quarta-feira, 7 de março de 2018

Ète lórí ẹrí-ọkàn dúdú.

Ète lórí ẹrí-ọkàn dúdú.
Projeto consciência negra. 

              Ní sáà ilé ẹ̀kọ́ ti ọdún 2018
              Durante o ano letivo de 2018
                
                                                                                                                                                            PROJETO CONSCIÊNCIA NEGRA: EDUCAÇÃO PARA PRÁTICA DA ALTERIDADE.

I – IDENTIFICAÇÃO

           1.1. Instituição
           E.E. Comendador Antônio Figueiredo Navas - Promissão - SP

            1.2. Autores
             Professores das diferentes áreas do Ensino Médio, Fundamental e EJA

            1.3. Público Alvo
            Alunos do Ensino Fundamental, Ensino Médio e Ensino de Jovens e Adultos (EJA)

           1.4. Problemática
           Historicamente, o Brasil, no aspecto legal, teve uma postura ativa e permissiva diante da discriminação e do racismo que atinge a população afrodescendente brasileira até hoje. Nesse sentido, ao analisar os dados que apontam as desigualdades entre brancos e negros, constatou-se a necessidade de políticas específicas que revertam o atual quadro.

           1.5. Finalidade
           No campo da educação, promover uma educação ética, voltada para o respeito e convívio harmônico com a diversidade deve-se partir de temáticas significativas, que propiciem condições para que os alunos e as alunas desenvolvam sua capacidade dialógica, tomem consciência de nossas próprias raízes históricas que ajudaram e ajudam a constituir a cultura e formar a nação brasileira; pois, o preconceito e o racismo são uma das formas de violência. Diante disso, quais as situações que temos possibilidades de mudar? Qual seria a nossa contribuição concreta para viabilizar a conscientização das pessoas? São perguntas que o projeto prevê responder através de um olhar interdisciplinar

        1.6. Título
       Projeto Consciência Negra: Educação para prática da alteridade.



II - JUSTIFICATIVA

             "O Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, foi instituído oficialmente pela lei nº 12.519, de 10 de novembro de 2011. A data faz referência à morte de Zumbi, o então líder do Quilombo dos Palmares – situado entre os estados de Alagoas e Pernambuco, na região Nordeste do Brasil. Zumbi foi morto em 1695, na referida data, por bandeirantes liderados por Domingos Jorge Velho, comemorar esta data é debater e refletir sobre as diferenças raciais e a importância de cada um no processo de construção de nosso país, estado e comunidade.
             O desafio de ensinar que também somos frutos desses elementos étnico-culturais, que contribuíram de várias maneiras para a formação da sociedade brasileira, não era tarefa fácil. Era preciso criar estratégias para o direcionamento da ação docente e que essas pudessem promover a reconstrução e a ressignificação de conceitos, contextos e métodos que auxiliassem na narrativa do professor.
Nas últimas décadas, a historiografia vem apresentando uma série de novos trabalhos que procuraram renovar a percepção sobre a escravidão negra e nossa sociedade ao longo da história. A forma de enxergar a participação do escravo nas ações e práticas cotidianas também foi repensada.
             Uma abordagem sobre a escravidão que considera simplesmente a violência física e a opressão sobre os escravos - e que não os observa enquanto sujeitos que procuraram vencer o cativeiro, provocando outras ações além de fugas e agressões a seus senhores - já não é mais recomendada para o ensino na escola.
O conhecimento histórico não é imutável e pode ser revisto à medida que o campo científico avança, que nos leva a refletir constantemente sobre a nossa formação e os saberes docentes que reunimos para realizar o trabalho em sala de aula.
             Hoje, a lei brasileira obriga as escolas a ensinarem temas relativos à história dos povos africanos em seu currículo. Além disso, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) estabelecem que a diversidade cultural do país deve ser trabalhada no âmbito escolar. "A sociedade em que vivemos valoriza outro estereótipo, o que resulta na invisibilização do negro. Isso tem um efeito bastante perverso: as crianças negras nunca se vêm e o que elas olham é sempre diferente delas", explica Roseli, que coordenou o grupo responsável pelo documento sobre Pluralidade Cultural nos PCNs. "A pluralidade cultural é um tema que pode ser abordado de forma transversal, em várias disciplinas", conclui. Estratégias simples, como a introdução de bonecas negras, podem ter um efeito positivo para reforçar a identificação cultural dos alunos negros. "Revelar a África pela própria visão africana também surte efeito. O continente produz cultura, histórias e mitologia, o que a perspectiva eurocêntrica não nos deixa ver", diz Oswaldo de Oliveira Santos Junior, pesquisador do Núcleo de Educação em Direitos Humanos da Universidade Metodista de São Paulo.
             Em meio à diversidade de valores e culturas a que estamos inseridos, faz-se necessário repensarmos nossas ações diante das atitudes de desrespeito com os afrodescendentes que formam a maioria da população brasileira sendo historicamente discriminados e desrespeitados em suas raízes e manifestações.
Assim sendo, percebe-se a necessidade de um trabalho constante desde as sérias iniciais até o ensino médio, proporcionando debates constantes, momentos de reflexão e valorização da cultura Africana, compreendendo sua importância para diálogo e convivência harmônica com a diversidade".
 Em concordância com os pesquisadores e PCNs do aludido texto citado, nós professores da Instituição de ensino " E.E.Comendador Antônio Figueiredo Navas",elaboramos nosso projeto com algumas alterações em relação ao texto original.
III- OBJETIVOS

