segunda-feira, 4 de abril de 2016

Quilombo

Fíìmù lórí ìlétò bokẹ́lẹ́.
Filme sobre quilombo.


Àkójọ́pọ̀ Itumọ̀ (Glossário).
Ìwé gbédègbéyọ̀  (Vocabulário).

Fíìmù, s. Filme.
Lórí, lérí, prep. Sobre, em cima de.
Ìlétò bokẹ́lẹ́, abúlé bokẹ́lẹ́, s. Aldeia secreta, quilombo. 
Ibùdó bokẹ́lẹ́, àgọ́ bokẹ́lẹ́, s. Acampamento secreto, quilombo.  Lugar secreto em que ficavam ou para onde iam os escravos fugidos, normalmente encoberto ou escondido em meio ao mato.


                                                                




Quilombo, de Cacá Diegues, para entender o Brasil no cinema

O Prof. Dr. Paulo Roberto Staudt Moreira, da Unisinos, que é mestre e doutor em História, será o responsável pelo debate com o público após a exibição do filme, no intuito de extrair da obra sua contribuição para a história de nosso país e dos negros que aqui viveram na época dos quilombos. Ele concedeu uma entrevista por e-mail para a IHU On-Line sobre o filme de Cacá Diegues. Confira:

Por: IHU Online


Ficha técnica:
Direção e roteiro: Carlos Diegues
Música: Gilberto Gil
Diretor de Produção: Marco Altberg
Produtor Executivo: Augusto Arraes
Co-produção: Embrafilme e Gaumont (França)
Distribuição: Embrafilme
Elenco: Antonio Pompeu, Tony Tornado, Antonio Pitanga, Zezé Motta, Vera Fisher, Maurício do Valle, Daniel Filho.
Duração: 114 minutos
O filme Quilombo, de Cacá Diegues, pode ajudar a compreender um pouco da história brasileira. Ele será exibido na próxima edição do evento História do Brasil e Cinema II: Índios e Negros - Leitura e imagens no cinema brasileiro, que acontece na manhã do sábado, dia 5 de maio de 2007, na sala 1G119 do IHU, das 8h30min às 12h.

