôngo. Em 1506, os Mpânz’a Lûmbu lutaram, e Mvêmb’a Ñzînga Dom Afonso I (apoiado pelos portugueses) venceu. Mbânz’a Kôngo foi dividido em duas cidades. A atual cidade de Mbânz’a Kôngo é a cidade de Dom Afonso Mvêmb’a Ñzînga. Madîmba ma Kôngo foi separada da capital.

Em 1665, realizou-se a grande batalha para expulsar todos os portugueses inimigos do Kôngo, mas sem sucesso. Entre 1702-1706 realizaram-se kimpâsi restauração do Kôngo através da religião dos ancestrais). Mas Nsîmb’a Vita ou Kimp’a Vita foi queimada pelos católicos portugueses, numa lei canônica que já não vigorava. Durante esse tempo todo, a reserva social/humana (povo) foi escravizada e vendida (como se vende um quilo de açúcar). Todas as instituições políticas, religiosas, culturais, sociais… ficaram sem suporte.

Natalia da Luz – Como era o modelo de justiça e “governo”? Você diz que era baseado na obediência e respeito. Esse formato era incompreensível para os portugueses?

Patrício Batsîkama – Justiça: quando um Kôngo de Mbânz’a Kôngo diz que “eu sou pessoa”, isso é diferente de um Kôngo de Makela, embora a frase seja a mesma. Em Mbânz’a Kôngo, “muntu” é pessoa socializada consoante o diálogo, é agricultor. Em Makela, o “muntu” é a pessoa socializada em armas, militar ou religioso, agricultor/caçador. A justiça faz-se na base do pacote de socialização de cada um. O juiz que recebe uma queixa, informa os interessados (queixado e queixoso) que se faz apresentado pelos seus devidos advogados (mpôvi).

No decorrer do julgamento – caso as partes não se entendam – havia um Conselho composto de juízes oriundos da jurisdição dos queixosos/queixados. O tribunal poderia levar vários anos, pois o objetivo final era de juntar as famílias, independentemente do resultado final. Obediência/respeito kôngo estavam ligados às normas que cada um aprendeu na iniciação de passagem, iniciação para exercer uma função social e iniciação secreta. Os portugueses não poderiam perceber isso tudo. É só ver o padre Cavazzi que se espanta da Ñjîng’a Mbandi convertida, mas que ainda mantinha o respeito e obediência aos seus ancestrais. Ou ainda, do rei Ñzîng’a Nkûwu que, apesar do batismo, nunca deixou de venerar os seus ancestrais.


The Banza or Residence of the King of Kongo called S. Salvador.” – DAPPER, Olfert. Description de L’Afrique. Amsterdam: W. Waesberge, Boom et Van Someren, 1686. Pp. 343-344.


Governo: antes de Mvêmb’a Ñzînga optar pelo modelo português, o Governo Kôngo tinha, por um lado, o Lûmbu e os ministro de Estado ligado ao Lûmbu. O chefe militar (Ministro da Defesa) não dependia do Ñtôtila (Rei), por exemplo. Havia, também, os ministros ligados ao rei, tendo o Chefe de Governo o Ntûdi’a Kôngo (ou Nkasi’a Kôngo): Primeiro ministro. No meu livro Lûmbu tentei reconstruir, a partir da tradição oral analisada e comparada, o que teria sido o aparelho do Governo no antigo Kôngo. Existia o Ministro da Justiça (Mbênz’a Kôngo), Ñnâng’a Kôngo (Governador de Mbânz’a Kôngo), Ndông’a Kôngo (Ministro da Saúde/Educação), Mpâku za Kôngo (Ministro das Finanças), etc.

Natalia da Luz –  Hoje podemos estudar a região a partir de um outro ponto de vista. Como as suas pesquisas puderam esclarecer e contribuir para a percepção e entendimento do Reino do Kongo?

