sábado, 25 de fevereiro de 2017

Exú

A pàdé lọ́ọ̀na, ẹ mo júbà òjíṣẹ́, àwa ṣe awo, àwa ṣe awo, àwa e awo. Mo júbà òjíṣẹ́.

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Ìwé gbédègbéyọ̀  (Vocabulário)
Àkójọ́pọ̀ Itumọ̀ (Glossário).

Ọlọ́ọ̀na, s. Senhor dos caminhos.
Pàdé, v. Encontrar com, vir junto.
Ẹ̀nyin, ẹ̀yin, ẹ, pron. pess. Vocês, vós.
Mo, pron. pess. Eu
Júbà, v. Considerar, estimar, admitir como superior.
Òjíṣẹ́, s. Mensageiro, criado.
Àwa, a, pron. Nós.
e, v. Fazer, agir, causar, ser.
Awo, s. Mistério, plano, segredo, culto.

Diálogo

Ìkíni àti ìpàdé (saudações e cumprimentos)

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- Ẹ́ káàár sà, pẹ̀lẹ́. Sé dáadáa l'o ji?
Bom dia senhor, olá. Será que bem estar você acordar?
Bom dia senhor, olá. Será que você acordou bem?
- A dúpẹ́, sà.
Obrigado, senhor
é o ti jun?
Será que você já comeu?
- Rárá sà. Mo ṣẹ̀ṣẹ̀ ji ni.
Não senhor. Eu acabei de acordar.
-Tètè lọ jun. Èmi nl síbi iṣẹ́. Mi ò níí pẹ́ dé.
Rapidamente vá comer. Eu tenho que ir para o local de trabalho. Eu não demoro chegar
- Kò burú sà. O dàbọ̀ sà.
Sem problema, senhor. Tchau senhor

Pronúncia:

Ẹ, ọ ( Som aberto como em pelé e bola).

E,o ( Som fechado)

 ( Som de X ou ch como em xícara ou em chuva).

S ( Som de s como em saúde).

J ( tem o som de DJ como em adjetivo).

 ( Pronuncia-se san ou sã). Obs. não é regra geral.

O yorùbá é uma língua tonal:

Acento grave( `) - tom baixo.
Sem acento( ) - tom médio.
Acento agudo (´) - tom alto.

Fica Temer

Igbe ti ìkóódẹ
O grito do papagaio.


Àwòrán Lívia Barreto



Ìwé gbédègbéyọ̀  (Vocabulário)
Àkójọ́pọ̀ Itumọ̀ (Glossário).

Igbe, s. Grito.
Ti, prep. de ( indicando posse). Quando usado entre dois substantivos, usualmente é omitido. Ilé ti bàbá mi = ilé bàbá mi ( A casa do meu pai).
Ti, ti...ti, adj. Ambos... e. Ti èmi ti ìyàwó mi - ambos, eu e minha esposa.
Ti, v. Ter (verb. aux.). Arranhar. Pular. 
Ti, v. interrog. Como. Ó ti jẹ́? - Como ele está.
Ti, adv. pré-v. Já. Indica uma ação realizada.
Ti, àti, conj. E.
Ti, part. pré-v. 1. Usada para indicar o tempo passado dos verbos. Èmi ti máa rìn lálé - Eu costumava caminhar à noite. 2. É usada com báwo ni - como - quando se deseja expressar sentimento e posicionada antes do verbo principal. Báwo ni àwọn ti rí? - Como eles estão?.
Odídẹ, odídẹrẹ́, odẹ́s. Papagaio de cor parda.
Ìkóódẹ, s. Papagaio de penas vermelhas.
Ìkódidẹ, s. Trata-se de uma pena vermelha, extraída da cauda do papagaio africano da espécie Psittacus eritchacus, conhecido popularmente por papagaio-cinzento, papagaio-gabão, ou papagaio-do-congo. 

Diagnóstico político das dores nas costas de José Serra

Àwọn ìrora ti Aṣàkóso ọ̀rọ̀ òkèrè ní ìtorí méjì:
As dores do Ministro das relações exteriores têm duas causas:

1. De tanto agachar perante o império americano.


2. De tanto participar da suruba de Jucá.

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Àkójọ́pọ̀ Itumọ̀ (Glossário).
Ìwé gbédègbéyọ̀  (Vocabulário).

Àwọn, wọn, pron. Eles elas. Indicador de plural.
Aṣàkóso ọ̀rọ̀ òkèrè, s. Ministro das relações exteriores.
Ti, prep. de ( indicando posse). Quando usado entre dois substantivos, usualmente é omitido. Ilé ti bàbá mi = ilé bàbá mi ( A casa do meu pai).
Aṣàkóso, s. Ministro.
Ọ̀rọ̀, s. Palavras, texto, assunto, expressão.
Ọ̀rọ̀, iwin, s. Tipo de espírito e fadas que vivem em certas árvores.
Òkèrè, òkèèrè, s. Uma longa distância.
Ìrora, ẹ̀dùn, s. Dor.
Ìtorí, s. Razão, causa.
Méjì, num. Dois.


sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Extra-terrestre

Olùgbé ti plánẹ̀tì míràn (extra-terrestre)






Existe vida extra-terrestre? 
                 Leonardo Boff

24/02/2017

Cientistas da NASA descobriram uma estrela Trappist-1, distante 39 anos luz da Terra, com sete planetas rochosos, três dos quais com possibilidade de água e assim de vida. Esta descoberta recolocou a questão de eventual vida extra-terrestre. Façamos alguns reflexões sobre o tema, fundadas em nomes notáveis na área.