IHU On-Line - O que caracteriza Quilombo como um filme épico e por que o interesse internacional da Gaumont  francesa no filme?
Paulo Roberto - 
O que caracteriza o filme Quilombo como um épico provém da grandiosidade e suntuosidade empregada em sua elaboração e produção, desde um elenco grandioso (tanto pela qualidade dos atores como pela quantidade) até caracterizações de época, que demandam um trabalho árduo de pesquisa, passando por locações externas, efeitos sonoros, visuais, até figurinos que buscam remeter o apreciador deste tipo de obra a proporções mais fidedignas possíveis.
O interesse da produtora francesa Gaumont pela obra de Cacá Diegues deu-se não só pela relação e ligação que o mesmo diretor tinha com o país que lhe acolheu no exílio, mas, sobretudo, por se tratar de umas das maiores companhias nacionais francesas, que têm por tradição investir em filmes de qualidade e divulgar o já tradicionalíssimo e de excelente qualidade cinema francês. O momento de produção e lançamento do filme deDiegues foi também o pior momento da cena cultural brasileira, no qual o declínio da Embrafilmes  acontecia a passos largos, em função de políticas completamente equivocadas no âmbito cultural. O descaso tomava conta do cenário político brasileiro justamente quando dele esperava-se atitudes positivas em função das mudanças que se operavam no país. Desta forma, o já consagrado mundialmente cineasta Cacá Diegues foi inteligentemente apoiado por uma empresa francesa. Nunca é demais lembrar que se empresas brasileiras, estatais e/ou privadas, investissem em produções audiovisuais brasileiras, o mérito não precisaria estar sendo dividido com empresas estrangeiras, que, além de catapultarem cineastas e obras-primas ao mercado mundial, lucram proporções faraônicas pelo mérito de seus investimentos acertados.
IHU On-Line - Em que medida o filme ajuda a compreender a realidade dos Quilombos, em especial o dos Palmares? Como ele, enquanto película, nos permite refletir sobre a saga dos negros na história do Brasil?
Paulo Roberto -
 A película de Cacá Diegues expôs, de forma competente, a trajetória de ex-escravos e suas lutas pela liberdade por meio de uma das muitas formas de resistência empregadas por cativos ao longo da vigência do escravismo: o aquilombamento. Embora apresentando uma visão um tanto quanto reducionista e estereotipada do que era um quilombo (justamente por ser baseada em obras literárias que consagraram esta visão) – termo este, hoje em dia tão estudado, debatido e polêmico –, exemplifica e expõe, através de um dos muitos quilombos existentes no Brasil afora, as pessoas que lá habitavam e suas formas de organização social, cultural, religiosa, suas táticas de guerra e seus sonhos de liberdade. Embora o autor se utilize do mais clássico e conhecido quilombo existente no Brasil colonial para dar voz à questão do escravismo e dos problemas dele decorrentes, e disso decorra uma construção mítica de sua existência bem como de seus heróis, trata-se de uma obra importante e que merece ser vista, pois sua importância reside justamente no debate que suscita e naquilo que está para além do filme: a possibilidade de discussão de um tema candente e com características muito presentes na sociedade brasileira contemporânea. Assim, é importante salientar que a análise do filme Quilombo é extremamente atual. Por meio dele, e mesmo além dele, podemos pensar na mobilização contemporânea de comunidades negras rurais e urbanas em torno de um conceito ampliado de quilombo, que atualiza e amplia as formas de luta e auto-afirmação destes descendentes de escravos que a película de Cacá Diegues homenageia.
IHU On-Line- Como aparece no filme a marca dos livros de João Felício dos Santos (Ganga Zumba) e Décio de Freitas (Palmares), que inspiraram Cacá Diegues?
Paulo Roberto -
 Os argumentos históricos do filme de Cacá Diegues são retirados destes dois livros: Ganga Zumba, de autoria de João Felício dos Santos, publicado em 1962 pela editora Civilização Brasileira; e Palmares: a guerra dos escravos, escrito pelo historiador Décio Freitas e publicado pela editora Movimento, de Porto Alegre, em 1973. Estes dois livros até hoje são fundamentos do que se escreve e se pensa sobre o quilombo de Palmares. Chamamos, entretanto, a atenção de que o livro de João Felício é uma ficção, mesmo que alicerçado em pesquisa. Já o de Décio Freitas resultou de um estudo profundo feito em fontes primárias, mas este autor costumava complexificar seus estudos, misturando realidade histórica e ficção.
IHU On-Line - E como a forma “Cacá Diegues” de fazer filmes aparece mais claramente em Quilombo?
Paulo Roberto -
 O cinesta Cacá Diegues faz parte de uma geração que reinventou o cinema brasileiro através de uma proposta engajada, ao mesmo tempo que com uma linguagem popular. Seus temas e escolhas são frutos de uma trajetória de contestação e divergências ideológicas, na qual as questões atinentes ao povo brasileiro sempre marcaram forte presença. Suas idéias voluntaristas fazem parte de uma época de utopias e o chamado Cinema Novo, vertente cinematográfica que ajudou a criar e consolidar vem da época em que esteve exilado na Itália e na França, tendo como escola o Neo-realismo italiano e a Nouvelle Vague francesa. Trata-se, sobretudo, de uma proposta cinematográfica em que é empregada a “realidade”, e as produções caracterizam-se pelo baixo custo, visto que o momento de suas principais produções coincidem com um momento crítico no que se refere aos incentivos cinematográficos no país. O momento da produção de Quilombo (1984) vem de encontro ao processo de redemocratização do Brasil, no qual começava a emergir uma pluralidade social nunca antes vista, bem como se começava a pensar as formas de inserção do país na modernidade, bem como as formas de escapar e de entender o subdesenvolvimento no qual ele estava imerso. Questões históricas que Cacá colocou em pauta e tentou traduzir nas telas, quando resolveu abordar uma das principais, senão principal característica que ajudou a colocar o país no rumo do subdesenvolvimento: a herança escravista. Trabalhar com esta temática trazia, de certa forma, à tona, muitas outras questões que passavam estar na ordem do dia dos debates brasileiros nos anos 1980. Trata-se de recuperar, através de reflexões, o tempo perdido dos anos ditatoriais e de empregar um pouco de conscientização através da sétima arte. 

sexta-feira, 1 de abril de 2016

Ara lẹ́wà

Ara lẹ́wà (corpo bonito)





Àṣẹ àyípadà èdè (tradução)


1. Má sì mú wa wá sínú ìdẹwò.
 E não nos leves à tentação.






2.  Láàrin ti ìdẹwò.
 No meio da tentação.




Àkójọ́pọ̀ Itumọ̀ (Glossário).
Ìwé gbédègbéyọ̀  (Vocabulário).