             3.1. OBJETIVO GERAL

             Levar os alunos a refletirem sobre a diversidade étnico-cultural para compreenderem que cada povo possui sua identidade própria, presente nas crenças, costumes, história e organização social. Além disso, promover a autoestima e a prática da alteridade. Assim, incentivar  o respeito às diferenças de qualquer gênero para a valorização do ser humano e da identidade cultural de todos os povos, para que dessa forma, mudanças significativas na prática social sejam percebidas e seja efetivado o desenvolvimento da consciência cidadã.

               3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Promover o crescimento do aluno como ser  reflexivo, crítico e ético;
• Oferecer aos alunos conhecimentos que lhes permitam buscar a superação do racismo e preconceito;
• Desenvolver a co-responsabilidade pela vida social como compromisso individual e coletivo;
• Destacar as diferentes formas de racismo e discriminação através do resgate da memória cultural do povo negro;
• Estimular o respeito aos direitos humanos e exclusão de qualquer tipo de discriminação;
• Trazer à tona discussões provocantes, por meio das rodas de conversa, para um posicionamento mais crítico frente à realidade social em que vivemos.

IV - CONTEÚDO/METODOLOGIA

             A prática de ensino objetivada neste projeto visa promover uma educação ética, voltada para o respeito e convívio harmônico com a diversidade.
Sugestões de atividades:

           Língua Portuguesa
• Pesquisar palavras de origem africana;
• Produzir, utilizando diferentes formas de expressão, textos individuais e coletivos sobre os debates e as reflexões do assunto;
• Leitura e produção de textos de diferentes gêneros sobre preconceito racial;
• Leitura de imagens: várias realidades vivenciadas por negros.

          História

• Refletir em relação ao início do racismo no Brasil;
• Reconhecer a herança cultural dos negros;
• Refletir e opinar sobre o papel do negro na formação da nação brasileira;
• Debater temas como: Preconceito racial/ O processo de abolição;
• Apresentação de figuras ilustres negras e mestiças da história brasileira passada e atual, bem como de pessoas afro brasileiro do convívio dos alunos.

           Geografia

• Localizar comunidades negras no Brasil;
• Formação do povo brasileiro;
• As migrações.

          Sociologia e Filosofia

• Contextualização de temas como: A África – Apartheid - Preconceito racial;
• Contribuições das civilizações africanas para a formação da sociedade brasileira.
. Afrocentricidade, filosofia africana e cultura negra.
. Reflexão sobre intolerância à religião afro-brasileira.

            Ciências/Física/ Química/ Biologia

• Genética dos negros (presença ou ausência de melanina);
• Doenças endêmicas de origem africana;
• Leitura e análise de textos que refletem as condições subumanas vivenciadas por muitos negros em nosso país.

            Matemática;

• Textos que retratem a discriminação racial contendo dados numéricos;
• Elaboração de questionário e realização de pesquisa sobre discriminação racial;
• História da Matemática;
• Construção e análise de gráficos.

             Artes e Educação Física

• Observar manifestações de arte realizadas pelos povos afro-brasileiros;
• Vivenciar através de músicas sobre o tema um pouco da cultura africana através do canto e de dramatizações;
• A influência africana na nossa culinária, na dança, na música, na vivência religiosa e no jeito de ser brasileiro;
• Apresentação de peças teatrais, fantoches, recitais, exposições.

            Inglês

• Identificação e tradução de palavras referentes aos seguintes temas: Pobreza, Discriminação e Injustiça;
• Trabalhar textos e músicas voltadas  para os aspectos raciais.

Após a realização das atividades o projeto culminará com um evento que envolverá toda a comunidade escolar interna através das apresentações no dia 20 de novembro de 2017.  Projeto consciência negra: "Educação para prática da alteridade".

V – CRONOGRAMA

        Março- Elaboração do projeto.
        Desenvolvimento das atividades durante o ano letivo
        1º a 19 de novembro- Organização da apresentação do projeto do dia da Consciência Negra.
        20 de novembro- Apresentação "Educação para prática da alteridade - consciência negra"

VI - AVALIAÇÃO DO PROJETO

. Participação do aluno em sala de aula e na apresentação.

VII - PROFESSORES RESPONSÁVEIS

Orlandes Rosa Farias.
Célia Maria Cruz Parra.
Reginaldo Donizete Macario
Lucineia de Aquino Duarte
Andréa Regina Ferrazoni
Regina de Souza Santos Jorqueira
Maria Cristina Conrado  Gomes
César Alexandre Bustos
Maria Célia Parra
Márcia Regina Natal
Silvia Victor de Souza Oliveira
Adaísa Adail Alves Dinalli
Danielly Fiurst Colturato Monteiro

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