Patrício Batsîkama – Sobrevalorizei a tradição oral na minha pesquisa, e hoje essa fonte tem mais credibilidade em Angola. Ela parece explicar melhor que as fontes escritas, sobre a história do Kôngo antes e nos primeiros momentos dos portugueses. É o caso de Mvêmb’a Ñzînga. As escritas dizem que ele sucedeu ao pai dele consoante a lei. A tradição oral indica que ele usurpou o poder, com o apoio dos portugueses. Nas normas kôngo, o filho nunca sucede ao seu pai. Ora, Mvêmb’a Ñzînga sucedeu ao seu pai. Já é uma anomalia!

Todo poder deve ser investido na tradição kôngo. Ora, Mvêmb’a Ñzînga não o foi investido pelo Nsaku. Nsaku e Mvêmba são da mesma família e não se pode haver investidura. Logo, pensa-se que a legitimação, pelas escritas, de Mvêmb’a Ñzînga explica claramente o plano dos portugueses de instalar o modelo português, do monarca onde o filho sucede ao seu pai. Outra coisa: Mvêmb’a Ñzînga sucede ao seu pai alguns dias depois da sua morte. Ora, a sucessão levava mais de 3 anos, por norma. Começava com enterro do defunto rei (que poderia levar 3 a 5 meses). Passava pelo tempo de komba, um ano kôngo (seis meses). Depois, o Nsaku Ne Vunda assumia-se como interino  durante todo processo de candidatura e novas eleições. Eu acho que a minha démarche metodológica não só sobrevalorizou a tradição oral, mas sobretudo, abriu outro caminho de perceber a História do Kôngo. É um diálogo entre os acadêmicos.

Natalia da Luz – Você aborda as questões orais. Qual o percentual da pesquisa foi oral e escrita (com influências de Portugal)? Como foi o lançamento em Portugal? Porque lançou primeiro lá?

Patrício Batsîkama –  O meu livro LÛMBU, a versão publicada (112 páginas), é um resumo de perto de 370 páginas. Fiz questão de sintetizar para facilitar a leitura. Foram mais de 3500 recolhas de tradições orais: 80% delas já se encontram em arquivos, artigos e livros. A Universidade Católica na Bélgica tem um espólio grande sobre as escritas dos Kôngo, sobre a História deles. A Biblioteca da Suécia tem mais de 600 cadernos, onde encontramos perto de 1300 informações importantes. Jean Cuvelier publicou Nkutama mvila za makanda, onde há mais de 500 tradições orais. Durante a colonização, o Mensário Administrativo publicou várias tradições de Cabinda, Congo, etc.

Eu próprio recolhi centenas de tradições orais. Fiz a comparação de todas essas. Depois tive que comparar com arquivos, livros antigos (século XV-XVIII). Fiz o primeiro lançamento na Fundação OKUMA (espaço de um angolano: Trofa Real), em Lisboa, por uma razão muito simples: Foi um recado a Portugal que Angola já tinha a democracia quando eles chegaram nas nossas terras, de maneira que solicitava Portugal evitar toda ingerência na jovem democracia de Angola. Foi um recado para não cometer os mesmos erros no passado.

Natalia da Luz – A origem do Reino do Kongo se dá com Mbanza Kongo. Como esses estudos contribuem para o reconhecimento de Angola como região importante para toda a África e mundo?



Patrício Batsîkama –  – Milhares de americanos (brasileiros, cubanos, norte-americanos, etc.) vieram do Kôngo. Acho que seria justo saber como esse povo Kôngo se formou. Daí a importância dos meus estudos. Os Kôngo vieram de três grandes sub-regiões africanas, e é importante olhar nele como modelo na construção das nações modernas. África foi desenhada na Conferência de Berlim, de maneira que as repúblicas atuais são assoladas por questões de tribalismo, por exemplo. O Kôngo era um conjunto de 144 tribos diferentes que selaram, pela vontade institucionalizada, o seu país. Os Estado-nações modernos vão nessa linha, e o caso do Kôngo pode servir.