As ciências da Terra e os conhecimentos advindos da nova cosmologia nos habituaram a situar todas as questões no quadro da grande evolução cósmica. Tudo está em processo de gênese, condição para surgir a vida.

A vida é tida como a realidade mais complexa e misteriosa do universo. O fato é que há cerca de 3,8 bilhões de anos, num oceano ou num brejo primordial, sob a ação de tempestades inimagináveis de raios, de elementos cósmicos do próprio Sol em interação com a geoquímica da Terra, esta levou até à exaustão a complexidade das formas inanimadas. De repente, ultrapassou-se a barreira: estruturaram-se cerca de 20 aminoácidos e quatro bases fosfatas. Como num imenso relâmpago que cai sobre o mar ou brejo, irrompeu a primeiro ser vivo.

Dando um salto quântico e qualitativo, emergiu na Terra, em nosso espaço-tempo curvo, num canto de nossa galáxia média, num sol secundário, num planeta de quantité négligeable, a Terra, a grande novidade: a vida. A Terra passou por 15 grandes dizimações em massa, mas como se fora uma praga, a vida jamais foi extinta,

Vejamos, rapidamente, a lógica interna que permitiu a eclosão da vida. À medida que avançam em seu processo de expansão, a matéria e a energia do universo tendem a se tornar cada vez mais complexas. Cada sistema se encontra num jogo de interação, numa dança de troca de matéria e de energia, num diálogo permanente com o seu meio, retendo informações.

Biólogos e bioquímicos, como Ilya Prigogine (prêmio Nobel em química, 1977), afirmam que vigora uma continuidade entre os seres vivos e inertes. Não precisamos recorrer a um princípio transcendente e externo para explicar o surgimento da vida, como o fazem, comumente, as religiões e a cosmologia clássica.    Basta que o princípio de complexificação, autoorganização e autocriação de tudo, também da vida, chamado de princípio cosmogênico, estivesse embrionariamente naquele pontozinho ínfimo, emerso da Energia de Fundo que depois explodiu. Um dos mais importantes físicos quânticos da atualidade, Amit Goswami, sustenta a tese de que o universo é matematicamente inconsistente sem a existência de um princípio ordenador supremo, Deus. Por isso, para ele, o universo é autoconsciente (O universe autoconsciente, Rio 1998).O mesmo pensa talvez o maior cosmólogo atual Brian Swimme (The hidden Heart of the Cosmos, 1996).

A Terra não detém o privilégio da vida. Segundo Christiann de Duve, prêmio Nobel de biologia (1974) que escreveu uma das mais brilhantes obras sobre a vida, disse em seu livro Poeira vital: a vida como imperativo cósmico:

“Há tantos planetas vivos no universo quanto há planetas capazes de gerar e sustentar a vida. Uma estimativa conservadora eleva o número à casa dos milhões. Trilhões de biosferas costeiam o espaço em trilhões de planetas, canalizando matéria e energia em fluxos criativos de evolução. Para qualquer direção do espaço que olhemos, há vida (…). O universo não é o cosmo inerte dos físicos, com uma pitada a mais de vida por precaução. O universo é vida com a necessária estrutura à sua volta”( Op.cit.1997,p. 383).

É mérito da astronomia, na faixa milimétrica, ter identificado um conjunto das moléculas nas quais se encontra tudo o que é essencial para dar início ao processo de síntese biológica (Longair, M. As origens do nosso universo, 1994, p. 65-6). Nos meteoros e meteoritos, encontraram-se aminoácidos. Esses, sim, são os eventuais portadores das arquibactérias da vida. Houve, provavelmente, vários começos da vida, muitos frustrados, até que um definitivamente se firmou.

Presume-se que as mais diversas formas de vida originaram-se todas de uma única bactéria originária (Wilson, O . E., A diversidade da vida, São Paulo, 1994).  Com os mamíferos, surgiu uma nova qualidade da vida, a sensibilidade emocional e o cuidado. Dentre os mamíferos, há cerca de 70 milhões de anos, destacam-se os primatas, e depois, por volta de 35 milhões de anos, os primatas superiores, nossos avós genealógicos, e há 17 milhões de anos, nossos predecessores, os hominidas. Há cerca e 8-10 milhões de anos, emergiu na África o ser humano, o australopiteco. Por fim apareceu, há 100 mil o Homo sapiens-sapiens/demens-demens do qual somos herdeiros imediatos (Reeves, H. e outros, A mais bela história do mundo, Petrópolis, 1998).

A vida não seria fruto do acaso (contra Jacques Monod, O acaso e a necessidade, Petrópolis, 1979). Bioquímicos e biológicos moleculares mostraram (graças aos computadores de números aleatórios) a impossibilidade matemática do acaso puro e simples. Para que os aminoácidos e as duas mil enzimas subjacentes pudessem se aproximar e formar uma célula viva, seriam necessários trilhões e trilhões de anos, mais do que os 13,7 bilhões de anos, a idade do universo. As possibilidades são de 10 em potência, 1000 contra um. O assim chamado acaso é expressão de nossa ignorância.

Estimamos que o sentido da evolução ascendente é produzir mais e mais condições para a irrupção da vida, também extra-terrestre como na lua Europa de Júpiter e os três planetas rochosos de Trappist-1.


Com razão disse o famoso físico britânico Freeman Dyson (*1923): ”quanto mais examino o universo e os detalhes de sua arquitetura, mais acho evidências de que o universo sabia que um dia, lá na frente, iríamos surgir”(Disturbing the Universe, 1979, p. 250).


Leonardo Boff junto com o cosmólogo Mark Hathaway trata detalhamente o tema em o O Tao da Libertação, Vozes 2010.