Má, máà, adv. Não. Negativa do verbo na forma imperativa, tempo de comando.
, conj. pré-v. E, além disso, também. Liga sentenças, porém, não liga substantivos; nesse caso, usar " àti". É posicionado depois do sujeito e antes do verbo.
, v. Tomar.
Wa, pron. poss. Nossa, nosso.
, v. Vir.
Sínú, adv. Para dentro.
Ti, prep. De (indicando posse). Quando usado entre dois substantivos, usualmente é omitido.
Ìdẹwò, s. Tentação, armadilha.
Láàrin, láààrin, prep. No meio de, entre.


Negros

Àwọn ènìyàn dúdú (negros)

Gbèrò èyí (pense nisto)

Em tempo de saberes, derrubando poderes, vivemos a era de apreciação e demarcação da melanina e sua história de resistência trazida no corpo, dos pés a cabeça.


Foto de Gilza Marques.

Melanina do tipo eumelanina, de cor marrom a preta, só o povo mais antigo da terra produz. Em Kemet, ela era chamada de, dentre outros nomes, "o preto perfeito".

Ao contrário do que a biologia branca nos ensina, a melanina está presente não só na pele, mas no cérebro, olho, ouvido, rins, fígado... No olho, por exemplo, todos os grupos humanos possuem uma camada de melanina na retina responsável pela difração da luz que permite a visão em cores. Sem melanina, o olho é cego: "a visão de luz é permitida pela escuridão da melanina".

Entretanto, somente em povos eumelaninados, quando o óvulo com melanina, se encontra com o espermatozoide com melanina, por exemplo, o "ovo ou zigoto" recebe um banho-explosao de melanina cuja força não é comparável a nenhuma outra fecundação e se assemelha à explosão de formação do universo.

Há muitas diferenças nos processos biológicos de povos eumelaninados (nós) e povos feomelaninados (todos os que não são nós). Por que a pesquisa da melanina tem sido suprimida? Por que há uma ignorância tão chocante sobre a importância biomédica da negritude biológica?

(Richard King em "Melanin: a key to freedom".)


Pense nisto

Gbèrò èyí (pense nisto)





Àṣẹ àyípadà èdè (tradução)

“Òun sì dáhùn pé: Bẹ́ẹ̀ni, Olúwa”

"Ele disse: Sim, Senhor"









Livro de Mórmon


Ìwé ti Mọ́rmọ́nì (Livro de Mórmon)

Àṣẹ àyípadà èdè (tradução)

Látinú Ìwé ti Mọ́rmọ́nì.
A partir do livro de Mórmon.








quinta-feira, 31 de março de 2016

História da Nigéria


Ìtàn ilẹ̀ Nàìjíríà (História da Nigéria)











 Ìṣeọ̀rọ̀àsìkò (cronologia)

Ìṣíwájú ìtàn, s. Pré-História

Ayéijọ́un àti Àkókò Ojú Dúdú (Síwájú 1500), s. Os tempos antigos e medievais (pré-1500), História Antiga pré-1500.
Kùtùkùtù ìgbà òdeòní, s. Início dos tempos modernos (Período Pré-colonial 1500–1800).
Nàìjíríà Alámùúsìn, s. Nigéria colonial 1800–1960.
Ìgba Òṣèlú Àkọ́kọ́, s. Primeira República 1960–1979.
Ogun Abẹ́lé, s. Guerra civil 1967–1970
Ìgba Òṣèlú Èkejì, s. Segunda República 1979–1983
Ìgba Òṣèlú Ẹ̀kẹta, s. Terceira República 1993–1999
Ìgba Òṣèlú Ẹ̀kẹrin, s. Quarta República 1999–presente.

Filosofia medieval

Filọ́sọ́fi ti Àkókò Ojú Dúdú.
Filosofia do Período medieval.

Àkójọ́pọ̀ Itumọ̀ (Glossário).
Ìwé gbédègbéyọ̀  (Vocabulário).

Ìmòye, filọ́sọ́fi, s. Filosofia.
Ti, prep. De (indicando posse). Quando usado entre dois substantivos, usualmente é omitido.
Àkókò Ojú Dúdú, s. Período medieval.